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Fichamento - “Qué es la Psicologia Clínica” - Daniel Benjamin - MB

O autor, Bohoslavsky, inicia o texto criticando as definições de “Psicologia


Clínica”, sua comparação com a psicologia experimental, e a visão de que essa
psicologia é apenas um ramo da grande área de conhecimento que é a psicologia
como um todo. Logo em seguida, afirma que a psicologia clínica seria uma
estratégia de abordagem para com o seu objeto de estudo, o comportamento dos
seres humanos. Podendo ser aplicada em qualquer contexto de ação do psicólogo,
essa estratégia visa a compreensão, a explicação e a possível modificação de uma
situação humana, partindo sempre das referências teórico-práticas do psicólogo que
empreende essa estratégia.
O psicólogo, estando presente na sua área de atuação e aplicando sua
estratégia, é um observador-participante. Ele ali interage com seus sujeitos e deve
prestar atenção nessa interação a fim de melhor compreender o grupo e de ter mais
sucesso na aplicação de sua estratégia devido ao vínculo criado.
Posteriormente, o autor diferencia a psicologia clínica da psicologia
experimental por meio de dois argumentos. Primeiramente, na psicologia
experimental há uma dissociação entre teoria e prática, o que ele não vê
acontecendo com a psicologia clínica, na qual essas duas esferas do conhecimento
sempre andam juntas. Segundamente, é a psicologia experimental que é tida como
referência para a criação de teorias e sistemas psicológicos, por mais que seja a
psicologia clínica aquela com maior contato com o ser humano e sua subjetividade.
Comparando a psicologia clínica com a psicoterapia, Bohoslavsky chega a
conclusão que a psicoterapia é uma aplicação específica da estratégia clínica para
ser aplicada no contexto saúde/doença. Comparando com a psicanálise a mesma
ressalva é feita; ela se trata de uma técnica específica para lidar com a
psicopatologia, mas não é o único campo de ação, nem o mais importante, do
psicólogo clínico. Comparando com a psicologia individual o autor afirma que a
psicologia clínica é ao mesmo tempo individual, já que encara cada situação como
única e particular, e grupal, já que nunca o sujeito está isolado, visto que sempre
está em relação com o observador-participante. Por fim, comparando com a
psicoprofilaxia, diz ser este o objetivo do psicólogo clínico, através de enfoques
únicos para cada situação.
Na metade do texto lança sua definição de psicólogo clínico, que coincide
com a de Ullo (1964): “O psicólogo clínico é alguém especificamente treinado no
manejo da informação psicológica através do método clínico, que lhe permite ser
incluído na situação de um campo de relações humanas, de onde pode detectar os
pontos de emergência dessa situação, que lhe permitem diagnosticar a ação crítica
e resolvê-la [...] possibilitando a mudança mais adequada e evitando as dificuldades,
na adaptação ao campo atingido. Como funciona a partir do grau de autonomia e da
informação do objeto, favorece, neste e em si, a aprendizagem de padrões de
comportamento efetivos para enfrentar mudanças futuras.”
Bohoslavsky também divide o fazer clínico em etapas: VER -> PENSAR ->
AGIR. Esta ação agora é um fato que compõe a situação na qual o psicólogo agiu, e
cabe a ele observar e pensar se sua ação foi benéfica ou não, a fim de agir
novamente. Mas, essa divisão de momento tem apenas um propósito didático, visto
que a proposta da psicologia clínica, como vimos anteriormente, é fundir a teoria
com a prática, unindo todas essas fases num único fazer psicológico baseado em
referências.
Há no texto o conceito de atitude psicológica, que é definido por: (1)
Entendimento de que situações são únicas, subjetivas e particulares; (2) Autonomia
para ver, pensar e agir; (3) Respeito à subjetividade alheia; (4) Reconhecimento de
limites pessoais; (5) Colocar sempre a prova suas hipóteses sobre a situação; (6)
Conseguir se colocar no lugar do sujeito.
Por fim, conta-se a história dos psicólogos clínicos na argentina.

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