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CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TOLEDO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


COLEGIADO DE FILOSOFIA
COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM FILOSOFIA

PLANO DE AULA DE FILOSOFIA

IDENTIFICAÇÃO E ESPECIFICAÇÃO
Disciplina: Filosofia
Instituição: Colégio Estadual Presidente Castelo Branco - PREMEN
Professor regente: Rubens Bragagnollo
Professora orientadora: Nelsi Kistemacher Welter
Modalidade: Ensino regular
Turno: Matutino
Turma: 1º D
Carga horária: 45 minutos de aula
Docente estagiário: Lucas Sartoretto

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

Filosofia Política

TEMÁTICA/CONTEÚDO DA AULA:
Thomas Hobbes: o estado de natureza e o Estado civil.

OBJETIVO
O objetivo geral da aula consiste em que os alunos possam se apropriar da sua teoria do
contrato social.
O objetivo específico consiste na apropriação dos alunos de alguns conceitos
fundamentais do contrato social estabelecido por Hobbes, e como o homem fundamenta sua
existência no estado de natureza, a formação do contrato social e o estabelecimento do
absolutismo defendido por ele.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Thomas Hobbes nasceu em 5 de abril de 1588 e faleceu em 4 de dezembro de 1679, foi
um matemático e filósofo político inglês. Seus principais livros são o Leviatã de 1651 e Do
cidadão de 1642. Dentre suas contribuições para a filosofia está a sua teoria política que
fundamenta o surgimento do Estado moderno. Hobbes é conhecido como o primeiro
contratualista.

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O contratualismo é um conceito filosófico que abarca vários autores do período


moderno, e Thomas Hobbes é o primeiro deles. A definição de contratualismo é que para que
possa existir o poder do Estado é necessário que haja um contrato social entre todos os
membros de uma comunidade para garantia de seus direitos e deveres, por isso o nome
contratualismo.
Antes da origem de um contrato social e da origem do Estado os homens viviam em
um estado de natureza. Este estado de natureza não tem uma importância histórica, ou seja,
não significa que tenha existido de fato, é um experimento filosófico no qual forjam as
premissas para fundamentarem suas ideias, por isso o estado de natureza é uma formulação
teórica para posteriormente Hobbes fundar seu conceito de contrato social e do Estado civil.
Existem entre os homens três forças fundamentais que no estado de natureza fazem que
exista a guerra de todos contra todos. São a luta pela glória, a desconfiança e a competição:

Os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida
por sua própria força e sua própria invenção. Numa tal situação não há lugar
para a indústria, pois seu futuro é incerto; consequentemente não há cultivo
da terra, nem navegação, nem uso das mercadorias que podem ser importadas
pelo mar; não há construções confortáveis; nem instrumentos para mover e
remover as coisas que precisam de grande força; não há conhecimento da
face da Terra, nem cômputo do tempo; nem artes; nem letras; não há
sociedade; e o que é pior do que tudo, um constante temor e perigo de morte
violenta. E a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta.
(STRAUSS. 2013, p. 359).

Assim no estado de natureza não há espaço para as realizações da cultura de uma


civilização, pois o estado de guerra de todos contra todos não estabelece a possibilidade para a
formação de indústria, para o cultivo da terra, para a navegação, para a comercialização de
mercadorias e construção de moradias confortáveis. Existe, portanto, um eterno medo de
morte violenta e a vida do homem é solitária, pobre e sórdida.
A noção de justiça só existe dentro da sociedade civil, após o contrato social. Por isso
não existe justiça ou injustiça no estado de natureza. O homem como pensava Aristóteles não
é um ser social, ou seja, sociável. O homem segundo Hobbes é o lobo do próprio homem, esse

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é o sentido da tão famosa frase citada de Hobbes, que o homem é o próprio causador do estado
de violência e morte que existe dentro do estado de natureza.
O medo da morte violenta e o desejo de conforto inclinam os homens a saírem do
estado de natureza e criarem uma comunidade a partir de um pacto social, ou seja, todos
pactuam pelo direito de um soberano defender-lhes a vida. Aqui há primeiramente um pacto
contra o perigo da morte violenta, ou seja, um direito natural que é o direito à vida.
Neste sentido, podemos afirmar que:

