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Poder Judiciário
JUSTIÇA ESTADUAL
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
1ª Vara Cível da Comarca de Caçador
Rua Conselheiro Mafra, 790 - Bairro: Centro - CEP: 89500127 - Fone: (49)3521-8517 - Email:
cacador.civel1@tjsc.jus.br

PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL Nº 0303612-95.2017.8.24.0012/SC


AUTOR: ARIANE DE BASTOS SILVA
AUTOR: ROSELAINE GROSS
AUTOR: SUSANA BORTOLUZZI CASALI
AUTOR: RONALDO LEANDRO RIBEIRO SCHULTZ
AUTOR: MARCO ANTONIO URIO
AUTOR: ISABELA BITTENCOURT
AUTOR: JEZIEL ALBUQUERQUE
AUTOR: MORIANE DOS SANTOS CORREA
AUTOR: NAYARA DOS SANTOS BATISTA
RÉU: ACTION E PRICE PRODUCOES E EVENTOS EIRELI

SENTENÇA

I) Relatório

ARIANE DE BASTOS SILVA;    ROSELAINE GROSS;  SUSANA


BORTOLUZZI CASALI; RONALDO LEANDRO RIBEIRO SCHULTZ; MARCO
ANTONIO URIO;  ISABELA BITTENCOURT;  JEZIEL
ALBUQUERQUE;  MORIANE DOS SANTOS CORREA e  NAYARA DOS
SANTOS BATISTA, qualificados e representados por procurador habilitado
deflagraram  presente ação de indenização cumulada com revisão contratual e
condenação ao pagamento de danos morais em face de  ACTION E PRICE
PRODUCOES E EVENTOS EIRELI, igualmente qualificada e representada.

Os autores alicerçam sua causa de pedir no fato de terem integrado a


turma de formandos do curso de  designers de interiores oferecido pela faculdade
SENAC de Caçador - SC.

Quando a jornada acadêmica parecia encerrar, os alunos do curso


entenderam por bem fazer a contratação de uma sociedade empresária especializada
em eventos a fim de organizar todos os trâmites inerentes à festa de formatura, vindo
a identificar na ré as qualidades que a adjetivavam como a melhor proposta para
aquele desiderato.

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Então foram firmados duas espécies de avença, uma denominada
contrato global e outra contrato individual, cada uma com o mesmo objeto, porém
com preço diferenciado já que o último retrata a divisão do valor total do serviço a
ser prestado, pelo número de formandos, enquanto o primeiro é a fusão de todos os
contratos individuais.

No decorrer da contratação houve diminuição do número de


formandos chegando ao total de treze, fato que teve impacto direto na relação
jurídica dos autores com a ré obrigando os primeiros tentarem renegociar valores, no
que não lograram êxito pois lhes foram oferecidos apenas a retirada de alguns itens
da contratação que, por consequência, subtrairia valores do montante final.

Contestam a incidência da multa contratual no aporte de cinquenta por


cento do valor do contrato global e também a obrigatoriedade de a relação de
consumo ser dirimida por Tribunal Arbitral.

Afirmam que do total do valor ajustado, até o momento da deflagração


da ação, foram pagos doze mil reais.

Pretendem o reconhecimento da abusividade das cláusulas contratuais


que obrigam a mediação em relação de consumo; a diminuição da cláusula penal
para o patamar de dois por cento sobre o valor da contratação e também a
condenação da demandada  ao pagamento de dano moral sofrido pelos autores, no
valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Fizeram requerimentos de praxe e valoraram a causa em setenta mil


reais.

Juntaram documentos com a inicial.

A ré veio ao processo e apresentou resistência sob a forma de


contestação acrescida de pedido contraposto (eventos 19 e 20).

A demandada aduz que o negócio jurídico subjacente perpassa pelos


contratos de prestação de serviços de cobertura de fotografias e vídeo para registro
da  missa, colação de grau e baile da turma  e de prestação de serviços para a
formatura, todos em regime de exclusividade, de acordo com a cláusula 1ª do ajuste.

Afirmam que no decorrer da contratação foram surpreendidos com a


manifestação dos autores no sentido de resilir o contrato em apreço gerando danos à
ré que já havia reservado as respectivas datas das celebrações e deixou de celebrar
contratos com outros interessados em seus serviços.

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Indica sua interpretação acerca higidez das cláusulas contratuais
combatidas pelos autores, especialmente  a cláusula 8º, § 2º, I, que traduz que a
redução do número de formandos  não implicaria diminuição do preço do contrato
global.

Também  alicerçam sua contestação no fato de que não há qualquer


prova de que o número de formandos restou reduzida, fato que não pode ser
atribuída à ré.

