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Moises - Ressureição
Moises - Ressureição
PORQUE VOCÊ
DEVE CRER NA
RESSURREIÇÃO
DE MOISÉS
Evidências bíblicas e
extrabíblicas de que Moisés e
Elias apareceram em corpo no
Monte da Transfiguração.
LEANDROQUADROS.COM.BR
leandro@leandroquadros.com.br
verdade.
e de cultura judaica.
Ao amigo Marcos Alves por também repartir
muito obrigado.
realizados no programa.
oportunidades de aprendizagem.
Introdução...................................................................7
Capítulo 1: Pressupostos........................................ 10
Mateus 17:1-8............................................................. 15
Judas 1:9..................................................................... 27
Adam Clarke............................................................... 46
Mathew Henry............................................................ 54
Bíblia de Estudo de Genebra..................................... 56
Geza Vermes.............................................................. 57
Flávio Josefo............................................................... 60
Bibliografia............................................................. 67
7
apresentador que conhece as Escrituras (inclusive
argumentação sólida.
8
seu apresentador e produtores, preocupam-se com a
em pensar e aprender.
Moisés.
sinceramente enganados.
9
CAPÍTULO 1
PRESSUPOSTOS
10
que a disputa envolvia algo de muito mais
posse de um “cadáver”.
5:18-21).
11
Pressuposto 2: Temos que perguntar às
Tessalonicenses 4:13-18).
3 Veja-se, por exemplo, Edward William Fudge, The Fire That Consumes: A
Biblical And Historical Study Of The Doctrine Of Final Punishment (Lincoln,
NE: Edição do Autor, 1982); Samuele Bacchiocchi, Imortalidade ou
Ressurreição? Uma abordagem bíblica sobre a natureza humana e o
destino eterno (Engenheiro Coelho, SP: UNASPRESS, 2007).
12
não somos libertados do corpo; pelo contrário, o
13
daquele que se fez carne para que pudesse ser
14
CAPÍTULO 2
MOISÉS
15
vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis
senão Jesus.
16
escrever que o Criador abomina a comunicação com
exemplo.
17
Defesa da Fé parcialmente concordam conosco, de que
21:8).7
18
Moisés e Elias estivessem realmente presentes. Entre
19
palavra para se referir a uma "vista"
extraordinária e real.10
estava presente ali com Moisés, e a presença dEle tornava aquele lugar
santo (veja também Js 5:13-15).
10 Gilberto Theiss, mensagem de correio eletrônico ao autor, 17 de
setembro de 2016. Grifos Acrescidos.
11 R. V. G. Tasker, Mateus: Introdução e comentário. Série Cultura Bíblica
(São Paulo: Vida Nova, 1980), p. 134.
20
substantivo horama na palavra paranorama, que se
infundada.
21
acontecimento não tenha incluído a presença
Moisés. Vejamos:
22
Afinal, já imaginou se Cristo desistisse no Getsêmani?
16:9,10.13
23
vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso
(2Pe 1:16-18).
Oliveira afirmou:
24
“visão”, pois é informado nos textos bíblicos sobre
25
Escrituras, inclusive no Novo Testamento. Ronald
ressurreição de Moisés.
● Judas 1:9
26
Leiamos o verso: “ No entanto, até o arcanjo
27
Deve-se também considerar que o termo grego
lhe pertencia.
“cadáver”.
28
Embora essa contenda tenha sido
29
disputas. A verdade não precisa da ajuda da
falsidade e da grosseria.19
12:7-9.
30
caráter do inimigo diante dos seres celestiais. Nem por
um Deus de classe.
31
EM QUE SENTIDO JESUS É “ AS PRIMÍCIAS DOS
QUE DORMEM”?
32
sentido literal como significando que Cristo foi o
sua vinda”
33
encontra a segunda palavra em destaque - primícias.
‘posição’, ‘ranking’”.23
- não cronológico.