A sociedade civil é constituída pelo contrato social, no qual cada um dentre


uma multidão de homens se obriga, por contrato com cada um dos demais, a
não resistir aos comandos do homem ou conselho que reconheceram como
seu soberano. Cada homem só celebra um contrato com vistas ao que é bom
para si mesmo e, sobretudo, com vistas à segurança e preservação da vida
(...). (STRAUSS. 2013, p. 361).

É assim que surge os Estado civil, os homens, pelo medo da morte violenta entram
entre si em um pacto ou como é comummente denominado, o contrato social e passam seus
direitos naturais para a proteção de um soberano, esse soberano é o Estado. Portanto, todos os
homens passam agora a ser protegidos pelo Estado e sua vida é o direito fundamental a ser
protegido pelo Estado.
Assim o soberano, ou mais precisamente o Estado civil deve se assegurar que o medo
de punição seja uma força maior do que a atração de qualquer benefício que poderia haver
para aqueles que pretendam violar o pacto social. Não se apela a qualquer força moral, mas
sim a uma forma de punição, ou seja, de possíveis castigos para aqueles que violem o pacto.
A formação do contrato social deve estar assentada sob a forma de uma pessoa jurídica
ou uma assembleia estabelecida, nesse sentido cada um dos homens existentes no Estado
pactua quanto à vontade desse soberano ou dessa assembleia. Esta por sua vez representa
todas as vontades dos cidadãos. Isso significa em termos práticos que cada súdito deve
conceber todos os atos do poder ao soberano, e toda a legislação do soberano como sua
própria legislação.
A constituição do contrato social significa que todos os súditos devem pertencer ao
organismo político, ou seja, assim como cada órgão do corpo humano tem suas funções

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específicas, todos os súditos também têm uma função específica dentro do organismo político.
Esse poder ficou conhecido como a figura bíblica do Leviatã, pois significa que o Estado
detém todo o poder em relação aos seus súditos.
O contrato social só existe pelo fato de o soberano poder reservar para seus súditos o
direito de proteção, ou seja, o direito da vida. Isso significa que os demais súditos sintam
medo pela punição do soberano, quando tentados a cometer atos contra a vida dos demais,
portanto, o poder é total do soberano em relação aos súditos. Nesse sentido, o primeiro poder
do soberano é o direito de punir ou o direito de exercer o poder de polícia no Estado.
Ainda, nenhum súdito pode alegar que o soberano possa exercer uma violação do
pacto, pois quem pactuou entre si foram os súditos, o soberano não pactuou com ninguém e o
soberano tem o direito sobre todos os demais súditos, pois o soberano representa a vontade de
todos os súditos. Quem acusa o soberano de violação do pacto está acusando a si mesmo.
A forma do Estado defendida por Hobbes é de uma monarquia absolutista, estando nas
mãos do soberano, tanto o poder legislativo, que significa fazer as leis, o poder judiciário, que
é o poder de julgar e o poder executivo, que significa o poder de fazer cumprir as leis. Nesse
sentido, o poder do soberano é absoluto.

PROCEDIMENTO METODOLÓGICO E RECURSOS DIDÁTICOS


Para abordarmos o tema da aula, em um primeiro momento vamos conceitualizar que é
o contratualismo moderno, seus principais representantes. Apontaremos os principais
conceitos do estado de natureza defendido por Hobbes e como surge o contrato social,
provindo da ideia do homem como o lobo do próprio homem.
Em um segundo momento iremos mostrar como Hobbes considera como o direito
fundamental para a saída do estado de natureza e para a formação do Estado civil e a
constituição do poder soberano. Mostraremos como o direito á vida, ou seja, pelo medo da
morte violenta fundamenta sua concepção de contrato social.
O material utilizado será a exposição dos conceitos através de slides e posteriormente,
se estivermos dentro do tempo de aula um pequeno vídeo no qual pode ser resumido o
pensamento de Hobbes.