Defende sua pretensão sob o argumento de que a causa não pode ser
apreciada pelo Judiciário haja vista a submissão voluntária das partes ao Juízo
Arbitral; existência de litispendência; ilegitimidade ativa e passiva; inépcia da inicial
entre outros argumentos indiretos.

Em pedido contraposto pretende a condenação dos demandados ao


pagamento da cláusula penal do contrato de prestação de fotografia e vídeo no valor
de R$ 17.175,00 (dezessete mil, cento e setenta e cinco reais) e também  ao
pagamento da cláusula penal no valor de R$ 30.490,00 (trinta mil, quatrocentos e
noventa reais), em conformidade com o disposto no Código Civil, bem como a
condenação dos demandados ao pagamento das comissões pagas aos colaboradores
da empresa pelo contrato, a saber R$ 2.047,83 (dois mil e quarenta e sete reais e
oitenta e três centavos), sem prejuízo do ressarcimento dos fornecedores já pagos,
no valor de R$ 1.440,00 (um mil, quatrocentos e quarenta reais).

As questões processuais pendentes alegadas na resposta oferecida pela


ré foram resolvidas e superadas no interlocutório contido no evento 55.

Adentrando a fase instrutória a audiência de instrução e julgamento


teve lugar, consoante se depreende do termo contido no evento 318.

Em alegações finais foram repisados os argumentos contidos nas peças


de abertura, fazendo cada uma das partes as suas considerações acerca da prova
coligida.

Vieram os autos conclusos para sentença.

Passo a decidir.

II) Fundamentação jurídica

Consigno, em reforço que as questões processuais inerentes à


obrigatoriedade de instauração do Juízo Arbitral; acerca da litispendência;
legitimidade e demais circunstâncias já foram decididas no decorrer da demanda,

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operando, neste particular, a preclusão de modo que não serão abordadas por ocasião
da presente sentença.

No mais, o  pedido formulado na inicial pelos autores merece


procedência parcial no que se refere à fixação do valor da multa contratual e à
assunção da qualidade de devedor solidário, restando improcedente no que se refere
ao pedido de dano moral.

Quanto ao pedido contraposto deve ser indeferido o dano moral e a


pretensão de se ver ressarcido das despesas com fornecedores e comissão dos
vendedores.

Analisando a documentação apresentada identifico a existência de um


termo de adesão individual para cada formando que faz referência aos serviços
prestados contidos em um instrumento denominado proposta comercial - contrato de
serviços onde há a descrição dos serviços que seriam prestados pela ré por ocasião
da formatura.

Partindo da análise dos contratos apresentados, vislumbro que tanto o


serviço de fotografia, quanto o serviço de assessoramento para realização dos
eventos devem ser entendidos como um todo orgânico cognominado pelas partes
como contrato global, sobre o qual tratarei na presente sentença de forma unificada a
fim de evitar divagações desnecessárias.

II. 1) Da cláusula penal

Não desconheço que o contrato que une as partes desta celeuma possui
previsão expressa de multa contratual no aporte de 50% (cinquenta por cento) do
valor do contrato, seja de fornecimento de fotografias, seja para a realização dos
eventos (contratação global), além de estabelecer uma solidariedade dos integrantes
da comissão de formatura em relação aos valores não pagos pelos formandos
desistentes.

Contudo a ré está inteiramente subsumida no conceito de fornecedora


contida no CDC, especificamente em seu art. 3°, a saber: "Fornecedor é toda pessoa
física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços" (grifei).

Destaque-se igualmente que o objeto dos contratos também


está  expressamente descrito como serviços pela lei de regência contida no mesmo
édito: "§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,

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mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista" (g. n.).

Assim, por mais que o Estado Brasileiro privilegie a autonomia de


vontades, algumas normas, de caráter público e interesse social (art. 1º, CDC),
afastam a incidência absoluta da liberdade de contratar e impõem uma intervenção 
estatal que objetiva igualar a relação jurídica material através da proteção daquele
que se mostra mais vulnerável, no caso os consumidores.

Pelo diálogo travado entre o CDC e o CC, podemos


destacar especificamente o art. 413, CC que tem a seguinte redação: "A penalidade
deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido
cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo,
tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio” (g. n.).

O dispositivo em questão confere ao juiz não a possibilidade de


reduzir, mas sim o dever de reduzir a cláusula penal que extrapole o razoável e
consubstancie onerosidade excessiva a um dos contratantes, com manifesto
enriquecimento indevido da outra parte, ainda que haja a configuração do ilícito do
devedor. 