34
O termo “ primícias ” em 1 Coríntios 15:20, 23,
24 Durante do debate na RIT TV, o Pr. Elias Soares alegou que fiz uso
indevido da Bíblia de Estudo de Genebra por essa precisar de uma
“revisão”. Porém, noutro debate ele fez questão de usar a mesma Bíblia
de estudo para apoiar suas ideias pessoais. Veja-se essa contradição do
referido pastor no link a seguir, que se encontra no canal do YouTuber
Ricardo Oliveira: https://www.youtube.com/watch?v=V7ISi-C4TQo
(consultado em 27 de novembro de 2017).
35
dos cristãos não são coisas separadas,
[...]25
36
Moisés foi ressuscitado, mas poderia tornar a
povo’.26
37
Salvador serão ressuscitados. Isso leva a crer que,
15:20.
38
todos os que confiam nEle serão ressuscitados
dos mortos.27
39
expressão. Também lamentável é o fato dele
40
Portanto, ao contrário do que Soares alega31, o
41
SE MOISÉS DE FATO RESSUSCITOU, PORQUE
HEBREUS 11?
em Hebreus 11.
42
vendido aos egípcios, se tornado escravo, ser preso
43
Moisés), também não se encontra na lista de
não.
personagens.
44
CAPÍTULO 3
MOISÉS
33 Ellen G. White, Primeiros Escritos. 10ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2014), p. 165. Elias Soares alega erroneamente, com base na
obra Patriarcas e Profetas, 16ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
2013), p. 477-478, que Ellen G. White concorda com ele de que a disputa
a respeito do corpo de Moisés ocorreu “para que o mesmo não fosse
idolatrado”. Porém, essa é uma observação tendenciosa. No referido
contexto ela dá a razão para o sepultamento do corpo de Moisés, não
para a disputa ocorrida em Judas 1:9. A opinião dela sobre a disputa em
Judas 1:9 é muito clara: “Moisés passou sob o domínio da morte, mas não
devia permanecer na sepultura. O próprio Cristo o chamou à vida.
Satanás, o tentador, reclamara o corpo de Moisés por causa de seu
pecado; mas Cristo, o Salvador, o retirara da tumba” (O Desejado de
Todas as Nações. 22ª ed. [Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014], p.
421. Além disso, o argumento de Soares de que a disputa em Judas 1:9
ocorreu “para que o corpo de Moisés não fosse idolatrado” carece de
base séria. Como bem argumentou Ricardo dos Santos Oliveira em um e-
mail que me foi enviado em 18 de novembro de 2016: “Alguns dizem que
Miguel disputava o corpo de Moisés para sepultá-lo, para que o povo não
idolatrasse o corpo. Isso é contradição gritante, pois em Deuteronômio
34:5,6 diz que quem sepultou o corpo de Moisés foi o Senhor, ou seja
Deus. Por que Miguel disputaria o corpo de Moisés para sepultá-lo, se o
Senhor já tinha feito isso? Diante dos fatos, só podemos crer que o que
motivou Miguel a disputar o corpo de Moisés foi qualquer outro motivo,
menos querer sepultá-lo". Ricardo Oliveira é YouTuber, e seu canal é:
“Ricardo Oliveira” (Veja-se o link: https://goo.gl/TAQ6XN)
45
assim como a referida autora, acreditaram na
46
disso na pessoa de Moisés, que morreu, e foi
47
era menos real [...] O relato não diz que o espírito
ressurreição.35
48
Ao comentarem Judas 1:9, esses teólogos batistas
enterrar alguém:
49
Vemos que para esses teólogos, o termo grego
um cadáver.
MOISÉS?
50
ressurreição de Moisés, é totalmente infundada39. Ele
51
profeta. É por isso que a disputa pelo corpo de Moisés
Testamento.
trabalho.