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A duração da aula será de 45 minutos e terá como público-alvo o 1º ano do ensino


médio e o tema será Thomas Hobbes o estado de natureza e a sociedade civil.
Faremos a sensibilização através do problema do que significa o contrato social?
Através dessa pergunta desenvolveremos os principais conceitos defendidos por Hobbes bem
como a formação do Estado civil e do contrato social.

A sequência didática se apresenta da seguinte forma:


- Dados biográficos
- Principais obras
- 1º contratualista
- O que é o contratualismo
- Estado de natureza
- O homem é o lobo do próprio homem
- o que é o estado de natureza
- A justiça como oriunda do pacto social
- O Estado como constituinte do pacto social
- O soberano detém todo o poder político
- O Estado hobbesiano se configura pela proteção dos súditos
- O Estado hobbesiano é uma monarquia absolutista

AVALIAÇÃO

A avaliação será feita através de um seminário que valerá de 0 – 10 pontos, no qual os


alunos vão preparar uma exposição dos autores ministrados na disciplina de filosofia política.
O critério da avaliação será a apropriação feita pelos alunos dos conceitos expostos nas
aulas de filosofia política dos respectivos autores e o bom uso da língua portuguesa.
REFERÊNCIAS

STRAUSS, L. História da filosofia política. Forense. Rio de Janeira, 2013.

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WEFFORT, C, F. Os clássicos da política: Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu,


Rousseau, “O Federalista”. 13º edição. Editora Ática. São Paulo, 2001.

HOBBES, Thomas. Leviatã: ou matéria, forma e poder de uma república eclesiástica e civil.
Martins Fontes. São Paulo, 2003.

ANEXOS e APÊNDICES

https://www.youtube.com/watch?v=vVwckAou7LY. Acessado: 26/09/23.

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THOMAS HOBBES

Conceitos para compreender Thomas Hobbes:

1º Estado de natureza: É a criação de uma história fictícia que reproduz o estado no qual o
homem vivia antes de entrar no Estado civil, ou seja, antes da entrada para convivência em
sociedade.
Sua frase mais conhecida é:
O HOMEM É O LOBO DO PRÓPRIO HOMEM. OS HOMENS ESTÃO SEMPRE EM
UM ESTADO DE GUERRA E LUTA CONSTANTE PELA DEFESA DE SUA VIDA.

2º Jusnaturalismo: É a doutrina filosófica que afirma que os seres humanos possuem direitos
naturais. Se caracteriza pela defesa de uma natureza humana.
O direito fundamental do jusnaturalismo de Hobbes é o direito à vida.
A instauração do pacto social para a vida em sociedade se fundamenta no direito de proteção a
vida humana pelo soberano, ou seja, o governante é responsável pela proteção da vida dos
cidadãos.

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3º Estado civil: É mais conhecido como o Estado moderno. É onde os homens se reúnem para
fazer um pacto social, ou seja, o contrato social.
O contratualismo é o conceito no qual há a saída do estado de natureza para a construção do
Estado civil e da sociedade.
O direito natural fundamental para Hobbes é o direito de proteção a vida. Nesse sentido, o
pacto que institui o Estado civil é a proteção do governante a vida dos cidadãos.

Trecho do Liviatã:

“A partir disso, fica manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder
comum para mantê-los todos em respeitoso temor, eles estão naquela condição que é chamada
de guerra, e uma guerra tal que é de todos os homens contra todos os homens. A guerra não
consiste na batalha somente, ou no ato de lutar, mas em um período de tempo em que a
vontade de ter contenda, por meio de batalha, é suficientemente conhecida”. (Cap. XIV).

Quais são as respostas a estas perguntas?

1) O que é o estado de natureza?


2) O que é o jusnaturalismo?
3) Como se constitui o Estado civil?

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