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FACULDADE CASA BRANCA - FACAB

JEODVANIA FLORENTINO FERREIRA

CURSO: PÓS GRADUAÇÃO “NEUROPSICOPEDAGOGIA”

ELAINE DE CAMPOS SILVEIRA

COMO A NEUROPSICOPEDAGOGA É CAPAZ DE AJUDAR O


PROFESSOR A GARANTIR UMA APRENDIZAGEM
EFETIVA?

DATA DA AULA: 14/08/2021

CASA BRANCA
2021
FACULDADE CASA BRANCA – FACAB
JEODVANIA FLORENTINO FERREIRA

COMO A NEUROPSICOPEDAGOGA É CAPAZ DE AJUDAR O


PROFESSOR A GARANTIR UMA APRENDIZAGEM
EFETIVA?

Trabalho apresentado como requisito de


avaliação na Disciplina de A importância da
psicomotricidade na educação infantil do Curso
de Neuropsicopedagogia da Faculdade Casa
Branca - FACAB, sob a orientação do Profº
(Elaine de Campos Silveira)

CASA BRANCA
2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................04
DESENVOLVIMENTO...........................................................................................................08
CONCLUSÃO..........................................................................................................................09
REFERÊNCIAS........................................................................................................................10
INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa trazer um olhar acerca da Neuropsicopedagogia Institucional no


âmbito educacional, atrelando componentes oriundos da Neurociências, Psicologia
Cognitiva e Pedagogia. Neste contexto, pontua-se como um novo campo profissional a
referida atuação, que irá incorporar elementos que permitem ressignificar a escola, seus
personagens e suas atividades formativas no que tange aspectos do neuro desenvolvimento,
comportamento e aprendizagem. A fim de fundamentar esta discussão, este artigo apresenta
uma pesquisa exploratória por meio de uma revisão de trabalhos e sua interlocução com
outros campos do saber, apresentando a importância de se conhecer a atuação institucional
do neuropsicopedagogo. Evidencia- se assim, que o referido profissional apresenta
múltiplas contribuições no âmbito educacional, seja no coletivo ou no individual, com o
alunado, equipe pedagógica e/ou com os pais, primando pela gestão colaborativa e
integrada com outros profissionais

DESENVOLVIMENTO

A fim de melhor compreender as funções mentais, concebendo o ser humano a partir de uma


