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OAB XXI EXAME DE ORDEM - INTENSIVÃO

Direito Ambiental – Aula 01


Frederico Amado
OAB UTI Art. 30. Compete aos Municípios:
DIREITO AMBIENTAL I - legislar sobre assuntos de interesse local;
FREDERICO AMADO II - suplementar a legislação federal e a estadual no
que couber;
COMPETÊNCIAS MATERIAIS AMBIENTAIS Nesse sentido, o STJ, no REsp 29.299, 1.ª Turma,
COMUNS de 28.09.1994:
“Constitucional. Meio ambiente. Legislação munici-
“Art. 23. É competência comum da União, dos Esta- pal supletiva. Possibilidade.
dos, do Distrito Federal e dos Municípios: Atribuindo, a Constituição Federal, a competência
[...] comum à União, aos Estados e aos Municípios para
III – proteger os documentos, as obras e outros proteger o meio ambiente e combater a poluição em
bens de valor histórico, artístico e cultural, qualquer de suas formas, cabe, aos Municípios,
os monumentos, as paisagens naturais notáveis e legislar supletivamente sobre a proteção ambiental,
os sítios arqueológicos; na esfera do interesse estritamente local.
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracteri- A legislação municipal, contudo, deve se constringir
zação de obras de arte e de outros bens de valor a atender as características próprias do território em
histórico, artístico e cultural; que as questões ambientais, por suas particularida-
[...] des, não contêm o disciplinamento consignado na
VI – proteger o meio ambiente e combater a polui- lei federal ou estadual.
ção em qualquer de suas formas; A legislação supletiva, como é cediço, não pode
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; ineficacizar os efeitos da lei que pretende suplemen-
[...] tar”.
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as conces-
sões de direitos de pesquisa e exploração de recur- COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
sos hídricos e minerais em seus territórios”. PRIVATIVA DA UNIÃO
Parágrafo único. Leis complementares fixarão nor-
mas para a cooperação entre a União e os Estados, Art. 22. Compete privativamente à União legislar
o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o sobre:
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em IV - águas, energia, informática, telecomunicações e
âmbito nacional. radiodifusão;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e me-
LEI COMPLEMENTAR 140/2011 talurgia;
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
AMBIENTAIS Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar
os Estados a legislar sobre questões específicas
CONCORRENTES das matérias relacionadas neste artigo.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecolo-
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito gicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
Federal legislar concorrentemente sobre: e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da ao Poder Público e à coletividade o dever de defen-
natureza, dê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras
defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do gerações.
meio ambiente e controle da poluição; § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito,
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artís- incumbe ao Poder Público:
tico, turístico e paisagístico; I - preservar e restaurar os processos ecológicos
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, essenciais e prover o manejo ecológico das espé-
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, cies e ecossistemas;
estético, histórico, turístico e paisagístico”. II - preservar a diversidade e a integridade do patri-
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a com- mônio genético do País e fiscalizar as entidades
petência da União limitar-se-á a estabelecer normas dedicadas à pesquisa e manipulação de material
gerais. genético;
§ 2º - A competência da União para legislar sobre III - definir, em todas as unidades da Federação,
normas gerais não exclui a competência suplemen- espaços territoriais e seus componentes a serem
tar dos Estados. especialmente protegidos, sendo a alteração e a
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os supressão permitidas somente através de lei, veda-
Estados exercerão a competência legislativa plena, da qualquer utilização que comprometa a integrida-
para atender a suas peculiaridades. de dos atributos que justifiquem sua proteção;
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. MEIO
gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que AMBIENTE. DEFESA. ATRIBUIÇÃO CONFERIDA
lhe for contrário. AO PODER PÚBLICO. ARTIGO 225, § 1º, III,

