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Escola Superior de
Enfe:-:r:~rif-:m de Lisboa
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FORMAÇA- O E APRENDIZAGEM
EM CONTEXTO CLÍNICO
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FICH A TÉCN ICA
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AGRADECll\-lENTOS
Ao Nuno e à Margarida.
•
••
INDICE
PREFA CE ····································........................................................... 7
INTRODUÇÃO ............ ...... ... .. ...... .... ............. ......... ..... .. ...................... .. 9
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO II
CAPÍTULO ID
ESEL
CAPÍT ULO IV
1. Conceit os e breve historia l ............ .. ...... ............ ............ ........... ••. ..... .. 177
2 . Modelo s de supervi são das práticas de enferm agem ......................... 190
3. Qualida de em saúde, acredita ção e process os supervi sivos ............... 199
CAPÍT ULO V
Mentorship and Clinica/ Supervision are important concepts for ~ealth c~re
-
and in particular the nursing profession. Over the last few d~c~des m nur~z~g,
particularly in the United Kingdom (UK), Mentorship and Cll~1cal ~uperviswn
have become a major source ofeducational support for pre- regzstratwn and post
registration nurses. This support is offered to help promote nursing practitioners
who are 'fit for practice 'and thus enable quality patient care.
--
The system of Mentorship within clinicai nurse education aims to support.
enhance learning and assess competence in the pre-registration nursing stu-
dent, whereas, clinicai supervision in the main is a means of supporting and
-
facilitating learning and deve/opment of the qua/ified nurse.
The concept ofsupport in clinicai nursing practice is fundamental in enhancing
quality ofcare. Variaus policies have advocated the imp/ementation ofa formal sup- -
-
port role in the form ofMentorship to help reduce attrition rates in nursing and en-
sure that on qualifying nurses are.fit for practice. The then English National Board
(ENB) stated that Mentorship was ''an appropriately qualified and experienced.first
levei nurse/midwife/health visitar who by example and facilitation, guides, assisIs
and supports the student in learning new skilis, adopting new behaviour and acquir-
ing new altitudes " ( ENB, 1993).
Documents promoting clinicai supervision in the UK and beyond have been
consistently produced since the early 1990 s. The Department of H ealth (DoH)
-
in 1993 stated: 'The exploration of the concept of clinicai supervision ofpracti-
tioners, other than midwives, should be further developed, so that it is integral
throughout the lifetime of practice, thus enabling practitioners to accept per- -
sanai responsibility for a_n d be accountablefor care and to keep that care under
constant r~vi~w ' (D~~artment of Health, 1993, No.3.28: J 5). The UKCC (now
the NMC) 1_n _,ts po~illon statement on clinicai supervision (1996) stated, "Clini- · -
cal supe~iswn brm~s-pra~titioners and skilled supervisors together to refiect ••
o_n pract,_ce. Supervision aim_s to identify sQlutions to problems, improve prac-
t1ce and mcrease understandmg ofprofessional issues ... " (UKCC, 1996: 3).
Research s
. _ .undertaken by myself in the 90 aiso I·11ustrated elearly the zmpor-
.
tance of e11mcal supervision · h l · d
. (M m e pmg to evelop practitioners and their prac-
t1ce arrow, 1997, 1998 and 2002). And even though the evidence illustrates
7
r
1
Wilson Corre ia de Abre11
its significance fo r practice it is sti/1 not a mandatory role and is therefore not
embraced or implemented in practice eve,ywhere.
Recog11isi11g the significance ofboth these roles a European Cornrnissionfund-
ed project the Thematic European Nursing Network ([ENN) airned to develop
these concepts with others across the European Cornrnunity. Sixty-eight higher ed-
ucation institutions across Europe were involved in the initiative and participants
ivorked in groups to develop educational programmes to enable the irnplementa-
tion ofclinicai supervision and mentorship in their local nursing comrnunities.
Para/lei to this developrnent a number of research projects were in place
and these have informed the work of the network and the contents of this book.
Moreover, a recently British Councilfunded project which compares nurses per-
ceptions of clinicai supervision in lhe UK and Portugal, will be valuable in
further enhancing the role across Europe.