perspectiva biopsicossocial, a Neurociência tem nos ajudado a compreendê-lo como o produto
total de um cérebro complexo em sua fisiologia, mas também, de um cérebro «social» que se
constitui na relação com o meio . Com isso, a «caixa preta» do funcionamento da mente
humana tem sido, aos poucos, desvelada, trazendo novos olhares para áreas como a saúde e a
educação. Neste contexto, surge a necessidade de profissionais da área da educação em
compreender princípios básicos da Neurociência, de modo que teoria e prática educacional se
comuniquem em sinergia. Embora a Neurociência e a Educação sejam áreas distintas e com
propósitos particulares, ambas possuem relação relevante quando considerado o vínculo de
proximidade entre o cérebro humano e o processo cognitivo .Simões nos chama a atenção ao
pontuar que as duas áreas apresentam formas de ação e finalidades distintas, por isso, a autora
enfatiza que os produtos da Neurociência não se aplicam direta e imediatamente à
Educação, necessitando ser reinterpretados, conforme defendem Corrêa, Cely e Cuadros , para
que possam contribuir, efetivamente, ao campo educacional. É nesse sentido que Guerra
defende que a Neurociência pode auxiliar os profissionais da educação a refletir e inovar
sobre sua intervenção, mas não proporcionar prescrições, receitas ou processos que vão
garantir resultados em sala de aula. Sendo escopo do presente texto, a Neuropsicopedagogia é
uma ciência transdisciplinar e fundamentada na Neurociências, aplicada à educação e atrelada
à pedagogia e a psicologia cognitiva, tendo como objeto central de estudo a relação entre
sistema nervoso e a aprendizagem humana, sob um ângulo apoiado na integração
pessoal, social e educacional do discente . Como apontado por Fonseca , a
Neuropsicopedagogia evidencia as habilidades do cérebro, seja dos educandos ou dos
educadores. A instituição escolar, então, coloca-se como espaço privilegiado de
troca, aprendizagem e conformação da identidade de cada um que por ali
passa, transformando o professor, nesta ótica, em um neuro educador. Daí, surge também, a
importância de se conhecer a atuação institucional do Neuropsicopedagogo, como se deu a
formação da profissão, sua ocupação, e de que forma ele poderia ser efetivo dentro de uma
instituição de ensino em parceria com os demais profissionais. Posto isso, objetiva-se com
este estudo conhecer melhor a atuação do referido profissional dentro de espaços
educacionais, por se tratar de uma profissão muito recente, e permeada de incertezas sobre a
real contribuição e limites de atuação, bem como assinalar as contribuições da neuro educação
para o processo de ensino e aprendizagem. Como aporte metodológico para este
trabalho, optou-se pela modalidade de pesquisa exploratória, que seria aquela que não requer
a formulação de hipóteses a serem testadas, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais
informações sobre determinado assunto em específico, ou que tenha sido, ainda, pouco
explorado. Para elucidar a problemática posta, foram selecionados trabalhos publicados em
periódicos nacionais de livre acesso com aporte temático na neuropsicopedagogia, na
neurociência atrelada à educação e no ambiente escolar como espaço facilitador da/para a
aprendizagem. Dessa forma, os questionamentos que emergiram durante a realização do curso
culminaram na realização do presente trabalho, que busca compreender em quais contextos
dentro do âmbito escolar o neuropsicopedagogo institucional pode atuar.
A Neurociência se integra a outras ciências já existentes para abarcar o que se propõe a
explicar, e tece novas redes que ampliam as informações, construindo um arcabouço teórico
que parece não se esgotar ao falar do processo de aprendizagem. A educação, como ciência do
ensino e aprendizagem, também se ocupa em explicar como o processo de ensinar e aprender
ocorre, tendo em sua constituição basal algumas particularidades que a diferem da
neurociência, mas que vêm sendo descontruídas com o passar do tempo em decorrência de
novas descobertas. Existem diversos tipos de aprendizagem, encontradas nas mais diversas
atividades humanas. Outras, porém, são encontradas em instituições específicas de ensino, e
acontecem de forma sistemática, como as encontradas em escolas, creches e locais educativos.
Já para Tabille e Jacometo , a aprendizagem poderia ser definida como um processo dinâmico
e de interação com o ambiente da criança, de forma a garantir a apropriação e criação de
estratégias a partir de interesses próprios, aliados aos estímulos que o meio social lhe
oferta. Neurociência e Educação tem uma relação imbricada, já que o cérebro possui papel
central no processo de aprendizagem. Aponta ainda, que Finscher apud Oliveira , preconiza a
união da biologia, neurociência, desenvolvimento e educação como pilares da pesquisa
educacional. Evidencia ainda, que aprender não seja somente um ato social e cultural, pois há
influências neurológicas que também colaboram para que a aprendizagem se efetive.
As descobertas sobre a aprendizagem através das neurociências contribuem efetivamente para
a atuação pedagógica. Entre tais descobertas, ressaltam-se as de cunho cognitivos e
metacognitivos e que possibilitam ao sujeito controlar e regular tanto o comportamento em
relação às exigências e demandas, quanto ao processo de se informar, o que permite um maior
envolvimento em comportamentos adaptativos e direcionados à metas. Daí a necessidade de
que a aprendizagem esteja coerente com o desenvolvimento funcional do sistema nervoso, de
forma a respeitar a maturação neurobiológica da criança. Dessa maneira, pode-se depreender
que a neurociências não irá propor uma nova pedagogia, muito menos a solução para as
dificuldades e transtornos de aprendizagem, mas instituir uma prática pedagógica que já se
encontra exitosa, respeitando-se, assim, o funcionamento do cérebro e elencando atividades
que tendem a ser mais efetivas. Ainda que os avanços na compreensão dos mecanismos de
aprendizagem sejam evidentes, a complexidade e a singularidade que cerca esta discussão não
se esgota com a atuação do neuropsicopedagogo, mas sim, traz novos elementos para o debate
acerca do processo de ensino e aprendizagem.
CONCLUSÃO