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CB/88. DELIMITAÇÃO DOS ESPAÇOS TERRITO- a) 100 metros, em zonas rurais, exceto para o corpo
RIAIS PROTEGIDOS. VALIDADE DO DECRETO. d‟água com até 20 hectares de superfície, cuja faixa
SEGURANÇA DENEGADA. 1. A Constituição do marginal será de 50 metros;
Brasil atribui ao Poder Público e à coletividade o b) 30 metros, em zonas urbanas.
dever de (...) III) Entorno de reservatórios d‟água artificiais, decor-
defender um meio ambiente ecologicamente equili- rentes de barramento ou represamento de cursos
brado. [CB/88, art. 225, §1º, III]. 2. A delimitação dos d‟água naturais, na faixa definida na licença ambien-
espaços territoriais protegidos pode ser feita por tal do empreendimento
decreto ou por lei, sendo esta imprescindível ape- IV) Entorno de nascentes e olhos d‟água
nas quando se trate de alteração ou supressão des- Neste caso o novo CFlo seguiu a mesma sistemáti-
ses espaços. Precedentes. Segurança denegada ca do anterior. Considera-se APP as áreas no en-
para manter os efeitos do decreto do Presidente da torno das nascentes e dos olhos (...)
República, d‟água perenes, qualquer que seja a sua situação
de 23 de março de 2006 (STF, MS 26.064, Plenário, topográfica, no raio mínimo de 50 metros.
de 17/6/2010). A nascente é o afloramento natural do lençol freáti-
co que apresenta perenidade e dá início a um curso
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE d‟água, ao passo que o olho d‟água é o afloramento
natural do lençol freático, mesmo que intermitente.
De acordo com o artigo 3.º, II, do novo Código Flo- V) Encostas ou partes destas com declividade aci-
restal, Área de Preservação Permanente (APP) é a ma de 45º, equivalente a 100% na linha de maior
“área protegida, coberta ou não por vegetação nati- declive.
va, com a função ambiental de preservar os recur- VI) As restingas, como fixadoras de dunas ou esta-
sos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e bilizadoras de mangues.
a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e
flora,
proteger o solo e assegurar o bem-estar das popu- A restinga é o depósito arenoso paralelo à linha da
lações humanas”, definição praticamente idêntica à costa, de forma geralmente alongada, produzido por
que constava no artigo 1.º, § 2.º, II, do antigo Códi- processos de sedimentação, onde se encontram
go Florestal. diferentes comunidades que recebem influência
APP‟S DO ARTIGO 4º - INCIDÊNCIA EX LEGE marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encon-
APP‟S DO ARTIGO 6º - PRECISAM SER DECLA- trada em praias, cordões arenosos, dunas e de-
RADAS POR ATO DO PODER EX PARA EXISTI- pressões, apresentando,
REMECUTIVO de acordo com o estágio sucessional, estrato her-
báceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interio-
HIPÓTESES DO ARTIGO 4º - rizado.
VII) Os manguezais, em toda a sua extensão
I) Mata ciliar –
São consideradas áreas de preservação permanen- O manguezal é o ecossistema litorâneo que ocorre
te as faixas marginais de qualquer curso d‟água em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, for-
natural perene e intermitente, excluídos os efême- mado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às
ros, desde a borda da calha do leito regular, em quais se associa, predominantemente, a vegetação
largura mínima de: natural conhecida como mangue, com influência
30M fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões es-
cursos d‟água de menos de 10 metros de largura tuarinas e com dispersão descontínua ao longo da
50m costa brasileira,
cursos d‟água que tenham de 10 a 50 metros de entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina.
largura VIII) Bordas de tabuleiros ou chapadas
100m Assim como seu verificou na legislação anterior, o
cursos d‟água que tenham de 50 a 200 metros de novo CFlo considera como APP as bordas dos tabu-
largura leiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo,
200m em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções
cursos d‟água que tenham de 200 a 600 metros de horizontais.
largura
500 Tabuleiro ou chapada é a paisagem de topografia
para os cursos d‟água que tenham largura superior plana, com declividade média inferior a dez por cen-
a 600 metros to, aproximadamente seis graus e superfície superi-
II) Entorno de lagos e lagoas naturais or a dez hectares, terminada de forma abrupta em
Atualmente, consideram-se áreas de preservação escarpa, caracterizando-se a chapada por grandes
permanente as áreas no entorno dos lagos e lagoas superfícies a mais de seiscentos metros de altitude.
naturais, em faixa com largura mínima de:

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o

Art. 8 A intervenção ou a supressão de vegetação


nativa em Área de Preservação Permanente somen-
te ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de
interesse social ou de baixo impacto ambiental pre-
vistas nesta Lei.
o

§ 1 A supressão de vegetação nativa protetora de


nascentes, dunas e restingas somente poderá ser
autorizada em caso de utilidade pública.

1- (OAB XVIII Exame FGV) João acaba de adqui-


rir dois imóveis, sendo um localizado em área
urbana e outro, em área rural. Por ocasião da
IX) Topo de morros, montes, montanhas e serras.
aquisição de ambos os imóveis, João foi alerta-
X) Áreas em altitude acima de 1.800m.
do pelos alienantes de que os imóveis contem-
XI) Veredas
plavam Áreas de Preservação Permanente (APP)
Faixa marginal, em projeção horizontal, com largura
e de que, por tal razão, ele deveria buscar uma
mínima de 50 metros, a partir do limite do espaço
orientação mais especializada, caso desejasse
brejoso e encharcado.
nelas intervir.
Considerando a disciplina legal das Áreas de
APP’S DO ARTIGO 6º, DO NOVO CFLO
Preservação Permanente (APP), bem como as
o possíveis preocupações gerais de João, assina-
Art. 6 Consideram-se, ainda, de preservação per- le a afirmativa correta.
manente, quando declaradas de interesse social por
ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas A) as apps não são passíveis de intervenção e utili-
com florestas ou outras formas de vegetação desti- zação, salvo decisão administrativa em sentido con-
nadas a uma ou mais das seguintes finalidades: trário de órgão estadual integrante do sistema naci-
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de en- onal de meio ambiente – SISNAMA, uma vez que
chentes e deslizamentos de terra e de rocha; não há preceitos legais abstratamente prevendo
II - proteger as restingas ou veredas; exceções à sua preservação absoluta e integral.
III - proteger várzeas; B) as hipóteses legais de APP, com o advento do
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora amea- denominado “novo código florestal" – lei nº
çados de extinção; 12.651/2012 –, foram abolidas em âmbito federal,
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor subsistindo apenas nos casos em que os estados e
científico, cultural ou histórico; municípios assim as exijam legalmente.
VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias C) As APPs são espaços territoriais especialmente
e ferrovias; protegidos, comportando exceções legais para fins
VII - assegurar condições de bem-estar público; de intervenção, sendo certo que os Estados e os
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a crité- Municípios podem prever outras hipóteses de APP
rio das autoridades militares. além daquelas dispostas em normas gerais, inclusi-
IX – proteger áreas úmidas, especialmente as de ve em suas Constituições Estaduais e Leis Orgâni-
importância internacional. cas, sendo que a supressão irregular da vegetação
nela situada gera a obrigação do proprietário, pos-
Seção II suidor ou ocupante a qualquer título de prmover a
Do Regime de Proteção das Áreas de Preserva- sua recomposição, obrigação esta de nature-
ção Permanente za propter rem.
D) as apps, assim como as reservas legais, não se
o aplicam às áreas urbanas, sendo certo que a lei
Art. 7 A vegetação situada em Área de Preserva- federal nº 12.651/2012 (“novo código florestal"),
ção Permanente deverá ser mantida pelo proprietá- apesar de ter trazido significativas mudanças no seu
rio da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, regime, garantiu as apps para os imóveis rurais com
pessoa física ou jurídica, de direito público ou priva- mais de 100 hectares.
do.
o
RESERVA LEGAL
§ 1 Tendo ocorrido supressão de vegetação situa-
da em Área de Preservação Permanente, o proprie- artigo 3.º, inciso III, do novo CFlo (Lei 12.651/2012),
tário da área, possuidor ou ocupante a qualquer que o define como a “área localizada no interior de
título é obrigado a promover a recomposição da uma propriedade ou posse rural, delimitada nos
vegetação, ressalvados os usos autorizados previs- termos do art. 12, com a função de assegurar o uso
tos nesta Lei. econômico de modo sustentável dos recursos natu-