52
significado simples do verbo, e isso é impor ao texto
53
Deus simplesmente estava dizendo à Josué:
54
méritos dessa causa especial [veja: “ causa
55
Os críticos que consideram “hereges” os
Jesus.45
56
Comentando Lucas 9:31, a referida Bíblia de
celestiais”.46
[...].47
46 Ibid., p. 1337.
47 Bíblia de Estudo Scofield (São Paulo: Holy Bible, 2009), p. 875.
57
6. Geza Vermes (uma das maiores autoridades em
corporalmente ao Céu.
58
Satanás. O que podemos fazer é deduzir que, inspirado
comunicar.
envolvendo.
59
Geza Vermes também faz menção à Pesiquitá
antiga.
divindade.50
50 A tradução foi feita por Sérgio Monteiro a partir do texto grego de Josefo,
como se encontra na obra Flavii Iosephi opera. B. Niese (Berlin.
Weidmann. 1892). O texto grego se apresenta como se segue:
ἀσπαζομένου δὲ καὶ τὸν Ἐλεάζαρον αὐτοῦ καὶ τὸν Ἰησοῦν καὶ
προσομιλοῦντος ἔτι, νέφους αἰφνίδιον ὑπὲρ αὐτὸν στάντος ἀφανίζεται
κατά τινος φάραγγος. γέγραφε δ᾽ αὑτὸν ἐν ταῖς ἱεραῖς βίβλοις τεθνεῶτα,
δείσας μὴ δι᾽ ὑπερβολὴν τῆς περὶ αὐτὸν ἀρετῆς πρὸς τὸ θεῖον αὐτὸν
ἀναχωρῆσαι τολμήσωσιν εἰπεῖν.
60
Essa passagem é vista pelos principais
61
9, parecem apontar para uma compreensão
do império da Morte.52
62
CAPÍTULO IV
fora do corpo.
63
bastante óbvio que Miguel apareceu para ressuscitar
Moisés.
64
Foi quando Cristo morreu pelo pecador e depois
palavras”.54
65
respeito, amor e misericórdia, e jamais tratará seu
que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 1:3)
condenado.
66
BIBLIOGRAFIA
Livros
67
Bíblia de Estudo Scofield. São Paulo: Holy Bible, 2009.
68
Henry, Matthew. Comentário Bíblico Antigo
Testamento: Gênesis a Deuteronômio. Rio de
Janeiro: CPAD, 2012
69
Nichol, Francis D. Respostas a Objeções: uma defesa
bíblica da doutrina adventista. Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2004.
70
Rusconi, Carlo. Dicionário do Grego do Novo
Testamento. São Paulo: Paulus, 2003. Veja-se
“soma”
71
Bible Commentaries, Adam Clarke Commentary.
Disponível em
https://www.studylight.org/commentaries/acc/matt
hew-17.html. Internet (consultado em 31 de
agosto de 2016).
72
miguel/ . Internet (consultado em 27 de novembro
de 2017)
73
APÊNDICE A
1 Coríntios 15 e as Primícias
http://www.feoufideismo.com
74
quase exasperadamente que esta é uma invenção
herética deste grupo herético (adventistas) e sua
profetisa herege (Ellen G. White).
75
primeiro a ressuscitar, como é possível que Moisés
tenha ressuscitado e levado para os céus?”
Aparche
76
encontramos 8 ocorrências57, sendo 6 nos escritos
paulinos, 1 em Tiago e 1 no Apocalipse. Fora do
contexto escriturístico, o termo é encontrado em
inúmeros documentos desde Platão até papiros do 2o
século da era Comum (Exemplos em Lidell-Scott58).
77
Ocorre que o termo nos LXX é utilizado para
traduzir algumas palavras hebraicas: reshit, terumah,
tenupah, halev, ma ’ aser e matan. Destes termos, o
principal é terumah. De todos os usos de aparche nos
LXX, mais de 40 são tradução de terumah, a palavra
básica para ofertas61. Pode ser surpreendente que
aparche nunca traduza diretamente o termo hebraico
bekor, do qual advém o nome da festividade de
primícias. O termo utilizado pelos LXX para traduzir
bikkurim (hebraico) é protogennema (grego,
evidentemente), cujo sentido é precisamente o
primeiro fruto, ou primeiro que nasce.
