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CURSO DE PSICOLOGIA

INTERVENCOES EM CONTEXTOS ORGANIZACIONAIS

PROJETO DE INTERVENÇÃO: “Uma Contribuição para o Bem-Estar e


Saúde Mental das Atendentes de uma Loja de Confecções Familiar na
Cidade de Viamão/RS.”

Porto Alegre – RS
2020
Sumário

1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 3

2. PROBLEMA ......................................................................................................... 3

3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 4

4. OBJETIVOS ......................................................................................................... 4

4.1 Objetivo Geral: ................................................................................................... 4

4.2 Objetivo Específico: ........................................................................................... 4

5. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 5

6. METODOLOGIA ................................................................................................... 6

6.1 Procedimentos ................................................................................................... 7

7. CRONOGRAMA ................................................................................................... 8

8. RECURSOS NECESSÁRIOS .............................................................................. 8

9. RESULTADOS ESPERADOS .............................................................................. 9

10. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 13


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1. APRESENTAÇÃO

Este projeto visa auxiliar as trabalhadoras de uma loja de confecção familiar a


lidar com as frustrações decorrentes do seu ambiente de trabalho, propiciando a
promoção da saúde, e incentivando-as à olhar o trabalho como fonte de bem-estar e
não de adoecimento.
Desde 2008 a loja “Via da Moda”, atua na comercialização de roupas femininas,
masculina e infantil, localizada no bairro Santa Isabel em Viamão. O quadro
funcional é composto de um gerente e duas atendentes comercial/vendedoras.
As trabalhadoras estão em contato direto com os clientes no seu cotidiano diário, e
têm seu expediente de trabalho regulamentado pelo sindicato dos empregados do
comércio de Viamão, com um período laboral de 48 horas semanais, sendo oito
horas diárias.
Conjectura-se a ideia de que este período de trabalho promova nas atendentes a
percepção de uma demanda exaustiva, dando o sentimento de sobrecarga de
atividades. Levanta-se a hipótese que esta sensação de estafa, é possivelmente,
incrementada pela dupla jornada de trabalho e a preocupação de atribuições com a
família.
Compreende-se que a melhora na saúde mental e bem-estar, promoverá maior
impacto no equilíbrio pessoal, bem como no andamento das atividades dentro do
local laboral, influenciando diretamente na receptividade aos clientes.

2. PROBLEMA

Segundo o relato do proprietário do estabelecimento, devido à crise econômica


que vem acontecendo na atualidade; desde 2014 a empresa vem passando por
problemas financeiros. Para não ocorrer o fechamento da loja, o mesmo adotou
algumas medidas de redução de custos, tais como: diminuição do quadro de pessoal
e ajuste funcional.
No diagnóstico organizacional, executado através da observação, percebeu-se o
aumento de funções que vem desde a limpeza da loja, manutenção e cuidado do
estoque, decoração de vitrines, dar contas das vendas, fechamento do caixa e
organização do ambiente de vendas.
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Constatou-se a necessidade de um despertar das potencialidades do quadro


funcional atual, pontuando para as mesmas a busca do entendimento e
compreensão da sua força, vivenciando o trabalho como fonte de bem-estar e o
empoderamento pessoal.

3. JUSTIFICATIVA

É imprescindível intervir na promoção de saúde no ambiente de trabalho, tendo


em vista que a qualidade da saúde mental dos trabalhadores, pode ser afetada
pelas suas condições de trabalho.
Um dos motivos desta intervenção dá-se da importância de se trabalhar com a
promoção de saúde dessas trabalhadoras, oportunizando um olhar sobre o trabalho
como fonte de bem-estar e não de adoecimento. Por esta razão é importante a
observação e a escuta à essas profissionais, para que assim, possam compartilhar
suas vivências como equipe da organização. Propõem-se a estimular a autoanálise
e autogestão deste grupo, propiciando o empoderamento necessário a realização de
mudanças.

4. OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral:

Promover bem-estar e saúde mental no ambiente de trabalho.

4.2 Objetivo Específico:

Contribuir o processo de fomentação e promoção da saúde dentro da loja.

Estimular a resolução de problemas que surge no meio organizacional.

Conscientizar as trabalhadoras de sua valia e da relevância de sua força de


trabalho.
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5. REVISÃO DE LITERATURA

O psicólogo nas organizações é um profissional que atua no âmbito do trabalho e


desenvolve atividades relacionadas a recrutamento, seleção de pessoal, treino,
aconselhamento e diagnóstico organizacional.
Esta psicologia não está relacionada somente a gestão de pessoas, mas tem por
objetivo a resolução de problemas que se manifesta nos contextos organizacionais e
também na saúde dos trabalhadores e da organização. “A psicologia organizacional
é uma área que se insere no campo relativo ao trabalho e tem estreito vínculo com
as atividades administrativas” (Zanelli, p.35,2009).
O trabalho pode ser uma fonte de prazer ou de adoecimento. Na psicologia do
trabalho e das organizações além dos cuidados com a produtividade e a satisfação
do trabalhador, passou-se a abarcar a saúde e o bem-estar do colaborador.
A produtividade está intrinsicamente associada à motivação, ao envolvimento e à
conscientização do significado do ato de produzir.
Para Dejours (1988), as relações de trabalho têm forte tendência a descolar o
trabalhador de sua subjetividade, apartando o sujeito e tornando o homem vítima de
seu trabalho. Para ele, um dos piores golpes para o homem no trabalho é a
frustração de suas expectativas iniciais. “Uma realidade que promete felicidade, se
apresenta como um lugar de infelicidade, gerando insatisfação e desencadeando,
então o sofrimento humano nas organizações”. (RODRIGUES et al, 2006).
Segundo Dejours (1998), as condições de trabalho precipitam o aparecimento
de sofrimentos insuspeitos na vida do trabalhador. Estes sofrimentos estão
associados a fatores históricos, laborais e favoráveis ou não ao trabalhador, sendo
discriminados em quatro dimensões: sofrimento singular (dimensão diacrônica): da
história de cada indivíduo; sofrimento atual (dimensão sincrônica): quando há um
reencontro do sujeito com seu trabalho; sofrimento criativo: quando o sujeito
consegue produzir soluções favoráveis, especialmente promotoras de saúde e o
sofrimento patogênico: quando o sujeito produz soluções que são desfavoráveis
para sua vida e saúde. (RODRIGUES et al, 2006)
Através da intervenção, visamos facilitar em certa medida, a autonomia,
colaborando para o gerenciamento das frustrações das vendedoras, através da
comunicação dos gestores da empresa e suas funcionárias, para que no decorrer do
tempo elas possam estar satisfeitas com seu ambiente de trabalho.
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Segundo Azeredo (2011), a comunicação pode ser definida como o processo


pelo qual a informação é trocada e entendida por duas ou mais pessoas,
normalmente com o intuito de motivar ou influenciar o comportamento. Quando
existe uma boa comunicação da empresa com seus colaboradores, o ambiente se
torna agradável, a produtividade aumenta e a relação entre vendedores e clientes
melhora. Segundo a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,

Um ambiente de trabalho saudável pode ser definido como aquele que


gestores e trabalhadores contribuem para um processo de contínua
melhoria de proteção, saúde, promoção de segurança e bem-estar a todos
os trabalhadores e sustentabilidade do ambiente laboral. (OMS 2010).

Sendo assim, o bem-estar no trabalho pode ser uma fonte de prazer, quando
permite o desenvolvimento das potencialidades do indivíduo. “Os empregados
contribuem com seus conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando
decisões e ações que dinamizam a organização” (CHIAVENATO, p.10, 2008).