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rais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a rea- I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Na-
bilitação dos processos ecológicos e promover a cional do Meio Ambiente - Conama, com as atribui-
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo ções de acompanhar a implementação do Sistema;
e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa”. II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente,
80%, nas áreas de floresta situadas na Amazônia com a finalidade de coordenar o Sistema; e
Legal; III - órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o
35%, nas áreas de cerrado situadas na Amazônia Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e
Legal; municipais, com a função de implementar o SNUC,
20% nas áreas de floresta ou vegetação nativa em subsidiar as propostas de criação e administrar as
outras regiões do Brasil. unidades de conservação federais, estaduais e mu-
nicipais, nas respectivas esferas de atuação.
Seção II
Do Regime de Proteção da Reserva Legal GRUPO DE PROTEÇÃO INTEGRAL
Art. 17. A Reserva Legal deve ser conservada com Estação ecológica – é a UC que se destina a pre-
cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do servação da natureza e a realização de pesquisas
imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer títu- científicas, sendo de propriedade pública, sendo
lo, pessoa física ou jurídica, de direito público ou proibida a visitação pública, exceto para fins educa-
privado. tivos.
o
Reserva biológica – é a UC que tem como objetivo a
§ 1 Admite-se a exploração econômica da Reserva preservação integral da biota e demais atributos
Legal mediante manejo sustentável, previamente naturais existentes, sem a interferência humana
aprovado pelo órgão competente do Sisnama, de direta, sendo de propriedade pública, proibida a
acordo com as modalidades previstas no art. 20. visitação pública, exceto para fins educativos. Pode-
rá haver pesquisa científica se autorizada.
2- A definição dos espaços territoriais especial- Parque nacional – é a UC de propriedade pública
mente protegidos é fundamental para a manu- que tem o fito de preservar ecossistemas naturais
tenção dos processos ecológicos. Sobre o insti- de grande relevância ecológica e beleza cênica,
tuto da Reserva Legal, de acordo com o Novo podendo haver pesquisas se autorizadas e turismo
Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), assinale a ecológico.
afirmativa correta. Monumento natural – é a UC que busca preservar
sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza
A) Pode ser instituído em área rural ou urbana, cênica, admitida a visitação pública,
desde que necessário à reabilitação dos processos podendo a área ser pública ou particular, se compa-
ecológicos. tível.
B) Incide apenas sobre imóveis rurais, e sua área Refúgio da vida silvestre – é a UC que tenta preser-
deve ser mantida sem prejuízo da aplicação das var ambientes naturais típicos de reprodução de
normas sobre as Áreas de Preservação Permanen- espécies ou comunidades da flora local e da fauna
te. residente ou migratória, podendo ser constituído por
C) Foi restringida, de acordo com a Lei n. áreas particulares, admitida a visitação pública.
12.651/2012, às propriedades abrangidas por Uni-
dades de Conservação. GRUPO DE USO SUSTENTÁVEL
D) Incide apenas sobre imóveis públicos, consistin-
do em área protegida para a preservação da estabi- Área de proteção ambiental – é a UC que pode ser
lidade geológica e da biodiversidade. formada por áreas públicas ou particulares, em ge-
ral extensas, com certo grau de ocupação humana,
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO com atributos bióticos, abióticos ou mesmo cultu-
rais, visando promover a diversidade e assegurar a
“é o espaço territorial e seus recursos ambientais, sustentabilidade do uso dos recursos.
incluindo as águas jurisdicionais, com as caracterís- Área de relevante interesse ecológico – é a UC que
ticas naturais relevantes, legalmente instituído pelo pode ser formada por áreas públicas ou particula-
Poder Público, com objetivos de conservação e res, em geral de pouca extensão, com pouca ou
limites definidos, sob regime especial de administra- nenhuma ocupação humana, com características
ção, ao qual se aplicam garantias adequadas de naturais extraordinárias ou que abriga exemplares
proteção” (artigo 2º, da Lei 9.985/2000). raros da biota nacional, visando manter a manter
ecossistemas naturais de importância regional ou
SNUC local.
o
Floresta nacional – é a UC de propriedade pública,
composta por uma área coberta de vegetação pre-
Art. 6 O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos,
dominantemente nativa, com o objetivo de manter o
com as respectivas atribuições:
uso sustentável dos recursos e desenvolver a pes-

