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28/02/2021

PROCESSO DE CONHECIMENTO CÍVEL


Prof. João Paulo K. Forster © 2021

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Apresentação Pessoal Aula de hoje

 Prof. Dr. João Paulo K. Forster


APRESENTAÇÃO DO
PLANO DE ENSINO
 joao_forster@uniritter.edu.br Disponível no Blackboard
(Material de Aulas -> Plano de ensino)
 /professorForster/
 @prof.joaopauloforster

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Metodologia Formato das Avaliações


Aulas expositivas, com participação ativa dos alunos. N1 – A1+A2
Leitura de textos e de artigos especializados. Análise
de casos. Utilização de metodologias ativas.
N2 – APS+A3

Ver contrato pedagógico

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Datas das Avaliações Valor das Provas


A N1 (40%) consiste de duas notas: Pontos Extras
Prova objetiva – 28/abril
Audiência – 05/maio Não teremos pontos extras!
A N2 (60%) consiste de duas notas:
APS – entrega via Blackboard
A2.1 2/junho (dissertativa)
A2.2 9/junho (objetiva)
SUBS da Prova Final: 23/junho
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Valor das Provas


Pontos Extras

Não teremos pontos extras! Mas...

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Atividades Discentes Atividades Discentes


 Realização de duas fichas de leitura a partir
de artigos disponíveis na pasta específica no

ZERO
Blackboard. Estarão à disposição do aluno três
artigos, dos quais ele escolherá dois para
elaborar ficha de leitura.

 Qual o valor das fichas de leitura?

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Atividades Discentes

 Por que fazê-las?

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Atividades Discentes

Discussões coletivas em sala de aula. Trabalhos


em grupo. Leituras dirigidas. Realização de
trabalhos para entrega. Apresentação de
trabalhos perante o grupo. Execução de
atividades propostas pelo professor no ambiente
Blackboard.

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Bibliografia Bibliografia
 ABELHA, Marcelo. Manual de Direito Processual  Bibliografia Complementar
Civil, 6ª edição. Forense, 04/2016.  DALL'ALBA, Felipe Camilo; FORSTER, João Paulo
 BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito Kulczynski (Coord.). Primeiras linhas de direito
processual civil: volume único, 2ª edição.. Saraiva, processual civil. Porto Alegre: Livraria do
2/2016. Advogado, 2017. Volume 2. ISBN 978-85-69538-
 MONTANS D., Renato. Manual de direito processual 78-3.
civil, 1ª edição. Saraiva, 8/2015.
 ESTES LIVROS ESTÃO DISPONÍVEIS NA BIBLIOTECA
ONLINE DE VOCÊS, VIA PORTAL DO ALUNO!!!

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Bibliografia Questões fundamentais


 DIDIER JUNIOR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno;
OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de direito
processual civil: teoria da prova, direito probatório, Como estudar para este (e outros)
decisão, precedente, coisa julgada e tutela semestre(s)?
provisória. 11. ed. Salvador: JusPodivm, 2016. v.2 ISBN
978-85-442-0663-8.
 DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de direito processual O que é um método de estudo?
civil: introdução ao direito processual civil, parte geral
e processo do conhecimento. 18. ed. Salvador:
JusPodivm, 2016. v.1 ISBN 978-85-442-0660-7.

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Questões fundamentais Questões fundamentais


Como vocês estão estudando???
Qual o meu objetivo com o curso de
Direito?

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Questões fundamentais Questões fundamentais


 Há vários livros sobre métodos de estudo!

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Questões fundamentais Questões fundamentais

O que são esses ícones? O que são esses dois ícones?

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E então... Apresentação da Disciplina


 The life of the law has not been
logic; it has been experience.

 A vida do direito não foi lógica;


 DÚVIDAS? foi experiência.
 Oliver Wendell Holmes, The Common Law. Boston: Little
Brown, and Co., 1881, I.

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Apresentação da Disciplina 1. Conceitos fundamentais


The prophecies of what the courts will  Resgate de conceitos de Teoria Constitucional
do in fact, and nothing more pretentious, do Processo
are what I mean by the law.
As profecias do que os tribunais farão Minute paper – escolha um direito fundamental

de fato, e nada mais pretensioso, é o processual e identifique suas características
que eu quero dizer quando falo de
elementares
direito.
 Oliver Wendell Holmes, The Path of the Law, Harvard Law
Review, no. 10, p. 457, 1897.

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1. Conceitos fundamentais 1. Conceitos fundamentais

O que precisamos lembrar? Qual a estrutura do Poder


Judiciário brasileiro?

Elaboração de um processo estruturado a partir da


Constituição

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II - COMPETÊNCIA 1. Conceitos fundamentais

Qual a legislação utilizada?

Lei 13.105/2015 – Código de Processo Civil

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Lei 13.105/2015 Lei 13.105/2015


PARTE GERAL LIVRO III
LIVRO I DOS SUJEITOS DO PROCESSO
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS Arts. 70-187
Arts. 1º - 15 LIVRO IV
LIVRO II DOS ATOS PROCESSUAIS
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL Arts. 188 - 293
Arts. 16 - 69

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Lei 13.105/2015 Lei 13.105/2015


LIVRO V PARTE ESPECIAL
DA TUTELA PROVISÓRIA
Arts. 294 - 311 LIVRO I
LIVRO VI DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO
DA FORMAÇÃO, DA SUSPENSÃO E DA CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
EXTINÇÃO DO PROCESSO Arts. 318 - 770
Arts. 312-317

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Lei 13.105/2015 Lei 13.105/2015

LIVRO II LIVRO III


DO PROCESSO DE EXECUÇÃO DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS
Arts. 771 – 925 MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES
JUDICIAIS
Arts. 926 - 1044

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Lei 13.105/2015 1. Conceitos fundamentais


Qual a diferença entre processo e
LIVRO COMPLEMENTAR procedimento?
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Arts. 1045 – 1072 O que é o procedimento comum?

Fases do procedimento comum: postulatória;


saneamento; instrução; decisória; recursal;
liquidação; cumprimento.
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1. Conceitos fundamentais 2. Direitos Fundamentais Processuais

O que não é o procedimento comum? Importante lembrar: desde a petição inicial, a


observância dos direitos fundamentais processuais
Ver Título III do CPC/15 são relevantes!

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2.1 DF ao Processo Justo 2.1 DF ao Processo Justo

Fundamento Constitucional - Tem como fundamento o


art. 5º, LIV, da CF88, ao afirmar que “ninguém será
privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal”; busca assegurar um modelo mínimo de
garantias aos participantes em processos judiciais

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2.1 DF ao Processo Justo 2.2 DF ao Contraditório


 O DF ao contraditório revela-se como o
princípio diretor do processo.
 É composto de informação e possibilidade de
reação (fraco), devidamente considerados pelo
juiz (forte).

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2.3 DF de Acesso à Justiça 2.4 DF à Prova


Previsão Constitucional - Previsto constitucionalmente no Art. Direito fundamental à prova

5o, XXXV, sendo conhecido como direito fundamental de acesso
ajustiça  Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as

Atinge direitos coletivos - Atinge não só os direitos individuais, provas obtidas por meios ilícitos.
mas hoje os direitos coletivos, como do consumidor e ambiental
Direito à adequação do procedimento ao Direito Material - E
não encampa somente o direito de acesso à jurisdição, mas a  Consagração de todas as provas por meios
criação de meios hábeis à realização do direito, pois acesso lícitos enquanto direito fundamental processual
sem resolução do conflito não gera resultado, como mandado
de segurança, habeas data, habeas corpus, etc

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2.5 DF ao Juiz Natural 2.6 DF à Publicidade

Conceito - Juiz natural é juiz competente, autônomo, imparcial e Fundamentos Constitucionais - Direito fundamental à publicidade –
escolhido aleatoriamente e não se pode pensar em processo justo sem Art. 93, incisos IX e X CF, estabelece que, via de regra, todos os
esses elementos julgamentos do Poder Judiciário são públicos, sob pena de nulidade

Valores assegurados também pelo CPC - O CPC concede às partes Publicidade - A publicidade não diz somente com o ato ser público,
outra série de garantias que visam a imparcialidade, tais como as acessível aos cidadãos, mas também de informar a todo e qualquer
normas que regulam impedimento e suspeição, bem como a vedação cidadão, não só àquele que na audiência ou sessão esteve presente,
de instauração de processo de ofício através de publicações oficiais

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2.7 DF à Motivação 2.8 DF à Duração Razoável

Fundamento Constitucional - Direito fundamental à motivação – Art. Fundamento Constitucional - Tem fundamento no art. 5º, LXXVIII,
93, IX, CF, impõe que o pronunciamento dos órgãos do Poder CF88 e impõe que a tutela jurisdicional deve ser tempestiva, pois
Judiciário devem ser motivados justiça que vem tarde é, ai fim e ao cabo, injustiça
Livre convencimento motivado - Assim, portanto, todas as suas
decisões devem apontar as escolhas que envolveram a Sem dilações - Processo com duração razoável é processo sem
individualização da norma aplicada, o suporte fático, consequências dilação indevidas, entregando à parte uma tutela célere e efetiva
jurídicas decorrente do fato, o contexto em que se deu essa
compreensão
Ações complexas - A aferição da razoabilidade de duração do
Compreensão da norma aplicada - Na motivação a parte tem o
processo reclama atenção para a complexidade da causa, para o
direito de, através da sua leitura, compreender todos os elementos
comportamento das partes e para o comportamento das autoridades
usados pelo magistrado para tomada da sua decisão
judiciais
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Atividade Vamos começar?

Elabore uma situação-problema na qual se


verifique a violação de um direito fundamental
processual – em duplas, 3 minutos

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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial


1. Considerações iniciais 1. Considerações iniciais

Relevância do momento da propositura: determina-se a distribuição  Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo
(art. 284), determina perpetuação da competência (art. 43), disposição em contrário deste Código ou de lei.
prevenção do juízo (art. 59) e interrompe a prescrição (art. 240).  Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente
Esse ato, a demanda, é o primeiro ato do processo, encontrando sua aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
“concretização na petição inicial, que é o instrumento pelo qual o autor  A tutela pode ser prestada pelo procedimento comum ou pelos 14
propõe a ação” (Marinoni/Arenhart/Mitidiero) procedimentos diferenciados (ou especiais)

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3. Petição Inicial
2. Requisitos da petição inicial
Constam do arts. 319 e 320 do CPC/15:
I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a
existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do
réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com
as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o
2. Requisitos da autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a
opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou
petição inicial de mediação.

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3. Petição Inicial
O que é a causa de pedir?
Trata-se de uma unidade fático-jurídica denotada por um fato
essencial juridicamente qualificado
Fatos essenciais – são os fatos constitutivos (autor) e impeditivos,
modificativos e extintivos (réu) do direito

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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial

 Como pode ser estruturada a parte fática?

 “Advogados são contadores de histórias (...). (...) A verdade de uma  Assim como as histórias de ficção, as narrativas jurídicas já se
história está na forma como ela é contada. Do mesmo modo, a forma acabaram antes de começarem e, “especialmente no Direito, são
de uma história é inseparável de seu conteúdo; as duas são escritas para justificar um desfecho predeterminado ou desejado.”
indissociáveis.”

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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial

 Termos e Conceitos Básicos  Termos e Conceitos Básicos


 1. O que é uma trama? Quando a história começa, o leitor já deve
saber de que tipo de história se trata  “O rei morreu e então a rainha morreu” é uma simples constatação
 2. Profluência narrativa e causalidade – a profluência é um movimento cronológica.
propositadamente para frente na trama de uma história.  Afirmar que o “rei morreu e então a rainha morreu de tristeza”

apresenta uma conexão profunda entre os eventos além do simples


aspecto cronológico.

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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial

 Termos e Conceitos Básicos O que é a causa de pedir?