6. METODOLOGIA

A proposta terá como metodologia de intervenção, atividades em grupo para


fortalecer disparadores de autonomia, de empoderamento e de desenvolvimento de
potencialidades. Para tanto, serão feitas observações de equipamentos, espaço
físico adequado a realização de rodas de conversa e dinâmicas de grupo. Também
se verificará a disponibilidade de materiais necessários ao desenvolvimento das
atividades.
Os encontros serão realizados na sala de descanso da loja, com duração de uma
hora, as funcionárias têm duas horas de intervalo, horário para o almoço. Ficou
acordado entre a gerencia e as funcionárias que cada uma das partes cederia meia
hora do seu tempo. Meia hora no final do intervalo das vendedoras e meia hora
antes da reabertura da loja no início da tarde, totalizando tempo necessário para
realização da intervenção. O grupo será constituído pelas duas vendedoras do local
e três acadêmicas de psicologia que se revezarão, formando dupla com as
funcionárias, nos dias de execução do projeto. Esta intervenção será desenvolvida
em cinco encontros. As propostas (atividades) pensadas terão como foco promover
bem-estar no âmbito organizacional.
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6.1 Procedimentos

O primeiro encontro abarcará o acolhimento e a apresentação da proposta ao


grupo de funcionários. Após realizar-se-á uma roda de conversa com tema “O que
significa um tesouro para mim”., buscando compreender seus valores e significados,
podendo atuar como disparadores de empoderamento, autonomia, singularização e
desenvolvimento das potencialidades do grupo. Também serão ouvidas sugestões
sobre assuntos e atividades que puderem ser trabalhadas nos demais encontros.
No segundo encontro a proposta é de o grupo construir individualmente o que é
considerado importante para cada uma delas, os seus tesouros individuais. Para a
produção dessa atividade serão utilizados materiais de apoio, como: jornais,
revistas, folhas coloridas, canetas, tesoura e cola. Assim possibilitando a construção
de cada tesouro individual, que poderão ser família, trabalho, viagem, amigos, entre
outras possibilidades.
No terceiro encontro será realizada a continuação da atividade anterior,
posteriormente através de uma roda de conversa, discutindo em grupo, como foi a
realização esta construção, o significado de um tesouro para cada uma das
participantes. Serão observadas as questões trazidas à roda de conversa,
acolhendo e dando a devida importância ao conteúdo. Considerando que estes
assuntos como trabalho, família e relacionamentos interpessoais, tem potencial
mobilizador, procuraremos oferecer um suporte congruente nessa intervenção.
No quarto encontro desenvolveremos o tema “Comunicação Não-Violenta”.
Considerando quanto os sujeitos são mobilizados por questões de comunicação
entre a equipe de trabalho, consideramos importante trabalhar a interlocução, bem
como ilustrar tipos de diálogos mais assertivos.
No quinto encontro, ocorrerá o fechamento da proposta de intervenção, com um
feedback para o grupo, com a entrega-surpresa da Caixa do Tesouro que cada
funcionária produziu, como forma de retribuir a disponibilidade e engajamento de
cada uma no projeto.
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7. CRONOGRAMA

Encontros Tema Local Duração Responsáveis

1° Encontro Acolhimento e roda Sala de 1 hora Acad. Psicologia


de conversa descanso da
loja

2° Encontro Produção dos Sala de 1 hora Acad. Psicologia


tesouros individuais descanso da
loja

3° Encontro Discussão sobre a Sala de 1 hora Acad. Psicologia


produção feita descanso da
loja

4° Encontro Desenvolvimento do Sala de 1 hora Acad. Psicologia


tema “Comunicação descanso da
Não-Violenta”. loja

5º Encontro Feedback e Sala de 1 hora Acad. Psicologia


confraternização de descanso da
encerramento loja

8. RECURSOS NECESSÁRIOS

Materiais necessários durante a intervenção:

