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Lesoes Brancas
Lesoes Brancas
CIRURGIÕES-DENTISTAS DA REDE
PÚBLICA DE ATENÇÃO À SAÚDE
Material para
Leitura
Módulo 3
lesões brancas
Lesões Brancas
Material para
Leitura Lesões Brancas
INTRODUÇÃO
As lesões brancas da mucosa bucal são observadas frequentemente na rotina clínica do cirurgião-
dentista. Essas lesões surgem em decorrência de alterações no processo de renovação do epitélio (aumento da
espessura de ceratina ou do tecido epitelial como um todo) e/ou da condensação de fibras do tecido conjuntivo,
as quais tornam a vascularização da mucosa menos perceptível clinicamente.
Este material se propõe a apresentar um roteiro de raciocínio diagnóstico voltado para as principais
manchas e placas brancas, as quais apresentam etiologia e natureza diversa. Este grupo de lesões envolve desde
lesões reacionais frente ao trauma (ceratose friccional), lesões auto-imunes (líquen plano), lesões com potencial
de transformação maligna (leucoplasia e queilite actínica) e, em um número menor de casos, o câncer bucal
(carcinoma espinocelular).
A proposta deste curso é oferecer ferramentas para facilitar o diagnóstico diferencial entre estas lesões.
Esse desafio exige a realização de manobras clínicas, análise da distribuição e característica clínica das lesões,
consideração a respeito da presença de fatores irritativos.
No sentido amplo, a expressão “lesões brancas” incluiria algumas lesões papulares/nodulares como o
papiloma, as quais não serão abordadas neste capítulo pois, embora brancas, pertencem ao capítulo “Lesões
proliferativas” por representarem um crescimento tecidual.
Retomando a orientação geral passada no capítulo 1, o primeiro passo é definir:
PASSO 1. SERÁ QUE ESSA ÁREA BRANCA NÃO É UMA VARIAÇÃO DO PADRÃO DE
NORMALIDADE?
Neste sentido, as hipóteses de linha alba (Figura 1) e leucoedema (Figura 2) devem ser descartadas
antes de avançarmos no nosso raciocínio e considerarmos que se trata mesmo de uma lesão, e, portanto,
uma situação que merece uma atenção maior.
Figura 1. O leucoedema (A e B, à esquerda) se caracteriza como uma área branca/acinzentada de limites pouco nítidos localizada
na mucosa jugal. É comum ser bilateral e frequentemente desaparece quando a mucosa é tracionada (conforme demonstrado na
figura B). A linha alba (C e D) é uma estria (placa de apresentação linear) branca única, mais ou menos pronunciada, que aparece na
mucosa bucal na linha de oclusão, ou seja, onde dentes superiores e inferiores entram em contato.
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ANTES DE COMEÇAR:
QUAIS SÃO AS POSSÍVEIS CAUSAS DE UMA LESÃO BRANCA NA BOCA? QUAIS DIFERENTES
DOENÇAS QUE AS LESÕES BRANCAS PODEM REPRESENTAR?
Na Tabela 1 são listadas as principais lesões brancas que acometem a boca, destacando as suas
diferentes naturezas e, consequentemente, maior ou menor morbidade. Existem outras lesões brancas, não
abordadas aqui por serem menos comuns. É importante saber diferenciar as lesões que apresentam risco de
transformação maligna (lesões ou desordens potencialmente malignas) ou que já são um tumor maligno
(carcinoma espinocelular), daquelas de natureza benigna e representam doenças menos preocupantes. Um
dos principais objetivos do curso é aumentar a capacidade de você distinguir essas diferentes situações.
BENIGNAS
Reacionais
- Mordiscamento crônico (morsicatio)
- Ceratose friccional
- Estomatite nicotínica
Geneticamente determinadas
- Nevo branco esponjoso
Infecciosas
- Candidíase pseudomembranosa
- Candidíase hiperplásica crônica
- Sífilis secundária
- Leucoplasia pilosa
POTENCIALMENTE MALIGNAS
- Queilite actínica
- Leucoplasia
- Líquen plano
MALIGNAS
- Carcinoma espinocelular
Após descartar as variações do padrão de normalidade (leucoedema e linha alba), fica estabelecido
que a área branca deve ser interpretada como uma lesão. Para definirmos o diagnóstico, existe uma linha de
raciocínio e manobras que devem ser seguidas (Figura 2).