78
O campo semântico do termo aparche na LXX
engloba as ideias equivalentes aos campos semânticos
dos termos hebraicos que ele traduz. Por exemplo, por
traduzir reshit, cujo sentido é princípio, início e
também principal, “ ... melhor, escolhido, i.e., o que é
superior em valor a todos os outros na mesma classe
ou tipo...”63, aparche também denota as mesmas ideias.
De igual maneira, ao traduzir helev, cuja ideia
inclui o que é melhor, aparche deve também incluir
este significado. Em outras palavras, o espectro do
termo não pode ser restringido a um único significado,
mas expandido.
79
uma referência meramente ou primordialmente
temporal. O uso de reshit com bekkor, com esta
intenção seria pleonástico e redundante. De fato, o
reshit aqui quer dizer “ o melhor dos primeiros frutos
do solo, como um lembrete de que Deus merece o
melhor do que nós temos ” 64. Esta é a interpretação,
por exemplo, de Ibn Ezra65, Knobel, dentre outros66.
80
Tagma
69“Cada um, porém, por sua própria ordem [tagma]: Cristo, as primícias;
depois, os que são de Cristo, na sua vinda”.
70Ant. 7:47; 13:238; 14:1, 48, 79, 123, 169, 171, 434, 447, 452-453; 15:72;
17:251, 286, 292, 299; 18:1-2, 120, 262; 19:119, 365; 20:122; Bellum
1:22, 157, 162, 183, 219, 317, 327, 329-330; 2:40, 45-46, 51, 63, 66-67,
74, 76, 79, 122, 125, 143, 160-161, 164, 186, 308, 369-370, 375, 377-
378, 383, 387, 494, 500, 510, 544, 578; 3:8, 65, 97, 120, 123, 125-126,
233-234, 259, 265, 289, 310, 324, 412, 447; 4:13, 63, 84, 87, 93, 445,
495, 546, 598, 606, 617, 619, 633, 645; 5:41, 43, 47, 49, 67-69, 75, 81,
84, 92-93, 96-97, 127, 132, 135, 244, 262, 269, 282, 294, 304, 312, 356-
357, 467-468, 502, 510, 524, 554, 557; 6:68, 72, 80, 92, 137, 150, 187,
220, 236-238, 255, 257, 273, 362, 376; 7:5, 17-18, 117, 164, 225; Vita
1:347
71 Mig. 1:100, 209
72Ignácio aos Romanos, 5:1 (Todas as citações são traduzidas de Michael
William Holmes, The Apostolic Fathers : Greek Texts and English
Translations (Updated ed.; Grand Rapids, Mich.: Baker Books, 1999).
73 1 Cl. 37:3; 41:1; Hermas 68:8; 70:2, 6; 71:1ff
81
sempre utilizado no sentido de classificação, grupo ou
ordem, arranjo, status74.
74 Liddell-Scott, 1752.
75 G. Delling, “τάσσω” in Theological Dictionary of the New Testament
(Vols. 5-9 edited by Gerhard Friedrich. Vol. 10 compiled by Ronald Pitkin.;
ed. Gerhard Kittel et al.;, electronic ed.; Grand Rapids, MI: Eerdmans,
1964-c1976), 8:31.
76 Num. 2:2-3, 10, 18, 25, 31, 34; 10:14, 18, 22, 25; 1 Sam. 4:10; 15:4; 2
Sam. 23:13
82
em uma referência às várias tribos de Israel, dispostas
no acampamento.
Conclusão
83
Reduzir a Ressurreição de Cr-sto, ou a referência
Paulina a tempo, é perder de vista seu significado para
a fé cristã e para o destino do universo.