Atenção aos requisitos aplicáveis às partes do art. 489, §1º
 § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
 3. Lógica – “A trama faz com que toda a história seja maior que a ou acórdão, que:
soma de suas partes, fornecendo uma trajetória e apresentando uma  I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
razão para ser contada.”  II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
 III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
 IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
 V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
 VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial


Situação Teoria da Substanciação
Hipótese Jurídica "vige no sistema processual brasileiro o sistema da substanciação, pelo
Normativa ativa qual os fatos narrados influem na delimitação objetiva da demanda e
(autor, d. consequentemente da sentença (art. 128) mas os fundamentos jurídicos
subjetivo) não. Tratando-se de elemento puramente jurídico e nada tendo de
Relação Jur.
Fato Jur. Pedido
(Causa de
Substancial
(efeito
concreto relativamente ao conflito e à demanda, a invocação dos
pedir
deduzida
jurídico fundamentos jurídicos na petição inicial não passa de mera proposta
(causa de ou sugestão endereçada ao Juiz, ao qual compete fazer depois os
remota) pretendido)
pedir próxima) enquadramentos adequados para o que levará em conta a narrativa
Situação de fatos contida na petição inicial, a prova realizada e sua própria
Jurídica cultura jurídica, podendo inclusive dar aos fatos narrados e provados
Fato ou passiva
Conjunto uma qualificação jurídica diferente daquela que o demandante
(réu, dever
de fatos jurídico)
sustentara (narra mihi factum dabo tibi jus)". Cândido Rangel
Dinamarco.
Fredie Didier Jr.

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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial


O que é o pedido?  IV - o pedido com as suas especificações;
O autor postula a aplicação de uma técnica processual que permita a  Exame dos arts. 322 e seguintes, CPC/15
tutela do direito. Esse pedido pode ser declaratório, constitutivo,
condenatório, mandamental e executivo.
No que consistem esses pedidos?

Pedido imediato (a tutela pleiteada, p. ex., condenação) x Pedido


mediato (o bem pretendido, p. ex., indenização)

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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial


 IV - o pedido com as suas especificações;  IV - o pedido com as suas especificações;
 Exame dos arts. 322 e seguintes, CPC/15  Exame dos arts. 322 e seguintes, CPC/15

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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial


 Requisitos de admissibilidade da cumulação de pedidos O pedido deve ser certo (art. 322, refere o pedido mediato – o que se
(327) pretende, admitidos pedidos implícitos – art. 322, §1º e 323).
 Compatibilidade de pedidos – No caso de cumulação subsidiária, Deve ser igualmente determinado (art. 324), ou seja, qual o alcance
sucessiva ou eventual, eles podem não ser compatíveis. Mas no caso da
pretendido pelo pedido formulado pelo autor
cumulação de demandas, têm de haver compatibilidade
 Competência – A competência material ou funcional é improrrogável e
Os pedidos podem ser fixos (apenas ‘um’ pedido) ou alternativos (art.
afasta a possibilidade de cumulação de pedidos. Mas se for competência 325, vinculado à obrigação alternativa).
relativa (de foro ou valor da causa), poderá ocorrer a cumulação e a Os pedidos podem, ainda, ser cumulados. Essa cumulação pode ser
prorrogação da competência
simples (art. 327 – quando se pleiteia danos morais e materiais na
 Adequação procedimental - Não se pode cumular processos que têm
procedimentos legalmente previstos de forma diferentes, salvo quando não
mesma demanda) ou eventual (cumulação sucessiva ou cumulação
houver prejuízo, cf. art. 327, §2º alternativa)

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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial


Na cumulação sucessiva de pedidos, o reconhecimento do primeiro
pedido é pressuposto lógico para o conhecimento e provimento do Alteração da causa de pedir ou do pedido – é possível?
segundo (ex: investigação de paternidade cumulada com alimentos).
Na cumulação alternativa (art. 326), o julgador só apreciará o Art 329, CPC/15
segundo pedido se o primeiro não for acolhido (ex: entrega de um
carro novo ou a devolução do valor pago acrescido de juros e
correção).

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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial


 V - o valor da causa;  IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o
valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido;
 Exame do art. 292, CPC:
 V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral,
 O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: o valor pretendido;
 I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do  VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia
principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, correspondente à soma dos valores de todos eles;
até a data de propositura da ação;  VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior
 II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a valor;
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor  VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do
do ato ou o de sua parte controvertida; pedido principal.
 III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais  § 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas,
pedidas pelo autor; considerar-se-á o valor de umas e outras.
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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial


 § 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma  VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos
prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado fatos alegados
ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior,
será igual à soma das prestações.
 § 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da  Requerimento de produção de provas
causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo
patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido
pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das
custas correspondentes.
 Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da
contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de
preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a
complementação das custas.
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 VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de Juntada de documentos indispensáveis com a inicial 320, CPC
conciliação ou de mediação.
 O autor também deve optar pela realização ou não de audiência Quais são?
de conciliação ou de mediação (art. 319, VII).
a) Procuração – 104, CPC
 Enunciado 61 ENFAM – “Somente a recusa expressa de ambas as
b) Documentos substanciais (prova da substância do ato, 406, CPC)
partes impedirá a realização da audiência de conciliação ou
mediação prevista no art. 334 do CPC/2015, não sendo a c) Documentos fundamentais (relacionados à causa de pedir – 434,
manifestação de desinteresse externada por uma das partes CPC)
justificativa para afastar a multa de que trata o art. 334, § 8º.”

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3. Petição Inicial 3. Petição Inicial


DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE 3. Inépcia e emenda da inicial
CONHECIMENTO CONDENATÓRIA. MANUTENÇÃO DA IMPROCEDÊNCIA DO
PEDIDO. A juntada de documentos deve se dar com a inicial (art. 320 CPC/15)
ou com a contestação (art. 335 do CPC/15), sendo admitida
a juntada posterior somente se configurada alguma das hipóteses previstas no Art. 321, CPC/15
artigo 435 do CPC/15, o que inocorre. Verificando-se que a nota fiscal que
embasa este feito não contém a assinatura do recebedor das mercadorias nela
descritas, tampouco há prova concreta no sentido de que elas foram O que acarreta o indeferimento da inicial?
efetivamente entregues ou comercializadas com a recorrida, ônus que incumbia à
autora provar (art. 373, I, do CPC/15), a manutenção da sentença que julgou Quando ele ocorre? – Art. 330, CPC/15
improcedente o pedido é medida que se impõe. Prequestionados os dispositivos
legais informados pela apelante. Apelação desprovida. (Apelação Cível Nº
70071525695, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Voltaire de Lima Moraes, Julgado em 23/03/2017)

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Atividade Atividade

Mervaldo foi atropelado por um caminhão de lixo da Erundina tem 18 anos e é filha de Mijardina e de pai
Prefeitura de Canoas/RS. Na ocasião, o sinal estava desconhecido. A partir de retratos encontrados em sua
fechado e ele transitava sobre a faixa de segurança. O casa e de uma busca no Google, suspeita que Aristófanes
motorista fugiu do local. Mervaldo necessitou realizar seja seu pai. Assim, ajuíza ação de investigação de
cirurgia para reparar sua perna, ficando com uma enorme paternidade contra dele, cumulada com pedido de
cicatriz, precisando de acompanhamento psicológico que já alimentos. Redija os requerimentos e pedido (completo)
foi concluído. Realizou tudo através de médicos dessa demanda.
particulares. Irresignado, Mervaldo interpôs demanda em
face do Município de Canoas/RS. Redija os requerimentos
e pedido (completo) dessa demanda.
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4. Pronunciamento Judicial Inicial 4. Pronunciamento Dica:


Judicial Inicial
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1. Introdução 1. Introdução

Espécies de pronunciamento judicial – breve Espécies de pronunciamento judicial – breve


introdução – art. 203, CPC/15 introdução – art. 203, CPC/15

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4. Pronunciamento Judicial Inicial 4. Pronunciamento Judicial Inicial

2. Pronunciamentos 2. Pronunciamentos

2.1 Determinar emenda (art. 321, CPC) 2.3 Improcedência liminar (art. 332, CPC)
Restrito às demandas que dispensem fase instrutória e se enquadrem nas
hipóteses legais
2.2 Indeferir inicial (arts. 330/331, CPC)
Há lesão ao contraditório para o réu? E para o autor?

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4. Pronunciamento Judicial Inicial 4. Pronunciamento Judicial Inicial

2. Pronunciamentos 3. Citação

2.4 Exame de pedido de tutela de urgência Que tipo de decisão é esta?


V. art. 300, CPC
Tutelas de natureza antecipatória x cautelar Arts. 238 e seguintes, CPC/15
Angularização da relação processual
Há lesão ao contraditório para o réu no caso de deferimento da É requisito de validade do processo: art. 239, CPC
medida? Comparecimento espontâneo (239, §1º e o princípio da
instrumentalidade de formas – art. 188, CPC)

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4. Pronunciamento Judicial Inicial 4. Pronunciamento Judicial Inicial

4. Audiência de Conciliação ou Sessão de Mediação 4. Audiência de Conciliação ou Sessão de Mediação


V. art. 165 e seguintes, CPC
Fundamentos: art. 3º, §§2º e 3º, CPC. Princípios da mediação (art. 166, CPC):
Imparcialidade; isonomia; oralidade; informalidade;
Art. 6º, CPC autonomia da vontade; busca do consenso; confidencialidade;
boa-fé

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4. Pronunciamento Judicial Inicial 4. Pronunciamento Judicial Inicial

4. Audiência de Conciliação ou Sessão de Mediação  Ano: 2018 Banca: FUNRIO Órgão: AL-RR Prova: Procurador
 De acordo com o Código de Processo Civil, considera-se proposta a ação,
quando a petição inicial for protocolada. Então, é CORRETO afirmar que:
Exame do art. 334, CPC  a) o autor poderá instruir a petição inicial com os documentos
indispensáveis à propositura da ação.
Dinâmica da audiência e objetivos
 b) caso não disponha das informações do réu, o autor poderá, na petição
inicial, requerer ao juiz diligências necessárias à sua obtenção.
 c) em qualquer hipótese, a petição inicial será indeferida, quando o
pedido for indeterminado.
 d) indeferida a petição inicial, o autor poderá apresentar agravo de
instrumento contra sentença proferida e o juiz não poderá se retratar.

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5. Atitudes do Réu 5. Atitudes do Réu


1. Introdução – Manifestações do réu 2. Forma de contagem dos prazos

O réu pode: Art. 219, CPC


a) Contestar;
b) Reconvir; Prazo para contestar: art. 335, CPC/15 (variável!)
c) Não se manifestar (revelia); V. arts: 180, 183, 186, 229
d) Reconhecer o pedido formulado pelo autor (487, III, CPC/15) Vide Súmula 641, STF

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5. Atitudes do Réu 5. Atitudes do Réu


3. Contestação – art. 335 e seguintes, CPC/15 3. Contestação – art. 335 e seguintes, CPC/15
Requisitos:
O CPC/15 aumentou o número de questões que podem ser a) Endereçamento ao juízo;
enfrentadas na contestação, privilegiando a duração razoável do b) Nome e prenome, demais dados já constaram da inicial;
processo e reunindo em uma única peça diversas questões antes
c) Exposição das razões de fato e de direito impugnando o direito do
tratadas em separado.
autor;
d) Requerer improcedência da ação (não faz pedido como na inicial,
Prazo para contestar: art. 335, CPC/15 (variável!) ele não age, reage);
e) Requerimento de produção de provas;
f) Documentos indispensáveis (434, CPC).

