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In:
Pesquisa em educação: métodos e epistemologia. Chapecó: Argos 2007. pp.155-164.
CAPÍTULO VIII
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Como resultado desse processo de explicação se apresentam valiosos argumentos contra a pretendida
neutralidade dos métodos e das teorias científicas, contra as teses que defendem a separação entre os valores e
a ciência e contra a chamada “neutralidade axiológica” que justifica qualquer falta de compromisso do
pesquisador com a problemática que ele estuda.
Nesse sentido podemos deduzir que se a historiografia, entendida como crítica
epistemológica, na medida em que recupera os pressupostos gnosiológicos e ontológicos,
se torna também crítica ideológica, como foi sugerido anteriormente.
Para desenvolver a crítica epistemológica e ideológica, como uma função da
historiografia da educação, podemos indagar em toda investigação em educação sobre suas
formas de abordar a temporalidade e a historicidade do objeto. Portanto, é pertinente
perguntar sobre as concepções de tempo e história que são utilizadas na pesquisa
educacional, dada o caráter histórico-social dos fenômenos educativos.
22.
Segundo Viet, 1973, um setor da investigação fenomenológica está fortemente influenciado pelo
estruturalismo.
gerais: ciências nomotéticas) se identificam na preocupação sincrônica, as duas deixam
elucidar essa maneira de abordar o tempo (chrónos).
A preocupação sincrônica, que aparece na articulação dos documentos
em um universo de fatos estruturados, se elucida nas ciências do espírito
no processo de seleção factual pela compreensão, porém sem a
preocupação pela elaboração de leis gerais do acontecer histórico, se
integra no âmbito da preocupação da ciência empírico-analítica: na
preocupação por uma descrição da realidade estruturada, assumindo a
mesma postura teórica. (HABERMAS, 1983, p.302).