84
APÊNDICE B
malvez@bol.com.br
facebook.com/marcos.alvez.334
discussão.
ressurreição de Moisés.
páginas:
Literal?”
85
● “ É possível ter ocorrido a ressurreição em glória
86
ARTIGO 1
87
Para entendermos essa questão, leiamos na íntegra
o relato de Mateus 17:1-9. Grifarei várias palavras
para facilitar nossa análise do texto bíblico como se
apresenta a nós:
88
O verso 2 informa-nos que Jesus foi transfigurado.
Este termo vem do grego metaforphoo, indicando que
aparência de Cristo foi mudada e resplandecia com
brilho divino.
Analisemos agora a palavra “apareceram” (verso 3).
Jamais as Escrituras usam esse termo para indicar que
uma “visão/êxtase” está em andamento, sem que exista
algo de real acontecendo. Veja alguns versos onde o
termo “aparecer” não aparece do mesmo modo que em
Mateus 17:3:
89
● Daniel 2:19 - “ Então, foi revelado o segredo a
Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus
do céu”.
90
“ visão ” usado nesse contexto é muito diferente
daquele em que se encontra a palavra “ visão ” no
evento da transfiguração. Portanto, a leitura atenta de
todos esses versos revela que cogitar que os discípulos
tiveram uma “ visão ” ou “ êxtase ” no monte da
transfiguração é torcer por demais a Palavra de Deus.
Não há a mínima hipótese deles terem “ caído em
êxtase com os olhos abertos”.
Em nenhuma dessas passagens citadas acima é
mencionado o termo “ apareceram ” como ocorre no
evento da transfiguração. É óbvio que o relato de
Mateus 17 se trata de uma visão literal. Além do mais,
a palavra “aparecer” em grego é optanomai e significa
“ olhar para ver ” , “ ver ” , “ permitir-se ser visto ” ,
“ aparecer ” , “ contemplar com os olhos arregalados ” ,
etc.
Já que Mateus 17:3 é muito claro em nos mostrar
que não se trata de uma “visão simbólica” , será que o
verso 4 poderia dar algum apoio à tese de Pr. Elias
Soares de Moraes? Vejamos: “ Pedro disse a Jesus:
Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui
três tabernáculos: um para ti, outro para Moisés e
outro para Elias” (Mt 17:4).
Mesmo Pedro perguntando a Jesus se poderia fazer
três tendas para abrigar também aos hóspedes
celestes, os que negam a literalidade da visão
argumentam que Pedro falou assim por que “ ele não
sabia o que falava”. A base para tal raciocínio é Lucas
91
9:33: “ Ao apartarem-se estes de Jesus, disse-lhe Pedro:
Mestre, bom é estarmos aqui, e façamos três
tabernáculos: um para ti, outro para Moisés e outro
para Elias; não sabendo o que dizia.”
Pedro podia não saber o que falava, mas sabia
muito bem o que estava vendo. Era algo real para
ele e não um êxtase visionário. Ele não sabia o que
dizia não por que o evento era simbólico, mas por que
estava ATERRORIZADO por ter visto algo magnífico
e real, assim como estavam os demais discípulos: “ Não
sabia o que havia de dizer, pois estavam
aterrorizados” (Mc 9:6)
O apóstolo simplesmente disse o que veio à sua
mente diante de uma cena tão gloriosa e real, que
impactou profundamente sua experiência religiosa.
Uma coisa é não saber o que se fala por ignorância;
outra é por se achar acometido de medo ou terror,
excessivamente amedrontado, como é o caso em que
estamos analisando. É justificável Pedro não saber o
que dizer, pois ele estava aterrorizado.
O que dizer de Mateus 17:8? Quem sabe esse
texto ajude aos adeptos de tal teoria na argumentação
deles. Leiamos: “ Eles, erguendo os olhos, a ninguém
viram mais senão só a Jesus”.