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quisa científica, sendo permitida a ocupação por decidos os procedimentos de consulta estabeleci-
o
populações tradicionais.
Reserva Extrativista – é a UC de propriedade públi- dos no § 2 deste artigo.
o
ca utilizada pelas populações extrativistas tradicio-
§ 6 A ampliação dos limites de uma unidade de
nais como condição de sobrevivência, que têm o
conservação, sem modificação dos seus limites
uso concedido pelo Poder Público, podendo haver
originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser
agricultura e criação de animais de pequeno porte,
feita por instrumento normativo do mesmo nível
sendo permitida a visitação pública e a pesquisa.
hierárquico do que criou a unidade, desde que obe-
Reserva da fauna – é a UC de propriedade pública,
decidos os procedimentos de consulta estabeleci-
composta por área natural com animais nativos, o
adequada ao estudo científico, ligada ao manejo dos no § 2 deste artigo.
dos recursos faunísticos, permitida a visitação públi- o

ca e proibida a caça. § 7 A desafetação ou redução dos limites de uma


Reserva de desenvolvimento sustentável – é a UC unidade de conservação só pode ser feita mediante
de propriedade pública composta por área natural e lei específica.
que abriga populações tradicionais, 3- Com relação ao sistema nacional de unidades de
cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis conservação, assinale a alternativa correta.
de exploração transmitidos por gerações, protegen- A) As unidades de conservação do grupo de prote-
do a natureza, permitida a visitação pública e a pes- ção integral são incompatíveis com as atividades
quisa. humanas; logo, não se admite seu uso econômico
Reserva particular do patrimônio natural – é a UC direto ou indireto, não podendo o poder público co-
de propriedade privada, gravada com perpetuidade, brar ingressos para a sua visitação.
com o objetivo de conservar a diversidade biológica, B) A ampliação dos limites de uma unidade de con-
apenas sendo permitida a pesquisa e a visitação. servação, sem modificação dos seus limites origi-
Ressalte-se que esta modalidade, apesar de ser nais , exceto pelo acréscimo proposto, pode ser
formalmente considerada como de USO SUSTEN- feita por instrumento normativo do mesmo nível
TÁVEL, tem o regime jurídico de proteção integral, hierárquico do que criou a unidade. O poder público
pois o inciso III, do §2º, do artigo 21, da Lei 9985/00 está dispensado de promover consulta pública e
foi vetado pelo Presidente, e previa o extrativismo estudos técnicos novos,
na área. bastando a reanálise dos documentos que funda-
Art. 22. As unidades de conservação são criadas mentaram a criação da unidade de conservação.
por ato do Poder Público.(Regulamento) C) O parque nacional é uma unidade de conserva-
o
ção do grupo de proteção integral, de posse e do-
mínios públicos. É destinado à preservação ambien-
tal e ao lazer e à educação ambiental da população;
§ 1 (VETADO) logo, não se admite seu uso econômico direto ou
o
indireto,
não podendo o Poder Público cobrar ingressos para
a sua visitação.
§ 2 A criação de uma unidade de conservação D) As unidades de conservação do grupo de uso
deve ser precedida de estudos técnicos e de consul- sustentável podem ser transformados total ou parci-
ta pública que permitam identificar a localização, a almente em unidades do grupo de proteção integral,
dimensão e os limites mais adequados para a uni- por instrumento normativo do mesmo nível hierár-
dade, conforme se dispuser em regulamento. quico do que criou a unidade,
o o
desde que respeitados os procedimentos de consul-
§ 3 No processo de consulta de que trata o § 2 , o
ta pública e estudos técnicos.
Poder Público é obrigado a fornecer informações
GABARITO: LETRA D
adequadas e inteligíveis à população local e a ou-
Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo bási-
tras partes interessadas.
o co a preservação de ecossistemas naturais de
§ 4 Na criação de Estação Ecológica ou Reserva grande relevância ecológica e beleza cênica, possi-
Biológica não é obrigatória a consulta de que trata o bilitando a realização de pesquisas científicas e o
o desenvolvimento de atividades de educação e inter-
§ 2 deste artigo. pretação ambiental, de recreação em contato com a
o
natureza e de turismo ecológico.
§ 5 As unidades de conservação do grupo de Uso o
Sustentável podem ser transformadas total ou par- ART 22 - 2 A criação de uma unidade de conserva-
cialmente em unidades do grupo de Proteção Inte- ção deve ser precedida de estudos técnicos e de
gral, por instrumento normativo do mesmo nível consulta pública que permitam identificar a localiza-
hierárquico do que criou a unidade, desde que obe- ção, a dimensão e os limites mais adequados para a
unidade, conforme se dispuser em regulamento.

