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Filosofia da Mente – 2022/2

1ª Avaliação
Data de entrega: 26/05/2023

Comente e explique as seguintes passagens:

Como é ser um Morcego? (1974)


“Eu disse que a essência da crença de que morcegos têm experiência está em que haja
algo que é ser como um morcego [that there is something that it is like to be a bat].
Atualmente, sabemos que a maior parte dos morcegos (microchiroptera, para ser
preciso) percebem o mundo externo primariamente por um sonar, localizando-se pelo
eco, detectando as reflexões dos seus próprios gritos rápidos, sutilmente modulados e de
alta freqüência, nos objetos ao seu alcance. Seus cérebros são projetados [designed] para
correlacionar os impulsos enviados com os ecos subseqüentes, e as informações assim
adquiridas permitem aos morcegos discriminações precisas acerca da distância,
tamanho, forma, movimento e textura, comparáveis às que fazemos pela visão. Mas o
sonar dos morcegos, embora seja claramente uma forma de percepção, não é similar a
nenhum sentido que possuímos, quanto à forma das suas operações. E não há razão para
se supor que ele seja, subjetivamente, parecido com algo que nós possamos
experimentar ou imaginar. Isso parece criar dificuldades para a noção de como é ser um
morcego [what is it like to be a bat]. Devemos considerar se algum método nos
permitirá extrapolar o nosso próprio caso à vida interior do morcego, e, em caso
negativo, se pode haver algum método alternativo para o entendimento desta noção”.
(Nagel 2005, p. 249)

Questões guia:
Quais são as características centrais da consciência para Nagel?
Por que a questão ‘Como é ser um morcego?’ expressa as dificuldades em termos uma
teoria da natureza da consciência ao passo que a perspectiva subjetiva parece ser
inegociável?

O Mito de Descartes, Cap. 1 de Conceito de Mente (1949)

“(2) O Absurdo da Doutrina Oficial


É esta, em linhas gerais, a teoria oficial. Falarei muitas vezes dela, com exagero
deliberado, como o “dogma do Fantasma na Máquina” [Ghost in the Machine]. Espero
provar que ela é inteiramente falsa, não em pormenor, mas em princípio. Não é uma
mera reunião de erros particulares. É um grande erro e um erro de gênero especial. É,
designadamente, um erro de categoria [category-mistake]. Representa os fatos da vida
mental como se pertencessem a um tipo ou categoria lógicos (ou domínio de tipos ou
categorias), quando efetivamente pertencem a outra categoria. O dogma é portanto um
mito do filósofo. Ao tentar destruir o mito, dir-se-á provavelmente que nego fatos bem
conhecidos da vida mental dos seres humanos, e a minha alegação de que apenas aspiro
a retificar a lógica dos conceitos de conduta mental será provavelmente criticada como
um mero subterfúgio”. (Ryle 2011, p. 17)

Questões guia:
Por que a doutrina oficial pode ser interpretada como ‘dogma do fantasma na máquina’?

O que seria um erro categorial e como Ryle afirma que a doutrina oficial comete-o?

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