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5. Atitudes do Réu 5. Atitudes do Réu


4. Características da contestação As questões elencadas no art. 337 são questões preliminares e devem
A contestação é uma defesa total (art. 336), formal (art. 337) e ser as primeiras a serem arguidas na defesa, pois impedem o exame
especificada (art. 341). de qualquer questão posterior a ela relacionada.

Quanto à defesa total, cabe ao réu alegar toda a matéria, seja de Elas podem ser conhecidas de ofício pelo juiz? Há alguma exceção?
ordem processual ou material, que lhe sirva como defesa contestação,
não deixando essa possibilidade para momento anterior. Trata-se,
aqui, da vigência do princípio da eventualidade – ônus de arguição
conjunta. Limite: coerência da defesa – excessos podem revelar abuso
de direito

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5. Atitudes do Réu 5. Atitudes do Réu


5. Espécies de defesas
Teoria da tríplice identidade (partes, causa de pedir e O que são defesas processuais?
pedido) São aquelas em que se discute a respeito dos pressupostos processuais e
de todos os requisitos necessários para a prestação de tutela jurisdicional
x
(incompetência, litispendência, ilegitimidade, ausência de interesse
Teoria da identidade da relação jurídica processual, dentre outros). São apresentadas, se existentes, por
(dispensa os tria eadem) primeiro na contestação
Elas podem ser dilatórias ou peremptórias. Mas as dilatórias podem ser
tornar peremptórias, se dependerem de atitude do autor não
desempenhada por este.

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5. Atitudes do Réu 5. Atitudes do Réu


O que são defesas materiais?
Deverá, ainda, deduzir pedido de produção probatória, tal qual o
Dizem respeito ao próprio mérito da causa. autor. Havendo prova documental a ser juntada, este o momento (art.
434), ressalvados documentos novos; existentes, mas que se tornaram
As diretas atacam os próprios fatos constitutivos do direito do autor
conhecidos a posteriori; e para contraposição de tese ou documento
(não existe contrato, não há responsabilidade, não furei o sinal etc).
apresentado.
As indiretas são fatos impeditivos (ex: 476, CC), modificativos (ex:
parcelamento da dívida) ou extintivos (ex. pagamento) do direito do
autor.

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5. Atitudes do Réu 5. Atitudes do Réu


A alegação posterior está condicionada a algumas situações Alegação de ilegitimidade passiva – necessidade de indicar o
legalmente previstas: verdadeiro réu
 Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas
alegações quando: Arts. 338/339, CPC/15
 I - relativas a direito ou a fato superveniente;
 II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
 III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em
qualquer tempo e grau de jurisdição.

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5. Atitudes do Réu 5. Atitudes do Réu

Ônus da impugnação específica – art. 341, CPC/15 Exame de contestação – requisitos e estrutura

A quem ou em que situações não se aplica?

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Questões Questões
 Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: TJ-SC Prova: FGV - 2018 -  Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Prova: FGV - 2018 - MPE-RJ - Estágio
TJ-SC - Oficial de Justiça e Avaliador Forense
O Ministério Público, pelo Promotor de Justiça com atribuição, ajuizou uma demanda
 Citado em uma ação de cobrança, o réu admitiu, em sua 

cível em face de uma empresa particular e do Estado do Rio de Janeiro, em


contestação, a existência do débito, alegando, porém, ter litisconsórcio passivo.
realizado o seu pagamento no tempo e modo devidos.  Sabendo-se que os autos são eletrônicos e que cada réu tem o seu próprio
 Esse argumento constitui: procurador, de escritórios distintos, é correto afirmar que o prazo da empresa
 A) uma questão preliminar; particular para oferecer eventual contestação será de:
 A) 30 dias úteis, uma vez que há litisconsórcio passivo com procuradores distintos e
 B) uma questão prejudicial; o prazo é processual;
 C) uma defesa direta de mérito;  B) 15 dias úteis, uma vez que os autos são eletrônicos e o prazo é processual;
C) 15 dias corridos, uma vez que os autos são eletrônicos e o prazo é material;
 D) uma defesa indireta de mérito; 

 D) 30 dias corridos, uma vez que há litisconsórcio passivo com procuradores distintos
 E) um reconhecimento de procedência do pedido. e o prazo é material;
 E) 60 dias úteis, uma vez que há litisconsórcio passivo com procuradores distintos e o
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Questões Questões
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: TJ-SC Prova: FGV - 2018 - TJ-SC - Técnico

Judiciário Auxiliar  Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: AL-GO Prova: IADES -
 Citado regularmente, o réu ofereceu contestação no quinto dia do prazo de 2019 - AL-GO - Procurador
que dispunha para tanto. Mas, depois de protocolizada a sua peça de
bloqueio, lembrou-se ele de outra tese defensiva que lhe seria aproveitável,  São alegadas na preliminar da contestação, mas não
não suscitada em sua contestação e tampouco sendo cognoscível ex officio pelo
juiz. Assim, optou o demandado por ofertar nova contestação, o que fez no podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz, a
décimo segundo dia após o da juntada do mandado de citação.
 Nesse cenário, deve o juiz:  A) nulidade de citação e a incompetência absoluta.
 A) deixar de receber a segunda contestação, em razão da preclusão temporal;  B) convenção de arbitragem e a incompetência relativa.
B) deixar de receber a segunda contestação, em razão da preclusão lógica;

 C) deixar de receber a segunda contestação, em razão da preclusão


 C) litispendência e a perempção.
consumativa;  D) ausência de legitimidade ou de interesse processual.
 D) receber a segunda contestação, já que apresentada dentro do prazo legal;
 E) receber a segunda contestação, em homenagem às garantias da ampla
 E) perempção e a incorreção do valor da causa.
defesa e do contraditório.
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6. Outras Atitudes do Réu 6. Outras Atitudes do Réu


1. Reconvenção (art. 343) O réu pode reconvir, mas não o assistente simples.
No intuito de economia processual, pode o réu se valer do mesmo A reconvenção pode ser proposta contra autor e terceiro (§3º) e
processo para propor uma ação contra o autor, denominada proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro (§4º).
reconvenção.
Cabe ao réu formular o pedido desejado (qualquer seja) em face do Deve haver interesse de agir para o reconvinte, ou seja, o réu, para
autor. Ela pode se apresentar na própria contestação (art. 343). propor a reconvenção, tem de obter, através dela, algo que não
obteria pela simples solução do processo já em andamento
Em apenas reconvindo, sem contestar, será apresentada apenas a
reconvenção (§6º). Cuidar os recursos cabíveis!
Todos os pressupostos processuais devem igualmente estar presentes
(especialmente a competência).

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6. Outras Atitudes do Réu 6. Outras Atitudes do Réu


2. Revelia
A revelia é a contumácia do réu, ou seja, sua ausência na demanda.
Trata-se de presunção iuris tantum (e não jure et de jure)!
Consequência jurídica: 344, CPC/15 (efeito material da revelia) – é
possível que tal regra se revele excessivamente pesada em alguns
casos, quando, por razões socioeconômicas o réu deixa de comparecer.
Para operar, exige-se que conste da citação (art. 248, §3º, 250, II e
257, IV)

A demanda será julgada procedente em tal caso?

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6. Outras Atitudes do Réu 6. Outras Atitudes do Réu


Não se verificam os efeitos da revelia no caso do art. 345, CPC/15 Outros casos em que não há revelia:

345, I – em caso de litisconsórcio passivo unitário ou quando a defesa 1. Participação de curador especial (art. 72, CPC/15);
de um negar a integralidade dos fatos ocorridos 2. Contestação apresentada pelo assistente simples (art. 121, § único);
345, II – direitos indisponíveis 3. Réu que não contesta, mas apresenta reconvenção que desconstitui a
345, III – inicial desacompanhada de documento essencial à prova do demanda interposta
ato
345, IV – alegações inverossímeis

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6. Outras Atitudes do Réu 6. Outras Atitudes do Réu

1ª Consequência processual: julgamento imediato do pedido- art. 355, 2ª Consequência processual: prazos fluem da data de publicação do
CPC/15 ato decisório no diário oficial (art. 346) e não de sua intimação.

Pergunta-se: pode o juiz deixar de julgar de imediato e determinar


produção de provas?

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6. Outras Atitudes do Réu 6. Outras Atitudes do Réu


3. Reconhecimento Jurídico do Pedido
Depois de decretada a revelia, o réu pode vir
Exame de suas consequências (art. 487, III, ‘a’)
a participar no processo, se constituir
advogado?
Há diferença entre reconhecimento jurídico do pedido, revelia e
confissão?
P. ex., recorrer?

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Metodologia Ativa Questões


Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado -
XXII - Primeira Fase
João ajuizou ação indenizatória contra Maria, postulando a condenação ao pagamento de R$
Elabore um mapa mental relacionado às 100.000,00 a título de reparação por danos materiais e R$ 50.000,00 por indenização de
danos morais, em razão do descumprimento de um contrato firmado entre eles, referente à
compra e venda de dois imóveis, cujos valores eram R$ 500.000,00 e R$ 200.000,00. Maria,
atitudes do réu citada, apresentou contestação e reconvenção, pedindo a declaração de invalidade parcial do
contrato relativo ao imóvel de R$ 200.000,00, bem como a condenação de João ao
pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 20.000,00. Diante de tal
situação, assinale a opção que apresenta o valor da causa da reconvenção.
A) O valor deve ser o mesmo da ação principal, qual seja, R$ 150.000,00, por ser ação
acessória.
B) Não é necessário dar valor à causa na reconvenção.
C) O valor deve ser de R$ 220.000,00, referente à soma do pedido de declaração de
invalidade parcial do contrato e do pleito de indenização por danos morais.
D) O valor deve ser de R$ 200.000,00, referente ao pedido de declaração de invalidade
parcial do contrato, sendo o pleito de indenização por danos morais meramente estimado,
dispensando a indicação como valor da causa.

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Questões Questões
 Questão 53 74686  Prova: MPE-GO - 2016 - MPE-GO - Promotor de Justiça
 OAB XII 2013 Substituto
 A respeito da relação entre a reconvenção e a ação na qual ela foi Disciplina: Direito Processual Civil - Novo Código de Processo Civil
oferecida, assinale a afirmativa correta. - CPC 2015 Em relação a reconvenção no CPC/15, pode-se
 A) São ações autônomas e, por isso, a reconvenção não tem o seu afirmar que:
prosseguimento obstado pela desistência da ação primitiva.  A) Na reconvenção, o polo ativo deverá ser o réu, não sendo
 B) Em caso de extinção da demanda primitiva, sem resolução do mérito, a permitido incluir terceiro como reconvinte.
reconvenção não pode prosseguir, em razão da sua subordinação perante  B) A ação e a reconvenção necessariamente deverão ser julgadas
aquela. na mesma sentença para evitar decisões conflitantes.
 C) A reconvenção, por seu caráter acessório, não deve ser conhecida, no
caso de desistência da ação primitiva, mas terá prosseguimento nos outros  C) Na reconvenção, o reconvindo deverá ser o autor da ação, não
casos de extinção sem resolução de mérito. admitindo a existência de litisconsórcio deste com terceiro.
 D) Em razão da prejudicialidade existente entre elas, a ação primitiva  D) O réu poderá propor reconvenção independentemente do
deve ser julgada em momento anterior à reconvenção. oferecimento da contestação.
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7. Réplica, Prov. Prel. E Saneamento 7. Réplica, Prov. Prel. E Saneamento

1. Providências Preliminares 2. Réplica (350/351, CPC)

Art. 347, CPC Exame dos requisitos e momento da ocorrência


Especificação de provas (348/349, CPC); Prazo?

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7. Réplica, Prov. Prel. E Saneamento 7. Saneamento

3. Julgamento conforme o estado do processo: 4. Saneamento


Exame do Art. 357, CPC
Extinção do processo ou Julgamento imediato do mérito
(total/parcial) – 354/356, CPC. O dever de colaboração do juiz

Dica: Aqui estamos Dica: Há quem entenda que


antecipando o ponto 10 da existe um direito
nossa estrutura de aulas fundamental à cooperação
processual!