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A candidíase é uma infecção fúngica oportunista, geralmente associada ao fungo Candida
albicans, um microrganismo que está presente na boca da maioria da população. A instalação da
doença depende de um desequilíbrio no meio bucal. Geralmente um ou mais fatores predisponentes
podem ser identificados (Tabela 2).
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psiquiátrico. Estes diagnósticos são confirmados quando a lesão desaparece após remoção do fator
causador, o que pode levar até 4-6 semanas e ambas são consideradas lesões benignas. Caso não haja
fator irritativo envolvido, a hipótese é de LEUCOPLASIA, lesão potencialmente maligna que deve
ser submetida à biópsia parcial para permitir uma análise mais detalhada. Dependendo do resultado
do exame histopatológico, define-se a conduta. Lesões que não apresentarem displasia epitelial, não
necessitam remoção total obrigatoriamente. Para lesões com displasia epitelial, recomenda-se remoção
total. O paciente deve ser acompanhado independentemente do resultado do exame histopatológico,
tendo a lesão sido removida por completo ou não. Indica-se revisões a cada 3 meses para pacientes que
apresentaram displasia epitelial e a cada 6 meses em casos onde não observou-se displasia epitelial. Uma
medida importante é orientar o paciente a respeito da necessidade de deixar de se expor aos fatores de
risco fumo e álcool, os quais aumentam a chance de a lesão progredir para um tumor maligno. Não
podemos esquecer que alguns casos de lesões com aspecto clínico de leucoplasia podem, na verdade,
ser carcinomas espinocelulares em estágio inicial, reforçando a importância de o cirurgião-dentista
estar capacitado à identificação e diagnóstico dessas lesões.
- Localizada no lábio?
A QUEILITE ACTÍNICA é uma lesão com risco de transformação maligna, ou seja
potencialmente maligna. Sua aparência clínica é típica, sendo caracterizada como a perda de nitidez
do limite entre pele e mucosas do vermelhão do lábio associada ou não a áreas acastanhadas devido à
exposição crônica à radiação UV (radiação solar). Áreas vermelhas (erosivas), descamativas, ulceradas
e de placas brancas podem ser observadas, representam agravamento das lesões e, se persistentes ao
tratamento conservador (Hipoglós, bepantol, filtro solar labial), devem ser biopsiadas. A presença de
áreas ulceradas podem indicar transformação em carcinoma espinocelular, especialmente se houver
borda elevada ou áreas endurecidas, sendo outra situação passível de realização de biópsia para
descartar esse hipótese ou, pelo menos, fazer o diagnóstico o mais precocemente possível.
- Localizada no palato?
A outra lesão branca, única e difusa é a ESTOMATITE NICOTÍNICA, área branca com ponto
avermelhados observada no palato. Resulta do calor crônico do provocado pelo tabaco ou por alguma
bebida quente que é consumida com regularidade (café, chá, chimarrão). Essa lesão é considerada
benigna, não oferecendo risco de malignização.
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LESÕES MÚLTIPLAS
O último grupo de lesões é bastante diverso. Muitas vezes o diagnóstico diferencial entre essas
lesões pode ser difícil.
- EXISTEM FATORES IRRITATIVOS ENVOLVIDOS?
Mais uma vez, deve-se considerar que fatores irritativos podem estar envolvidos. O trauma de
mastigação sobre mais de uma região do rebordo alveolar edêndulo é possível. O mesmo raciocínio
vale pelo mordiscamento intencional, que é bilateral em muitos casos. Dessa forma, dependendo do
que for observado em boca e do que o paciente relatar na anamnese, as hipóteses de CERATOSE
FRICCIONAL e MORDISCAMENTO CRÔNICO podem ser consideradas
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bilateral. Contudo, a presença de lesões em mucosa jugal não é obrigatória, podendo haver lesões
brancas, erosivas e/ou ulceradas na língua, lábio, gengivas ou outros sítios bucais. Dificilmente se
observa lesões em um único sítio. Um paciente com líquen dificilmente fica sem nenhuma lesão.
