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Faculdade Frassineti do Recife

José Felipe de Souza

Yasmim Jamilli Cavalcanti de Paiva

Análise Política e Metafísica do mito da caverna

Recife
2021
1. Introdução
2. Revisão de literatura
3. Referências
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1 Introdução

Esse trabalho tem como base teórica a “Alegoria da Caverna”, VII livro da obra “A
república”, Platão em sua obra dá a sua concepção à cerca da política, conhecimento, justiça
etc. A finalidade pretendida portanto neste trabalho é relacionar a perspectiva política e
epistemológica de platão com os conceitos metafísicos estabelecidos no mito.
2 Revisão de Literatura

A alegoria da caverna é o VII livro da obra “A República”, escrita por Platão, o texto é
escrito no formato de diálogo entre Sócrates e Glauco, nele é apresentada uma situação
hipotética em que homens amarrados pelas pernas e pescoços, vivem dentro de uma caverna,
imóveis, essas pessoas são limitadas a enxergar apenas as sombras de animais e objetos, certo
dia, um desses indivíduos se soltou das amarras e seguiu em direção à luz no fim da caverna,
por ter se acostumado a escuridão, sentiu dificuldade em enxergar tanta claridão e relutou em
sair da caverna, mesmo assim, continuou por um caminho difícil, e ao chegar à luz do dia,
deslumbrado pela realidade nunca antes presenciada, se viu confuso diante de tantos objetos e
seres. Com o passar dos dias, o homem se adequou à luz do sol e compreendeu o mundo
visível fora da caverna.

Figura 1 – A caverna

Fonte: https://audrika.jusbrasil.com.br/artigos/690153667/platao-e-o-mito-da-caverna

Relembrando do seu antigo cativeiro, decidiu voltar e dizer as novidades aos que lá ainda
residiam. Porém, antes desse retorno, Socrates levantou a questão de que, se os cativos tinham
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a ideia de “sabedoria” cerceada a apenas poder distinguir as sombras e categorizá-las, caso o


escravo fugitivo voltasse, seria ele capaz de convencê-los da realidade fora da caverna? O
homem que conseguiu se elevar ao mundo real, desacostumado a escuridão e não
conseguindo discernir as sombras, logo se tornou motivo de piada e desconfiança aos
escravos, mesmo se expondo ao risco de ser hostilizado, se manteve firme no dever de trazer a
verdade para seus semelhantes, que estavam condicionados a enxergar somente as silhuetas de
um mundo muito maior.

Sócrates usa o mito da caverna pretendendo transmitir para Glauco a concepção de “mundo
inteligível” e” mundo sensível”, sendo importante ressaltar o conceito de “bem”, representado
por Sócrates como a luz que permite enxergar no exterior da caverna, ele aborda também a
formação do filósofo, que é aquele que atinge o plano das ideias, portanto, o ambiente da
caverna seria uma analogia ao mundo sensível, os escravos seriam os sofistas e
representariam o senso comum, as sombras então eram apenas um fragmento do que é real, ou
seja, apenas frações do que seria transmitido em sua totalidade pelo “uno”, ou a luz, logo, o
conhecimento dos que somente viveram naquele cativeiro seria limitado ao plano físico que
eles estavam condicionados.

Paralelamente, o escravo que se livra dos grilhões enfrenta um caminho com obstáculos e
sente dificuldade em enxergar do lado de fora, já que a luz forte do sol ofusca sua visão, antes
limitada ao escuro. As formas, seres e objetos refletindo os feixes de claridão o confundem,
pois ele apenas enxergava sombras, diante dessas adversidades, ele poderia voltar à caverna e
se acomodar no escuro, porém, já havia saído, contemplado e se adaptado ao mundo exterior.
A saída do escravo é claramente uma demonstração da elevação de um indivíduo do plano
comum de realidade ou “mundo sensível”, para o “mundo inteligível”, demonstrando que
exclusivamente através do esforço racional será possível atingir o verdadeiro conhecimento,
apenas alcançado no mundo das ideias.

