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COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo novo coronavírus (SARS-


CoV-2) e tem como principais sintomas febre, cansaço e tosse seca. Alguns
pacientes podem apresentar dores, congestão nasal, dor de cabeça,
conjuntivite, dor de garganta, diarreia, perda de paladar ou olfato, erupção
cutânea na pele ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés. Esses
sintomas geralmente são leves e começam gradualmente. Algumas pessoas
são infectadas, mas apresentam apenas sintomas muito leves.

A maioria das pessoas (cerca de 80%) se recupera da doença sem precisar de


tratamento hospitalar. Uma em cada seis pessoas infectadas por COVID-19 fica
gravemente doente e desenvolve dificuldade de respirar. As pessoas idosas e
as que têm outras condições de saúde como pressão alta, problemas
cardíacos e do pulmão, diabetes ou câncer, têm maior risco de ficarem
gravemente doentes. No entanto, qualquer pessoa pode pegar a COVID-19 e
ficar gravemente doente.

Tratamento
Não há nenhum tratamento específico com medicamentos antivirais para o
coronavírus. O tratamento se baseia no alívio dos sintomas.

Agente etiológico da COVID-19


O agente causador da COVID-19 é um novo coronavírus, o
SARS-CoV-2.  Os vírus da família coronaviridae podem causar
infecções em animais vertebrados. Em seres humanos, os
coronavírus causam infecções respiratórias de gravidade
diversa, sendo um dos mais frequentes agentes do resfriado
comum  (HCoV-229E, HCoV-NL63, HCoV-OC43 e HCoV-
NKUI)  e também reconhecidas causas de pneumonias graves
como a síndrome respiratória aguda grave (SARS, do
inglês  Severe Acute Respiratory Syndrome, descrita em 2002
) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS, do
inglês  Middle East Respiratory Syndrome, descrita em 2012),
respectivamente causadas por SARS-CoV e MERS-CoV.
Os morcegos parecem ser a fonte primária (reservatório) de
diversas variantes de coronavírus e também é provável que
sejam para o SARS-CoV-2, como sugerem os estudos
filogenéticos em andamento com o genoma do novo
coronavírus. Entretanto, é provável que para que os seres
humanos sejam infectados, um outro hospedeiro animal
(ainda desconhecido para o SARS-CoV-2) esteja envolvido,
como foi demonstrado para o SARS-CoV (civetas) e para o
MERS-CoV(dromedários).
Modos de transmissão do SARS-CoV-2
As informações disponíveis sugerem que o  principal  modo de
transmissão do SARS-CoV-2 entre seres humanos é
semelhante ao da gripe. Ou seja, a transmissão ocorre de
uma pessoa para outra através de gotículas eliminadas
através da tosse ou do espirro. A transmissão do SARS-CoV-2
por aerossóis ainda não foi estabelecida (e nem descartada).
Admite-se, por prudência, que os procedimentos que geram
aerossóis (intubação orotraqueal, nebulização, aspiração de
vias aéreas etc.) podem envolver algum risco.
A transmissão também pode ocorrer através da contaminação
das mãos com secreções respiratórias, pelo contato direto
(aperto de mãos) ou indireto (tocar em superfícies
contaminadas). A infecção, contudo, não ocorre através da
pele. A transmissão pode ocorrer quando o indivíduo
susceptível coloca as mãos contaminadas em contato com a
mucosa oral, nasal ou ocular.
A transmissão do SARS-CoV-2 parece ocorrer mais
intensamente após o início das manifestações da doença e as
informações disponíveis sugerem que o risco persista, em
média, por sete dias. O período exato de transmissibilidade,
contudo, ainda não foi estabelecido para a COVID-19. Para a
gripe a transmissibilidade começa 24 horas antes do
aparecimento de manifestações e pode ocorrer até quatro
dias após. Para o sarampo, começa quatro dias antes do
aparecimento do exantema (rash cutâneo) e pode ocorrer até
quatro dias depois. As evidências apontam que a COVID-19,
embora transmissível com facilidade como a gripe, é menos