This book is timely because of the current debates on issues related to qual-
ity of care in health care institutions in the UK, Portugal, Europe and the wider
world The content of the book is interesting and stimulatingfor practitioners·and
scholars alike. As well as being informed by the work on Mentorship and Clinicai
Supervision across the European Community. . The book is also underpinned by
both sociocultural theories in the form of Vygotsky s work and Brofennbrenner s
stance on human development. Therefore, both these theoretical positions give a
broad and scholarly perspective for those who want to further their understanding
by analysing the concepts in depth. .
Th is book is thus an essential resource to help nursing practitioners acknowl-
edge the value of mentorship and clinicai supervision for clinicai practice and
the development of qua/ity patient care therein. The author Wilson Abreu does
not only engage the reader in discussion on the concepts from an educational
and academic p erspective but embraces understanding gainedfrom local expe-
riences and developments on a much wider scale. The book is thus, a valuable
addition to the /iteratu_re on these supporting roles.
l
INTRODUÇÃO
I
Na ilha de Cos, na Ásia Menor, nasceu por volta do ano 460 a.C. o filósofo-
cientista mais proeminente na área da medicina. Tendo o pai (médico) como
mestre, foi contemporâneo de figuras que marcaram a história da humanida-
de, tais como Sócrates, Platão, Heródoto, Tucídides, Fídias, Ésquilo, Sófocles e
11 Aristófanes.
9
r
FORMAÇiO E APRENDIZAGEM EM CONTEXTO CLÍNICO
"Reflexão " e "prática reflexiva" são termos ou expressõe s que se tem tornado
familiares para todos quanto pretendem desenvolv er estudos centrados nas prá-
ticas de enfermage m, dinâmicas de formação , desenvol vimento curricular, so-
cialização profission al ou mesmo promoção da qualidade de cuidados . O UKCC
do Reino Unido adaptou inclusivam ente o conceito de reflexão, como e lemento
estruturan te do desenvolv imento profission al (UKCC, 1990).
Em todas estas abordagen s, a actividade clínica é o denomina do r comum .
Qual a razão desta preocupaç ão com os processos de reflexão centrados na clíni-
ca? Como refere Hesbeen, há por vezes a tendência para reivindica r mais meios
para promover a qualidade das práticas. No entanto, "o aumento dos meios não
serve de nada e não pode ser validamen te argumentado se a prática do cuidar
não for previamen te enriquecid a por uma reflexão essencial. a da perspectiv a
dada às acções " (Hesbeen, 2000: 7).
Abreu (2003), refere que em contraste com a sala de aula,·i'fwmação em
contexto clínico ocorre num contexto social muito complexo onde se cruzam
as lógicas dos utentes, dos formadore s, dos enfe rmeiros e dos alunos; em com-
paração com o trabalho em sala de aula, o trabalho em contexto clínico possui
maior imprevisib ilidade e obriga a gerir grandes quantidades de informaçã o,
por vezes paradoxal. "Os profissionais de saúde gerem enormes quantidades de
informação, sendo alguma dela paradoxal. A questão que se coloca por vezes
é a dificuldade em conseguir seleccionar e trabalhar alguma informação espe-
c(fica - pequenos segmentos de informação" (Lusignan e Pritchard, 2002). A
formação em contexto clinico, corno sublinhava Abreu em 2001, não se confina
à aprendizag ém de técnicas de intervençã o - envolve a pessoa no seu todo,
aproximan do-a do universo sociocultu ral, proporcion ando-lhe referências para
a definição da identidade e as ferramenta s para a socializaçã o profissional.
Cada vez mais, os profissionais de saúde desenvolv em a sua prática em lo-
cais onde existem " protocolos " ou "guidelines" aprovadas , designada mente se
o hospital for acreditado em termos de qualidade (qualquer que seja o modelo).
