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Estudos de língua e linguagem

UNIDADE Texto 2

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NÍQUEL NÁUSEA Fernando Gonsales

© FERNANDO GONSALES
Língua e linguagem

O que é isso? Texto 1


Os diferentes sentidos de TURMA DA MÔNICA Mauricio de Sousa
uma palavra ou expressão às

© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.


vezes podem causar confu-
sões. Leia as HQs e observe
duas situações em que isso Discuta com a turma
acontece.
1. No texto 1, o que Cebolinha quis dizer com “Vai ver se estou lá na es-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
quina!”? Ele realmente queria que Xaveco fosse até a esquina?
2. Xaveco compreendeu corretamente a fala de Cebolinha? O que acon-
teceu que justifica a sua resposta?
3. Já aconteceu com você alguma confusão por causa de um mal-enten-
dido? Como foi?
4. Na sua opinião, por que os mal-entendidos acontecem?
5. No texto 2, de que reflexos podemos imaginar que o médico esteja
falando no primeiro quadrinho?
6. Com base em que poderíamos tirar essa conclusão a respeito da fala
do médico no primeiro quadrinho?
7. O segundo quadrinho revela uma surpresa: o médico falava de outros
reflexos. Como podemos perceber isso?
8. Por que o médico afirma que os reflexos do paciente estão péssimos?
sȩ 3EȩCONSIDERARMOSȩQUEȩOȩPACIENTEȩdzȩUMȩVAMPIRO ȩSERIAȩESPERADOȩQUEȩ
OȩMdzDICOȩTIVESSEȩUMAȩOPINIǥOȩDIFERENTE
9. Com que intenção os quadrinistas que elaboraram os textos 1 e 2
podem ter explorado os diferentes sentidos da frase “Vai ver se eu
estou lá na esquina!” e da palavra “reflexos”?

Será que é mesmo?


Alguns usos da língua podem tornar os textos mais bonitos, emocionantes, inte-
ressantes, mas também podem gerar mal-entendidos.

EUGÊNIA NOBATI
Nesta unidade, iremos retomar e aprofundar uma discussão que se iniciou no livro
anterior: será que tudo o que dizemos sempre é entendido do modo como desejamos?
Para alimentar o debate, vamos discutir mais sobre os vários sentidos das palavras.

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Estudos de língua e linguagem
2. Leia o boxe “Vamos lembrar” e responda: a intenção das persona-
$BQÐUVMP gens das ilustrações da questão 1, ao dizer a palavra ĈGUA, é a mesma?
Polissemia (mesma palavra, Por quê?

1 outro sentido e contexto) Vamos lembrar

Os interlocutores sempre têm intenções muito específicas em relação ao


discurso que produzem para o outro. O discurso pode ter a intenção de criticar
ou levar alguém a mudar de ideia ou fazer rir ou ofender ou enganar etc. Nem
É importante que se dedique um tempo
para a discussão dessas perguntas, pois se Como é que é? sempre essas intenções ficam claras numa primeira leitura. A essas intenções
trata de uma boa oportunidade para aguçar chamamos de intencionalidade discursiva.
a curiosidade do aluno e despertar nele o
interesse em aprender os conteúdos que vi-
rão a seguir. Além disso, esse também é um
Como você discutiu na abertura da unidade, às vezes usamos as
bom momento para que o professor possa palavras com a intenção de dar a elas outros sentidos. 3. Leia a tira a seguir.
fazer um levantamento dos conhecimentos
prévios da turma. Não espere nem exija s Mas do que dependem os sentidos das palavras? ESCOLA DE ANIMAIS Leandro Robles
que os alunos respondam corretamente às
s Qual a importância de poder dar sentidos diferentes às palavras?

© LEANDRO ROBLES
questões propostas. Anote no quadro as hi-
póteses por eles levantadas e peça que as
copiem no caderno para que, ao fim da uni- s O que é sentido literal e quando ele é usado?
dade, retomem essas questões e percebam
o quanto aprenderam. s Às vezes, as pessoas compõem enunciados de duplo sentido
sem querer? Em caso positivo, por que isso acontece e como
podemos resolver o problema?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Qual é o sentido da palavra ĈGUA nas ilustrações a seguir?
a)

EUGÊNIA NOBATI

a)ȩ 0ORȩQUEȩAȩPERSONAGEMȩVERDEȩPARECEȩIRRITADAȩCOMȩ#HUMP
b)ȩ,EIAȩOȩBOXEȩABAIXO

ACEPÇÃO

b)ȩ sf. 1. Lex. Significado de uma palavra ou frase em cada um


dos contextos em que ela pode estar inserida.
iDicionário Aulete. Disponível em: <http://educacao.uol.com.
br/dicionarios>. Acesso em: 27 nov. 2014.

sȩ 1UALȩPODEȩTERȩSIDOȩAȩINTENǭǥOȩDOȩQUADRINISTAȩAOȩAPRESENTARȩPERSO-
NAGENSȩEMPREGANDOȩDUASȩACEPǭ¥ESȩDIFERENTESȩDOȩVERBOȩcomer
EUGÊNIA NOBATI

4. Leia as orações a seguir.

O príncipe recebeu a coroa real de seu pai.


