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Estratégico Financeiro
Material Teórico
Formulação da Estratégia: Planejamento, Planos e Planejadores
Revisão Textual:
Profa. Ms. Claudio Brites
Formulação da Estratégia: Planejamento,
Planos e Planejadores
• Estratégia Competitiva
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Unidade: Formulação da Estratégia: Planejamento, Planos e Planejadores
Contextualização
Estratégia de Empresa
Isto É Dinheiro 05 de fevereiro 2014.
Por Cláudio Gradilone
Uma complexa operação societária garantiu ao Itaú Unibanco o controle da instituição financeira
chilena CorpBanca. Anunciada na quarta-feira 29, a tacada colocou dois trunfos nas mãos de
Ricardo Marino, vice-presidente que comanda a veia latino-americana do Itaú. O primeiro são os
ativos de US$ 31 bilhões, que triplicam o total de recursos na região (fora o Brasil) e garantem uma
pequena operação na Colômbia. O segundo é o potencial de novos negócios.
Na ponta do lápis, as cifras do novo Itaú Chile praticamente desaparecem diante do quase
meio bilhão de dólares dos ativos do banco brasileiro. Mesmo assim, a fusão da operação local
com a CorpBanca – realizada por meio de uma troca de ações e da injeção de US$ 652 milhões
em recursos do Itaú na nova empresa – garante possibilidades de crescimento. “Encaramos esse
negócio como uma excelente plataforma para a expansão na região”, diz Marino. “Com essa
transação, a participação dos ativos latino-americanos no total do banco cresceu de 5% para
quase 15%” diz. Segundo Marino, existe um forte vínculo empresarial entre a Colômbia e os
países da América Central, em especial o Panamá. “São economias pequenas, mas com uma
corrente de comércio muito forte”, diz ele. “No futuro, as lições que aprendemos vão permitir
nossa entrada em outros mercados promissores, como o Peru e o México”.
A compra segue-se a uma entrada gradual no mercado chileno. Em 2006, ao adquirir do
americano Bank of America as operações do BankBoston no Brasil, o Itaú também levou
um pequeno banco no Chile. “Aprendemos a operar em um mercado maduro, competitivo e
exigente” diz Marino. Em sete anos, os lucros foram multiplicados por oito, revela. Embora os
produtos sejam diferentes em cada país, Marino diz que há diversas semelhanças que permitem
ganhos de escala. “Nossa estratégia de ataque está traçada”, diz ele. No caso da pessoa física,
o Itaú vai apostar nos cartões de crédito, que permitem ao cliente fazer transações em todos
os países da região. Já nas empresas, a principal aposta é na gestão de caixa, em que não há
muitas diferenças de um mercado para o outro.
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A Estratégia de Negócios da empresa
Figura 1. As 5 Etapas do PE: Passo 3 - Formulação da Estratégia
Tomada de Sistemas de
decisão indicadores
Análise de Feedback
(Retro alimentação)
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Unidade: Formulação da Estratégia: Planejamento, Planos e Planejadores
Sem embargo, é essa linha mestra traçada pela missão organizacional quem delimita e
circunscreve as fronteiras das operações e dos negócios da empresa, bem como formaliza a
apresentação da organização perante as eventuais partes interessadas (stakeholders).
Veremos agora, na próxima seção, os principais aspectos componentes do planejamento
estratégico propriamente dito – a estratégia e o planejamento –, apresentando, então, os fatores
determinantes do processo de formulação e de escolha de uma estratégia empresarial.
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Aliás, o terceiro passo do PE, a etapa da formulação estratégica, abrange também,
complementarmente – além do processo de racionalização, concepção e escolha de um dado
padrão estratégico –, a iniciativa de sua estruturação em meios práticos, objetivando permitir uma
aplicação sincronizada e aderente das diretrizes organizacionais às diferentes atividades correntes
da empresa. Essa última função, a de formular a ação concatenada dos elementos constituintes do
sistema-empresa, é organizada através da chamada política de negócios, a qual viabilizará o
funcionamento orgânico e consistente da firma, sem contradições ou inconsistências essenciais.
Dessa forma, podemos descrever a estratégia de negócios como um planejamento de longo
prazo dos negócios da empresa, o qual poderá cobrir períodos plurianuais de planificação – de
três a cinco anos, ou mais –, devendo essa estratégia fortalecer e legitimar a posição competitiva
da empresa no mercado em que ela atua.