A fundação da metafísica, segundo Platão, se baseia no plano inteligível como fonte da


realidade sensível, nesse plano existe uma hierarquia dos conhecimentos verdadeiros, e no
topo está a ideia de bem, que se configura como a essência de toda matéria sensível e também
das ideias, sejam elas ideias estéticas, axiológicas, matemáticas e etc. Apenas o indivíduo que
se proporciona o uso de sua força racional, por meio da dialética, pode atingir os mais altos
graus do conhecimento, sendo somente a “noésis” capaz de apreender a pureza da ideia de
bem. Conclui-se então que a compreensão da verdade está em perseguir a essência da ideia
suprema, o bem. Portanto, somente é filósofo aquele que abstraindo-se de toda trivialidade
das sensações e elementos da natureza, o atinge.

Para Platão, o homem é a síntese entre o corpo e a alma, esta se fragmenta em três tipos:
irascível, apetitiva e racional. Cada uma assumem classes diferentes na sociedade ideal, são
essas: guardiões, artesãos e governantes. Seguindo essa linha de pensamento, todo cidadão
deve dispor de virtudes que trarão equilíbrio a pólis, seriam essas virtudes essenciais: a
temperança para os comerciantes, a coragem compatível com os guardiões ,e a sabedoria
própria aos governadores. Nessa cidade ideal, as crianças deveriam ser retiradas dos pais logo
após o nascimento para que não houvesse influência dos mais velhos, e criadas pelo estado de
forma que todos fossem tratados por igual, além de preparadas para ocupar a classe a qual
tivesse aptidão. A propriedade e os bens seriam igualmente repartidos, e somente o poder
deveria ser limitado aos filósofos. Se tratando dos que viriam a ocupar a classe dos
governantes, esses careceriam de uma preparação mais extensa, caminho que deveria
percorrer até os seus cinquenta anos na busca pela verdade a fim de libertar-se das amarras do
“mundo sensível”.

Em relação aos modelos de estado, Concluiu-se que há três formas possíveis de se governar
uma cidade: Por meio de uma democracia, uma Aristocracia ou uma monarquia. Essas seriam
consideradas formas puras de governo, ademais na visão platônica cada uma delas possui uma
versão corrompida que seriam anarquia, oligarquia e tirania, formando uma espécie de
hierarquia de sistemas governamentais

A democracia, que vem do grego e significa “O governo do povo” era o sistema político
ateniense que recebeu duras críticas de Platão. Analisando seu pensamento político, a forma
de governo que condiz com o modelo de estado ideal proposto por ele é uma espécie de
aristocracia onde o poder não é exercido pelos mais ricos e sim pelos mais sábios. É após a
morte de Sócrates que Platão conclui que as cidades só vigorariam quando fossem governadas
por filósofos.

A carta VII fala sobre as tentativas de por em prática seu ideal de política, e formar um “rei-
filósofo”. Platão é convidado por Dion à viajar até a cidade Siracusa para aconselhar Dionísio
II a dedicar-se ao estudo da filosofia, entretanto o tirano se recusa a aceitar os ensinamentos,
pois Dionísio é como os prisioneiros da caverna, que não conseguem se libertar das ilusões
do mundo sensível.
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No mito da caverna, o filósofo é o homem que vai além da opinião(doxa) representada pelas
sombras dentro caverna, e compreende o mundo exterior através do verdadeiro conhecimento,
a ciência(episteme), quando retorna à caverna, ele atua de forma política, pois seu intuito é
trazer a verdade aos presos. Portanto, somente o filósofo possui as virtudes e o conhecimento
mais elevado(noésis) para se alcançar a justiça e o bem na Polis. Na concepção de Platão, a
justiça seria estabelecida exclusivamente quando cada indivíduo da pólis estiver
desempenhando sua classe em conformidade com sua alma e em funcão de sua virtude.
3 Referências

PLATÃO. A República
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