Mesmo nas fases menos ativas da doença, lesões brancas (placas ou estrias) são encontradas em alguma
parte da boca. Portanto, dificilmente um paciente com líquen plano fica sem alguma lesão. A biópsia
parcial é indicada para confirmação do diagnóstico, a não ser que a apresentação clínica seja muito
típica, ou seja, manifestação de estrias em mucosa jugal bilateral sem nenhuma outra manifestação
em boca. A presença de lesões erosivas/ulceradas ou de agravamento dos sintomas (dor, ardência) são
interpretadas como exacerbação da doença. Nesses momentos, tratamento com corticosteroides deve
ser recomendado. Como esse tipo de tratamento tem efeitos adversos, a primeira escolha é pelo uso de
medicamentos de ação tópica. Para casos em que não haja boa resposta frente ao uso de corticosteóides,
os medicamentos de uso sistêmico podem ser utilizados. O uso destes medicamentos requer maior
cuidado, pois o risco de efeitos adversos é maior.
Alguns pacientes apresentam lesões erosivas (vermelhas) exclusivamente nas gengivas,
manifestação denominada gengivite descamativa. Essa manifestação não é especifica para o líquen
plano (explicações adicionais serão dadas no módulo de lesões erosivas). Pode haver manifestações em
pele, as quais se caracterizam como pápulas avermelhadas de aspecto poligonal que coçam e que afetam
preferencialmente as superfícies flexoras dos braços ou das pernas. Unhas ou outras mucosas (p. ex.:
nasal, genital) também podem ser afetadas. A identificação, diagnóstico, tratamento e acompanhamento
dos pacientes é fortemente recomendável, pois alguns autores consideram que a doença apresenta
potencial de malignização. A presença de áreas erosivas ou ulceradas que não desaparecem servem de
alerta para a necessidade de realização de biópsia para descartar essa possibilidade.
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Figura 2. Algoritmo para raciocínio diagnóstico frente à identificação de lesões brancas na mucosa bucal.
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Queimadura Lesão térmica ou Manchas e placas Aspecto clínico Caso tenha sido um
química, gerando brancas removíveis associado à anamnese. episódio pontual e
necrose superficial por raspagem. O diagnóstico não involuntário (p ex.
da mucosa. costuma ser difícil, pois queimadura com um
o paciente percebe o alimento quente),
momento em que se orientar o paciente
queimou com alimento/ a respeito da lesão.
bebida quente ou tem Além disso, o uso
condições de confirmar de antissépticos
que a alteração surgiu (colutórios sem
após o contato com álcool) pode ajudar
agente químico. a manter a ferida
limpa favorecendo o
reparo. A cicatrização
vai acontecer
espontaneamente.
Dependendo dos
sintomas relatados
pelo paciente,
podem ser prescritos
analgésicos.
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4 - LESÕES BRANCAS NÃO REMOVÍVEIS POR RASPAGEM E COM DISTRIBUIÇÃO
FOCAL, LOCALIZADA
Leucoplasia Lesão predominantemente Manchas e/ou Diagnóstico é clínico Se a biópsia parcial indicar
branca, não removível a placas de coloração e de exclusão, ou seja, presença de displasia
raspagem que não pode branca, únicas devemos descartar as epitelial, o ideal é remover
ser caracterizada clinica ou múltiplas, outras possibilidades toda a lesão.
ou patologicamente como assintomáticas, antes de pensar neste Casos com alterações mais
outra doença. principalmente em diagnóstico. brandas (hiperceratose,
Maior parte dos casos pacientes fumantes. Realizar biópsia hiperplasia e acantose)
associado ao fumo. Mais comuns parcial para avaliar podem acompanhados.
em mucosa microscopicamente a Todos os pacientes devem
jugal, gengiva e lesão para observar se há ser submetidos a controle
vermelhão do lábio. displasia epitelial ou se clínico periódico devido
Lesões em língua já se trata de carcinoma ao risco de transformação
e assoalho bucal espinocelular em estágio maligna. Os intervalos
e de distribuição inicial. entre as consultas variam
múltipla costumam de 3 meses (casos com
ter comportamento displasia) e 6 meses (sem
mais agressivo. displasia). É fundamental
São classificadas que os pacientes seja
como não orientados a respeito da
homogêneas natureza potencialmente
quando misturam maligna da lesão e
áreas vermelhas ou sobre a importância de
quando apresentam suspenderem a exposição
superfície irregular. aos fatores de risco (fumo
Esse subtipo e álcool).
costuma ter Mudanças no tamanho,
comportamento no aspecto superficial e
mais agressivo. na cor das lesões sugerem
agravamento e/ou
transformação maligna,
indicando necessidade de
nova biópsia.