Sem embargo, e de maneira geral, uma estratégia de negócios está relacionada àquelas
decisões que envolvam os principais recursos, competências e capabilidades sob controle da
empresa. Tais decisões são orientadas à busca da mais eficaz alocação dos recursos-produtos no
que diz respeito aos objetivos empresariais como um todo.
Por outro lado, o conceito de planejamento estratégico carrega, além das incertezas típicas
em relação ao futuro, um outro tipo de risco que é aquele associado à função de planejar – de
pensar orientadamente –, já que ele diz respeito à atuação falível de agentes, pessoas, o que
implica considerar o fator humano envolvido no processo: o estrategista e o planejador.
Sobre isso, March e Simon (1957) observaram que, durante os processos organizacionais, a
realidade humana se defronta com limites cognitivos – limitações relativas à incapacidade
humana de a tudo conhecer e sobre tudo se informar. Tal realidade adiciona-se àquela do
simples erro de julgamento, de avaliação e à falibilidade do agente, e podem, é claro, levar a
amplas distorções nos resultados da busca pelos objetivos organizacionais.
De qualquer modo, é fato que o planejamento reproduz um caminho a ser percorrido – uma
estrada para o futuro –, e é a função do estrategista traduzir, prever, estimar e equalizar – entre o
possível e o realizável – as expectativas mais prementes da organização. A partir disso, por fim,
poderá ele então formular um constructo abstrato que sirva como orientador e guia para a ação
estratégica fluir em direção ao objetivo empresarial.
Com efeito, é a partir das visões de campo e de futuro do estrategista, de sua capacidade
de formular e cristalizar planos de ação possíveis, que toda estratégia será armada. Lembre-se
que na Grécia antiga o estratego correspondia ao generalíssimo, aquele General-Superior que
permanecia na colina, observando e planejando cada ação coletiva durante toda a batalha.
Contudo, ainda antes de pontuarmos sobre o planejamento propriamente dito, vamos
considerar os agentes que idealizam, elaboram e promovem a atividade funcional de
planejar: os planejadores.
Considerando que o objetivo da função de planejar é idealizar e elaborar um plano ou
roteiro, pode-se perceber que essa atividade traz consigo aspectos de projeção, programação
e planificação, prescindindo ainda da necessidade de se traçar caminhos e tensionar – no
sentido mesmo de forçar – em favor de uma resolução esperada numa dada situação de interesse.
Sendo assim, podemos definir o planejador como aquele agente que antevê uma ponte
entre a estratégia e a ação humana, alguém que é um especialista na elaboração do planejamento
e de seus complementos.
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Estrategista
Planejador Estratégia
Planejamento
Como corolário, cumpre relatar agora algumas diferenças entre a estratégia e o planejamento.
Em primeiro lugar, as diferenças de “saber”, pois a análise e a concepção exigidas de um
estrategista dependem da sua “visão”, de seu “tirocínio”; ao passo que o planejador, num
nível de abstração menos elevado, executa a tradução da estratégia escolhida em termos de
ação aplicada.
Também, o processo de raciocínio do estrategista se move em direção à síntese, buscando
cristalizar criativamente um “alvo” futuro desejado pela organização, ao passo que o
planejador atua através de um método analítico, cujo propósito é o de “estender um tapete”
tecido pelas diretrizes estratégicas emanadas, vinculando o presente ao futuro de maneira
racional e maximizadora.
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Em termos gerais, o processo de planejamento estratégico compreende tomadas de decisões
sobre o padrão de comportamento organizacional que a empresa se comprometerá a seguir ao
tratar de seus produtos, serviços, mercados e clientes.
Ele corresponde a uma sequência de análises e de decisões envolvendo as tarefas de estudar
a situação estratégica presente na empresa, o ambiente externo e os pontos fortes e fracos da
organização – tudo isso com a finalidade de definir um plano estratégico para o desenvolvimento
da ação empresarial e seu consequente controle e feedback, como atividades ex-post.
Pode-se dizer que o processo de PE é uma busca sistemática com o propósito de estruturar e
tecer a visão das estradas que a organização deverá percorrer, tendo em vista os objetivos que
ela se propõe a atingir.
Desse modo, o planejamento estratégico em si – enquanto técnica e ferramenta gerencial
– pode ser entendido como uma espécie de consciência organizacional, que molda seu
comportamento institucional capilarizando as orientações e os padrões emanados pelo nível
organizacional estratégico, de modo que todos os esforços estejam orientados e canalizados
para o mesmo objetivo. A forma como essas diretrizes fluem através da organização depende
do arranjo de governança corporativa da empresa.