Em seu velório, havia diversas coroas de flores, enviadas por admiradores.
O dentista teve de refazer a coroa do meu dente.
A coroa do abacaxi tem espinhos.

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a)ȩ 1UALȩdzȩOȩSENTIDOȩDAȩPALAVRAȩcoroaȩEMȩCADAȩUMAȩDESSASȩFRASES
Olha só que curioso!
b) /ȩQUEȩHĈȩEMȩCOMUMȩENTREȩTODOSȩESSESȩSENTIDOSȩDAȩPALAVRAȩcoroa
1. Localize no dicionário as seguintes palavras e responda: quantas
Polissemia acepções tem cada uma?
Quando uma mesma palavra tem seu sentido alterado ao ser usada em
situações diferentes ou com intencionalidades diferentes, dizemos que essa casa chave dar linha
palavra é polissêmica (poli = muitos; sema = sentido, significado).
A polissemia é possível porque o sentido da palavra não muda totalmen- Verbetes de dicionário são os textos que apresentam as acepções de
te, ou seja, há uma certa relação entre os sentidos que ela apresenta nas dife- cada palavra no dicionário. Cada acepção vem precedida de um número.
rentes situações. Além das acepções, o verbete traz a classificação gramatical do vo-
cábulo descrito. Alguns dicionários também trazem exemplos de cada
acepção em frases e informam qual é a origem da palavra.
5. Leia a tirinha. Veja este exemplo:
HAGAR Chris Browne

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TERREMOTO
sm (lat terraemotu) 1 Vibração ou abalo da crosta da Terra;
tremor de terra. 2 Grande estrondo. 3 Grande abalo social.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Var.: terramoto.

Michaelis: moderno dicionário da língua


portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2007.

2. Folheie o dicionário, observando a quantidade de acepções das


palavras em geral.
a)ȩ /ȩQUEȩ(AGARȩQUERIAȩQUEȩOȩAMIGOȩ%DDIEȩFIZESSE a) (ĈȩMUITASȩPALAVRASȩQUEȩAPRESENTAMȩMAISȩDEȩUMAȩACEPǭǥO
b)ȩ/ȩQUEȩ%DDIEȩFEZ b)ȩ/ȩSENTIDOȩDEȩCADAȩACEPǭǥOȩMUDAȩTOTALMENTEȩOUȩHĈȩALGOȩEMȩCO-
MUMȩENTREȩELES
c) 1UEȩPALAVRAȩCAUSOUȩOȩMAL ENTENDIDOȩ0ORȩQUǾ
c)ȩ 3EȩCADAȩPALAVRAȩTIVESSEȩAPENASȩUMAȩACEPǭǥO ȩVOCǾȩACHAȩQUEȩOSȩ
d)ȩ.ESSEȩCASO ȩAȩPOLISSEMIAȩDAȩPALAVRAȩAJUDOUȩOUȩATRAPALHOUȩAȩINTERA- DICIONĈRIOSȩTERIAMȩMAISȩOUȩMENOSȩPALAVRASȩ0ORȩQUǾ
ǭǥOȩENTREȩOSȩINTERLOCUTORESȩ0ORȩQUǾ
d) ,EIA ȩAGORA ȩUMAȩEXPLICAǭǥOȩSOBREȩISSO
e)ȩ)MAGINE ȩAGORA ȩQUEȩOȩAUTORȩDAȩTIRAȩTIVESSEȩESCRITOȩOȩPRIMEIROȩBALǥOȩ
DEȩFALAȩDOȩSEGUINTEȩMODO Polissemia e economia linguística
As línguas em geral evoluem no sentido de serem cada vez mais
Preciso do meu barco econômicas, ou seja, de permitirem que os falantes possam falar de
consertado hoje à tarde! todos os assuntos com um mínimo de elementos e de esforço.
Tente convencer o dono Se não fosse possível fazer comparações e atribuir, por semelhan-
da oficina! ça, diversos sentidos a uma palavra, seríamos obrigados a fazer um
grande esforço de memória: precisaríamos ter vocábulos separados
para cada tema sobre o qual quiséssemos falar.
I.ȩ /ȩMAL ENTENDIDOȩCONTINUARIAȩSENDOȩPOSSĿVELȩ%XPLIQUE Uma provável consequência disso seria falarmos muito mais de-
II.ȩ 6OCǾȩ ACHAȩ QUEȩ Aȩ TIRAȩ FICARIAȩ MAISȩ OUȩ MENOSȩ ENGRAǭADAȩ DESSEȩ vagar, para termos tempo de acessar na memória todas as palavras
MODOȩ0ORȩQUǾ adequadas para nos expressar.

EUGÊNIA NOBATI
f) ,EVANDOȩEMȩCONTAȩAȩRESPOSTAȩQUEȩVOCǾȩDEUȩNOȩITEMȩANTERIOR ȩEX- e) 3EȩCADAȩPALAVRAȩTIVESSEȩAPENASȩUMAȩACEPǭǥO ȩNOSSAȩLĿNGUAȩSERIAȩ
PLIQUEȩ QUEȩ hVANTAGEMvȩ Aȩ EXISTǾNCIAȩ DEȩ POLISSEMIAȩ TROUXEȩ PARAȩ Oȩ MAISȩOUȩMENOSȩECON®MICA
AUTORȩDESSAȩTIRA

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