Afinal, há de se lembrar que a motivação desse instituto civil não é


apenas o ressarcimento de eventual prejuízo do contratante que a ele não deu causa,
mas também tem o escopo de penalizar o inadimplente, servindo de estímulo para
que cumpra fielmente a avença.

Sobre sua função, a doutrina esclarece que,

"a  cláusula  penal  desempenha função dúplice: inegavelmente, a sua função


principal detém caráter  ressarcitório, pois a pena convencional é previamente
estipulada pelas partes, e, em caso de inexecução, o credor ficará dispensado de
produzir provas em processo de liquidação, quanto aos eventuais danos
emergentes e lucros cessantes. Há uma pré-avaliação dos prejuízos pela
inexecução culposa; outrossim, acidentalmente, a  cláusula  penal  possui
natureza coercitiva, à medida que a imposição de uma sanção de caráter punitivo
constrangerá o devedor a adimplir o contrato, reduzindo os riscos de
descumprimento. Em suma, a coação é uma consequência indireta da liquidação
prévia de danos" (FARIAS; Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson.  Curso de
Direito Civil: reais. 13. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: Ed. Juspodivm, 2017. p.
627, grifei).

Continuam os civilistas:

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"[...] partindo da possibilidade de revisão judicial das cláusulas penais
(NCCB,  art.  413,  inclusive dizendo tratar-se de dever do juiz o controle de
abusividade das cláusulas penais e não mera faculdade) e vislumbrando as
disposições constitucionais que ressaltam uma preocupação com o equilíbrio das
relações econômicas e sociais, afastando o tradicional e superado pacta sunt
servanda. Trata-se, pois, de preceito constitucional que não pode ser olvidado no
caso concreto, pena de violação frontal à norma maior. Afigura-se-no, em relação
à cláusula penal, muito mais eficaz um amplo controle ex judice do que nos moldes
apregoados pela legislação de 1916. Se legislação há de se prever, em de ser no
sentido de limitar, cada vez mais, a liberdade de estipular valores nas penas
convencionais, evitando que a parte mais forte na relação prevaleça, quebrando o
equilíbrio almejado pela norma jurídica e o senso de justiça" (op. cit. p. 639,
grifei).

Sobre o tema, a jurtisprudência tem o mesmo entendimento, a saber:

"EMENTA: APELAÇÃO. RESCISÃO DE CONTRATO DE CONSÓRCIO.


DESISTÊNCIA. POSSIBILIDADE. RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS. CDC.
APLICABILIDADE. CLÁUSULA PENAL. REDUÇÃO EQUITATIVA. A relação
havida entre o consorciado e a administradora possui natureza de consumo,
figurando esta última como típica fornecedora de serviços, consoante disciplinam
os artigos 2º e 3º do CDC. A retenção de valores pela rescisão do contrato é
devida, podendo, no entanto ser reduzida a cláusula penal, se o montante da
penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a
finalidade do negócio". (TJ-MG - AC: 10000200028918001 MG, Relator: Antônio
Bispo, Data de Julgamento: 21/05/2020, Data de Publicação: 27/05/2020, grifei).

Ora, metade do valor contratado como forma de ressarcimento por


perdas e danos traduz um valor bastante excessivo, mormente diante do fato de que
a empresa ré não demonstrou nos autos a existência de despesas ou  prejuízos que
pudessem justificar o percentual cobrado.

É certo que a atividade empresarial pressupõe riscos, e um deles é a


possibilidade de resilição dos contratos, tanto é verdade que há expressa disposição
contratual dispondo acerca dessa hipótese. 

Portanto, entendo como devida a cláusula penal no aporte de 10% (dez


por cento) sobre os contratos firmados, corrigido monetariamente pelo INPC já que
tal valor se mostra suficiente para ressarcir a demandada pelos prejuízos decorrentes
da inexecução das avenças, não sendo, por outro lado, excessiva para os autores.

II.2) Do pedido de dano moral feito pelos autores na inicial e pela


ré de forma contraposta

Neste particular ambos os  pedido não merecem acolhida pela mesma
razão de direito.

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Pretendem as partes, cada uma sob seu argumento, a responsabilização
do adversário por suposto abalo moral sofrido em decorrência da não ultimação do
contrato, seja pelo fato da ré já ter recebido mais de doze mil reais como forma de
pagamento dos serviços que seriam prestados (argumento dos autores), seja porque o
descumprimento do contrato, sob a ótica da demandada, é ato antijurídico.