Em suma, o PE determina a atuação da empresa em relação ao ambiente externo e se
apresenta semelhante a um arco – ao caracterizar objetivos e estratégias como alvos para o
cumprimento de sua missão –, ao mesmo tempo em que estabelece um vetor de propósitos
que vem esclarecer a direção e a organização para as atividades e decisões empresariais. Aliás,
devemos lembrar que, classicamente, organização e direção representam duas das quatro
funções gerenciais básicas.
Por sua vez, as classificações em três categorias mostram-se recorrentes na abordagem
do planejamento estratégico. Assim, podemos nos apoiar nos três níveis de uma empresa
– institucional, gerencial e técnico – e deles derivar uma classificação para os três níveis do
planejamento, pela mesma ordem hierárquica: estratégico, tático e operacional. E, ainda,
devemos levar em consideração os três tipos de prazos já vistos: longo, médio e curto.
Desse modo, temos que a integração entre essas classificações resulta numa
lógica pertinente e orientadora, que nos permite apresentar a seguinte distinção
entre os três conceitos:
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Estratégia Competitiva
Conforme já descrito pelo historiador e filósofo norte-americano Will Durant: o futuro não
acontece ao acaso; ele é criado. E assim sendo, na arena competitiva do Futuro – aquele locus
onde as empresas disputam hoje sua sobrevivência e seu sucesso a longo prazo –, o conceito
de estratégia competitiva sintetizado por Michael Porter representa uma forma de pensamento
estratégico apropriado, especialmente para aquelas empresas que enfrentam a realidade
concorrencial em seus mercados.
A estratégia competitiva pode ser definida como um planejamento de longo prazo, viabilizado
através da estruturação de quadros de ação, compostos por movimentos concatenados e
consistentes, cujo o propósito é traçar a “estrada” da empresa e pavimentá-la em busca da
sobrevivência e do sucesso organizacional. Em outras palavras, ela define um posicionamento
estratégico para a empresa como um todo único, a partir do qual ela irá assumir posições futuras
na arena competitiva.
Como concepção, a estratégia competitiva deve ser idealizada com o propósito de criar
e manter uma vantagem competitiva sustentável para a organização em contraposição aos
seus rivais. Através de ações que devem contribuir para fortalecer sua posição na indústria,
a empresa concebe uma escala – como hierarquia de prioridades –, objetivando organizar
seu processo de tomada de decisões, buscando gerar benefícios em valor no mercado
competitivo em que concorre.
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A competitividade estratégica de uma firma é formulada através do planejamento e de sua
consequente planificação – o equivalente a uma “receita” de como a empresa deverá competir, a
fim de não ceder às contingências que a ameacem na arena da competição pelas oportunidades.
Essa “receita de conduta” se refere à arquitetura de um processo racional de ação humana (VON
MISES, 1949), fundamentada em métodos de análise e de síntese organizacional, definidos a partir
da avaliação que o estrategista faça das forças e das fraquezas da empresa, do meio-ambiente, e da
comparação com os pontos fortes e fracos de seus concorrentes na Indústria.
Diversos ilustres acadêmicos e autores estudaram essa questão crucial para a existência das
organizações. Com efeito, desde o período clássico do pensamento econômico, inaugurado pelo
economista David Ricardo (século XVIII), o estudo das vantagens comparativas nos mercados é
aplicado à área de negócios.
Mais recentemente, Jay Barney citou elementos relacionados aos recursos sob controle da
firma, como fatores determinantes para seu nível de competitividade empresarial.
De fato, o caráter norteador dos planos estratégicos orienta a entidade numa direção
especificada e estabelece aquele plano de viagem capaz de melhor concentrar os esforços e
explorar as chamadas capabilidades da empresa, propiciando a realização sinérgica do objetivo
geral, ao mesmo tempo em que avança com sua missão em um ambiente carregado de
descaminhos, incertezas e de competição interfirmas.
Os planos de ação competitiva são documentos que dão aplicabilidade prática à estratégia
escolhida, sendo essenciais enquanto planificação capaz de orientar e sincronizar decisões
futuras; constituem-se, também, numa espécie de “mapa da mina”, desenhado para que a
empresa possa estabelecer e manter vantagem competitiva – que seja sustentável a longo
prazo – sobre seus rivais na indústria, traçando não apenas uma diretriz que encaminhe a
sobrevivência organizacional, mas, também, tendo por objetivo a conquista do sucesso e a
excelência empresarial no futuro.
