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UNIOESTE
ÉTICA II
TOLEDO, PR
2021
A ÉTICA DEONTOLÓGICA DE KANT
Este trabalho tem como objetivo demonstrar como se formula a ética kantiana do
dever. Faremos uma exposição através dos elementos que ajudam a compreender a ética
kantiana, neste sentido, vamos procurar através desta exposição articular a ética de Kant
com a ética eudaimonica de Aristóteles para designarmos as diferenças de ambas.
Mostraremos também o que se denomina de imperativo categórico e imperativo
hipotético, ambos pilares fundamentais na construção de sua ética do dever. Faremos
ainda a demonstração de um caso para melhor compreendermos a sua ética.
Immanuel Kant foi criado em uma família simples, seus pais lhe forneceram
uma educação de base fortemente religiosa, disto resultou seu comportamento e suas
intuições acerca da moral. Ainda segundo Pascal (2009, pag. 114), o problema da ética
nunca foi alheio a Kant, mas apenas aos sessenta anos de idade que Kant procurou
estuda-lo mais profundamente.
De acordo com Pascal (2009, pag. 114), o ponto de partida do estudo da moral
kantiana situa-se na moral de Leibniz. Mas a partir de 1760, sob a influência dos
moralistas ingleses, Shaftsbury, Hutcheson, Hume e a de Rousseau, vai se abrir um
espaço para o pensamento de Kant no sentido de fazer com que a moral de Leibniz
passe a ser insuficiente.
A crítica da razão pura acabou por persuadi-lo de que não se pode depender a
moralidade das provas dialéticas da liberdade do homem, da imortalidade da alma e
da existência de Deus. Por essa razão, depois de levar a termo a Crítica, o filósofo
aplicará toda sua atenção ao problema da moral, procurando ver mais claro em seu
pensamento. A Crítica da razão pura, aliás, já lhe indicara o método a ser seguido
para estudar a possibilidade e a legitimidade de uma legislação a priori do espírito.
(Pascal. 2009, Pag. 115).
Na construção de sua ética Kant parte da fundamentação dos costumes até então
vigentes, para somente depois construir sua base metafísica. Se faz importante a
fundamentação e a crítica dos costumes populares, pois lhe dá as bases para seguir uma
fundamentação a priori das ações humanas. Podemos afirmar, que essas passagens são
um estímulo para ir do conhecimento do senso comum à consciência filosófica. Nesse
sentido, não se trata de inventar uma nova moral, como feita antes por seus
antecessores, um exemplo a ser citado é o próprio Aristóteles, que concebe a moral
como meio de se chagar a felicidade através de ações que alcancem o meio termo das
condutas fundamentadas pela razão.
Para Kant a ação moral só é válida se esta mesma se tornar uma lei universal.
Ações egoísticas que levam em consideração somente a motivação do indivíduo não
podem se tornar leis universais, pois entram em contradição com a própria razão.
Portanto, deve-se agir conforme suas ações se tornem leis universais e possam servir de
modelos para outras pessoas de acordo com a razão pura.
Como toda a lei prática representa uma acção possível como boa e por isso como
necessária para um sujeito praticamente determinável pela razão, todos os
imperativos são fórmulas da determinação da acção que é necessária segundo o
princípio de uma vontade boa de qualquer maneira. No caso de a acção ser apenas
boa como meio para qualquer outra coisa, o imperativo é hipotético; se a acção é
representada como boa em si, por conseguinte como necessária numa vontade em si
conforme à razão como princípio dessa vontade, então o imperativo é categórico.
(Kant, 2007. Pag. 50).
(...) o comerciante que atende lealmente aos fregueses, age em conformidade com o
dever, mas não por dever, se não tem em vista senão o seu interesse bem
compreendido, do mesmo modo, a pessoa que leva uma vida feliz e se esforça em
conservar a vida age conforme o dever, pois a conservação da vida é um dever, mas
não age por dever. (...) por outro lado, quem pratica a beneficência, mesmo sem
sentir inclinado a isso, possui um valor moral maior do que aquele que é
benevolente por temperamento (...). (Pascal, Pag. 120).
Nesse sentido, a ação moral para Kant não se deve ou se basta que seja conforme
o dever, mas que além disso seja executada por dever. Essa é uma diferença bem sútil,
mas de imensa importância na ética kantiana, ações morais não se bastam a si mesmo se
forem praticadas segundo o dever, mas se bastam se forem executadas com forme o
dever o manda.
BIBLIOGRAFIA