Em linhas gerais, são pressupostos do dever de indenizar, de


conformidade com a classificação quinária do professor Fernando Noronha, da
Universidade Federal de Santa Catarina (Direito das obrigações, vol. I. São Paulo:
Saraiva, 2003. p. 468-469): evento lesivo e antijurídico (ação ou omissão humana
que não seja permitida pelo direito, em si mesma ou em suas consequências); dano
(material e/ou moral); nexo de causalidade (relação de causa e efeito entre o evento
lesivo e o dano); nexo de imputação (dolo, culpa ou risco); e o cabimento no escopo
da norma (violação de um bem juridicamente protegido).

Ocorre que o simples fato de haver desacordo comercial ou


interpretações distintas de um instrumento contratual, por si só, não acarreta dano
moral. Para a configuração do abalo moral, há necessidade da existência de grave
incômodo que destoe da normalidade ou cause dano psíquico aos autores e à ré e, da
análise do conjunto probatório, tal situação não resta contextualizada seja por uma,
seja por outra parte processual.

Logo os pedidos são improcedentes.

II. 3) Do pagamento já efetuado pelos autores e das despesas que a


ré contraiu para realizar a contratação

Alegam os autores que já houve um pagamento no aporte de doze mil


reais e que o mesmo é suficiente para o adimplemento de eventuais perdas e danos
suportados pela ré.

Acerca dessa afirmação não sobreveio resistência por parte da ré, pelo
que, deve incidir sobre o caso as disposições do art. 374, III, CPC passando ser
considerada matéria incontroversa.

Por seu turno a demandada pretende o ressarcimento pelas comissões


pagas aos colaboradores da empresa pelo contrato, a saber R$ 2.047,83 (dois mil e
quarenta e sete reais e oitenta e três centavos), sem prejuízo do ressarcimento dos
fornecedores já pagos, no valor de R$ 1.440,00 (um mil, quatrocentos e quarenta
reais).

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Entendo que todas as despesas relacionadas pela ré são
desdobramentos de sua atividade empresarial e não podem ser adjetivadas de
prejuízos, mesmo porque, se o fossem, já estariam abrangidas pelo conceito de
perdas e danos e, por esta razão, subsumidas no percentual de dois por cento sobre o
valor da contratação global, de tal forma que a condenação dos autores ao novo
pagamento seria uma repetição desnecessária.

Consequentemente, reconheço o pagamento por parte dos autores de


doze mil reais já efetivado e indefiro o pedido de condenação dos autores ao
pagamento das despesas de comissão e aquelas realizadas com fornecedores.

III - Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no art. 487, II, CPC:

a) Julgo improcedente o pedido de indenização por danos morais


formulado pelos autores;

b) Julgo improcedente o pedido de indenização por danos morais


formulado pela ré de forma contraposta;

c) Julgo parcialmente procedente o pedido formulado pelos autores e


fixo a cláusula penal pelo inadimplemento contratual no valor equivalente a 10%
(dez  por cento) do valor dos contratos de serviços fotográficos e de prestação de
serviços de assessoramento para realização das festividades. O débito deverá ser
corrigido monetariamente pelo INPC  desde a data do recebimento pela ré da
notificação formulada pela autora indicando seu propósito de resilir o contrato. Do
valor devido deverá haver a compensação dos 12 mil reais já pagos pelos autores o
qual deve ser corrigido monetariamente desde a data da propositura da demanda
pelo INPC até efetiva compensação.

d) Julgo improcedente o pedido formulado pela ré de forma


contraposta  de condenação dos autores  ao pagamento das comissões pagas aos
colaboradores da empresa pelo contrato, a saber R$ 2.047,83 (dois mil e quarenta e
sete reais e oitenta e três centavos), sem prejuízo do ressarcimento dos fornecedores
já pagos, no valor de R$ 1.440,00 (um mil, quatrocentos e quarenta reais).

e) Como há sucumbência recíproca, condeno as partes ao pagamento


das custas processuais divididas na proporção de 60% para os autores e 40% para a
ré, as quais restam suspensas haja vista o deferimento para ambos do benefício da
assistência judiciária.

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f) Também em virtude da sucumbência recíproca, cada uma das partes
arcará com o pagamento dos honorários advocatícios do advogado da parte adversa
no aporte de 10% sobre o valor da condenação e, a exemplo do que ocorreu em
relação às custas processuais, restam os honorários suspensos haja vista o benefício
da assistência judiciária deferido às partes.

P. R. I.

Ao trânsito, arquivem-se.

Documento eletrônico assinado por EMERSON CARLOS CITTOLIN DOS SANTOS, Juiz de Direito, na
forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do
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Informações adicionais da assinatura:

Signatário (a): EMERSON CARLOS CITTOLIN DOS SANTOS

Data e Hora: 8/9/2021, às 15:1:4

 
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