Por exemplo, a Joint Commissi on Hospita l Accreditat ion Standards (2006), no
âmbito dos standards para as práticas clínicas em ambulatór io, refere que as "Os
protocolos - ("clinicai practice guidelines ") podem contribuir para a melhoria
/45
rI Wilson Cvr reiu de Ab reu
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da de, sel ecç ão e uti liza çã o do s rec urs os disponíveis . A.j ".gu tue me ,· ··
da qu ali . ·_
,J ,J ,.s-a
me iro s e ao s ute nte s um a ba se pa ra a roma,Jua ue uec o
fac ult am ao s en_fer . , .
gno st1 co, tra tam en to e ge stã o de situações de saú de_ - do
sob re a 1,!re~e nça~, d/Q _
·
Sa o am da ute is pa ra a co nfi gu raç ão e pla ne am en to de toda a m 1.ervençao
ença. . ,, , . e t
.
1st enc /QI . Na pra tic a as gu ide lin es não se con sti tue m coi no do um en o nor-
ass . . isã o.
a par a a tom ada de dec
ma tiv o ma s sim co mo ref erê nci
do hab itu s na ma triz cog nit iva e a definição de disposições
A inc o~ ora ~o ão um a ferra-
ao soc ial, a qu e se ref ere m Bo urd ieu ( 19 80 ), têm na reflex
par a a acç obr iga tor iam ent
nta de ele içã o, ain da qu e est a po ssa ass um ir mo dal ida des não e
me con tex to da
. ssa nte que
ti res sas , po r ma is int ere O
orma1s. Ma s, pel as raz ões exp s para as
apr end iza gem em con tex to clí nic o se con sti tua m apelativa
prá tic a e a e evi tar a pre-
as, des ign ada me nte as dit as "ci ênc ias int erp ret ati vas ", há qu
ciê nci am
"ab ord age ns rom ânt ica s" qu e, ape sar do seu interesse, não toc
po nd erâ nci a de pos sue m
ial da apr end iza gem em con tex tos de saú de, um a vez qu e não
no ess enc
É co m bas e nes ta rea lid ade qu e Ma cki nto sh ( 1998: 553)
fer ram ent as par a tal. d
lirtle evi den ce tha t an ob jec tive review ofrejlective praclice an
ref ere " ... there is
ed .. ". Reed e
im plicat ion s for nu rsi ng an d nu rse education ha s ever occurr
its tt (1997) con cor dam
(19 95 ), Be llm an (19 96 ) e Ha lle
Pro cto r (19 93) , Wo ng . et. al. erem ainda não
lex ão é um ele me nto fac ilit ado r da apr end iza gem ma s ref
qu e ref -
s sob re a sua im po rtâ nci a ( co mo ent ida de pró pri a) par a a qua
exi sti rem evi dên cia de uma
dad os. Nu m pó lo opo sto , Jar vis ( 19 92 ) def end e a necessidade
lida de de cui
a vez qu e os enf erm eir os lid am com pessoas que, devido à
prá tic a reflexiva, "um e
exi gem um a int erv enç ão res pon sável, personalizada e consistente,
sua situação, (2002), a
a acç ão me cân ica e est an da rdi zada". Pa ra Lu sig nan e Pritchard
nã o um ar
é im po rta nte , sob ret ud o po rqu e é im pre sci ndí vel para concretiz
prá tic a ref lex iva estilos
.da s apr end iza gen s: "O s tip os de conhecimento condicionam os
determina
nec ess ári os à sua ass im ila ção . Há coisas qu e podem ser apren-
de aprendizagem didas no
avés da lei tur a de um livro, ma s outras só po de m ser apren
didas atr
s da reflex ão ".