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o
componentes, segundo pacífico entendimento dou-
ART. 22 - § 5 As unidades de conservação do gru- trinário e jurisprudencial, não integram o conceito de
po de Uso Sustentável podem ser transformadas “meio ambiente".
total ou parcialmente em unidades do grupo de Pro- B) O EIA/RIMA é exigido em todas as atividades e
teção Integral, por instrumento normativo do mesmo empreendimentos que possam causar impactos
nível hierárquico do que criou a unidade, desde que ambientais, devendo ser aprovado previamente à
obedecidos os procedimentos de consulta estabele- concessão da denominada Licença Ambiental Pré-
cidos no § 2º deste artigo. via.
ART 22 – 6º A ampliação dos limites de uma unida- C) O EIA/RIMA, além de ser aprovado entre as
de de conservação, sem modificação dos seus limi- Licenças Ambientais Prévia e de Instalação, tem a
tes originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode sua metodologia e o seu conteúdo regrados exclusi-
ser feita por instrumento normativo do mesmo nível vamente por Resoluções do Conselho Nacional do
hierárquico do que criou a unidade, desde que obe- Meio Ambiente (CONAMA), podendo a entidade / o
decidos os procedimentos de consulta estabeleci- órgão ambiental licenciador dispensá-lo segundo
dos no § 2º deste artigo. critérios discricionários e independentemente de
fundamentação, ainda que a atividade esteja previs-
EIA ta em Resolução CONAMA como passível de
EIA/RIMA.
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra D) O EIA-RIMA é um instrumento de avaliação de
ou atividade potencialmente causadora de significa- impactos ambientais, de natureza preventiva, exigi-
tiva degradação do meio ambiente, estudo prévio de do para atividades/empreendimentos não só efetiva
impacto ambiental, a que se dará publicidade; como potencialmente capazes de causar significati-
“1. É inconstitucional preceito da Constituição do va degradação, sendo certo que a sua publicidade é
Estado do Espírito Santo que submete o Relatório uma imposição Constitucional (CRFB/1988).
de Impacto Ambiental – RIMA – ao crivo de comis-
são permanente e específica da Assembleia Legis-
lativa. 2. A concessão de autorização para desen- V - controlar a produção, a comercialização e o em-
volvimento de atividade potencialmente danosa ao prego de técnicas, métodos e substâncias que com-
meio ambiente consubstancia ato do Poder de Polí- portem risco para a vida, a qualidade de vida e o
cia – ato da Administração Pública – entenda-se ato meio ambiente;
do Poder Executivo” (ADI 1.505, de 24.11.2004).
“Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 182, § LICENÇA AMBIENTAL
3.º, da Constituição do Estado de Santa Catarina.
Estudo de Impacto Ambiental. Contrariedade ao “Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental
artigo 225, § 1.º, IV, da Carta da República. A norma competente estabelece as condições, restrições e
impugnada, ao dispensar a elaboração de Estudo medidas de controle ambiental que deverão ser
Prévio de Impacto Ambiental no caso de áreas de obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou
florestamento ou reflorestamento para fins empresa- jurídica, para localizar, instalar,
riais, cria exceção incompatível com o disposto no ampliar e operar empreendimentos ou atividades
mencionado inciso IV do § 1.º do artigo 225 da utilizadoras dos recursos ambientais consideradas
Constituição Federal. Ação julgada procedente, para efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas
declarar a inconstitucionalidade do dispositivo cons- que, sob qualquer forma, possam causar degrada-
titucional catarinense sob enfoque” (ADI 1.086, de ção ambiental” (artigo 1º, inciso II, da Resolução
10.08.2001). CONAMA 237/97).
4- (OAB XVIII Exame FGV)Determinada socieda- LICENCIAMENTO AMBIENTAL
de empresária consulta seu advogado para obter
informações sobre as exigências ambientais que “Procedimento administrativo pelo qual o órgão am-
possam incidir em seus projetos, especialmente biental competente licencia a localização, instala-
no que tange à apresentação e aprovação de ção, ampliação e a operação de empreendimentos e
Estudo Prévio de Impacto Ambiental e seu res- atividades utilizadoras de recursos ambientais, con-
pectivo Relatório (EIA/RIMA). sideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou
Considerando a disciplina do EIA/RIMA pelo daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
ordenamento jurídico, assinale a afirmativa cor- degradação ambiental, considerando as disposições
reta. legais e regulamentares e as normas técnicas apli-
cáveis ao caso” (artigo 1º, inciso I, da Resolução
A) O EIA/RIMA é um estudo simplificado, integrante CONAMA 237/97).
do licenciamento ambiental, destinado a avaliar os
impactos ao meio ambiente natural, não abordando LC 140/2011
impactos aos meios artificial e cultural, pois esses

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Art. 2º Para os fins desta Lei Complementar, consi- Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua com-
deram-se: petência de controle, expedirá as seguintes licen-
I - licenciamento ambiental: o procedimento admi- ças:
nistrativo destinado a licenciar atividades ou empre- I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase prelimi-
endimentos utilizadores de recursos ambientais, nar do planejamento do empreendimento ou ativi-
efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, dade aprovando sua localização e concepção, ates-
sob qualquer forma, de causar degradação ambien- tando a viabilidade ambiental e estabelecendo os
tal; requisitos básicos e condicionantes a serem atendi-
dos nas próximas fases de sua implementação;
LICENCIAMENTO E PODER DE POLÍCIA II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação
AMBIENTAL do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos,
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenci- programas e projetos aprovados, incluindo as medi-
amento ou autorização, conforme o caso, de um das de controle ambiental e demais condicionantes,
empreendimento ou atividade, lavrar auto de infra- da qual constituem motivo determinante;
ção ambiental e instaurar processo administrativo III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação
para a apuração de infrações à legislação ambiental da atividade ou empreendimento, após a verificação
cometidas pelo empreendimento ou atividade licen- do efetivo cumprimento do que consta das licenças
ciada ou autorizada. anteriores, com as medidas de controle ambiental e
o
condicionantes determinados para a operação.
§ 1 Qualquer pessoa legalmente identificada, ao Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante
constatar infração ambiental decorrente de empre- decisão motivada, poderá modificar os condicionan-
endimento ou atividade utilizadores de recursos tes e as medidas de controle e adequação, suspen-
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, der ou cancelar uma licença expedida, quando ocor-
pode dirigir representação ao órgão a que se refere rer:
o caput, para efeito do exercício de seu poder de I - Violação ou inadequação de quaisquer condicio-
polícia. nantes ou normas legais.
o
II - Omissão ou falsa descrição de informações rele-
§ 2 Nos casos de iminência ou ocorrência de de-
vantes que subsidiaram a expedição da licença.
gradação da qualidade ambiental, o ente federativo
III - superveniência de graves riscos ambientais e de
que tiver conhecimento do fato deverá determinar
saúde.
medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la,
comunicando imediatamente ao órgão competente
Lei 6938/81-
para as providências cabíveis.
o