 Uma sala,
 Cadeiras de acordo com o número de indivíduos que participarão do
encontro,
 Canetas, canetas coloridas, lápis de cor, tesoura, cola.
 Folhas de oficio, folhas coloridas, revistas, jornais.
 Uma caixa;
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9. RESULTADOS ESPERADOS

O primeiro encontro acontecerá em dois momentos: um primeiro momento de


conversa livre e acolhimento e um segundo momento de apresentação da proposta
de intervenção ao grupo. Em relação à metodologia será utilizada “Oficina de
Dinâmica de Grupo”, proposta desenvolvida por Afonso (2002, 2003), e por uma
equipe de psicólogos que tiveram como referencial teórico a Análise Institucional, a
Psicossociologia e às Teorias de Grupo, dos autores Kurt Lewin, Pichón-Riviere,
Enriquez, Bion, Foulkes e Paulo Freire. (CRUZ E ABADE; 2009).
Inicialmente procuraremos identificar, através das falas, questões que sejam
porventura incômodas às funcionárias. Segundo Dejours (2004), quando o trabalho
é visto como uma simples execução de tarefas, e a subjetividade é anulada,
consequentemente a saúde mental do trabalhador será abalada. Isto porque a
subjetividade tem lugar, justamente em uma “fenda”, que se dá entre o trabalho
prescrito - aquele que consta nas normas, manuais e na forma como deve ser
desenvolvido - e o trabalho real - aquele que de fato é realizado - onde o sujeito
pode fazer uso de sua criatividade. (MERLO et al, 2014)
Através das narrativas desejamos sondar se as trabalhadoras da loja têm a
percepção de distanciamento entre o trabalhador e as esferas onde acontece as
deliberações. Conforme os achados, ver se é pertinente continuar apurando, se essa
impressão interfere no desenvolvimento das funções das vendedoras, se têm a
sensação que afeta na autonomia. Queremos observar se a falta de coparticipação
nas decisões consegue eventualmente podar a atuação dos funcionários nas
resoluções de problemas das demandas afloram no cotidiano da loja. Segundo
Magnus e Merlo (2015), as Clínicas do Trabalho, isto é, as intervenções na lógica
laboral, devem buscar trabalhar o lugar de autonomia, e consequentemente, de
criação e de negociação com o trabalhador. Assim pretendemos incentivar que as
funcionárias criem estratégias mais saudáveis para mediar o sofrimento,
resinificando e transformando-o em vivências de prazer e saúde.
Através da roda de conversa com a dinâmica “O que significa um tesouro
para mim” buscaremos compreender os valores e significados que essa atividade
despertará nas vendedoras, desejamos que esse tema atue como pulsão de
empoderamento, autonomia, singularização e desenvolvimento das potencialidades
do grupo. Rodrigues et al, (2006) relata que Dejours (1998) afirma que as relações
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de trabalho despojam o trabalhador de sua subjetividade, apartando o sujeito e o