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7. Saneamento 7. Saneamento
Art. 6: a colaboração e os deveres do juiz Art. 6: a colaboração e os deveres do juiz

a) O dever de esclarecimento b) O dever de diálogo (ou de consulta)


Art. 139, VIII Debate de caráter democrático: diálogo ao
Art. 357, § 3º invés de monólogo (contraditório em qual
sentido?).
Art. 10, CPC/15

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7. Saneamento 7. Saneamento
Art. 6: a colaboração e os deveres do juiz Art. 6: a colaboração e os deveres do juiz

c) O dever de prevenção d) O dever de auxílio (adequação)


Evitar consequências desnecessárias e Art. 139, VI
indesejadas Art. 373, § 1º
Art. 321 – alertar sobre defeito na inicial
Art. 488 – julgar o mérito
139, IX
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7. Saneamento 7. Saneamento
Art. 6º. – Dever de gestão processual – CPC português
A colaboração exige a presença de um juiz
ativo 1 - Cumpre ao juiz, sem prejuízo do ónus de impulso especialmente
imposto pela lei às partes, dirigir ativamente o processo e providenciar
pelo seu andamento célere, promovendo oficiosamente as diligências
necessárias ao normal prosseguimento da ação, recusando o que for
Ativo ≠ Ativista impertinente ou meramente dilatório e, ouvidas as partes, adotando
mecanismos de simplificação e agilização processual que garantam a
justa composição do litígio em prazo razoável.

2 - O juiz providencia oficiosamente pelo suprimento da falta de


pressupostos processuais suscetíveis de sanação, determinando a
realização dos atos necessários à regularização da instância ou,
quando a sanação dependa de ato que deva ser praticado pelas
partes, convidando estas a praticá-lo.

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7. Saneamento 7. Saneamento
Art. 7º. – Princípio da cooperação – CPC português Art. 7º. – Princípio da cooperação – CPC português

1 - Na condução e intervenção no processo, devem os 3 - As pessoas referidas no número anterior são obrigadas a
magistrados, os mandatários judiciais e as próprias partes comparecer sempre que para isso forem notificadas e a
cooperar entre si, concorrendo para se obter, com brevidade e prestar os esclarecimentos que lhes forem pedidos, sem
eficácia, a justa composição do litígio. prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 417.º.

2 - O juiz pode, em qualquer altura do processo, ouvir as 4 - Sempre que alguma das partes alegue justificadamente
partes, seus representantes ou mandatários judiciais, dificuldade séria em obter documento ou informação que
convidando-os a fornecer os esclarecimentos sobre a matéria condicione o eficaz exercício de faculdade ou o cumprimento
de facto ou de direito que se afigurem pertinentes e dando-se de ónus ou dever processual, deve o juiz, sempre que possível,
conhecimento à outra parte dos resultados da diligência. providenciar pela remoção do obstáculo.

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7. Saneamento Questão
De acordo com a norma processual, sobre a Petição Inicial e seu pedido, é
CORRETO afirmar:
I - A petição inicial indicará o pedido com as suas especificações, devendo esse
E a colaboração entre as partes? É possível? ser certo e determinado, sendo inadmissível qualquer modalidade de pedido
implícito.
II - O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos essenciais
ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento
de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
III - Considera-se inepta a petição inicial quando lhe faltar pedido ou causa de
pedir, o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se
permite o pedido genérico, da narração dos fatos não decorrer logicamente a
conclusão ou contiver pedidos incompatíveis entre si.
Estão corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e III.

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8. Direito Probatório 4. Pronunciamento Judicial


Dica: Esta é a Inicial
parte
favorita da matéria do
professor! Várias perguntas
da prova virão do material
8.1 Introdução 1. Introdução a seguir!
1. 8.2 Direito fundamental à prova

 a) Fundamentalidade formal: art. 5º, LVI, CF: Espécies de pronunciamento judicial – breve
 LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por introdução – art. 203, CPC/15
meios ilícitos;
Dica: veja o item 11 dos
 b) Fundamentalidade material: relação entre prova e nossos slides para conteúdo
verdade aprofundado no tema!

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório

c) Consequências de um direito fundamental à prova


 Art. 369, CPC/15: As partes têm o direito de  Legislador e órgão jurisdicional devem atentar para:
empregar todos os meios legais, bem como os
 a) existência de relação teleológica entre prova e verdade; b)
moralmente legítimos, ainda que não especificados admissibilidade da prova e dos meios de prova; c) distribuição
neste Código, para provar a verdade dos fatos em adequada do ônus da prova; d) momento de produção da prova; e)
que se funda o pedido ou a defesa e influir valoração da prova e formação do convencimento judicial
eficazmente na convicção do juiz. (Sarlet/Marinoni/Mitidiero, Curso, p. 656).

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


 Separação do momento da admissão da prova do A verdade é tema fundamental do processo
momento de sua valoração
 A admissão da prova está vinculada à sua Superação da dicotomia verdade real x verdade
pertinência, controvérsia e relevância formal
 Após admitida, é que influirá no convencimento
judicial

151 152

8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


8.3. Conceito de Prova A. Pode ser entendida enquanto atividade probatória das
partes processuais (objetiva)
Tem origem no latim probo, probatio e probus –
busca-se na prova a autêntica correspondência à B. Pode ser visto como o próprio elemento ou instrumento
realidade através do qual se prova (o meio probatório utilizado)
(objetiva)
O vocábulo prova pode representar três conceitos
processuais distintos C. Pode ser compreendido como o convencimento
adquirido a respeito da existência de determinado fato.
(subjetiva)

Portanto, a prova pode ser atividade, meio ou resultado

153 154

8. Direito Probatório 8. Direito Probatório

Meios de prova são as diversas modalidades pelas  Não há hierarquia dos meios de prova (corolário
quais a constatação sobre a ocorrência ou do sistema da persuasão racional)
inocorrência dos fatos chega até o juiz.
 O relevante é a decisão fundamentada pela opção
de uma prova em detrimento de outra (ex.: art.
479, CPC/15)

 Falaremos sobre isso dentro da prova pericial!

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


8.4 Objeto da prova Não constituem objeto de prova:
Provam-se as alegações sobre os fatos, não o direito
A. Os fatos notórios (374, I)
(iura novit curia – exceção – art. 376, CPC/15)
B. Os fatos incontroversos (por confissão ou admitidos
Faz-se necessária a prova de leis internacionais, à como tal – 374, II e III)
exceção de tratados, pois estes passam a integrar o C. Os fatos negativos (absolutos – os relativos podem
ordenamento jurídico pátrio e devem ser provados)
D. Fatos presumidos
E. Provas ilícitas

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


O que é a prova ilícita? Há diversas correntes a respeito de sua

admissibilidade
É a prova que ofende norma de direito material
A. Admite, contanto que não seja também ilegítima;
(obtida através de furto, tortura, coação etc.)
 B. Inadmissão total;
A prova que ofende direito processual é ilegítima
 C. Admite apenas em certos casos (Tráf. de drogas);
D. Admite de maneira mais restrita, quando
empregada em sede de direito de defesa (aplicação
do princípio da proporcionalidade)

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


Art. 5º, LVI - São inadmissíveis, no processo, as provas Fruits of the poisonous tree
obtidas por meios ilícitos.
Art. 157, § 1o, CPP: São também inadmissíveis as
Para as provas ilegítimas, resta a nulidade (conteúdo provas derivadas das ilícitas (...)
não verdadeiro ou produzidas de maneira deficiente)
Não se admitem provas que foram obtidas
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser originariamente de modo ilícito (p. ex., com invasão
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim de domicílio para prender um foragido, sem o
entendidas as obtidas em violação a normas mandado de prisão, encontrando-se na casa um
constitucionais ou legais. computador contendo fotos de menores)

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


Teoria da inevitable discovery exception é empregada 8.5 Sistemas de avaliação da prova
para contornar essa situação 8.5.1 Ordálios
Art. 157, par. 1º (...), salvo quando não evidenciado o  São os chamados “juízos divinos” (iudicii Dei)
nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando  A determinação da (ausência de) culpa se dava pela
as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte submissão do acusado a uma prova divina
independente das primeiras
 A prova acabava resultando em graves danos físicos
ou morte ao réu

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


8.5 Sistemas de avaliação da prova ou morte ao réu
8.5.1 Ordálios
 São os chamados “juízos divinos” (iudicii Dei)

 A determinação da (ausência de) culpa se dava pela


submissão do acusado a uma prova divina

 A prova acabava resultando em graves danos físicos


ou morte ao réu

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


O julgamento das “Bruxas de Salem” (1692-1693)  8.5.2 Sistema da Prova Legal

Deviam tocar as vítimas enquanto elas estivessem  Trata-se de sistema que contempla ‘minuciosa

tendo ‘ataques’ (fits) – se os ataques cessassem, é determinação dos critérios de apreciação da prova
porque a pessoa que tocou estava praticando e concomitante limitação ou exclusão a priori de
bruxaria determinadas provas, a que se subtrai crédito
formal perante o magistrado, com vistas a restringir
O “bolo das bruxas” ao máximo a liberdade judicial.’ (Carlos Alberto Alvaro de
Oliveira, Do Formalismo...).

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


O juiz se vê obrigado a aplicar critérios legais
É o modo encontrado pelo governante de evitar É nesse sistema de avaliação que prevalece o brocardo
arbitrariedades e, ao mesmo tempo, firmar o Poder testis unus testes nullus – quem apresenta apenas uma
Judiciário como pouvoir nul. (Montesquieu) testemunha não faz prova

Estabelecia, portanto, uma hierarquia para os meios


de prova – o testemunho de um nobre vale pelo de Persiste o sistema da prova legal atualmente?
10 camponeses, mais que o de uma mulher, um
documento vale mais do que o depoimento
testemunhal...

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


8.5.3 Sistema do livre convencimento (ou íntima A valoração se dá única e exclusivamente pela
convicção) consciência do julgador (secundum conscientiam)

O juiz valora livremente o material probatório, É um julgamento de impressão


apontando as conclusões sem necessidade de
apresentação de justificativa  Não há regras de pré-valoração probatória

 O juiz determina caso a caso quais são as provas


relevantes, a partir de critérios próprios

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


8.5.4 Sistema da persuasão racional (ou livre  O elemento diferenciador é justamente o dever de
convencimento motivado / com restrições lógicas e motivar a decisão judicial (art. 93, IX, CF)
atenção às máximas de experiência)
 Repetido no art. 11, CPC/15
O juiz, para decidir, deve se escorar nas provas
carreadas aos autos, e na análise lógico-racional que Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos,
faz desse material independentemente do sujeito que a tiver promovido, e
indicará na decisão as razões da formação de seu
Para tanto, aplicará regras jurídicas e se valerá das
convencimento.
máximas de experiência (não são um “tesouro
privado” do juiz)

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


2. Contradição e omissão na valoração da prova. A prova testemunhal
foi valorada segundo a apreciação da relatora, que expôs os motivos 6. Atividade Probatória
do seu convencimento, cumprindo a regra do art. 489, § 1º, da novel
legislação processual. Ademais, persiste, no novo diploma, o princípio da Quatro etapas de atividade probatória:
livre valoração da prova pelo julgador, desde que motivadamente, como
se confere do art. 371 do novo código de processo civil: O juiz a) Proposição;
apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito
que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de b) Admissibilidade;
seu convencimento. Embargos de declaração em que não se constatam
os vícios que dariam ensejo à interposição do recurso, segundo disposto c) Produção;
pelo art. 1.022, incisos e parágrafo único, da Lei n. 13.105/2015
(novo código de processo civil). Desacolhimento. Embargos de d) Valoração/Decisão.
declaração desacolhidos.
(TJRS; EDcl 0067323-56.2016.8.21.7000; Viamão; Décima Segunda
Câmara Cível; Relª Desª Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout; Julg.
29/03/2016; DJERS 01/04/2016).