O verbo “ ver ” no grego (eido) deixa claro que eles
ergueram os olhos e viram somente Jesus. Se o
evento tivesse envolvido apenas uma “visão ou êxtase”,
teríamos de supor que “ olhos físicos se ergueram por
92
terem contemplado um evento apenas dentro da
mente”, o que seria um absurdo.
Sabemos que quando ocorre uma visão ou êxtase
profético, há um arrebatamento dos sentidos, não
simplesmente um “erguer de olhos físicos”. O texto de
Atos 11:5 compra isso. Destaco que o evento de Atos
envolve o apóstolo Pedro, e que este diferenciou muito
bem o tipo de visão que ele teve nos dois momentos!
Por que ignorar a interpretação que Pedro deu ao
evento, e criar teorias fantasiosas que não contribuem
em nada para o correto entendimento bíblico, mas
apenas para atender a caprichos pessoais?
93
Perceba que para o referido dicionário, “ visão ”
está relacionada ao órgão da vista, pelo qual se
percebe cores, formas e tamanhos dos objetos. Strong
também nos informa que horama vem de horao que
significa, entre outras coisas, “ perceber com os olhos”,
“ olhar para ” , sem enfatizar o mero ato de ver, mas a
real percepção de algum objeto.
Para você compreender ainda melhor, analise a
visão que teve Moisés na sarça ardente. Quando
Moisés viu a sarça queimar, ela realmente estava ali
ou era uma “ visão ” ou “ êxtase ” ? Ninguém duvida de
que era uma sarça real, mas a Bíblia diz que era uma
visão: “ E Moisés disse: Agora me virarei para lá e
verei esta grande visão, porque a sarça se não
queima.” (Êx 3:3)
É óbvio que visão aqui se refere a uma visão com
os olhos físicos. Mesmo sendo sobrenatural, não estava
apenas “ dentro da mente de Moisés” , mas ocorreu de
fato - assim como o foi a visão que Pedro, Tiago e João
tiveram na transfiguração!
A teoria de que Pedro vivenciou apenas uma visão
simbólica de Moisés é tão absurda que teremos de
admitir que nem o Mestre estava realmente ali, mas
apenas “ em visão ” . Afinal, o texto apresenta Moisés e
Elias conversando com Jesus e retrata os três envoltos
numa nuvem luminosa: “ Eis que lhes apareceram
Moisés e Elias falando com ele, uma nuvem
luminosa os envolveu” (Mt 17:3, 5)
94
Tal teoria fantasiosa do Pr. Elias Soares de Moraes
(entre outros) pode nos levar até mesmo a pensarmos
que Jesus conversava com uma visão, ou seja, com
“o nada”; que Ele, um ser real, estava dentro da visão
ou, pior: Jesus também estava tendo uma visão.
Se formos levar essa teoria a sério, então temos
uma situação sui generis: 3 pessoas tendo a mesma
visão, o que seria incrível, ainda mais considerando
que quando Marcos e Lucas relatam a transfiguração,
eles não apresentam o evento com os mesmos
detalhes. Portanto, é sensato deduzirmos que eles
presenciaram um evento literal e o descreveram de
acordo com a percepção de cada um.
A seguir, farei uma análise dos outros textos que
registram o evento da transfiguração e o aparecimento
de Moisés e Elias.
Marcos 9:3-9
95
6 Não sabia o que havia de dizer, pois estavam
aterrorizados.
7 Veio uma nuvem que os envolveu, e dela saiu uma voz,
dizendo: Este é o meu Filho dileto; ouvi-o.
8 Eles, olhando de repente em redor, não viram mais a
ninguém consigo senão só a Jesus.
9 Enquanto desciam do monte, ordenou-lhes que não
contassem a ninguém o que tinham visto, senão
quando o Filho do homem houvesse ressurgido dentre os
mortos.
Lucas 9:29-36
96
36 Tendo cessado a voz, viram só a Jesus. Eles
guardaram silêncio, e naqueles dias a ninguém
contaram coisa alguma do que haviam visto.