contacto com os outros ou atravé com o sup ort e para
98)m4_e.!,]Ci? a ref lex ão
En ten de -se po rqu e raz ão Tap (19
ide nti dad e ind ivi dua l é üm i cÕ
ns-
ntí dad e. Pa ra Ta p ( 199 8), a
a afi rm açã o da ide e em prin-
~u lta ne am en te con sci ent e e ínc on sci ent e, po r vezes com bas
tru ção -si ,
os, qu e con fer e ao ind iví du o um sen tim ent o de con tinuidade
cíp ios con tra dit óri a ide ntidade,
cia , rea liz açã o de si e dif ere nci açã o. Tap ( J 99 8) apr ese nta
coe rên dos
def ini ção , com o o par ado xo de se ser idê nti co ou dif ere nte
ao níve l da sua s a ca teg orias ou
tro s, apr ox im ar ou afa sta r, afim1ar pe11enças ou djt ân cia
ou
146
f
CLÍN ICO
FOR MAÇ iO E APRE NDIZA GEM EM CONT E,\TO
[
al de apre ndiz agem impl i-
grup os recon hec idos socia lmen te. O proc esso glob
(Tav ares e Alar cão, 1985 ),
ca a de finiç ão .de uma m a triz cogn itiva ind ividu al
cons truíd a a pa rtir de proc esso s refl exiv os. Nest e
senti do, a refle xão sobre as [
defin em a situa ção prá tica
práti cas inc lui todas as c irc unstâ ncias ecoló gicas que
have s, 2000 -200 1).
e indi cam a ltern ati vas para a reso lução de prob lema s (Sá-C
Van Man en ( 1991) espe c ifica os n íveis em q ue se conc
retiz a a refle xão: nível [
s de refle xão); nível práti co
técni co (prob lema tizaç ão das técn icas e estra tégia
a refl exão comp reend e va-
(fund amen tos prax eoló gicos ) e n ível crític o, qua ndo
d for Nurs es, Midw ives
lores e princ ípios socia is. Para o Engl ish Na:i onal Boar
é fund amen tal para o dese n-
and Heal th Visit ers (ENB , 1994 ), a práti ca re:-lexiva
rmos q ue a pess oa evol ui
volv imen to pesso al e profi ssion al. Apes ar de cons idera
gnan e Pritc hard (200 2),
no seu todo, é interessan te cons tatar, com o referem Lusi
senti rem que a muda nça se
que as equi pes trans form am-s e mais facil ment e se
inser e num a estra tégia de promoção da qual idad e.
cons iderá vel arenç ão,
O conc eito de "prá tica refle x iva" tem sido alvo de uma
tamb ém mais recen teme n-
não só pela bibli og rafia respe itant e ao ensin o, mas
(200 0: 3 ) ~efin e a refle xão
te pela bibli ograf ia refer ente à en ferm agem . Tayl or
como "the throwing back o/ thoughts and mem ories
, in cognifive---a.f_lS such as
of a!len tive cons ider-
thinking, contemplation, medi tation and any othe r fo rm
ex tual(v appropriate
ation, in order to make sens e o/ them , and to make cont
changes if they are requ ired ".
da educ açã o, e que mais
Dew ey, em l 933, um dos prime iros teóri ::os na área
o prod uto do .. P_~a ment o
influência teve nesta maté ria, expl orou o proc esso e
ais difer entes , que desig -
refle xivo" . Com eçou por abor dar dois proc essos ment
nou de"p ensa ment o".
ey notou que o céreb ro
No que respe ita ao primeiro proc esso ment al, Dew
itivo s que cons istem num
huma no dese ncad eia frequ entem ente proc essos cogn
Dew ey defe ndia que havi a
fluir ment al de "ideias não contr olada s". Cont udo,
ria de ideia s no céreb ro. A
um outro fluir ment al di feren te dess a pass agem a leató
to podi am ser foca lizad os
difer ença res idia em que esses padr ões de pens amen
", apon tand o que a s ua
e contr olado s. Definiu-os como "pen same nto refl exivo
ào e m que se expe rienc ia
funçã o era a de tra nsfon nar uma deter mina da s in1aç
ig uado ra e hann o nios a.
dúvi da e confl ito, numa situa ção c lara, coere nte, apaz
situa ções de dúvi da, hes i-
Acreditav a que o pens amento reflex ivo surg ia e m
impu lsion a va a pess oa a
tação , perpl ex idade , e/ ou dific uldad e me ntal, e q ue
a dú vida e elim inar as
proc urar, sond ar ou inqui ri r uma fo rma de esc la recer
147
Wilson Correia de Abreu
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profissionais
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ercepç O 1 '- - - ~ '-..
