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Teoria dos atos de comércio X Teoria da Empresa

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February 13,
2017

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Teoria dos atos de comércio


Nessa teoria, são considerados empresários aqueles que praticavam um ato de
comércio e tinham a mercancia como profissão.

1. O que é mercancia? Regulamento n.737 , art.19

O registro era facultativo , porém necessário para que o empresário fosse


amparado pela lei comercial. Por isso, existem autores que defendem que o
registro era de certa forma obrigatório, já que sem ele o comerciante se via sem a
proteção das leis dessa área.
Mas como o registro não era de fato obrigatório, e sim facultativo, um vendedor
ambulante, por exemplo, era considerado empresário, já que praticava um ato
de comércio e exercia a mercancia como profissão.

Teoria da empresa
Nessa teoria, são considerados empresários aqueles que praticam uma atividade
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços e
tem registro na junta comercial.
É a teoria adotada no Brasil desde o Código Civil de 2002, expressa em seu artigo
966.

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O empresário assume a antiga figura do comerciante, e não se fala mais em ato de
comércio, mas sim em atividade econômica organizada.
Para ser empresário no Brasil, atualmente, é obrigatório o registro público de
empresas mercantis (Art.967,cc)
Cada Estado-membro e o DF tem sua Junta Comercial
Divergência doutrinária:

1. Alguns entendem que qualquer um que exerça atividade econômica organizada


informalmente ( por exemplo, o vendedor ambulante) é empresário de fato, e os
registrados são empresários de direito
2. Outros entendem que os comerciantes informais são empresários como todos os
outros ( Crítica: Ignoram o artigo 967, CC )

Debate
O registro é declaratório ou constitutivo da condição de empresário?

-Divergência doutrinária

Posição 1:

Se o registro é requisito imposto pelo código civil, ele só pode ser constitutivo

Posição 2: (posição majoritária)

O que constitui o sujeito como empresário é o exercício de uma atividade econômica


de forma organizada, e o registro é uma maneira de declarar isso formalmente.

Não é esse registro quem constitui, quem dá à pessoa a qualidade ou condição de


empresária. Quem realmente lhe dá essa condição é o “exercício profissional de uma
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços”.

Apenas o registro sozinho ( sem o exercício da atividade) não torna alguém empresário,
então ele não pode ser constitutivo.

Portanto, o registro é declaratório.

Quem não é empresário ?


Art. 966, parágrafo único

Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica,


literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de empresa.

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“É o caso dos médicos, dentistas, escritores, escultores, que mesmo exercendo
suas profissões de natureza científica, literária ou artística com profissionalismo e
de forma organizada, não serão considerados empresários.”
Entretanto, ao analisar o final do artigo, observa-se que diferentemente da época
da teoria dos atos de comércio, atividades de natureza não comercial , podem
assumir caráter comercial/empresarial dependendo da forma com são
exercidas.
Não se analisa mais o objeto, mas sim a forma como se exerce a atividade

O que é o elemento de empresa?

Não existe na lei uma definição de empresa nem de seus elementos.

Doutrina:

Para saber o que são elementos de empresa é necessário entender o fator


organização
Para que uma atividade intelectual, científica, literária ou artística assuma um
caráter comercial, ou seja, caracterize o elemento de empresa, é preciso que ela
ultrapasse a atividade intelectual
Não é a quantidade de profissionais, ou o faturamento que definem as atividades
intelectuais com caráter empresário, mas sim a forma com que essa atividade é
exercida
Exemplo:

Um médico, ou uma clínica, que atendem seus pacientes , prescrevem remédios e tem
secretárias e faxineiras não ultrapassam a atividade intelectual.

Já um medico que , para melhor atender seus pacientes, decide oferecer os exames no
mesmo lugar do atendimento, tendo ,com isso, que comprar equipamentos, materiais
específicos, construir salas de repouso para antes e depois dos exames, contratar
pessoas para acompanhar seus pacientes etc, ultrapassa a atividade intelectual e pode
ser considerado como empresário.

Além disso, alguns hospitais, que apesar de oferecerem uma atividade intelectual,
oferecem também serviços de hospedagem para os pacientes, restaurante, TV a cabo ,
internet etc.

É o caso, por exemplo, do médico que agrega a prática da medicina um “SPA”, onde ao
paciente se oferece repouso e alimentação; do veterinário que, além do seu oficio, em uma
pet shop vende ração para os animais, medicamentos, bem como hospeda os animais na
viagem de seus donos.

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