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Diferenciação entre admissão e avaliação da prova A. Controvérsia*** – Há controvérsia sobre uma
alegação quando pendem nos autos duas versões a
Definição do que é thema probandum (art. 357, II) seu respeito
A admissão da prova aos autos está ligada aos B. Pertinência – É pertinente quando visa demonstrar
critérios de controvérsia, pertinência, relevância, alegação de fato afinada à aplicação do d.
superado o filtro inicial de licitude material pretendido
C. Relevância - Possui tal característica enquanto seu
esclarecimento possa conduzir à verdade dos fatos
alegados; pode suprir o juiz com inf. úteis
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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


Superados esses critérios, admite-se a produção da  7. Ônus da Prova
prova
 Incumbência atribuída à determinada parte
Só é possível valorar a prova já produzida processual no interesse desse sujeito – ônus de
provar os fatos que lhe são favoráveis no processo

 Revela-se não em dever, mas em verdadeira


necessidade

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 Havendo prova nos autos, o ônus da prova mostra-  Ônus da prova em caráter objetivo
se desnecessário, pois o juiz julgará a partir do
material probatório  Como regra de julgamento na inexistência de
cumprimento da conduta esperada da parte –
 Ônus da prova em caráter subjetivo – regra de vedação de non liquet
conduta dirigida às partes
 A lei determina a quem incumbe provar e, não o
 Reside no interesse que a parte possui de ser a fazendo, arcará com as consequências
vitoriosa na contenda judicial
 Art. 373, CPC/15

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


 Ainda assim, não se diz que há sanção (pena) para Carga dinâmica do ônus da prova – 373, §1º
quem não se desincumbe – a parte pode ter
produzido prova que não convenceu o juiz e, ainda Atribuição, pelo julgador, do ônus da prova à quem
assim, ter a demanda julgada em seu desfavor tem mais facilidade de provar, seja por razões
técnicas, profissionais ou econômicas
 A regra prevista em lei é de que a parte onerada
está em melhores condições de produzir a prova Inversão ope iudicis – pelo juízo

Inversão ope legis – pela lei

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Se o modo como distribuído o ônus da prova influi no comportamento
processual das partes (aspecto subjetivo), não pode a a inversão 'ope
judicis' ocorrer quando do julgamento da causa pelo juiz (sentença)
O ônus da prova enquanto regra de julgamento só ou pelo tribunal (acórdão). Previsão nesse sentido do art. 262, §1º, do
ganha relevância no momento posterior aquele em Projeto de Código de Processo Civil. A inversão 'ope judicis' do ônus
que o juiz está valorando o material probatório probatório deve ocorrer preferencialmente na fase de saneamento do
processo ou, pelo menos, assegurando-se à parte a quem não
Mas o ônus da prova pode ser determinado pelo incumbia inicialmente o encargo, a reabertura de oportunidade para

apresentação de provas.
juiz em sentença, ao decidir, somente? (REsp 802.832/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado
em 13/04/2011, DJe 21/09/2011)

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Síntese: requisitos para dinamização do ônus da prova 8. Modelos de Constatação

 a) Previsão legal ou excessiva dificuldade/maior


A convicção é suscetível de diferentes graus,
facilidade
intensidades ou solidez
 b) Decisão fundamentada
i- é provável que algo tenha ocorrido; ii – é
 c) Oportunidade para desincumbir-se do ônus altamente provável que algo tenha ocorrido; iii – é
 d) Não criação de nova ‘prova diabólica’ quase certo que algo tenha ocorrido; iv – é
praticamente impossível que algo não tenha ocorrido

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Modelos: 9. Indícios, Presunções e Máximas de Experiência

i – preponderância de prova Indício sempre diz respeito a um fato indireto, mas


ii – prova clara e convincente ligado à causa de pedir
iii – prova além da dúvida razoável
iv – razoável excludente de qualquer hipótese de A partir do indício, pode-se estabelecer uma
inocência presunção

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


As presunções podem ser:

1. Relativas (juris tantum) Art. 322, CC. Quando o pagamento for em quotas
periódicas, a quitação da última estabelece, até prova
1.1 Legais – ex. 322, CC em contrário, a presunção de estarem solvidas as
anteriores.
1.2 Comuns (ou hominis)

2. Absolutas (jure et de jure)

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Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência


As comuns não equivalem a ‘senso comum’ - quem não
comum subministradas pela observação do que
chora não está machucado; os bons genitores amam
ordinariamente acontece e, ainda, as regras de
seus filhos; quem se ruboriza, mente; quem foge é
experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o
culpado, etc., são exemplos de senso comum, mas não
exame pericial.
de máximas de experiência

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JUIZADOS ESPECIAIS CIVEIS. DIREITO DO CONSUMIDOR. PRELIMINAR DE Na ausência de critérios objetivos para mensuração do valor
INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL REJEITADA. MADEIRA PARA ESCADA
E RODAPÉ EMPENADA. DANO MATERIAL DEVIDO. DANO MORAL INDEVIDO. econômico da compensação pelos danos morais deve o julgador
RECURSOS CONHECIDOS, NÃO PROVIDO O DO RÉU E PROVIDO EM PARTE O valer-se das regras de experiência comum e do bom senso, fixando
DA AUTORA. 1. Preliminar de incompetência dos juizados especiais e
cerceamento de defesa: Os documentos apresentados são suficientes, à luz essa verba de tal forma que não seja irrisória, a ponto de
das regras de experiência comum, para o convencimento do julgador, não sendo menosprezar a dor sofrida pela vítima, ou exagerada, tornando-
necessária a produção de prova pericial, com o que se descaracteriza a
complexidade da matéria. Alegação de incompetência dos Juizados Especiais se fonte de enriquecimento ilícito.
Cíveis e cerceamento de defesa pelo indeferimento da prova pericial rejeitada. (TJSC; AC 2015.076620-7; Sombrio; Sexta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Subst.
2.Mérito: Mostram-se verossímeis as alegações da consumidora de que a
madeira entregue empenou, conforme se constata das fotografias juntadas aos Rubens Schulz; Julg. 19/04/2016; DJSC 26/04/2016; Pág. 129); DJDFTE
autos. A madeira adequadamente seca não empena, por isso, jamais ficaria 10/05/2016; Pág. )
conforme as fotos dos autos se não estivesse em más condições.
(TJDF; Rec. 2015.14.1.005281-3; Ac. 938964; Segunda Turma Recursal dos
Juizados Especiais; Rel. Juiz João Luis Fischer Dias; DJDFTE 10/05/2016; Pág.

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10. Poderes instrutórios do juiz Esses poderes instrutórios estão vinculados à noção
de igualdade – o magistrado não pode permitir que
O Novo CPC não alterou os poderes instrutórios do a verdade dos fatos seja construída indevidamente
juiz, regulados no art. 370: Caberá ao juiz, de ofício pela parte mais astuta ou com o advogado mais
ou a requerimento da parte, determinar as provas capaz
necessárias ao julgamento do mérito.
Não estão sujeitos à preclusão temporal

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III - A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça possui Não há violação à imparcialidade, apenas
entendimento no sentido de que, em matéria de instrução superação da neutralidade judicial.
probatória, não há se falar em preclusão pro judicato, uma vez
que, como fundamentos principiológicos daquela etapa
processual, os princípios da busca da verdade e do livre “El juez sin interés por el litigio es algo tan incocebible
convencimento motivado afastam o sistema da preclusão dos
como el médico sin interés por el enfermo” (Eduardo
poderes instrutórios do juiz (precedentes).
(RHC 60.354/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em
Couture).
02/02/2016, DJe 17/02/2016)

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório

Veda-se o uso de conhecimento privado do juiz no Veda-se o uso de conhecimento privado do juiz no
processo processo

Pode o juiz fazer


pesquisa na internet
(redes sociais etc) para
usar na demanda?

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201 202

8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


11. Provas Atípicas 12. Provas Típicas
O que são as provas atípicas? a) Prova emprestada (art. 372)
Art. 369, CPC/15 b) Ata Notarial (art. 384)
Art. 32, Lei 9.099/95 c) Depoimento de Parte
Ex.: Comportamento processual d) Prova documental
A carta psicografada é uma prova atípica? e) Prova testemunhal
f) Prova pericial
g) Inspeção judicial

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4. PronunciamentoDica:
Judicial Inicial
Essa matéria é muito
extensa e cheia de
8. Direito Probatório
detalhes! Um bom método
de estudo é ler os
1. Introduçãodispositivos do CPC!
a) Prova Emprestada
A. Provas que admitem contraditório integral
mesmo na modalidade de prova emprestada
Espécies de pronunciamento judicial – breve
introdução – art. 203, CPC/15 B. Outros meios de prova, desde que o processo
contivesse as mesmas partes da presente
demanda
Dica: veja o item 11 dos
nossos slides para conteúdo C. C. Outros meios de prova em demanda que não
aprofundado no tema! envolvia as mesmas partes

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


a) Prova Emprestada b) Ata Notarial
Art. 384 existência e o modo de existir de algum fato
podem ser atestados ou documentados, a requerimento do
Importante frisar que o contraditório não é o interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
critério absoluto para a admissão de tais Parágrafo único. Dados representados por imagem ou
som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da
provas, já que existe natural tensão, nesses ata notarial.
casos, entre dois direitos fundamentais: o
contraditório e o DF à tutela jurisdicional  Enunciado 636 FPPC: As conversas registradas por
aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais
podem ser admitidas no processo como prova,
independentemente de ata notarial.
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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


c) Depoimento de parte  Alteração: Art, 385, §3º - Possibilidade de depoimento
de parte se dar através de videoconferência ou outro
Arts. 385 e seguintes, CPC recurso tecnológico disponível, quando residente em
comarca, seção ou subseção judiciária diversa daquela em
 Procedimento: 385, caput que tramita o processo

Arts. 386, 387: recusa em depor e escritos preparados


Objetivo: Confissão
≠ interrogatório (139, VIII) Regras de privilégios (alteração: acréscimos): art. 388,
CPC
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Espécies de confissão (arts. 389 e ss.) d) Prova documental (arts. 405 e seguintes)
Espontânea x Provocada Os documentos públicos x particulares
Judicial x Extrajudicial Cópias de documentos particulares – art. 424,
Efetiva x Ficta CPC/15
Falsidade documental – arts. 427 e 428, CPC/15
A indivisibilidade e irrevogabilidade da confissão
(art. 393) Ônus da prova em falsidade/autenticidade - 429

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d) Prova documental (arts. 405 e seguintes)
Arguição de falsidade – art. 430, CPC/15 Utilização de documentos eletrônicos em processos
Procedimento físicos
Art. 439, CPC/15
Momentos de produção e de manifestação – arts.
434 e seguintes, CPC/15

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Lei 11.419/2006
Art. 11. Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos
Pedido de exibição de documento ou coisa
eletrônicos com garantia da origem e de seu signatário, na forma estabelecida
nesta Lei, serão considerados originais para todos os efeitos legais.
§ 1o Os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados aos autos
pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares,
Arts. 396 e seguintes, CPC/15
pelas procuradorias, pelas autoridades policiais, pelas repartições públicas em
geral e por advogados públicos e privados têm a mesma força probante dos
originais, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração antes
ou durante o processo de digitalização.
§ 2o A argüição de falsidade do documento original será processada
eletronicamente na forma da lei processual em vigor.
§ 3o Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no § 2o deste
artigo, deverão ser preservados pelo seu detentor até o trânsito em julgado da
sentença ou, quando admitida, até o final do prazo para interposição de ação
rescisória.