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CONTEXTO
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•·•··-. ·-· ......... -·-- -----....... -- --•·••·· •·• -- ..... . J
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PENSAMENTO REFLEXIVO
Comparaçlo • contr11t1;
Cattgorlzaçio cognHlv■
Rtconhectr altu1ç011
F■ztr dl■gn6111cos
ACÇÃO 'Falar con1lgo próprio"
/48
FORMAÇ iO E APREND IZA GEM EM CONTEXTO CLÍNICO
149
f Wilson Correia de Abreu
Proble ma (5)
Dílema prãt,co
Double-loop leamillll ( 4)
Perspecm,-a de referência alter.da
Desortentsç~ o \1)
Plimear t9)
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: Acção ' '
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Renecção :' ,'
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Praxis ( 3)
Protesso ( 12)
C on he cim en to
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Experiência
~ ac çã o
R ef le xã o so br e a ta
In te rp re ta çã o
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Reflexão n a acçã
C on te xt ua l
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A p re nd iz ag em
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is tip os de co nh er im en to ·· 0 co nh ec 1m en to '"ex -
sc rc ve u J o
Po ly a ni ( 19 66 ), .dç i
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to " "E.,p l,.<•,· 1 "" º H' t!< ge ca n be .,co I e
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1Vilso 11 Correia de Ahrc 11 ·
/ 53
IVilso11 Correi a de Ahrc•11
154
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reflexiva em en fe rm ag em d ge ne ra te
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-• "D ev elo p in di vid
de n, I 99 1; Re id , 1993 );
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(E m de n, 19 91 ; Sm yt h,
l 99 2, I 99 3 );
ac tic e "( M cC ou gh er ty,
I 991 ; W on g -
et ai, 1995 ; La nd ee n et ai,
• "A llo w th e correc tio
crete activities , an d the
1990 ; Sa yl or, 1990);
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1995 );
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(C hi nn e Jacobs , 19 87 );
! 56
FORMA ÇiO E APRENDIZAGEM EM CONTEXTO CLÍNICO
L
trabalho:
157
ll'i/s o 11 Corre ia de A breu
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A formação
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159
Wtl\(/11 Corr(',a d e A hrc11
/60
FORMACiO E APRENDIZAGE'-f EM CO.VTE>.TO CL ÍSICO
D'Espiney ( 1997) considera que a reflexão não é um fim em si: encontra fun-
damento no argumento de que esta ''é um meio que pennile aos sujeitos através
de um processo de descontextualização da acção e de recontextualização. uma
(re)construção interna da situação. que adquire outros significados. permitindo
• visualizar novas formas de operar e desen volver o reflexo de aprendizagem
permanente nas e através das situações profissionais. no quadro de uma orga-
nização autoformativa" (Canário. 1994: 27).
161
Wilson Correia d e A breu
162
átic os
de div ers os pro ble ma s de saú de ass oc iad os (eq uív~le ntes som
a pre sen ça tas pes -
túr bio s da ans ied ade ). O que ma is parece rele van te sal ien tar nes
dos dis ios
áct er ans iog éni co do trab a lho e a exa ustão e_m oci onal, com sér
quisas é O car pre sta, as-
s na int egr ida de do c uid ado r e na seg ura nça dos cU1dad os que
reflexo
dra má tica vin te a nos dep ois ,
pectos que O Re"ino Un ido pod e per ce ber de for ma
[
seg uiram .
com o cas o All it e out ros que se lhe fác il, tan to
udo d a sup erv isã o não é tarefa
Mu nso n (20 02) adm ite que o est
qua tro gru -
mais que sob re ele exi ste m di ver
sas perspe ctiv as. Agl utin ou :rs em
spe cti va de situ açã o; Pf rspect iva org
ani-
[
ctiv a de_ per so~ alid ade : Per
pos: Per spe
.
zacional e ~r sp ect1va de mte rac çao
He ron ( 199 0) apr ese nta um mo del o de s upe rvi são que com preend e sei
um mo delo de aco nse lha me nto
s ca-
que pau lati -
[
tegorias de int erv enç ão. Tra ta-se ron
foi afir ma ndo em di ver sos --co ntexto s de enf erm age m (Farrin g
namente se enq uad ram -
I 995b, Cutcliffe e Eplin g 199 7).