§ 3 O disposto no caput deste artigo não impede o Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funci-
exercício pelos entes federativos da atribuição co- onamento de estabelecimentos e atividades utiliza-
mum de fiscalização da conformidade de empreen- dores de recursos ambientais, efetiva ou potencial-
dimentos e atividades efetiva ou potencialmente mente poluidores ou capazes, sob qualquer forma,
poluidores ou utilizadores de recursos naturais com de causar degradação ambiental dependerão de
a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o prévio licenciamento ambiental. (Redação dada pela
auto de infração ambiental lavrado por órgão que Lei Complementar nº 140, de 2011)
detenha a atribuição de licenciamento ou autoriza-
ção a que se refere o caput. LC 140/2011
STJ - 3. O pacto federativo atribuiu competência aos
quatro entes da federação para proteger o meio Art. 13. Os empreendimentos e atividades são li-
ambiente através da fiscalização. cenciados ou autorizados, ambientalmente, por um
4. A competência constitucional para fiscalizar é único ente federativo, em conformidade com as
comum aos órgãos do meio ambiente das diversas atribuições estabelecidas nos termos desta Lei
esferas da federação, inclusive o artigo 76 da Lei Complementar.
o
Federal n. 9.605/1998 prevê a possibilidade de atu-
§ 1 Os demais entes federativos interessados po-
ação concomitante dos integrantes do SISNAMA.
dem manifestar-se ao órgão responsável pela licen-
5. Atividade desenvolvida com risco de dano ambi-
ça ou autorização, de maneira não vinculante, res-
ental a bem da União pode ser fiscalizada pelo
peitados os prazos e procedimentos do licenciamen-
IBAMA, ainda que a competência para licenciar seja
to ambiental.
de outro ente federado. Agravo regimental provido”
(AgRg no REsp 711.405/PR, de 28.04.2009).
ARTIGO 14, LC 140/2011:
ESPÉCIES DE LICENÇA AMBIENTAL o

§ 4 A renovação de licenças ambientais deve ser


requerida com antecedência mínima de 120 (cento

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e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, a partir de proposição da Comissão Tripartite Naci-
fixado na respectiva licença, ficando este automati- onal, assegurada a participação de um membro do
camente prorrogado até a manifestação definitiva do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, e
órgão ambiental competente. considerados os critérios de porte, potencial polui-
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em cará- dor e natureza da atividade ou empreendimento”;
ter supletivo nas ações administrativas de licencia- “Art. 9º São ações administrativas dos Municípios:
mento e na autorização ambiental, nas seguintes XIV – observadas as atribuições dos demais entes
hipóteses: federativos previstas nesta Lei Complementar, pro-
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conse- mover o licenciamento ambiental das atividades ou
lho de meio ambiente no Estado ou no Distrito Fe- empreendimentos:
deral, a União deve desempenhar as ações admi- a) que causem ou possam causar impacto ambien-
nistrativas estaduais ou distritais até a sua criação; tal de âmbito local,
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou con- conforme tipologia definida pelos respectivos Con-
selho de meio ambiente no Município, o Estado selhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados
deve desempenhar as ações administrativas muni- os critérios de porte, potencial poluidor e natureza
cipais até a sua criação; e da atividade; ou
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou con- b) localizados em unidades de conservação instituí-
selho de meio ambiente no Estado e no Município, a das pelo Município, exceto em Áreas de Proteção
União deve desempenhar as ações administrativas Ambiental – APAs”;
até a sua criação em um daqueles entes federati- “Art. 8º São ações administrativas dos Estados:
vos. (...)
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes XIV – promover o licenciamento ambiental de ativi-
federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, cien- dades ou empreendimentos utilizadores de recursos
tífico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
outras formas de cooperação. capazes, sob qualquer forma, de causar degrada-
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solici- ção ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e
tada pelo ente originariamente detentor da atribui- 9º”;
ção nos termos desta Lei Complementar. Art. 10. São ações administrativas do Distrito Fede-
ral as previstas nos arts. 8º e 9º.
Competências licenciatórias federais APA‟S - Art. 12. Para fins de licenciamento ambien-
tal de atividades ou empreendimentos utilizadores
“Art. 7º São ações administrativas da União: de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
(...) poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de cau-
XIV – promover o licenciamento ambiental de em- sar degradação ambiental, e para autorização de
preendimentos e atividades: supressão e manejo de vegetação, o critério do ente
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no federativo instituidor da unidade de conservação
Brasil e em país limítrofe; não será aplicado às Áreas de Proteção Ambiental
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na (APAs).
plataforma continental ou na zona econômica exclu- Parágrafo único. A definição do ente federativo res-
siva; ponsável pelo licenciamento e autorização a que se
c) localizados ou desenvolvidos em terras indíge- refere o caput, no caso das APAs, seguirá os crité-
nas; rios previstos nas alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h” do
o o
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de
conservação instituídas pela União, exceto em inciso XIV do art. 7 , no inciso XIV do art. 8 e na
º.
Áreas de Proteção Ambiental – APAs;
alínea “a” do inciso XIV do art. 9
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais
Poder judiciário e mérito do licenciamento
Estados;
5. Se não é possível considerar o projeto como invi-
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento
ável do ponto de vista ambiental, ausente nesta fase
ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo,
processual qualquer violação de norma constitucio-
aqueles previstos no preparo e emprego das Forças
nal ou legal, potente para o deferimento da cautela
Armadas, conforme disposto na Lei Complementar
pretendida, a opção por esse projeto escapa intei-
nº 97, de 9 de junho de 1999;
ramente do âmbito desta Suprema Corte.
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, benefici-
Dizer sim ou não à transposição não compete ao
ar, transportar, armazenar e dispor material radioati-
Juiz, que se limita a examinar os aspectos normati-
vo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia
vos, no caso, para proteger o meio ambiente. 6.
nuclear em qualquer de suas formas e aplicações,
Agravos regimentais desprovidos” (ACO-MC-AgR
mediante parecer da Comissão Nacional de Energia
876, de 19.12.2007).
Nuclear – CNEN; ou
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do
5- (XV EXAME) Antes de dar início à instalação
Poder Executivo,
de unidade industrial de produção de roupas no