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e) Prova Testemunhal (art. 442 e seguintes) e) Prova Testemunhal (art. 442 e seguintes)
Art. 447 – quem pode depor em juízo
§ 1º Incapazes;
Admissibilidade e valor da prova; arts. 442 e § 2º Impedidos;
seguintes, CPC § 3º Suspeitos.
Art. 443 – indeferimento §§ 4º e 5º: exceções
Prazo para o rol: máximo de 15 dias - art. 357, §5º
Limitação do número de testemunhas: art. 357, §6º Art. 228, § 1º, CC: Para a prova de fatos que só elas
conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das
pessoas a que se refere este artigo.

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e) Prova Testemunhal (art. 442 e seguintes) e) Prova Testemunhal (art. 442 e seguintes)
Art. 448 – Regras de privilégio para testemunhas Alteração: As testemunhas devem ser informadas ou
intimadas pelo advogado das partes da audiência,
Art. 450 e seguintes: produção da prova anexando o recebimento aos autos em até 3 dias
testemunhal e substituição de testemunhas. antes da audiência (455, §1º), facultada ser de
responsabilidade da parte levar a testemunha (455,
Juiz da causa arrolado como testemunha: art. 452, §2º) e, em esta não comparecendo, presume-se a
CPC desistência
Art. 456 – ordem de oitiva
Contradita e preclusão (art. 457, §1º).
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e) Prova Testemunhal (art. 442 e seguintes) f) Prova pericial
Art. 459 – os questionamentos são realizados Premissa da admissibilidade da prova pericial
diretamente à testemunha, “não admitindo o juiz Possibilidade de substituir a perícia por prova
aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem técnica simplificada (art. 464, §§ 2º e 3º), a partir
relação com as questões de fato objeto da atividade de inquirição de especialista efetuada pelo juiz
probatória ou importarem repetição de outra já sobre fatos que demandem especial conhecimento
respondida”
científico ou técnico

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f) Prova pericial f) Prova pericial
Exige-se que o especialista “deverá ter formação A escolha consensual do perito – art. 471, CPC/15
acadêmica específica na área objeto de seu depoimento.” Impossibilidade de indicação por apenas uma das
(art. 464, §4º) partes
O art. 465 refere “perito especializado no objeto da Enunciado 637 FPPC: A escolha consensual do perito
perícia” não impede as partes de alegarem o seu impedimento ou
É indispensável a formação acadêmica? suspeição em razão de fato superveniente à escolha.

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f) Prova pericial f) Prova pericial
Procedimento: Procedimento:
Nomeação e prazos: art. 465 e §§ Nomeação e prazos: art. 465 e §§
Dispensa de termo de compromisso (466) Dispensa de termo de compromisso (466)
Recusa (467) Recusa (467)
Substituição do Perito (468) Substituição do Perito (468)
Dispensa de perícia (472) Dispensa de perícia (472)

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Em processo que tramita sob o rito ordinário, Joana postula que Conteúdo do laudo pericial : 473, CPC
o Município seja obrigado a arcar com um tratamento médico. As
partes e o Ministério Público não pretendem a produção de  Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
outras provas. O Juízo determina, de ofício, a produção de  I - a exposição do objeto da perícia;
prova pericial. Sobre o caso em questão, assinale a resposta
correta.  II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
a) A produção da prova pericial será gratuita.  III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e
b) As partes deverão ratear os custos da produção da prova demonstrando ser predominantemente aceito pelos
pericial. especialistas da área do conhecimento da qual se
c) A parte ré deverá custear a produção da prova pericial.
originou;
d) O Ministério Público deverá custear a produção da prova  IV - resposta conclusiva a todos os quesitos
pericial. apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do
e) A parte autora deverá custear a produção da prova pericial. Ministério Público.

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


Conteúdo do laudo pericial : 473, CPC Protocolo do laudo e manifestação das partes (477, §
 § 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em
linguagem simples e com coerência lógica, indicando como 1º)
alcançou suas conclusões. Assistentes técnicos
 § 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua
designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o
exame técnico ou científico do objeto da perícia.
 § 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes
Art. 480: segunda perícia
técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que
estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições
públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas,
plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao
esclarecimento do objeto da perícia.

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


 O juiz está vinculado ao laudo pericial?  Problema proposto: valoração do laudo pericial

 Art. 479: desvinculação do juízo Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo
com o disposto no art. 371, indicando na sentença os
motivos que o levaram a considerar ou a deixar de
 Como valorar o laudo pericial?
considerar as conclusões do laudo, levando em conta o
 O julgador é peritus peritorum ou mero custos método utilizado pelo perito.
peritorum?

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


Conteúdo do laudo pericial A margem de erro, os critérios de controle, a aceitação
geral e as soft sciences
Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
(...) Os casos Frye e Daubert
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e
demonstrando ser predominantemente aceito pelos
especialistas da área do conhecimento da qual se
originou;

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8. Direito Probatório 8. Direito Probatório


g) Inspeção judicial Ainda um último tópico:
Produção antecipada de prova – arts. 381/382,
Art. 481 e seguintes, CPC/15 CPC/15

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8. Direito Probatório 9. Audiência de Instr. e Julg.


Metodologia Ativa 9.1 Procedimento
Sonilde foi submetida a cirurgia sem o devido consentimento (ela não
autorizou o procedimento). Ela ficou chocada com o resultado e decidiu
Arts. 358 e seguintes, CPC/15
mover ação indenizatória em face do médico (Dr. Bisturino). Durante o
curso do processo foi produzida extensa prova documental pelo autor
(da necessidade do consentimento informado) e pelo médico (que o Tentativa de conciliação – sempre é possível –
procedimento realizado não era urgente, mas adequado). Foi art. 359, CPC/15
produzida prova pericial, que resultou favorável ao médico
(procedimento adequado). É possível que o magistrado profira
sentença de procedência no caso? Sob quais fundamentos? Justifique
sua resposta. Art. 360 – Poder de Polícia

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9. Audiência de Instr. e Julg. 9. Audiência de Instr. e Julg.

Art. 361, CPC/15 – Ordem (preferencial) de Art. 364 – Debates orais


produção das provas orais § 2º - memoriais

Art. 362/363 - Adiamento

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9. Audiência de Instr. e Julg. 10. Julgamento Antecipado


9.2 Características Julgamento Antecipado de Mérito
Art. 355, CPC/15
A audiência é uma e contínua (365), e pública
(368), fora as hipóteses legais (segredo de Julgamento Antecipado Parcial de Mérito
justiça) Art. 356, CPC/15

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11. Sentença 11. Sentença


1. Introdução a) Despachos
Os chamados “atos do juiz” O que são?
Art. 203, CPC/15
São atos de impulso e encaminhamento do processo,
a)a) Despachos que não causam nenhum dano ou prejuízo à
b)b) Decisões interlocutórias pretensão das partes e, por isso mesmo, são
c)c) Sentenças irrecorríveis.
Vide art. 1.001, CPC/15

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.

11. Sentença 11. Sentença


Exemplos de mero despacho:
Percebe-se que tais despachos não envolvem o
Cite-se; direito discutido pelas partes, nem quaisquer
outros interesses processuais
Ao Relator para redação do acórdão;
À réplica...

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11. Sentença 11. Sentença


b) Decisões interlocutórias
O que são? São passíveis de recurso.
Trata-se de decisões do juiz sobre pontos
controvertidos, mas que não resolvem o mérito Mas qual? V. Art. 1.015
do processo, também não o encerrando ou
encerrando a atividade no primeiro grau de
jurisdição. Possuem evidente caráter decisório.

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11. Sentença 11. Sentença


Exemplos de decisão interlocutória: Como distinguir um mero despacho de uma decisão
interlocutória?
Concedo a liminar pleiteada, eis que presentes os
1. O juiz poderia ter decidido de forma diversa,
requisitos do art. 300, caput... diante do tema apresentado?
2. Há carga lesiva (prejuízo) à parte?
Indefiro a produção de prova pericial, uma vez que a
3. A decisão possui (ou deveria possuir)
demanda não apresenta fatos complexos controversos fundamentação?
que necessitem apreciação de expert...

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. 250

11. Sentença 11. Sentença


Identifique a natureza das seguintes AGRAVO DE INSTRUMENTO. INCONFORMIDADE
manifestações do juiz: DEDUZIDA CONTRA DESPACHO. A determinação de
emenda da petição inicial, no caso em tela, não causa
a) Cite-se o réu. gravame à parte, tratando-se
de despacho de mero expediente e, portanto, irrecorrível.
b) Intime-se o autor para que, no prazo legal, Inteligência do artigo 504 do Código de Processo Civil.
emende a inicial, informando o valor da causa. NEGADO SEGUIMENTO AO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. (Agravo de Instrumento Nº 70063700827, Décima
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mário Crespo
Brum, Julgado em 25/02/2015)

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11. Sentença 11. Sentença


Identifique a natureza das seguintes d) Indefiro o pedido de assistência judiciária
manifestações do juiz: formulado pela parte autora. Prazo de 5 dias
c) Rh. Para apreciação do pleito de assistência para recolhimento das custas.
judiciária gratuita, traga o autor o informe de
rendimentos (declaração IRPF) mais recente. e) A petição inicial é indeferida, ante a ausência
Intime-se. de causa de pedir, nos precisos termos do art.
330, I do CPC/15.

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11. Sentença 11. Sentença


c) Sentença a) Sentenças ‘processuais’ (ou terminativas):
extinção sem julgamento do mérito (art. 485,
Arts. 203 e 489, CPC/15 CPC/15)
O juiz compreende que o processo não está apto a
A sentença, exige, portanto, análise, para sua receber um julgamento de mérito. Essas sentenças não
caracterização, de seu momento e de seu conteúdo produzem coisa julgada material. Vide art. 486,
CPC/15

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11. Sentença 11. Sentença


b) Sentenças ‘definitivas’ (ou de mérito): resolvem 2. Estrutura da Sentença (art. 489, CPC/15)
a lide (art. 487, CPC/15).
Colocam fim ao processo ou à fase condenatória, a) Relatório;
julgando a pretensão de direito material exposta
pelo autor em sua peça inicial. Essas sentenças
b) Fundamentação;
produzem coisa julgada material e podem ser alvo c) Dispositivo.
de Ação Rescisória.

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11. Sentença 11. Sentença


a) Relatório (489, I) a) Relatório
Primeiro requisito essencial, que é requisito de Com o relatório se faz o histórico de toda a relação
validade da sentença, é o relatório, que deve conter processual havida entre as partes, delimitando o
os elementos expostos no inciso I do artigo 489, âmbito do processo.
dando-se muita atenção a descrição dos pedidos e  Nomes das partes
dos principais fatos que se contrapõe a estes, pois é  Resumo dos fatos e pedidos
sobre eles que recairá a fundamentação do juiz.
 Resumo da resposta do réu

 Registro das principais ocorrências

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11. Sentença 11. Sentença


“Vistos etc. “Foi indeferida a tutela antecipada à fl. 46v. Houve emenda à
TÍCIO, qualificado nos autos, ajuizou Ação de Despejo por Falta de Pagamento inicial às fls. 48/50, que foi acolhida à fl. 51.
cumulada com Cobrança de Aluguéis contra CAIO, igualmente qualificado. Narrou
que é proprietário do imóvel situado na Rua Marcílio Dias, 404, nesta Capital, sendo
que firmou contrato de locação com a parte ré de natureza comercial, no valor Às fls. 64/78 foi reiterado o pedido de deferimento da antecipação
mensal de R$ 2.500,00, mais encargos, pelo prazo de 12 meses. Entretanto, o de tutela.
demandado encontra-se inadimplente com mais de três locativos, o que totaliza a
quantia de R$ 9.056,04. Enfatizou que o réu possui uma dívida junto ao DMAE no
valor de R$ 357,99. Disse que notificou extrajudicialmente o réu acerca da rescisão
Após algumas diligências para citação, o réu compareceu aos autos
contratual. Finalmente, arguiu que foi depositada em conta poupança uma caução no
valor equivalente a R$ 10.000,00. Requereu, em tutela antecipada, a desocupação e apresentou contestação (fls. 83/86), alegando que deverá ser
do imóvel e a imediata imissão na posse do imóvel. No mais, requereu a citação para decretada a perda do objeto da ação, pois efetuou o pagamento
purgação da mora e, caso não atendida, a decretação do despejo com a rescisão dos locativos em atraso. Discorreu sobre os recibos de pagamento,
contratual e a condenação no pagamento dos alugueres. Requereu a procedência e acostando-os autos. Requereu a improcedência. Juntou documentos.
juntou documentos.