De modo geral, a Neuropsicopedagogia visa investigar a inter-relação entre a


Neurociências, a Psicologia Cognitiva e a Pedagogia, a fim de traçar uma melhor
identificação, diagnóstico, prevenção e reabilitação face às distintas dificuldades
encontradas nos estudantes, equipe pedagógica e a família do educando. 
 Compreender e analisar o aspecto da inclusão de forma sistêmica, abrangendo
pessoas com dificuldades de aprendizagem e/ou deficiências, bem como sujeitos em risco
social, promovendo reintegração pessoal, social e acadêmica nos diferentes espaços
coletivos. 
 Desenvolver competências de acordo com as disciplinas da grade curricular, bem
como conhecimentos técnicos específicos para atuação em espaços coletivos que sejam
berço da aprendizagem humana, agindo individualmente ou em equipe multidisciplinar. 
Sendo assim, a INPP surge como uma ação eficaz na construção e identificação de
programas de intervenção de dificuldades de aprendizagem, pensando de forma
individualizada sobre como planejar e executar cada sessão e bloco de intervenções. , o
neuropsicopedagogo na escola transforma o processo de avaliação em instrumento para
redimensionar práticas de intervenção em ambientes escolares, contribuindo para que os
próprios educadores reorganizem as suas formas de atuação. Com intuito de contribuir para
a diminuição de dificuldades, a Neuropsicopedagogia cria intervenções de remediação e
reintegração evidenciadas através de programas intervencionais que englobam tanto a
saúde cognitiva como a estimulação de habilidades cognitivas escolares, objetivando
potencializar os processos cognitivos e melhorar habilidades fundamentais discorre que
cerca de 10% da população escolar possui algum tipo de transtorno de aprendizagem.
Sugere que os professores estariam despreparados para lidar com essas
dificuldades, tornando-se necessário que o processo de ensino e aprendizagem fosse
baseado no desenvolvimento de competências e não somente no conteúdo. A fim de que
isso ocorra, seria de vital importância que as intervenções se dessem atrelando as diversas
ciências que compõem o repertório técnico e prático do neuropsicopedagogo e dos demais
componentes da equipe pedagógica, o que propiciaria um maior entendimento das
limitações maturacionais e capacidades da criança. Segundo Russo e Fülle o
neuropsicopedagogo deverá integrar a seu trabalho a atuação junto a outros
profissionais, pensando na melhor atuação e no bem-estar dos usuários. Como atividades
exercidas, o neuropsicopedagogo poderá contribuir na elaboração de projeto
pedagógico, adequações curriculares, oficinas temáticas, projetos de trabalho e contribuir
com a equipe pedagógica.
Poderá ainda, mapear o comportamento sócio afetivo através de técnicas específicas, como
o Sociograma, com intuito de identificar lideranças positivas e negativas em sala, propondo
assim intervenções para melhoria comportamental dos infantes. Utilizando-se de materiais e
instrumentos pertinentes ao que se objetiva pesquisar, o neuropsicopedagogo institucional
identifica possíveis alterações no desenvolvimento cognitivo e nas habilidades sociais da
questão analisada. Não cabe ao referido profissional, seja ele clínico ou
institucional, diagnosticar deficiências intelectuais, transtornos de humor e personalidade, e
demais comorbidades, já que tal avaliação é realizada por profissionais da área da
saúde. Assim, o profissional Neuropsicopedagogo poderia auxiliar tanto o professor de
escolas públicas quanto de escolas privadas a encontrar melhores formas de sanar
questões ocorridas em sala, seja de cunho cognitivo, emocional e/ou social.
À equipe pedagógica, oficinas socioeducativas poderiam ser ministradas, a fim de ampliar o
conhecimento de todos acerca de temas pertinentes à educação, e evidenciar técnicas e
instrumentos que teriam mais assertividade em sala de aula.

 
REFERÊNCIAS

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; DA SILVA, Roberto. Metodologia


científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

CORRÊA, Tiago. H. Barnabé; CELY, Claudia P. Moreno; CUADROS, Nubia. E.


Peneda. Reflexiones sobre el desarrollo del aprendizaje y la complejidad
neurocognitiva. Quaestio - Revista de Estudos em Educação, v. 20, n. 2, 30
ago. 2018.

COSENZA, Ramon; GUERRA, Leonor B. Neur

FONSECA, Vitor da. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na


aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica. Rev. psicopedag., São
Paulo, v. 31, n. 96, p. 236-253, 2014. Disponível em
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01038486201400
0300002&lng=pt&nrm=iso.

GUERRA, Leonor B. O diálogo entre a neurociência e a educação: da euforia aos


desafios e possibilidades. Revista Interlocução, Belo Horizonte, v.4, n. 4, p. 3-
12, 2011.

OLIVEIRA, Gilberto Gonçalves de. Neurociências e os processos educativos:


um saber necessário na formação de professores. 2011. Dissertação
(Mestrado em Educação) -Programa de Mestrado em Educação, Universidade de
Uberaba -UNIUBE, Uberaba, 201

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