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Município X, Julio Cesar consulta seu advogado atribuições estabelecidas nos termos desta Lei
acerca dos procedimentos prévios ao começo Complementar.
da construção e produção. Considerando a hipó- Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua com-
tese, assinale a afirmativa correta. petência de controle, expedirá as seguintes licen-
ças:
A) Caso a unidade industrial esteja localizada em I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase prelimi-
terras indígenas, ela não poderá ser instalada. nar do planejamento do empreendimento ou ativi-
B) Caso a unidade industrial esteja localizada e dade aprovando sua localização e concepção, ates-
desenvolvida em dois estados da federação, ambos tando a viabilidade ambiental e estabelecendo os
terão competência para o licenciamento ambiental. requisitos básicos e condicionantes a serem atendi-
C) Caso inserida em qualquer Unidade de Conser- dos nas próximas fases de sua implementação;
vação, a competência para o licenciamento será do II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação
IBAMA. do empreendimento ou atividade de acordo com as
D) Caso o impacto seja de âmbito local, a compe- especificações constantes dos planos,
tência para o licenciamento ambiental será do Muni- programas e projetos aprovados, incluindo as medi-
cípio. das de controle ambiental e demais condicionantes,
da qual constituem motivo determinante;
De acordo com o artigo 9º, inciso XIV, da LC III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação
140/2011, compete aos municípios promover o li- da atividade ou empreendimento, após a verificação
cenciamento ambiental das atividades ou empreen- do efetivo cumprimento do que consta das licenças
dimentos que causem ou possam causar impacto anteriores,
ambiental de âmbito local, conforme tipologia defini- com as medidas de controle ambiental e condicio-
da pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio nantes determinados para a operação.
Ambiente, considerados os critérios de porte, poten- VI - promover a educação ambiental em todos os
cial poluidor e natureza da atividade. níveis de ensino e a conscientização pública para a
Vale frisar que é de competência da União o licenci- preservação do meio ambiente;
amento de unidade industrial esteja localizada e VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma
desenvolvida em dois estados da federação (artigo da lei, as práticas que coloquem em risco sua fun-
7º, XIV, da LC 140/2011), ao passo em que o crité- ção ecológica, provoquem a extinção de espécies
rio definidor da competência para licenciar ativida- ou submetam os animais a crueldade.
des em unidade de conservação é o do ente político “Inconstitucionalidade. Ação direta. Lei 7.380/1998,
instituidor. do Estado do Rio Grande do Norte. Atividades es-
portivas com aves das raças combatentes. „Rinhas‟
6- Kellen, empreendedora individual, obtém, ou „Brigas de galo‟. Regulamentação. Inadmissibili-
junto ao órgão municipal, licença de instalação dade. Meio ambiente. Animais. Submissão a trata-
de uma fábrica de calçados. A respeito da hipó- mento cruel. Ofensa ao artigo 225, § 1.º, VII, da CF.
tese formulada, assinale a afirmativa correta. Ação julgada procedente. Precedentes.
É inconstitucional a lei estadual que autorize e regu-
A) A licença não é válida, uma vez que os municí- lamente, sob título de práticas ou atividades esporti-
pios têm competência para a análise de estudos de vas com aves de raças ditas combatentes, as cha-
impacto ambiental, mas não para a concessão de madas „rinhas‟ ou „brigas de galo‟” (ADI 3.776, de
licença ambiental. 14.06.2007).
B) Com a licença de instalação obtida, a fábrica de “Costume. Manifestação cultural. Estímulo. Razoabi-
calçados poderá iniciar suas atividades de produ- lidade. Preservação da fauna e da flora. Animais.
ção, gerando direito adquirido pelo prazo menciona- Crueldade. A obrigação de o Estado garantir a todos
do na licença expedida pelo município. o pleno exercício de direitos culturais, incentivando
C) A licença é válida, porém não há impedimento a valorização e a difusão das manifestações, não
que um Estado e a União expeçam licenças relati- prescinde da observância da norma do inciso VII do
vas ao mesmo empreendimento, caso entendam artigo 225 da Constituição Federal,
que haja impacto de âmbito regional e nacional, no que veda prática que acabe por submeter os
respectivamente. animais à crueldade. Procedimento discrepante da
D) Para o início da produção de calçados, é impres- norma constitucional denominado „farra do boi‟” (RE
cindível a obtenção de licença de operação, sendo 153.531, de 03.06.1997).
concedida após a verificação do cumprimento dos § 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica
requisitos previstos nas licenças anteriores. obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
Art. 13. Os empreendimentos e atividades são li- público competente, na forma da lei.
cenciados ou autorizados, ambientalmente, por um § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas
único ente federativo, em conformidade com as ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas,