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11. Sentença 11. Sentença


Houve réplica (fls. 93/102).
Instadas as partes acerca da produção de provas (fl. 105), Quanto ao relatório nos Juizados Especiais, vide art.
sendo que o prazo fluiu sem que as partes tenham apresentado
manifestações, conforme certidão de fl. 107.
38, Lei 9.099/95
Foi designada audiência à fl. 108, sendo a mesma cancelada à
fl. 113 em razão dos motivos expostos pela parte autora às fls. Válido para JEC e JEF
111/112.
Vieram os autos conclusos em 10-02-2019.
Relatados.”

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11. Sentença 11. Sentença


b) Fundamentação (489, II)
Direito fundamental ao processo justo – art. 5º,
A fundamentação é o ponto de apoio do Estado LIV, CF
Constitucional e ao mesmo tempo o melhor campo de Direito Fundamental à motivação das decisões
análise para a consecução do direito fundamental
judiciais – art. 93, IX, CF (parcialmente repetido
ao processo justo.
no art. 11, CPC/15)

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11. Sentença 11. Sentença


Direitos fundamentais relevantes para análise na Exposição das Razões – Juiz é obrigado a motivar
motivação: a sua decisão, expondo as razões fáticas e jurídicas
a) Contraditório; pelas quais acolhe ou rejeita o pedido formulado na
b) Duplo grau de jurisdição; petição inicial.
c) Direito à prova. Examinar os fundamentos – o Juiz não pode
rejeitar a pretensão do autor sem examinar todos os
fundamentos de fato e de direito, assim como não
pode acolher o pedido sem examinar todos os
fundamentos da defesa.

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11. Sentença 11. Sentença


Questões Preliminares – A sentença, em sua “Decido.
motivação, deverá apreciar todas as questões Não havendo preliminares a serem apreciadas, passo diretamente à
análise do mérito da causa.
preliminares e/ou prejudiciais que até o momento
Tratam os autos de ação de despejo por falta de pagamento cumulada
não foram apreciadas. com cobrança de aluguéis e encargos. Por ser matéria de direito,
passível o julgamento antecipado da lide, já que houve demonstração de
desinteresse em audiência conciliatória.
Questões preliminares – são aquelas que O réu não negou a existência do contrato realizado e que, efetivamente,
influenciam diretamente na extinção do processo sem ocupa o imóvel objeto deste feito. Os documentos que acompanharam a
julgamento do mérito. São as matérias do art. 337 inicial amparam pedido do autor.
do CPC/15.

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Na ação de despejo por falta de pagamento, ou o réu purga a Foi apresentada contestação onde o réu somente comprova o
mora ou oferece contestação. A purga da mora, prevista no inciso pagamento de dois meses de locação, conforme se verifica nos
II do art. 62 da Lei do Inquilinato, é faculdade posta à disposição recibos de fls. 88/89, sendo que as demais alegações não foram
do locatário que pretende evitar a rescisão do contrato de objeto de prova no presente feito. Cabia ao réu comprovar
aluguel, o que não ocorreu nos autos. cabalmente os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do seu
direito, o que não ocorreu no caso em pareço, nos termos do art.
373, inciso II do CPC, sendo, portando, inócuas e rejeitadas as
demais alegações da contestação.
Por outro lado, a parte autora comprovou a inadimplência do réu
e também a sua incapacidade para garantir o valor do débito, tal
como se verifica às fls. 32/34, 36/37, 40/41, 44, 69/78 e
103/104.
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Caracterizada, portanto, a falta de pagamento que constitui Novo CPC:
infração prevista legal e contratualmente, bem como causa de
desfazimento da locação ( art. 9º, inc. III da Lei 8.245/91) e III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões
conseqüente cobrança das importâncias devidas. principais que as partes lhe submeterem.
A responsabilidade do locatário se extinguem no ato da § 1º Não se considera fundamentada qualquer
desocupação do imóvel com a entrega das chaves pelo locatário, decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
permanecendo as suas obrigações com relação ao bem até esta
acórdão, que:
data, estando aí compreendida a efetiva entrega das chaves ou a
imissão do autor na posse do imóvel. I – se limitar à indicação, à reprodução ou à
Finalmente, não caracterizada as hipóteses do art. 80 do CPC paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
para condenar o réu em litigância de má-fé.” com a causa ou a questão decidida;
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11. Sentença 11. Sentença


Novo CPC: V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem súmula, sem identificar seus fundamentos
explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; determinantes nem demonstrar que o caso sob
III – invocar motivos que se prestariam a justificar julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
qualquer outra decisão; VI – deixar de seguir enunciado de súmula,
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão sem demonstrar a existência de distinção no caso em
adotada pelo julgador; julgamento ou a superação do entendimento.

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11. Sentença 11. Sentença


§2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve c) Dispositivo
justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação O dispositivo representa a conclusão da sentença.
efetuada, enunciando as razões que autorizam a
Nela, encontra-se a resposta ao pleito do autor da
interferência na norma afastada e as premissas
fáticas que fundamentam a conclusão. demanda. É no dispositivo que são apreciados todos
os pedidos do autor, sendo defeso ao juiz o
§3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir
da conjugação de todos os seus elementos e em pronunciamento sobre qualquer pretensão não
conformidade com o princípio da boa-fé. formulada. Deve ficar adstrito à ação que for
proposta, observando as partes, causa de pedir e
pedidos.
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11. Sentença 11. Sentença


Pelo exposto, julgo PROCEDENTE, EM PARTE, a presente ação para rescindir o
contrato de locação firmado entre as partes às fls. 25/30 e determinar a A parte autora decaiu da parte mínima do pedido, razão pela qual condeno a
imediata expedição de mandado de despejo para que o desocupe o imóvel em 15 parte demandada ao pagamento integral das custas processuais e honorários
dias. Outrossim, condeno o demandado ao pagamento dos alugueres e encargos advocatícios ao procurador da autora, que fixo em 10% do montante da
vencidos desde outubro/2006 até a data da efetiva desocupação, excluídos condenação, nos termos do arts. 20, § 3º e 21, § único, ambos do CPC.
apenas os meses referentes janeiro e fevereiro/2008 (fls. 88/89), acrescidos de
correção monetária pelo IGP-M, juros de 12% ao ano e multa contratual de
10% (cláusula 2ª do contrato de fl. 26), a contar dos respectivos vencimentos,
deduzido o valor atualizado da caução informado na cláusula 9ª à fl. 28,
conforme 38, §2º da Lei do Inquilinato.
Fixo caução em R$ 30.000,00 para o caso de execução provisória (12 vezes o
valor do aluguel atual).

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11. Sentença 11. Sentença


3. Vícios ou defeitos da Sentença SAÚDE.MEDICAMENTOS. SENTENÇA CONDICIONAL.
* Falta de requisito essencial; 1. É nula a sentença na parte em que encerra
* Sentença ultra petita (além do pedido); provimento condicional. Hipótese em que a
dispensação de parte dos medicamentos foi
* Sentença extra petita (diverso do pedido); condicionada à comprovação futura da necessidade.
* Sentença citra (ou infra) petita (aquém do pedido); Art. 460, parágrafo único, do CPC. (...)(Apelação e Reexame
•Vedação de sentença condicional.
Necessário Nº 70060802527, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Julgado em
•Vide 492, CPC/15 31/07/2014).

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11. Sentença 11. Sentença


APELAÇÃO CÍVEL. REEXAME NECESSÁRIO. POLÍTICA SALARIAL. SERVIDOR A sentença foi cassada em virtude de vício insanável, não cabendo ao
PÚBLICO INTEGRANTE DO QUADRO DO MAGISTÉRIO. REAJUSTES órgão recursal analisar aquilo que não foi objeto de apreciação pelo
PREVISTOS NA LEI Nº 10.395/95 SOBRE A PARCELA AUTÔNOMA. juiz singular, sob pena de supressão de instância e usurpação de
DESCONSTITUIÇÃO SENTENÇA EXTRA PETITA.Sentença Extra Petita - A competência. DADO PROVIMENTO AO RECURSO DE
tutela jurisdicional deve ser prestada na exata medida em que foi APELAÇÃO. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA EM DECISÃO
postulada. O princípio da congruência, insculpido nos artigos 128 e 460, MONOCRÁTICA. (Apelação e Reexame Necessário Nº 70061968095,
ambos do Código de Processo Civil, impõe ao julgador a estrita Vigésima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
observância dos limites traçados na petição inicial. Padece a sentença de Helena Marta Suarez Maciel, Julgado em 02/03/2015).
vício extra petita na hipótese de deliberar sobre questão diversa daquela
aventada na petição inicial, impondo-se a sua desconstituição.
Inaplicabilidade artigo 515, § 3º, Código de Processo Civil - Não se trata
de extinção do processo sem julgamento de mérito.

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APELAÇÕES CÍVEIS. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. Ainda, verifica-se que a sentença não apresentou uma linha sequer em
AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. SEGUNDA relação às contas apresentadas pelo banco demandado e pelo autor,
FASE. SENTENÇA CITRA PETITA. NULIDADE INSANÁVEL. deixando de especificar as razões que culminaram na rejeição de uma
FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE. Deve haver correlação e de outra e, com isso, inviabilizando o ataque, pelas partes, a estes
fundamentos, em sede de recurso. Dessa feita, a desconstituição do
entre o pedido e a sentença, não podendo o juiz decidir
julgado é medida que se impõe, porquanto a prestação jurisdicional
aquém (citra ou infra petita), fora (extra petita) ou além não foi esgotada, não podendo esta Corte se manifestar agora, em
(ultra petita) do que foi postulado pelo autor, nos termos grau de recurso, sobre matéria não apreciada na origem, por
do art. 460 do CPC. No caso em comento, implicar supressão de instância, o que representa afronta ao
a sentença mostrou-se aquém dos pedidos veiculados na princípio do duplo grau de jurisdição. APELOS PROVIDOS, PARA
vestibular, deixando de apreciar várias rubricas lançadas DESCONSTITUIR A SENTENÇA. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº
na conta corrente do autor e por ele impugnadas. 70050569888, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Julgado em 26/02/2015)
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Superação da congruência absoluta (v. art. 492,
322, 489, §3º) entre pedido e sentença Apenas o dispositivo da sentença faz coisa
julgada. Nem o relatório ou os motivos de
Novas técnicas decisórias devem permitir que o decidir transitam em julgado.
julgador outorgue tutela jurisdicional adequada
e efetiva – art. 536 e seguintes, CPC/15

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11. Sentença 11. Sentença


4. Classificação das Sentenças
A eficácia da sentença é classificada levando-se 4.1 Sentenças declaratórias
em consideração o seu efeito principal. Ou seja, A sentença declaratória apenas ‘declara’ a
conforme contenha uma condenação, existência, a inexistência ou o modo de ser de
declaração, constituição, mandamento ou uma relação jurídica. (Marinoni) Ex.: Usucapião
execução latu sensu.