tornado vítima de seu trabalho. A partir disso, observaremos se trabalhar os
tesouros individuais, isto é, particularidades do trabalhador, pode ser considerada
como uma estratégia defensiva para alcançar o equilíbrio psíquico no trabalho, uma
vez que resgata questões pertencentes à sua subjetividade.
No segundo encontro será realizado primeiramente uma roda de conversa e
depois será feita a explicação de uma atividade. Proporemos grupo construir
individualmente o que é considerado importante para cada uma delas, os seus
valores: tesouros individuais. Para a produção dessa atividade utilizaremos materiais
de apoio, como: jornais, revistas, folhas coloridas, canetas, tesoura e cola.
Queremos possibilitar que na construção das representações simbólicas, elas
exponham seus tesouros individuais, como expressão dos sentimentos e catarse
emocional; que podem ser família, trabalho, viagem, amigos, entre outras
possibilidades. Durante a realização da atividade, observaremos as emoções e
sentimentos expostos durante a construção de seus tesouros. Para esta atividade,
utilizaremos referências da arteterapia, com a finalidade de contribuir para a
percepção de sentimentos, que podem ser expressos através de desenhos e
pinturas. Segundo Reis (2014, apud CIORNAI 1995, p. 6), embora possa ser
desenvolvida a partir de diversos referenciais teóricos, a arteterapia se define em
todos eles por um objetivo em comum: o uso da arte como meio à expressão da
subjetividade do indivíduo. Sua noção central é que a linguagem artística reflete
nossas experiências interiores, nos proporcionando uma ampliação da consciência
acerca dos fenômenos subjetivos.
No terceiro encontro retomaremos o motivo da construção dos tesouros; será
debatido em uma roda de conversa alguns temas: Até que ponto meus tesouros dão
sustentação para me equilibrar na vida e no trabalho? Desejamos que as
trabalhadoras percebem que seus tesouros lhes dão força e também incentivo e que
assimilem a importância de momentos de reflexão; sobre a vida e o trabalho. O
segundo assunto será: Quais as minhas necessidades para dar conta do trabalho da
melhor forma possível? Conforme as respostas, procuraremos extrair a
compreensão que essas funcionárias têm das dificuldades e desafios encontrados
no ambiente de trabalho. Esses fatores relacionados ao trabalho, que dificultam a
realização do mesmo, podem ser definidos como componentes dos sofrimentos
insuspeitos, segundo Dejours (1993), essas angustias, estão associados a fatores
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históricos, laborativos e àqueles favoráveis ou não a vida do trabalhador, seja


relacionado à própria vida humana ou ao trabalho. (RODRIGUES et al, 2006)
Através dessas atividades, pretendemos que as vendedoras possam nomear
e pensar em alternativas para as questões que são incômodas para elas. Para que
num processo gradual de busca de soluções favoráveis para os problemas que lhes
causam sofrimento, caracterize-se que este possa ser então nomeado, segundo
Dejours, como sofrimento criativo.
No quarto encontro realizaremos a dinâmica “Comunicação Não Violenta”.
Com essa dinâmica esperamos trabalhar o discernimento entre observação e
avaliação, através da identificação de dez afirmativas que serão apresentadas, para
serem classificadas em: observação ou julgamento. Por exemplo, na frase: “Ontem
João estava com raiva de mim sem nenhum motivo”. Neste exemplo, “sem nenhum
motivo” é uma avaliação, assim como inferir os sentimentos de João.
(ROSEMBERG, 2006)
A Comunicação Não-Violenta, segundo Marshall Rosenberg (2006), baseia-se
em linguagem e comunicação, auxiliando a reformular a maneira pela qual nos
expressamos e ouvimos uns aos outros. É uma forma de estar no mundo, menos
defensivo ou crítico, notando a realidade mais consciente do que estamos
percebendo, sentindo e desejando. Ela compreende quatro pressupostos básicos:
observação (o que está de fato acontecendo), sentimentos (como sentimos a ação
que está sendo observada), necessidades (quais necessidades estão ligadas aos
sentimentos) e pedido (expressar de forma clara e honesta o que precisamos do
outro). Assim como conseguir receber esses elementos na comunicação das outras
pessoas. Em seu livro, Comunicação Não-Violenta: técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e profissionais, quando Rosenberg aborda sobre os
sentimentos, traz as considerações de Rollo May:

O psicanalista Rollo May afirma que a pessoa madura se torna capaz de


diferenciar sentimentos em muitas nuanças: algumas são fortes e
apaixonadas, ao passo que outras são delicadas e sensíveis, tal qual os
diferentes trechos de uma sinfonia. Entretanto, para muitos de nós, os
sentimentos são, mas palavras de May, “limitados como às notas de um
toque de clarim”. (ROSENBERG, 2006, p. 63)