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Unidade: Formulação da Estratégia: Planejamento, Planos e Planejadores
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A estratégia de manutenção pretende preservar a vigente participação de mercado da
empresa, enquanto uma estratégia de redução busca diminuir o tamanho da empresa e/ou seu
market share.
Considerando um segundo nível, o da UN tomada isoladamente, Michael Porter (1986)
verifica que uma condição de vantagem competitiva sustentável na indústria pode ser
alcançada através da escolha, aplicação e consecução de um dos três tipos possíveis de
estratégias competitivas genéricas: custo, diferenciação ou foco. Observamos que essas
estratégias são chamadas de genéricas por serem aplicáveis a qualquer tipo de empresa,
independente da indústria na qual atuam.
A estratégia de liderança de custo exige que a empresa seja uma produtora de baixo custo
na indústria, levando em conta determinado nível de qualidade. Essa vantagem permite à firma
cobrar um preço igual ao preço médio da indústria – apropriando-se, assim, de um lucro maior
do que o dos concorrentes – ou estabelecê-lo abaixo do preço médio, a fim de ganhar em
volumes e ampliar sua quota de mercado.
Na estratégia de diferenciação, a empresa deverá ofertar produtos ou serviços que apresentem
características únicas e que sejam percebidas pelos clientes como diferenciadas, resultando em
maior satisfação ou em maior valor do que os produtos e serviços de seus concorrentes.
Esse valor superior permite ao produtor cobrar um preço premium de seu produto, acima do
preço médio da indústria.
Diferentemente das duas estratégias acima que são aplicadas aos mercados de maneira
ampla, o enfoque tem como alvo um mercado restrito ou um segmento e, dentro desse recorte,
tenta alcançar vantagens de custo ou de diferenciação em determinada linha de produtos.
Por fim, a indefinição na escolha de uma dessas três estratégias levará a empresa a ficar
“atolada no meio”, conduzindo a mesma ao fracasso. De acordo com Porter, “uma empresa que
se engaja em cada estratégia genérica mas não alcança nenhuma delas está no ‘meio-termo’ e
não possui qualquer vantagem competitiva, apresentando desempenho abaixo da média”.
Como veremos na próxima unidade o objetivo da formulação da estratégia é alcançar um fit
organizacional que possibilite um alinhamento integral e positivo da estratégia com a estrutura
e os processos gerenciais da empresa.
Agora apresentaremos um modelo muito simplificado para a projeção de estimativas
orçamentárias, utilizando as proporções e variações, e aplicando-as sobre o Balanço Patrimonial
e sobre o Demonstrativo de Resultados. O resultado será a criação de demonstrativos financeiros
pró-forma da ABC, sob a forma incremental.
Vamos supor que, devido às contingências positivas do ambiente industrial, a empresa
ABC tenha a expectativa de que, com as mesmas estruturas operacionais e patrimoniais, seria
possível aumentar seu volume de vendas no Ano 2 em 7,5% –calculado sobre os valores que
observamos anteriormente, referentes ao Ano 1.
Para tanto, a ABC deverá manter as mesmas características de sua estrutura operacional
usada no Ano 1 – expressa pelo DRE; contudo, a fim de atingir o objetivo de vendas, será
necessário que ela aumente apenas seu ativo circulante em 50%, devido a maior concessão de
crédito aos seus clientes.
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Unidade: Formulação da Estratégia: Planejamento, Planos e Planejadores
2. Nos exemplos a seguir, aplicaremos duas técnicas financeiras: primeiro, a análise vertical,
a fim de caracterizar as estruturas operacional e patrimonial da ABC; e, de maneira
conjugada, a análise horizontal, a partir da qual poderemos verificar variações no
tempo dessas mesmas estruturas e suas rubricas componentes;
Desse modo, devido à certa estabilidade das estruturas no curto prazo, considera-se
aqui o pressuposto de que as proporções entre as contas que compõem as estruturas da
empresa serão também relativamente estáveis, mesmo que apresentem uma aceitável
margem de erro; caso contrário, várias sofisticações devem ser acrescentadas à resolução
do modelo conceitual aqui apresentado;
4. Tendo em vista a abordagem focada nas operações que será utilizada nos exemplos,
pode-se dizer que, em relação ao principal indicador de desempenho financeiro de
curto prazo da ABC – o lucro –, faz-se necessário ressaltar que nos exemplos abaixo
utilizaremos o conceito de lucro operacional depois dos impostos – $LODI–, em
substituição ao anteriormente utilizado, o $LLDI – lucro líquido depois dos impostos.