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11. Sentença 11. Sentença

4.2 Sentenças constitutivas 4.3 Sentenças Condenatórias


Não se esgota em mera declaração, constituindo Além da declaração de uma determinada
ou desconstituindo determinada situação jurídica, situação, a partir do reconhecimento desta,
sem que seja necessário ato posterior para sua também é pleiteada a condenação do réu, p.
efetiva realização (e.g., interdição, divórcio). ex., ao pagamento de indenização.

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11. Sentença 11. Sentença

4.4 Sentenças Mandamentais 4.5 Sentenças Executivas


Ultrapassam a mera condenação, interferindo Sentenças que ultrapassam a condenação, já
diretamente na esfera jurídica do réu, caracterizando a execução forçada, com, p. ex.,
compelindo-o a cumprir a ordem judicial. Na expedição de mandado de penhora dos bens
sentença mandamental há ordem, e também do réu (Marinoni).
coerção da vontade do réu (Marinoni).

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11. Sentença Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-


BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA - Conciliador
Os pronunciamentos do magistrado que, no procedimento
comum em primeiro grau, são utilizados para (i) indeferimento
total da petição inicial e para (ii) recebimento da petição inicial
QUESTÕES e determinação de citação do réu possuem a natureza de
A) sentença e despacho, respectivamente.
B) sentença e decisão interlocutória, respectivamente.
C) despacho, em ambos os casos.
D) decisão interlocutória, em ambos os casos.
E) decisão interlocutória e sentença, respectivamente.

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Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Indaiatuba -SP Prova: VUNESP -
2018 - Câmara de Indaiatuba -SP - Procurador Jurídico
Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ- A respeito do que prevê o CPC/15 acerca da sentença e da coisa julgada, é
PA Prova: CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto. correto afirmar que
Considera-se fundamentada a decisão interlocutória se o juiz A) nos casos em que o juiz, na sentença, reconheça a prescrição do direito
alegado, estar-se-á diante de uma sentença terminativa, da qual não há resolução
apenas de mérito.
A) expuser as razões que lhe formaram o convencimento. B) o juiz conhecerá, de ofício, todas as matérias, a qualquer tempo e grau de
B) indicar o dispositivo legal aplicável. jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado, a fim de extinguir por
sentença o processo sem resolução de mérito.
C) invocar precedente jurisprudencial aplicável. C) se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da
D) reproduzir o ato normativo aplicável. causa, poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe
E) empregar conceitos jurídicos, ainda que indeterminados. ressalvada também a possibilidade de alegar em defesa o seu direito
D) dentre outras hipóteses legais, não se considera fundamentada qualquer
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão que se limitar à
indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida.
E) transitada em julgado a decisão, seja ela de mérito ou não, considerar-se-ão
deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor
tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

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Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-CE Prova: FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Sorocaba - SP Prova: VUNESP
Judiciário - Área Judiciária - 2018 - Prefeitura de Sorocaba - SP - Procurador do Município
Vencida e não cumprida determinada obrigação contratual, o credor ajuizou ação Durante o julgamento de uma causa, o juiz, de ofício e sem prévia manifestação
em que pleiteava a condenação do devedor a pagá-la. Depois de contestada a das partes, decidiu pela prescrição da pretensão do autor. O fundamento da
demanda, e encerrada a fase instrutória, o juiz reputou configurados os fatos decisão limitou-se à reprodução de um dispositivo legal, bem como à invocação de
constitutivos do direito alegado pelo autor, vindo a acolher a sua pretensão. Além um precedente, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar
do pagamento da obrigação contratual, foi o réu condenado a pagar juros que o caso sob julgamento se ajusta ao referido precedente. É correto afirmar que
moratórios legais, correção monetária e honorários de sucumbência, itens que não a sentença é
haviam sido objeto de pedido na inicial. A) válida e de acordo com o princípio da celeridade e eficiência processual.
Nesse quadro, a sentença proferida foi: B) anulável, por ofensa aos princípios da imparcialidade e igualdade processual.
A) nula, por ultra petita; C) nula, por ofensa ao princípio da não surpresa e fundamentação das decisões
B) nula, por extra petita; judiciais.
C) nula, por citra petita; D) anulável, por ofensa ao princípio da não surpresa e fundamentação das
D) válida; decisões judiciais.
E) válida, embora o seu excesso deva ser podado pelo tribunal. E) nula, de acordo com o princípio da razoável duração do processo e da
adequada tutela jurisdicional.

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Ano: 2018 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: TCE-MG Prova: FUNDEP
(Gestão de Concursos) - 2018 - TCE-MG - Auditor - Conselheiro Substituto
Sobre sentença e a coisa julgada no processo civil, analise as assertivas a seguir. 12. Tutelas Provisórias
I. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão que se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos. 1. Introdução
II. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão que não enfrentar qualquer dos argumentos deduzidos no processo.
III. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão que deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
O direito à tutela efetiva
julgamento ou a superação do entendimento.
IV. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, O problema do tempo no processo: quem ele
sentença ou acórdão que se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida.
normalmente afeta?
Estão corretas as assertivas:
A) I e III, apenas.
B) II e IV, apenas.
C) I, III e IV, apenas. Tutelas Provisórias x Tutelas Definitivas
D) I, II, III, e IV.
E) II e III, apenas.

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


2. Tutelas Cautelares x Antecipadas 3. Requisitos para concessão de tutela de urgência

Assegurar um direito (não satisfazê-lo) Exame dos arts. 300 a 302, CPC
X
Antecipar um direito (satisfazê-lo)

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


3. Requisitos para concessão de tutela de urgência 3. Requisitos para concessão de tutela de urgência
(cautelar ou antecipada) (cautelar ou antecipada)
*Probabilidade do direito
*Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo A antecipada deve ser reversível (300, § 3º)
*Pode ser exigida caução
*Pode haver concessão liminar ou através de
justificação prévia
Faltou alguma coisa?

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


3. Requisitos para concessão de tutela de urgência 4. Prejuízos e reparação
(cautelar ou antecipada)
Art. 302, CPC
Exemplos de tutela cautelar: rol aberto do art. 301

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


5. Pedido antecedente e incidental 6. Tutela de Evidência

O CPC/15 trouxe permissão de que os procedimentos Art. 311, CPC/15


sejam realizados em caráter antecedente – tanto a Inversão da lógica do tempo
tutela antecipada (303) quanto a cautelar (305). Independe da demonstração de perigo ou risco

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


6. Tutela de Evidência AGRAVO DE INSTRUMENTO. POSSE (BENS IMÓVEIS). AÇÃO DE
IMISSÃO DE POSSE. TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA.
A tutela provisória de evidência independe da demonstração de perigo
Hipóteses: ou de risco ao resultado útil do processo. O seu deferimento exige a
presença de uma das hipóteses previstas no art. 311 do CPC/2015. A
311 – I, II, III e IV concessão liminar da tutela de evidência somente pode ocorrer nos casos
previstos nos incisos II e III do referido dispositivo legal. No caso
concreto, não foram preenchidos os requisitos para o deferimento
da tutela de evidência, pois fundamentada a pretensão no inciso II do art.
311 sequer foi indicada eventual tese firmada em julgamento de casos
repetitivo ou em súmula vinculante. AGRAVO DE INSTRUMENTO
DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70076183003, Décima Nona Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Antonio Angelo, Julgado em 07/06/2018)

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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. Em razão de grave enfermidade, consumidor de plano de saúde ajuizou demanda
AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL. TUTELA DE EVIDÊNCIA. em que pleiteava a condenação da operadora prestadora do serviço a lhe custear
REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS. Consoante art. 311, II do CPC/15, um tratamento específico, indicado por seu médico, e que a empresa alegava não
a tutela de evidência será concedida liminarmente quando as estar previsto no contrato. Sem prejuízo da tutela jurisdicional definitiva, abarcando
alegações de fato puderem ser comprovadas a condenação da ré a cumprir a obrigação contratual e a pagar verbas
reparatórias de danos morais, o autor requereu, em sua inicial, a concessão de tutela
apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de
provisória, consubstanciada na determinação judicial, inaudita altera parte, para
casos repetitivos ou em súmula vinculante. Caso dos autos em que não
que a empresa viabilizasse de imediato o tratamento pretendido, o que foi deferido.
restou comprovado nenhum dos requisitos. Hipótese em que se afigura Quanto a essa providência provisória, pode-se afirmar que a sua natureza é de
recomendável, outrossim, o contraditório e a dilação probatória. tutela:
Mantida a decisão agravada. Agravo de instrumento desprovido.
a) de urgência cautelar;
Unânime. (Agravo de Instrumento Nº 70076603497, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Dilso Domingos Pereira, Julgado em 30/05/2018). b) de urgência satisfativa;
c) da evidência cautelar;
d) inibitória cautelar.
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12. Tutelas Provisórias 12. Tutelas Provisórias


A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. A tutela da Miguel ajuizou ação de cobrança contra a empresa X, conseguindo demonstrar sua
evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano pretensão exclusivamente pela prova documental anexada com a inicial, cuja matéria
ou de risco ao resultado útil do processo, quando é objeto de súmula vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal. Neste caso, à
a) ficar caracterizado o abuso do direito recursal ou o manifesto propósito luz do Código de Processo Civil, o juiz,
reipersecutório do polo passivo da demanda. a) liminarmente, desde que o autor demonstre o perigo de dano ou o risco ao
b ) as alegações de fato formuladas pelo autor, na petição inicial, puderem ser resultado útil do processo, poderá conceder a tutela da evidência.
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de b) poderá conceder a tutela de evidência, após ouvir obrigatoriamente a parte
casos repetitivos ou em súmula vinculante. contrária, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao
c) calcado em pedido inicial de cunho declaratório baseado em contrato de resultado útil ao processo.
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, c) liminarmente, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco
sob cominação de multa. ao resultado útil ao processo, poderá conceder a tutela da evidência..
d) a contestação for instruída com prova documental que não seja capaz de gerar d) poderá conceder a tutela de evidência, após ouvir obrigatoriamente a parte
dúvida razoável aos fatos articulados pelo autor na petição inicial. contrária, desde que o autor demonstre o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.

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Analise as seguintes assertivas: Ano: 2019 Banca: CPCON Órgão: Prefeitura de Boa Ventura -
I. Para a validade do processo, é indispensável a citação do réu ou do executado, PB Prova: CPCON - 2019 - Prefeitura de Boa Ventura - PB - Advogado
mesmo se tratando de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do Sobre o tema da tutela de urgência, aponte a assertiva CORRETA:
pedido. A) A tutela de urgência de natureza antecipada será concedida ainda que haja
II. O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão quando a parte por ela
beneficiada prestar caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que
da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou
a outra parte possa vir a sofrer.
de embargos à execução. B) O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido
III. O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o
não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico reconhecimento de decadência ou de prescrição.
perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas C) A tutela da evidência só será concedida com a demonstração de perigo de dano
correspondentes. ou de risco ao resultado útil do processo.
IV. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição D) Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido no prazo de 15 (quinze) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos
de tutela final, sem a necessidade de exposição da lide, do direito que se busca em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de
novas custas processuais.
realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
E) Se por motivo de caso fortuito ou força maior cessar a eficácia da tutela
Somente está CORRETO o que se afirma em: cautelar, a parte poderá renovar o pedido com base nos mesmos fundamentos,
a) I, II, III, IV. desde que o faça no prazo de 15 (quinze) dias.
b) I, II.
c) II, III.
d) IV, III.
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Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: TJ-MS Prova: FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz
Substituto
A tutela provisória
A) da evidência será concedida sempre e unicamente quando caracterizado o
abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.
B) observará o rol taxativo previsto na norma processual
C) conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode a qualquer tempo
ser modificada, embora não revogada.
D) de urgência de natureza antecipada só poderá ser concedida após justificação
prévia.
E) de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e
qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

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