97
Leiamos 2 Pedro 1:16-18:
98
Se o fato de Moisés e Elias não serem mencionados
indica que o evento foi uma “ visão ” , ou seja, eles não
estavam realmente ali, então como explicar que Pedro
diz: “ ...nós fomos testemunhas oculares da sua
majestade” ? É óbvio que Pedro está dizendo que ele foi
testemunhar ocular de um evento real. Nada de
“visão” ou “êxtase coletivo”!
Outro detalhe que nos revela que não se trata de
uma visão apenas, mas de algo literal, é o que consta
no verso 8 de Marcos 9: “ E, tendo olhado em redor,
ninguém mais viram, senão só Jesus com eles”
Por qual razão eles olhariam em redor, se não fosse
o interesse em tentar localizar Moisés e Elias? O
movimento de olhar em redor só é possível de explicar
se estamos tratando com algo literal no texto.
99
Outro aspecto a ser analisado é: o que os discípulos
faziam quando Moisés e Elias apareceram? Responder
a essa pergunta é importante, pois nos ajudará na
interpretação correta e definitiva do evento da
transfiguração.
Diz o texto de Lucas 9:32, na Nova Versão
Internacional: “Pedro e os seus companheiros estavam
dominados pelo sono; acordando subitamente, viram a
glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele”.
Ao dizer que eles estavam “ dominados pelo sono ” ,
o texto grego usa o termo bebaremonoi, que pode
significar “sobrecarregado” ou “morrendo de sono”. No
grego ele é um particípio perfeito passivo, que quer
dizer que eles realmente estavam com muito sono, mas
que os resultados desse sono ainda se faziam presentes.
Isso desmonta por completo a tese de que eles tiveram
só uma “visão” de Moisés, pois Deus jamais daria uma
visão/êxtase para eles em tais condições sonolentas,
pois quase não teriam capacidade para compreender.
Veja que Pedro, Tiago e João não estavam tendo
uma visão em estado adormecido como o profeta
Daniel (Dn 7 ), mas que eles realmente estavam apenas
dormindo. Quando eles despertaram totalmente é que
viram a glória de Jesus, Moisés e Elias.
As traduções a seguir também são claras em nos
mostrar que, de imediato, eles não viram os visitantes
celestes por estarem dormindo. Porém, ao acordarem,
100
puderam perceber que não apenas Jesus estava com
eles:
101
Definitivamente: a tese de que o evento da
Escrituras.
102
ARTIGO 2
104
contudo, a primazia, porquanto já existia antes
de mim (Jo 1:15)
105
É bem provável que esse texto se refira à
ressurreição de Moisés. Mesmo que alguém venha a
discordar dessa minha opinião (o que é viável, pois não
há um consenso quanto ao real significado de Romanos
5:14), a Bíblia declara que Moisés apareceu em
glória. E isso basta para o cristão que realmente
aceita a Bíblia como única regra de fé e prática:
106
5:24), Moisés (Jd 1:9) e Elias (2Rs 2:1-12) são exemplos
disso!
A graça não veio a nós somente após a morte
de Jesus na cruz, pois de acordo com 2 Timóteo 1:9,
essa graça “nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos
tempos eternos”. Do mesmo modo, não é inviável
alguém ressuscitar em glória de forma particular antes
da ressurreição coletiva para a glória.
Avalie comigo:
107
momento em que se angustiou no jardim do
Getsêmani, Enoque, Moisés e Elias teriam de
descer do Céu, pois ninguém pode estar lá sem o
pagamento da dívida pelo pecado realizado por
Jesus na cruz.
108
isso nem por inferência pode ser demonstrado.
Imagine se teremos algum verso bíblico que mencione
tal fenômeno!
Os imortalistas não podem inferir essa ideia, pois a
glorificação ocorre só no corpo (veja 1Co 15).