Sendo assim, estamos falando não exatamente de um lucro líquido, no sentido fiscal da acepção,
mas, sim, no sentido das operações do negócio, daquelas atividades básicas e essenciais da firma.
Dessa maneira, sem nenhuma contradição, passaremos a chamar o nosso $LLDI de $LODI.
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Veremos que também é possível calcular a necessidade de financiamento exigido pelo
aumento de 7,5% nas atividades operacionais da unidade 3 da ABC.
Sabendo que as vendas líquidas da ABC no Ano 1 foram de R$ 88,4 milhões e que seu
crescimento previsto para o Ano 2 é de 7,5%, temos que o valor das vendas estimadas para o
Ano 2, a partir da perspectiva de crescimento de 7,5%, deverá ser:
Resolução:
E[$VL(2)] = E[$VL(1)] * (1 + 0,075)
E[$VL(2)] = 88,4 * (1,075)
E[$VL(2)] = 95,0
Resposta: Portanto, o valor das Vendas para o Ano 2, espera-se, deverá ser de R$ 95 milhões.
Para demonstração, usaremos os cálculos da participação percentual (%T) das rubricas CPV
– Custo dos Produtos Vendidos e do Resultado Bruto (LB) para o Ano 1.
Resolução:
Para o CPV:
%T(CPV) = ($CPV / $VL) * 100
%T(CPV) = ($48,51 / $88,4) * 100
%T(CPV) = 0,55 * 100
%T(CPV) = 55%.
Resposta: Portanto, os custos CPV têm uma participação na estrutura operacional da ABC
na ordem de 55% do total das vendas líquidas. Já a taxa de lucro bruto estimada deverá ser
de 45%.
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Unidade: Formulação da Estratégia: Planejamento, Planos e Planejadores
Abaixo, apresenta-se o demonstrativo de resultados do Ano 1 da ABC com sua estrutura operacional:
DRE R$ Mi %T
VL 88,4 100,0
CPV 48,51 55
LB 39,89 45
Desp 8,32 9,4
LOAl 31,57 35,7
IRPJ (30%) 9.47 10,7
LODI 22,1 25
Para o AC:
%T(AC) = ($AC / $AT) * 100
%T(AC) = ($65 / $260) * 100
%T(AC) = (0,25) * 100
%T(AC) = 25%.
Para o PNC:
%T(PNC) = ($PNC / $AT) * 100
%T(PNC) = ($117 / $260) * 100
%T(PNC) = (0,45) * 100
%T(PNC) = 45%.
BP R$ Mi %T
AC 65 25,0
AF 195 75,0
AT 260 100,0
PC 39 15,0
PNC 117 45,0
PT 156 60,0
PL 104 40,0
PT + PL 260 100,00
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EXEMPLO 4: Evolução da estrutura operacional (∆%DRE) em termos de variação
percentual
Para tanto, apresenta-se a seguir o cálculo do CPV e do lucro bruto estimados para o ano,
considerando um crescimento no volume de vendas (∆%VL) da ordem de 7,5%, conforme
apresentado no exemplo 1 desta unidade.
Para o CPV:
E[$CPV(2)] = E[$VL(2)] * [%T(CPV) / 100]
E[$CPV(2)] = $95 * (55 / 100)
E[$CPV(2)] = $95 * (0,55)
E[$CPV(2)] = R$ 52 milhões.
DRE R$ Mi %T
VL 100,0 95,0
CPV 55 52
LB 45 43
Desp 9,4 8,9
LOAl 35,7 33,9
IRPJ (30%) 10,7 10,2
LODI 25 23,7
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Trocando Ideias
A partir das informações obtidas até aqui, é possível calcular a evolução da estrutura
patrimonial da ABC – isso, em termos incrementais, devido a possível aquisição de uma unidade de
negócio 3 – através das variações percentuais estimadas nas rubricas do balanço (∆%BP) para o Ano
2. Isso será apresentado na seção de exemplos da próxima unidade de ensino.
Conclusão
Para fixação: E[$VL(2)] - valor monetário esperado das vendas para o Ano 2; %T(CPV)
– participação percentual do CPV na estrutura operacional da empresa; %T(LB) –
participação percentual do LB na estrutura operacional da empresa, ou taxa de lucro
bruto; %T(AC) – participação percentual do AC na estrutura patrimonial; %T(PNC) –
participação percentual do PNC na estrutura patrimonial; E[$LB(2)] – valor monetário
esperado do lucro bruto para o Ano 2.
