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Anny Caroline – Clínica Médica (Infectologia)

Leptospirose
Também conhecida como: Doença de Weil, Síndrome de Weil, febre dos arrozais e febre outonal.

 Definição:

Doença infecciosa febril aguda, que pode apresentar quadros assintomáticos e oligoassintomáticos;
Zoonose universal (doenças infecciosas transmitidas entre outros animais e seres humanos).

 Epidemiologia:

Pode ocorrer durante todo o ano, com maior prevalência nos períodos chuvosos;
É mais prevalente em grandes centros urbanos, devido a aglomeração populacional de baixa renda, com condições
inadequadas de saneamento;
Os surtos, em geral, são decorrentes de desastres naturais como enchentes e inundações;
Estão predispostos à infecção: trabalhadores que fazem limpeza de esgotos, garis, agricultores, veterinários, tratadores
de animais, etc.
A Leptospirose é uma doença de notificação compulsória no Brasil de notificação
imediata, devendo ser notificada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(Sinan) em até 24 horas a partir da ocorrência do caso suspeito.

 Etiologia, Fisiopatologia e Transmissão:

Agente etiológico: bactéria espiroqueta. Leptospira interrogans.


Principal reservatório: ratos. Menos frequentes: cães, porcos, bois, cavalos.
Os animais infectados mantém a leptospira nos rins, eliminando-a viva na urina, contaminando água, solo e alimentos.
Vias de transmissão: tecidual direta (pele ou mucosas) e hematogênica.
Período de incubação: em média 5 a 14 dias.

 Quadro Clínico:

Fase precoce (leptospirêmica/aguda) → 85% das formas clínicas. Início súbito de febre, cefaleia, mialgia principalmente
em panturrilhas, anorexia, náuseas, hemorragia conjuntival, dor ocular, tosse.
Em geral é autolimitada com duração de 3 a 7 dias e evolução benigna;
Sufusão conjuntival é característico de leptospirose (cerca de 30% dos pacientes
apresentam).
Anny Caroline – Clínica Médica (Infectologia)
Fase tardia (imune) → Ocorre após a primeira semana da doença, cerca de 15% evoluem para formas graves.
Formas graves: Síndrome de Weil: tríade de icterícia, indusficiência renal e hemorragia principalmente pulmonar.
Sinais de alerta: dispneia, tosse, taquipneia, alterações urinárias (oligúria principalmente), fenômenos
hemorrágicos (escarros hemópticos), alterações no nível de consciência, vômitos frequentes, arritmias,
icterícia rubínica (meio alaranjada).
 Diagnóstico:

Clínico-epidemiológico;
Fase precoce: PCR.
Fase tardia (a partir do 7º dia): ELISA - IgM.
Teste de microaglutinação – MAT (padrão-ouro).

 Tratamento:

- Casos leves: atendimento ambulatorial, monitorização e orientação;


- Casos graves: hospitalização em caso de sinais de alerta e monitorar complicações (IRA, hemorragia pulmonar),
suporte respiratório e diálise precoce.
Medicamentoso: Fase precoce → Doxiciclina 100 mg VO de 12 em 12 hrs por 5 a 7 dias.
Amoxicilina 500 mg VO de 8 em 8 hrs por 5 a 7 dias.
Fase tardia → Penicilina G Cistalina 1.500.000 UI IV de 6 em 6 hrs de 7 a 10 dias.
Ceftriaxona 2g IV de 24 em 24 hrs de 7 a 10 dias.
Cefotaxima 1g IV de 6 em 6 hrs de 7 a 10 dias.

*Dociciclina está contraindicada para crianças menores de 9 anos, gestantes, nefropatas ou hepatopatas.
*A azitromicina e a claritromicina são alternativas terapêuticas na fase precoce.

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