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a sanções penais e administrativas, independente- prática do dano, inclusive do agente público que
mente da obrigação de reparar os danos causados. determinou a prática do ato.
1. A responsabilidade por danos ambientais é obje-
tiva e, como tal, não exige a comprovação de culpa, De acordo com o artigo 3º, inciso II, da Lei
bastando a constatação do dano e do nexo de cau- 12.651/2012, área de preservação permanente é a
salidade. área protegida, coberta ou não por vegetação nati-
2. Excetuam-se à regra, dispensando a prova do va, com a função ambiental de preservar os recur-
nexo de causalidade, a responsabilidade de adqui- sos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e
rente de imóvel já danificado porque, independen- a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e
temente de ter sido ele ou o dono anterior o real flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
causador dos estragos, imputa-se ao novo proprie- populações humanas,
tário a responsabilidade pelos danos. Precedentes podendo ser de domínio público ou privado.
do STJ. (REsp. 1056540, de 25.08.2009). Por sua vez, a responsabilidade civil por dano am-
3. Tal obrigação, aliás, independe do fato de ter sido biental é objetiva, na forma do artigo 14, §1º, da Lei
o proprietário o autor da degradação ambiental, mas 6.938/81, inclusive alcançando a Administração
decorre de obrigação propter rem, que adere ao Pública.
título de domínio ou posse. Precedente: (AgRg no Informativo 714:
REsp 1206484/SP, Rel. Min. Humberto Martins, 2.ª “Crime ambiental: absolvição de pessoa física e
T. j. 17.03.2011, DJe 29.03.2011). responsabilidade penal de pessoa jurídica – 1.
8. O dano ambiental inclui-se dentre os direitos in- É admissível a condenação de pessoa jurídica pela
disponíveis e como tal está dentre os poucos aco- prática de crime ambiental, ainda que absolvidas as
bertados pelo manto da imprescritibilidade a ação pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência
que visa reparar o dano ambiental. ou de direção do órgão responsável pela prática
REsp 1.112.117, de 10.11.2009 criminosa.
STJ, AgRg no AREsp 71324 / PR, de 26/02/2013: Crime ambiental: absolvição de pessoa física e res-
3. A tese contemplada no julgamento do REsp n. ponsabilidade penal de pessoa jurídica - 2
1.114.398/PR (Relator Ministro SIDNEI BENETI, No mérito, anotou-se que a tese do STJ, no sentido
julgado em 8/2/2012, DJe 16/2/2012), sob o rito do de que a persecução penal dos entes morais so-
art. 543-C, no tocante à teoria do risco integral e da mente se poderia ocorrer se houvesse, concomitan-
responsabilidade objetiva ínsita ao dano ambiental temente, a descrição e imputação de uma ação
(arts. 225, § 3º, da CF e 14, § 1º, da Lei n. humana individual,
6.938/1981), sem o que não seria admissível a responsabilização
aplica-se perfeitamente à espécie, sendo irrelevante da pessoa jurídica, afrontaria o art. 225, § 3º, da CF.
o questionamento sobre a diferença entre as exclu- Sublinhou-se que, ao se condicionar a imputabilida-
dentes de responsabilidade civil suscitadas na defe- de da pessoa jurídica à da pessoa humana, estar-
sa de cada caso. Precedentes. se-ia quase que a subordinar a responsabilização
jurídico-criminal do ente moral à efetiva condenação
7- (XV EXAME) No curso de obra pública, a Ad- da pessoa física. Ressaltou-se que, ainda que se
ministração Pública causa dano em local com- concluísse que o legislador ordinário não estabele-
preendido por área de preservação permanente. cera por completo os critérios de imputação da pes-
Sobre o caso apresentado, assinale a opção que soa jurídica por crimes ambientais, não haveria co-
indica de quem é a responsabilidade ambiental. mo pretender transpor o paradigma de imputação
das pessoas físicas aos entes coletivos. RE
A) Em se tratando de área de preservação perma- 548181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 6.8.2013.(RE-
nente, que legalmente é de domínio público, o ente 548181).
só responde pelos danos ambientais nos casos de § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlân-
atuação com dolo ou culpa grave. tica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e
B) Em se tratando de área de preservação perma- a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utili-
nente, a Administração Pública responderá de forma zação far-se-á, na forma da lei, dentro de condições
objetiva pelos danos causados ao meio ambiente, que assegurem a preservação do meio ambiente,
independentemente das responsabilidades adminis- inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
trativa e penal. O preceito consubstanciado no artigo 225, § 4.º, da
C) Em se tratando de dano ambiental cometido Carta da República, além de não haver convertido
dentro de área de preservação permanente, a Ad- em bens públicos os imóveis particulares abrangi-
ministração Pública não tem responsabilidade, sob dos pelas florestas e pelas matas nele referidas
pena de confusão, recaindo sobre o agente público (Mata Atlântica, Serra do Mar, Floresta Amazônica
causador do dano, independentemente das respon- brasileira), também não impede a utilização, pelos
sabilidades administrativa e penal. próprios particulares,
D) Trata-se de caso de responsabilidade subjetiva dos recursos naturais existentes naquelas áreas
solidária de todos aqueles que contribuíram para a que estejam sujeitas ao domínio privado, desde que

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observadas as prescrições legais e respeitadas as
condições necessárias à preservação ambiental.
(STF, RE 134.297, de 13.06.1995).
O preceito consubstanciado no artigo 225, § 4.º, da
Carta da República, além de não haver convertido
em bens públicos os imóveis particulares abrangi-
dos pelas florestas e pelas matas nele referidas
(Mata Atlântica, Serra do Mar, Floresta Amazônica
brasileira), também não impede a utilização, pelos
próprios particulares, dos recursos naturais existen-
tes naquelas áreas que estejam sujeitas ao domínio
privado, desde que observadas as prescrições le-
gais e respeitadas as condições necessárias à pre-
servação ambiental. (STF, RE 134.297, de
13.06.1995).
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arre-
cadadas pelos Estados, por ações discriminatórias,
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear
deverão ter sua localização definida em lei federal,
sem o que não poderão ser instaladas.
Energia nuclear. Competência legislativa da União.
Artigo 22, XXVI, da Constituição Federal. É inconsti-
tucional norma estadual que dispõe sobre atividades
relacionadas ao setor nuclear no âmbito regional,
por violação da competência da União para legislar
sobre atividades nucleares, na qual se inclui a com-
petência para fiscalizar a execução dessas ativida-
des e legislar sobre a referida fiscalização. Ação
direta julgada procedente.”
ADI 1.575, de 07.04.2010.

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GABARITO

1. C
2. B
3. D
4. D
5. D
6. D
7. B

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