Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A história que você lerá, apresenta um pequeno trecho da comovente história de um avô e um
neto, analfabetos, e de Miguel, um "escrevedor", que sabia as palavras que o destinatário
precisava ouvir ou ler, retirado do livro “De carta em carta”, de Ana Maria Machado. Um livro que
mostra como a palavra pode interferir nas relações afetivas e também nas instituições, ajudando
as pessoas a se sentirem mais cidadãs.
Leia o texto com atenção:
Seu Governo,
Meu avô trabalhou a vida inteira e está muito cansado.
Precisa descansar e não aguenta mais ficar suando no calorão do sol.
Precisa se sentar para ficar olhando o mar, tomando água de coco e pensando na vida.
Ou conversando e jogando dominó com os amigos, debaixo de alguma das árvores que ele
plantou.
Não quer se preocupar mais com trabalho.
Ele tem direito, sabe?
E sabe também?
Ele é o melhor jardineiro do bairro, venha só ver as flores e os canteiros.
Pergunte a qualquer um dos canteiros do Seu José. Mas agora ele não aguenta mais cuidar das
plantas o tempo todo, tem horas que prefere descansar.
E, se eu tiver que ajudar, acabo não indo à escola.
Quem disse que ele tem direito foi a minha professora. Ela é bonita e sabe muitas coisas.
Ela ensina para muita gente. Pode até lhe ensinar, senhor governo.
Se você precisar aprender com ela, vou lhe explicar: a escola fica em frente à igreja e ainda tem
umas carteiras vazias na minha sala.
Mas no time de futebol, não tem lugar. Só se for no banco de reserva.
Ou se o cara jogar mesmo muito bem.
Responda logo, porque meu avô José está velhinho e não aguenta mais esperar muito tempo.
Atenciosamente,
Pepe
MACHADO, Ana Maria. De carta em carta. São Paulo: Salamandra, 2002. p. 27.
Texto II
6. Ainda sobre a charge, além das imagens, outro recurso importante é a linguagem verbal. Ao
analisar a linguagem utilizada pelo pai e pela mãe, podemos inferir que
A) as duas linguagens estão no mesmo nível coloquial e não diferenciam os personagens.
B) o pai usou um termo em inglês e a mãe usou o mesmo termo traduzido para o português.
C) a linguagem utilizada pela mãe está no sentido conotativo e a do pai no sentido denotativo.
D) A forma de falar é mais um elemento da charge que mostra a questão da desigualdade social e
cultural dos personagens.
Texto III
Leia com atenção um trecho de um texto teatral
JOÃO GRILO: Tenha coragem, homem, pegue! (Com a maior cautela Chicó toca-lhe o braço e enfim se
convence).
CHICÓ: Meu Deus, é mesmo! João! (Abraça-o). Como foi isso, João? (Fala entusiasmado).
JOÃO GRILO: Sei não, Chicó, acho que a bala pegou de raspão. Fiquei com a vista escura e, quando
acordei,
estava na rede, e vocês iam me enterrar. Mas tenho uma notícia horrível para você.
CHICÓ: João, você tendo escapado, é o que basta. O que é que há?
JOÃO GRILO: Perdi o dinheiro. (Fala com ar desolado).
SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016. Coleção Clássicos para Todos. p. 145.
8. Os textos teatrais, que são produzidos para serem encenados, possuem elementos que
ajudam na dramatização.
Dessa forma, no trecho anterior, os termos que estão entre parênteses, denominados rubricas,
são responsáveis por
A) limitar a quantidade de ações praticadas em cena.
B) orientar os atores em relação às ações nas cenas.
C) indicar o momento de fala de cada personagem.
D) apresentar a linguagem verbal usada nas cenas.
Texto IV
Leia com atenção o texto abaixo.
O homem trocado
O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira
do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
— Tudo perfeito. Diz a enfermeira, sorrindo.
— Eu estava com medo desta operação...
— Por quê? Não havia risco nenhum.
— Comigo, sempre há riscos. Minha vida tem sido uma série de enganos...
[...]
VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 27.
9. Cada texto tem uma finalidade específica, e, com base nisso, o autor faz uma escolha em
relação ao discurso a ser
utilizado. No texto, o uso do travessão marca o discurso
A) misto. B) direto. C) indireto. D) indireto livre.
Assinale a alternativa que apresenta a correta transposição do trecho para o discurso indireto.
A) Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro se é ele o senhor que se fantasiou de fantasma
durante a festa.
B) Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro se era ele o hóspede que se fantasiara de fantasma
durante a festa.
C) Dona Benta, indiscreta, perguntou se o forasteiro era o hóspede que se fantasiou de fantasma
durante a festa.
D) Dona Benta perguntou indiscretamente ao forasteiro se tinha sido ele o hóspede que havia se
fantasiado de fantasma durante a festa.
Terminou?!
Agora, faça uma releitura vendo se realmente suas questões estão corretas.