Jamais um imortalista poderá comprovar que “a alma
de Moisés” foi glorificada por que essa heresia não
pode ser apoiada pelo pensamento hebraico. O
homem Moisés estava glorificado, e isso só poderia
ter ocorrido através da ressurreição do corpo. Não
existe exceção a essa regra (veja 1Co 15:51).
Em 2 Reis 2:11 lemos que Elias foi glorificado sem
ter conhecido a morte: “Indo eles andando e falando,
eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os
separou um do outro; e Elias subiu ao céu num
redemoinho.”
Notemos: Elias só poderia ter passado pelos
portões da cidade celestial se estivesse
transformado, ou seja, glorificado. Isso ocorreu
bem antes de Paulo ter escrito o texto a seguir: “Eis
que vos digo um mistério: nem todos dormiremos,
mas transformados seremos todos” (1Co 15:51).
Se Elias (e também Enoque - ver Gn 5:24 e Hb 11:5)
pôde ser glorificado antes da glorificação geral e
coletiva dos justos, por que Moisés também não o
poderia? É muito mais lógico crermos que se Elias
apareceu glorificado, Moisés também apareceu de
maneira glorificada. Não há um porquê de
109
imaginarmos que “Elias era real e Moisés, só uma
visão” ou que “Elias apareceu em corpo e Moisés, era
uma alma penada”. Absurdo!
Fazer o que o Pr. Elias faz - dar um sentido
totalmente restritivo ao termo “primícias” - não honra
em nada a verdade bíblica. Tais homens piedosos -
Enoque, Moisés e Elias - receberam tal honra
antecipadamente, sem que isso diminuísse em nada
“Aquele que é antes de todas as coisas”, que tem a
primazia: Jesus, o Pai da Eternidade (Is 9:6).
110
RESUMO
Para concluirmos, vejamos o seguinte esboço que
elaborei com o Prof. Leandro Quadros:
- Varões = Homens
- Varões # de “Almas”
Portanto, os “homens”
Moisés e Elias falaram
com Cristo
111
Diante de tais fatos, não é de admirar que o
teólogo não adventista Arthur E. Bloomfield em seu
livro O Futuro Glorioso do Planeta Terra afirme
categoricamente:
VOCÊ SABIA?...
112
Escreveu Jamierson Oliveira: “o diálogo ocorreu
entre Jesus, Elias e Moisés, em corpos glorificados”78.
113
ARTIGO 3
114
A seguir, disponibilizarei nesse artigo parte de
páginas 328-349.
“primícias”:
115
Leiamos o texto: “Pois, segundo o seu querer, ele nos
as mães”.
116
espécie de primeiros frutos e tudo o que ele criou,
23”.80
criaturas de Deus.
117
ROMANOS 16:5
118
Note que esses eruditos relacionam os versos
119
ainda outros frutos, como podemos notar no
Testamento.81
interlocutor:
sequência cronológica”
120
Substantivo que significa o princípio, o primeiro, o
1 CORÍNTIOS 16:15
121
casa de Estéfanas são as primícias da Acaia e que se
83 Enéas Tognini, Geografia da Terra Santa e das Terras Bíblicas (São Paulo:
Agnos, 2009), p. 428 (segundo a versão em PDF).
122
Estéfanas tem o sentido de principal. Nada mais do
que isso.
para Corinto:
123
alguns homens que se agregaram a ele e creram;
e sua família!
124
considerados como as primícias, ou seja, os primeiros
conversos da Acaia.
pisteuo):
125
Usada em um sentido absoluto, crer, com o
igreja de Corinto.
126
“Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o
bíblico.
doutrinas de homens?
127
LEANDRO QUADROS
PORQUE VOCÊ
DEVE CRER NA
RESSURREIÇÃO
DE MOISÉS
Evidências bíblicas e
extrabíblicas de que Moisés e
Elias apareceram em corpo no
Monte da Transfiguração.
LEANDROQUADROS.COM.BR
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