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5 - LESÕES BRANCAS NÃO REMOVÍVEIS POR RASPAGEM, ÚNICAS, COM
DISTRIBUIÇÃO DIFUSA E TAMANHO MAIOR
Estomatite Lesão branca associada Manchas e ou Clínico, ou seja, definido Apesar de o fumo ser
Nicotínica ao calor produzido placas brancas de pelo aspecto visual das o agente causador na
pelo fumo ou por outro limites difusos lesões. Quando as placas maior parte dos casos,
alimento ou bebida com pontos ou manchas de limites a lesão não apresenta
quente. avermelhados, os mais definidos e sem os risco de transformação
quais representam pontos avermelhados maligna. Dessa forma, é
ductos de glândulas são vistos, deve-se considerada uma lesão
salivares menores considerar o diagnóstico benigna. O paciente dever
inflamados como de LEUCOPLASIA ser orientado a respeito
uma reação ao da presença e natureza
calor. benigna da lesão.
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Leucoplasia Lesão Manchas e/ou Clínico e de exclusão, ou Se a biópsia parcial indicar
predominantemente placas de coloração seja, devemos descartar presença de displasia
branca, não removível a branca, únicas as outras hipóteses epitelial, o ideal é remover
raspagem que não pode ou múltiplas, discutidas neste módulo toda a lesão.
ser caracterizada clinica assintomáticas, antes de pensar neste Casos com alterações mais
ou patologicamente principalmente em diagnóstico. brandas (hiperceratose,
como outra doença. pacientes fumantes. Realizar biópsia hiperplasia e acantose)
Maior parte dos casos Mais comuns parcial para avaliar podem acompanhados.
associado ao fumo. em mucosa microscopicamente a Todos os pacientes devem
jugal, gengiva e lesão para observar se há ser submetidos a controle
vermelhão do lábio. displasia epitelial ou se clínico periódico devido
Lesões em língua já se trata de carcinoma ao risco de transformação
e assoalho bucal espinocelular em estágio maligna. Os intervalos
e de distribuição inicial. entre as consultas variam
múltipla costumam de 3 meses (casos com
ter comportamento displasia) e 6 meses (sem
mais agressivo. displasia). É fundamental
São classificadas que os pacientes seja
como não orientados a respeito da
homogêneas natureza potencialmente
quando misturam maligna da lesão e
áreas vermelhas ou sobre a importância de
quando apresentam suspenderem a exposição
superfície irregular. aos fatores de risco (fumo e
Esse subtipo álcool).
costuma ter Mudanças no tamanho,
comportamento no aspecto superficial e
mais agressivo. na cor das lesões sugerem
agravamento e/ou
transformação maligna,
indicando necessidade de
nova biópsia.
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6- LESÕES BRANCAS NÃO REMOVÍVEIS POR RASPAGEM, COM DISTRIBUIÇÃO MÚLTIPLA
Mastigação Lesão benigna Placas brancas de Anamnese e exame físico. Orientação do paciente. Caso haja
Crônica provocada pelo superfície irregular, Placas brancas mais ou suspeita de que possa se tratar
(Morsicatio) hábito de morder a associadas ou não menos espessas em áreas de outra doença (líquen plano,
mucosa. a áreas de eritema, sujeitas ao mordiscamento leucoplasia), pode-se realizar
geralmente na justificam a pergunta ao biópsia. Se for morsicatio, são
mucosa jugal na paciente. Se o paciente observadas apenas alterações
linha de oclusão. confirma que se morde, discretas como aumento da
Também pode ser a princípio considera- ceratinização (hiperceratose) e
vista na língua e no se o diagnóstico como células vacuolizadas.
lábio. Podem ser definitivo.