O que vimos: Estratégia como a política de negócios da empresa; os três níveis da gestão
estratégica; posicionamento estratégico; missão; visão de futuro; objetivos; diretrizes; vantagem
competitiva; tipologia de estratégias; alinhamento organizacional; análises vertical e horizontal
como ferramentas orçamentárias; demonstrativos financeiros pró-forma.
O que veremos: na próxima unidade V, estudaremos a quarta etapa do planejamento
estratégico, a implementação do PE, bem como a dicotomia entre ação estratégica versus
a ação real.
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Material Complementar
Plano de Negócios
Por Karin Salomão e Daniela Macedo
Um bom planejamento é a chave para o sucesso da empresa, mas ele varia de acordo com
a natureza do negócio. Enquanto uma indústria exige uma estratégia detalhada para organizar
investimentos em maquinário e contratação de funcionários e fornecedores, a empresa digital
admite um projeto mais enxuto e ágil. Confira os principais modelos de planos de negócios, de
acordo com o segmento de atuação.
Para Empresas Tradicionais
Existem diversos modelos, planilhas e softwares para elaborar um plano de negócios de
uma empresa tradicional. Todos apresentam pontos em comum, como análise de mercado,
planejamento financeiro, marketing e custos de operação. Um bom exemplo é a cartilha Como
Elaborar um Plano de Negócio, editada pelo Sebrae e disponível no site da entidade (sebraesp.
com.br).
Para as Startups Digitais
O modelo Lean Startup (theleanstartup.com), muito usado por empresas de desenvolvimento de
softwares, é dividido em três fases: construir, avaliar e aprender. A empresa cria protótipos simples, avalia
sua aceitação – ou não – no mercado e usa essas informações para aprimorar o produto ou serviço.
Outra técnica usada por empresas digitais é o Business Model Canvas (businessmodelgeneration.
com/canvas). O Empreendedor reúne em um único quadro todas as informações sobre seu negócio,
divididas em nove pontos-chave: parcerias atividades, recursos, proposta de valor, relação com
clientes, canais, segmentos de mercado, estrutura de custos e fontes de renda. Os dados entram no
quadro por meio de post-its, mais fáceis de visualizar e atualizar.
Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta unidade, reflita sobre qualquer
situação que envolva um bom planejamento empresarial.
Sites de Interesse:
Sebrae
• http://www.sebrae.com.br
• http://movimentoempreenda.revistapegn.globo.com/news/ferramentas/2012/04/ferramenta-
planilha-de-projecao-de-resultados-para-empreendedores-individuais-019.html
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Unidade: Formulação da Estratégia: Planejamento, Planos e Planejadores
Referências
BARNEY, J. B. Gaining and sustaining competitive advantage. 2. ed. New Jersey: Prentice
Hall, 2002.
BESANKO, D.; DRAVONE, D.; SHANLEY, M. The economics of strategy. New York: John
Wiley & Sons, Inc., 1996.
FERREIRA, Ademir A.; REIS, Ana Carla F.; PEREIRA, Maria Isabel. Gestão empresarial
de Taylor aos nossos dias: evolução e tendências da moderna administração de
empresas. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 1997.
GWARTNEY, James D. STROUP, Richard L. Economics Private and Public Choice. 17. ed.
Florida: The Dryden Press, 1995.
HAMEL, Gary. PRAHALAD, C. K. Competing for the Future. HBS Press. Boston, 1994.
HUNT, Daniel V. Process mapping: how to reengineer your business processes. New
York: John Wiley & Sons, Inc., 1996.
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MARCH, James G. SIMON, H. A. Teoria das organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Fundação
Getúlio Vargas, Serv. De publicações, 1972.
MILES, R. E.; SNOW, C. C. Organizational Fit: fit, failure and the hall off ame. v. 26.
California: Management Review, 1984.
PEREZ, H. José Jr.; PESTANA, O. A.; FRANCO, S. P. C. Controladoria de gestão. São Paulo:
Atlas, 1995.
RIMOLI, C. A.; ESTEVES, L. R. Administração estratégica: conceito. São Paulo: Atlas, 2000.
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Anotações
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