transmissível que o sarampo. A estimativa é que cada pessoa
infectada possa transmitir o SARS-CoV-2 para dois a três
outros indivíduos, enquanto que no caso do vírus do sarampo
transmissão pode ocorrer para 12 a 18 susceptíveis.
Os dados preliminares disponíveis, no entanto, sugerem que
ocorre transmissão de SARS-CoV-2 também durante o
período de incubação (de 2 a 14 dias, em geral) da doença
(e, possivelmente, também a partir de pessoas infectadas que
não desenvolveram manifestações), porém a frequência com
que a transmissão por pessoas assintomáticas ocorre ainda
não foi definitivamente estabelecida. Não obstante, existem
claras evidências, de que o provável primeiro caso de
transmissão local na Europa (Alemanha) tenha ocorrido a
partir de uma pessoa infectada e assintomática.
A transmissão que resultou neste primeiro caso na Alemanha
teria ocorrido durante reuniões de negócios (Munique, dias 20
e 21 de janeiro de 2020) entre um empresário e uma
executiva chinesa proveniente de Xangai. A executiva,
assintomática durante a estada na Alemanha, retornou à
China em 22 de janeiro. Ela começou a desenvolver
manifestações clínicas durante o voo e teve o diagnóstico de
COVID-19 confirmado (PCR) em 26 de janeiro. No dia 27 a
executiva informou à empresa de Munique sobre o seu
adoecimento. O empresário, previamente saudável e sem
histórico de viagens nos 14 dias anteriores, adoeceu em 24
de janeiro (febre de 39,1 °C e tosse produtiva). No dia 27,
por ter melhorado, voltou ao trabalho e, em razão da
informação recebida da executiva, foi encaminhado para
avaliação na Divisão de Doenças Infecciosas e Medicina
Tropical em Munique. O diagnóstico de COVID-19 confirmado
em exame (PCR) do próprio dia 27 de janeiro, quando o
empresário já estava assintomático. Em 28 de janeiro, três
outros empregados da empresa que apresentaram
manifestações clínicas tiveram o diagnóstico confirmado
(PCR). Desses pacientes, um teve contato apenas com a
executiva e dois apenas com o empresário.
Uma pessoa exposta ao risco de infecção (oportunidade de
infecção), como viagem a uma área onde está ocorrendo
transmissão local sustentada (comunitária), pode ou não ser
infectada pelo SARS-CoV-2. Uma vez infectada, pode ou não
desenvolver manifestações da COVID-19. Nas que
desenvolvem manifestações clínicas, o período incubação é
assintomático. Em algumas pessoas, não há sensação de mal-
estar, as manifestações podem ser muito leves (tosse seca
discreta, coriza e ausência de febre) e os casos evoluem
como assintomáticos, sem outros problemas. Em outras, as
manifestações são mais acentuadas e os doentes evoluem
apresentando sensação de mal-estar, febre elevada, tosse
mais exuberante (seca ou produtiva), coriza, dor de garganta
e falta de ar. A maioria desses pacientes evolui com quadro
clínico que variam de leve a moderado. Em uma minoria, no
entanto, a evolução pode resultar em quadros graves ou
muito graves.
O relatório (16-24 de fevereiro de 2020) da Missão Conjunta
OMS-China sobre a Doença do Coronavírus 2019 (COVID-19),
referente a 55.924 casos com diagnóstico confirmado de
COVID-19 na China, registra que a doença foi considerada
como clinicamente leve ou moderada em 80,1%, grave em
13,8% e crítica 6,1%. Os pacientes com quadros clínicos
leves ou moderados não necessitam de internação, os com
quadros graves devem ser internados e os que apresentam
quadros críticos devem ser internados um unidades de terapia
intensiva.
Critérios de definição e fluxos de investigação, de isolamento
domiciliar e de atendimento são extremante importantes e
úteis. No entanto, é necessário ter cautela, uma vez que não
existe uma abordagem única para todas situações. A história
natural da COVID-19 é ainda é mal caracterizada. o número
de portadores assintomáticos é desconhecido e o período
exato de transmissibilidade ainda não foi estabelecido.

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