únicas ou múltiplas,
dependendo de
como o paciente
executa o hábito.
Nevo Branco Doença genética Placas simétricas, Anamnese e exame físico. Não há necessidade de tratamento.
Esponjoso rara que se manifesta difusas, espessas, As lesões estão presentes
na boca, sendo corrugadas desde o nascimento ou
transmitida como um assintomáticas surgem até a adolescência.
traço autossômico que se apresentam Mais membros da família
dominante. bilateralmente costumam estar afetados.
na mucosa jugal
e que não saem à
raspagem.
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Candidíase Manifestação Placas brancas O diagnóstico é Tratamento com antifúngicos
Crônica incomum da infecção não removíveis sugerido pela presença tópicos. Nem sempre há remissão
Hiperplásica pela Candida por raspagem de placas nesta total das lesões. Neste caso indica-
albicans. É uma lesão localizadas localização específica se biópsia parcial para avaliação
controversa. Alguns geralmente na (retrocomissura). A das alterações microscópicas
autores afirmam que região anterior distinção de leucoplasia é presentes e para descartar
é uma infecção por da mucosa jugal difícil. carcinoma espinocelular. Apesar
Candida sobre uma (retrocomissura), disso, a lesão não é considerada
leucoplasia. apresentando-se como potencialmente maligna pela
bilateralmente. Organização Mundial de Saúde.
Leucoplasia Manifestação da Estrias paralelas A presença de lesões A lesão não precisa de tratamento
Pilosa infecção pelo vírus que podem se com a característica específico. Em pacientes HIV
do EBV, observada juntar formando descrita ao lado sugere positivos, o controle da AIDS
em quadros de placas localizadas fortemente o diagnóstico, costuma induzir melhora nas lesões.
imunodeficiência em borda de língua confirmado se o paciente
(por exemplo: bilateralmente. tiver imunossupressão
pacientes HIV confirmada.
positivos).
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Liquen Doença Numerosas estrias O diagnóstico final é O líquen plano reticular é
Plano mucocutânea crônica ou placas brancas estabelecido com base assintomático na maior parte dos
imunologicamente assintomáticas no aspecto clinico das casos, não havendo necessidade
mediada por frequente em estrias e pelos exames de tratamento. Os casos de líquen
linfócitos T. mulheres de meia histopatológico. Alguns atrófico/erosivo, ou seja, quando
Pode acometer pele idade. Mucosa jugal casos exigem uso do aparecem úlceras ou erosões,
e mucosa bucal e lingual bilateral exame imunofluorescência situação usualmente associada a
concomitantemente. são os sítios mais direta. Mesmo nos casos dor ou ardência, são situações onde
Causa desconhecida. afetados. Apresenta onde áreas erosivas (áreas o tratamento com corticosteroides
O tipo de líquen curso crônico vermelhas ou ulceradas) tópicos está indicado.
plano que se com períodos são vistas, é comum Deve-se reavaliar o paciente a cada
manifesta como lesão de remissão e aparecerem estrias em 6 meses pois, apesar de discutível,
branca é denominado exacerbação, alguma região da boca, alguns autores acreditam que essa
de reticular. quando podem aspecto que auxilia no lesão pode se transformar em
aparecer áreas diagnóstico. Em alguns câncer.
erosivas ou casos, a biópsia parcial é
ulceradas e dor. utilizada para confirmar o
diagnóstico.
Leucoplasia Lesão Manchas e/ou placas Clínico e de exclusão, ou Se a biópsia parcial indicar presença
predominantemente de coloração branca, seja, devemos descartar de displasia epitelial, o ideal é
branca, não únicas ou múltiplas, as outras hipóteses remover toda a lesão.
removível a raspagem assintomáticas, discutidas neste módulo Casos com alterações mais brandas
que não pode ser principalmente em antes de pensar neste (hiperceratose, hiperplasia e
caracterizada clinica pacientes fumantes. diagnóstico. acantose) podem acompanhados.