As sei s catego ria s de int erv enção
as - "au tor itário" e "fa cili tad or" . Po r sua vez
, [
se em dois est ilo s ou per spe ctiv
o ritá rio em "prescritivo, inform
ativo e con-
He ron (19 90) div ide o estilo aut o de
end e o "catártico, o catalítico e
frontador ", enq uan to o fac ilit ativ o com pre
[
suporte". si-
ron ( 199 0), a inte rve nçã o cat árt ica sig nif ica que o sup erv iso r con
Para He es. A inter-
dera e val oriza a nec ess ida de do for
cat alít ica enc ora
ma ndo ma nif est ar as s uas em oçõ
ja o fon nan do a reflectir sob re det erm ina
das [
venção de nat ure za
de a val ori zar
A inte rve nçã o de tipo sup ort e ten
áreas ou viv ênc ias significativas.
pro mo ver seg ura nça . As inr erv enç ões de nat ure za r
-
as dim ens ões pes soa is e a
no mo del o
as das int erv enç ões pre coniza das
catártica e de sup ort e est ão pró xim da
o de Pro cto r ( 198 6), qua ndo est e abo rda a fun ção res tau rativ3
de supervisã rve nçã o ca-
ver ific ar que o con cei to de .. inte
supervisão clínica. É interes san te po r
á mu ito pró xim a do con cei to de sup erv isã o clin ica apr ese nta da
tártica" est
Severinsson ( l 995 , 200 0). -
def end e que a ref lex ão é um a com pet ênc ia ess enc ial e im plí
Ab reu (20 03) had a a nív el
na prá tica pro fiss ion al de enf erm age m, pel o que dev e ser tra bal
cita e inte rv ir em
con cre tizJ r dia g nós tico s clí nic os
da supervisão. A capac ida de para age m,
de cui dad os de enf enn age m req uer reflexão. A p rát ica de e nfe m1
con tex tos ade das rel a-
ça estão alic erç ad os na com ple xid
a edu cação, a pes qu isa e a lide ran oso de
ana s e por tan to rt!q ue rem um pen sam ent o sis te m átic o e cui dad
ções hum ão tem sid o
forma a alc anç ar res ul tad os bem
liga da a dim ens ões obj ect iva s, ma
suc edi dos (A bre u, 199 8 ). A ref lex
s Fla ve l ( 197 9); Mez iro w ( 198 l) e Ku
ipe r e
163
r
L
r
-
Wilso n Correio de A hrl'11
/ 64
FORM AÇiO E APRENDIZ AGEM EM CONTEXTO
CLÍNI CO
165
Wilson Correia de Abreu
que incluam conteúd os considerados relevantes mas que também conside rem
os estilos próprios de aprendizagem. As reun.iõe s implícitas no processo de su-
pervisão devem estar consignadas no tempo de serviço, embora possa m assumi r
modalidades mais ou menos forma is. O papel do superv isor consist e também
em criar espaços e tempos para a inovação e a criativi dade, ajudan do a identifi-
car situações de potenciais problem as. Discute alterna tivas para a acção com 0
formando, trabalha com ele o potenc ial reflexivo e as capacid ades de decisão .
166
CO
GEM EM CONTEXTO CL ÍNI
l ·DN ,\-IAÇiO F APREND IZA
3. Re laç ão su pe rv isi va e ap
re nd iza ge ns sig nif ica tiv as [
nsti-
ítu lo anterior, a relação supervisiva co
Na seq uên cia
tui um sup ort e e
do
um
qu
fac
e se
tor
dis
me
se
dia
no
do r
cap
pa ra as apr end iza gen s em contex
to clínico . A [
oe
a ao sup erv iso r é co mo des env olv er a relação de supervisã
questão qu e se co loc
idos.