Esperamos que essa dinâmica contribua, no sentido de, propiciar às


funcionárias à autoanálise e a compreensão de que, possivelmente, as pessoas têm
dificuldade em identificar a diferença entre julgamento e observação. Que elas
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consigam perceber que muitas vezes o que se ouve é interpretado de forma


equivocada, e que isso provoca sentimentos controversos, que quando não são
explicitados de forma clara, trazem desconforto interno e pessoal.
No quinto e último encontro, faremos a finalização das intervenções. A partir
da proposta de construção dos tesouros, realizaremos a devolutiva dessa
construção, criaremos para cada uma das vendedoras uma caixa-presente.
Pesquisaremos e coletaremos fotos postada nas redes sociais de cada uma, a
representação visual dos tesouros mencionados por elas (fotos de momentos com a
família, amigos e lazer), e elaboraremos da caixa com essas fotos, além de outros
elementos que representem os seus tesouros. Incluiremos também afirmativas de
empoderamento pessoal e feminino, e uma agenda como lembrança de
agradecimento pela participação, juntamente com alguns doces.
Quando cada vendedora receber sua caixa-presente, após identificar o
conteúdo, pediremos que relate um pouco sobre sentimentos despertados ao
visualizar os registros fotográficos, e as memórias resgatadas por meio da produção
dos tesouros individuais. Com essa proposta, ao abordarmos a vida pessoal das
trabalhadoras e sua trajetória individual, a construção de relações pessoais e
interpessoais, desejamos incitar a reflexão; como um conteúdo é possível de ser
olhado, compreendido e considerando como um instrumento de empoderamento da
pessoa do profissional.
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10. REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos


humanos nas organizações. 3.ed.- Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CLOT et al. Trabalho e poder de agir. 1. Ed. - Belo Horizonte: Fabrefactum, 2010.
ROSENBERG, Marshall B. Comunicação Não-Violenta: técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e profissionais. [tradução Mário Vilela]. São Paulo:
Ágora, 2006.
ZANELLI, José Carlos. O psicólogo nas organizações de trabalho. Porto Alegre:
Artmed, 2009.
AZEREDO, Tiago. O processo de comunicação dentro da empresa: importância
da comunicação como ferramenta estratégica para o crescimento
organizacional. 2011. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/o-
processo-de-comunicacao-dentro-da-empresa.>. Acesso em: abril 2020.
CRUZ, Jaíza Pollyana Dias da; ABADE, Flávia Lemos. Intervenção Psicossocial
com oficinas em dinâmica de grupo: reflexões sobre o fazer com grupos de
crianças e adolescentes. Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicologia
Social. Maceió: 2009. Disponível em: <http://abrapso.org.br/siteprincipal/images
/Anais_XVENABRAPSO/256.%20interven%C7%C3o%20psicossocial%20com%20of
icinas%20em%20din%C2mica%20de%20grupo.pdf>. Acesso em: abril de 2020.

CFP. Conselho Federal de Psicologia; Código de Ética Profissional do Psicólogo,


Brasília, agosto de 2005. Disponível em:<https://site.cfp.org.br/wpcontent/
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MAGNUS, Claudia de Medeiros; MERLO, Álvaro Roberto Crespo. Clínica
Psicodinâmica do Trabalho: a construção de um coletivo no real da pesquisa
Rev. Polis Psique vol.5 no.3 Porto Alegre dez. 2015. Disponível em: <http://pepsic.
bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2015000200011> Acesso
em: abril 2020.
MERLO, et al. Atenção ao sofrimento e ao adoecimento psíquico do trabalhador
e da trabalhadora: cartilha para profissionais do Sistema Único de Saúde -
SUS/org. Porto Alegre: Evangraf, 2014. Disponível em: <http://www.portalde
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Saudáveis: Não Há Riqueza nos Negócios Sem a Saúde dos Trabalhadores,
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RODRIGUES, Patrícia Ferreira; ALVARO, Alex Leandro Teixeira; RONDINA,


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de Psicologia, v. 4, n. 7, 2006. Disponível em:<http://faef.revista.inf.br/imagens_
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