ou patologicamente Mais comuns em Realizar biópsia Todos os pacientes devem ser
como outra doença. mucosa jugal, parcial para avaliar submetidos a controle clínico
Maior parte dos casos gengiva e vermelhão microscopicamente a periódico devido ao risco de
associado ao fumo. do lábio. lesão para observar se há transformação maligna. Os
Lesões em língua displasia epitelial ou se intervalos entre as consultas
e assoalho bucal já se trata de carcinoma variam de 3 meses (casos com
e de distribuição espinocelular em estágio displasia) e 6 meses (sem displasia).
múltipla costumam inicial. É fundamental que os pacientes
ter comportamento seja orientados a respeito da
mais agressivo. natureza potencialmente maligna
São classificadas da lesão e sobre a importância de
como não suspenderem a exposição aos fatores
homogêneas de risco (fumo e álcool).
quando misturam Mudanças no tamanho, no
áreas vermelhas ou aspecto superficial e na cor das
quando apresentam lesões sugerem agravamento e/ou
superfície irregular. transformação maligna, indicando
Esse subtipo necessidade de nova biópsia.
costuma ter
comportamento
mais agressivo.
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PAINEL CLÍNICO PARA FIXAR AS CARACTERISTICAS DE CADA LESÃO
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FIGURA 5. Lesões brancas brancas únicas que não são removidas pela raspagem. Para algumas delas
o diagnóstico é leucoplasia, pois não há fator traumático/irritativo associado. Clinicamente, essa lesão
pode ser classificadas como homogênea (A e B) ou não homogênea (C e D). Para a lesão indicada com
a letra E é possível estabelecer a relação com o trauma de mastigação crônico e, por isso, o diagnóstico é
ceratose friccional. A confirmação do diagnóstico se dá quando há regressão da lesão após remoção do
agente agressor, o que pode levar de 4 a 6 semanas. Se não houver regressão após remoção do trauma,
o diagnóstico deve mudar para leucoplasia. Caso haja dúvida com relação ao diagnóstico diferencial com
leucoplasia, pode ser indicada uma biópsia parcial para permitir análise das alterações microscópicas presentes.
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LESÕES BRANCAS MÚLTIPLAS, NÃO REMOVÍVEIS A RASPAGEM
FIGURA 7. As imagens A e B
mostram, com diferentes graus de
aproximação, lesão branca única e
difusa associada a pontos vermelhos
no palato, aspecto típico da estomatite
nicotínica. Quando forem identificadas
placas brancas em borda de língua
bilateralmente (mesmo paciente), a
hipótese é leucoplasia pilosa, havendo
necessidade de investigação de quadro
de imunossupressão e requisição de
Anti-HIV (C e D). A presença de placas
brancas bilaterais simétricas em língua
até poderia fazer pensar em líquen
plano, mas é muito difícil o líquen se
limitar apenas a essa região, diferente
da leucoplasia pilosa que tem essa como
A e B - Neville et al. (2009); C e D - Regezi, Sciuba, Jordan (2013) a sua principal característica.
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QUEILITE ACTÍNICA
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LESÕES BRANCAS NÃO REMOVÍVEIS POR RASPAGEM, COM DISTRIBUIÇÃO MÚLTIPLA
FIGURA 10. Líquen plano. Lesões brancas múltiplas, não destacáveis por raspagem, com aspecto de
estrias, com distribuição bilateral. No caso ilustrado pelas fotos a e b, as lesões são mais evidentes. No caso
mostrado nas fotos c e d, as lesões são mais discretas. Em ambos casos, os pacientes não referem sintomas.
Dor e/ou ardência costumam ser relatados quando as lesões associam áreas erosivas e/ou ulceradas.
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REFERÊNCIAS
BHATTACHARYYA I, CHEHAL HK. White lesions. Otolaryngol. Clin. North Am.; 44, no.1, p.109-31, 2011.
COLEMAN, C. C.; NELSON, J. F. Princípios de diagnóstico bucal. Editora Guanabara Koogan, 1993.
HUBER MA. White oral lesions, actinic cheilitis, and leukoplakia: confusions in terminology and definition:
facts and controversies.Clin Dermatol.; v.28, no.3, p.262-8, 2010.
LEE KH, POLONOWITA AD. Oral white lesions: pitfalls of diagnosis. Med. J. Aust.; v.190, no.5, p.274-7, 2009.
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A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por integrantes do Núcleo de
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