ra qu e os objectivos sejam ating
com o anc ora r as
Br on fen bre nn er (
op çõe
19
s
94
did
),
áct
qu
ica
e en
s pa
fat iza o de sen vo lvi me nto hu ma no num a pe rs- [
endi-
ral , ref ere q ue no co nte xto de um a rel açã o diádica, a apr
pec tiv a bj.o cu ltu formando em
fac ilit ado s pe la par tic i ~ã o do
zag em e o de
padrões pro gre ssi
sen vo
va
lvi
me
me
nte
nto
ma
são
is co mp lex os de ac · idade recíproca com o tut
or, [
durad oura. É
a pes soa de sen vo lve u um a rel açã o em oc ion al sólida e
co m qu em
sm o sen tid o qu e Wi llia ms e Mc Le an (l 992) enfati zam a
pre cis ament e neste me
ex em -
se uti liz ar um a hie rar qu ia de ne ces sid ad es (ap on tam , como
rel evâ nci a de da
pa ra o tra bal ho co m o for ma nd o, tom an do -a o suport e
plo, a de Ma slo w) didácri-
tre os int erv eni ent es. Pro põ em o rec urs o a um suporte não
par cer ia en
ens ões qu e en qu ad ram as nec ess ida des hu ma nas bás icas:
co, co m rec urs o a dim
realização.
ica s, de per ten ça, est im a de si, co gn itiv as est éticas e au to-
psi col óg n-
s div ers os níveis ) co m o forma
O for ma do r exp lor
do. Ce ntr em o-n os
a
nas
div ers
nec
os
ess ida
pro
des
ble ma s (ao
de seg ura nç a e de pe rtença. Em
relaçã o às [
de
do r po de aj ud ar o for ma nd o a desen vo lver a c:ipacidade
pri me iras, o fon na
recon he cer as sua
ma do r tem nec ess ida
s lim
de
ita çõ
de
es
do
a
mi
nív
na r
el
os
clí nico, sen do pa ra iss o ób vio
co nte úd
que o for-
os da formação; em rel açã o às
o na equipe
r
, o for ma do r po de co lab ora r co m o for ma nd o na incegraçã
seg un das
de en fen na ge m de um a de ter mi
O sup erv iso r po de des en vo
na da un ida de de cui dad os.
lve r o seu pap el em co nte xto clí nic
o, ma s nem
to
r-
rel açã o sup erv isi va inicia-se em con tex
sem pre iss o aco
labora tor ial . A
nte
sup
ce.
erv
Po
isã o
r
em
ve zes
co
a
nte xto clí nic o ass ent a em pre
ssu po sto s e pro-
nd o as
-
ces sos especí fic os;
de
o for
apr
ma
end
do
iza
r (tu tor ou do cen te) an ali sa com o for ma
gem (o qu ê, quan do e co mo apr
end eu) , o qu e foi
-
sua s ex pe riê nci as ge m
a si e o qu e sen tiu du ran te o pro ces so de en sin o-a pre nd iza
sig nifica ti vo par qu e de co rre em
ren nan e Lit tle , 199 6). Ne ste sen tid o, o pro ces so sup erv isi vo
(B
co ntex to clínico permite:
em cen trada na prá tic a;
• De sen vo lve r um a ap rendizag
• An alisar os est ilo s de apr end iza ge m do for ma ndo e a sua for ma pre
feren- [
/67
L
11"1/.1·011 Cor reia de Abr eu
l
eia! de aprender:
• Utili zar, no contex to da fo nn açà
o, soluçõ es bas ead as na ev idê nci
• Tra bal har com o fon na ndo as a;
estratégias de pen sam ent o cm enf
os focos de ate nçã o e as ma triz erm age m,
es para a dec isão:
• Direccion ar a aprend iza gem sob
retudo par a os proces sos;
• Pro porcio nar exp eri ências e opo
rtu nid ade s par a o des env olv im
pírito crí tico , pen sam ent o ético ent o do es-
i ti ca:
• En vol ver a equ ipe na fon naç
e refl exã o sob re tod o o con tex
1 os par es (os
out ros fo nna ndo s) com o fo nn a
ind ire cta de acç ão sob re o pro
ens ino -ap ren diz age m : ces so de
• Criar dis pos içõ es par a aprend
iza gen s fut ura s.
'' '
'
dev e pos sui r três dim ens ões : con açã o sup erv isiv a
firm açã o, sig nif ica do e con sci enc
ênf ase da sup erv isã o dev e ser col iali zaç ão. A
oca da no des env olv im ent o de um
de com pet ênc ias e de um pen sam a ide nti dad e,
ent o éti co. O sup erv iso r / tut or
dev em for ma r um a día de. Du ran e o for ma ndo
te o pro ces so sup erv isiv o, o sup
na tra nsf orm açã o do con hec im erv iso r inv est e
ento pel o suj eit o em for ma ção
par tici par num diá log o, de nat ure , con vid and o-o a
za reflex iva , com o qua l se pre ten
der e exp lic ar vár ios fenó menos de com pre en-
ide ntifi cad os na prá tica . O diá log
para: i. con firm ar sab ere s, ofe o é im por tan te
rec er apo io e dar pis tas par a o
m ent o; ii) con fer ir significa dos seu des env olv i-
: aj uda r o for ma ndo a des env
gen s sig nif ica tiv as, rel aci ona ndo olv er apr end iza -
sab ere s act uai s com situ açõ es
aprend ida s; iii) fav ore cer a con ant eri orm ent e
sci enc iali zaç ão: ter um a ide ia
e con sis ten te de si, dos out ros ma is inf orm ada
e do con tex to, bem com o a sua
tod os estes. A con scienc iali zaç pos içã o fac e a
ão é, para Sev erinss on (19 95 , 200
est rut ura nte da aprend iza gem c 1), o ele me nto
líni ca.
O fom iad or dev e ent ender entret
anto que mu ito s dos pro ces sos
qu e con dic ionam a aprend iza gem psicológ icos
do aluno oco rre m a nível soc ial,
Vy gotsky ( 197 8). Esta consta taç com o referi a
ão tem um eno rm e potenc ial par
zag em do s alunos , por exe mplo, a a aprendi-
ao fazer canaliz ar a ate nção par
par a os mo me nto s in fo rmais. Tra a os pares ou
balhar a info nn alid ade e a inte r-su
em con tex to clín ico é con sid era bj ect ivi dad e
do hoj e um a pri oridad e por div
p esq uis as situ ada s em con tex tos ers os aut ore s de
clínicos.
168
j
FORMA Çi O E APRENDIZAGEM EM CONTEXTO CLÍNICO
Para o supervisor ou tutor, apesar de saber que cada contexto de relação tem
a sua especificid ade, abordar a relação supervis iva numa perspectiva ecológica
tem vantagens evidentes, pois permite, inclusivam ente, determinar o grau de
intervençã o no processo de ajuda. Ao supervisor ou tutor, enquanto formado r,
compete assumir as seguintes atitudes:
• Facilitar as interacçõe s com os pares;
• Promover uma identidade positiva para si (para o formando), facilitando o
processo de afirmação ;
• Ajudar o formando a definir o seu quadíf> de valores, com respeito pela
matriz ética e deontológ ica prevista para a profi~ i-
• Assumir-s e como " modelo" para o aluno, atra~ do qual se possa facilitar
a adesão psicológic a à profissão;
• Desenvolv er uma atitude de justiça no que se refere à análise das experiên-
cias de aprendiza gem;
• Apelar para o aprofunda mento do domínio da linguagem profissional, com
base em patamares progressiv os de domínio científico e relacional;
• Ajudar o formando a gerir emoções, principalm ente em contacto com uten-
tes em situação crítica;
• Apoiar o desenvo lvimento de um espírito crítico como forma de promover
a melhoria contínua;
• Detectar situações de isolamento ou de sofrimento psicológico com poten-
cial negativo para a personalidade ou para a aprendizagem;
• Selecciona r o grau de intervenção respeitand o o princípio da autonomiza-
ção e responsab ilização crescentes (fazer, colaborar, aconselhar, parti lhar,
encorajar) ;
• Demonstr ar empatia, paciência, compreen são e disponibilidade para dialo-
gar e analisar problemas nas esferas pessoal e profissional;
• Identificar a etapa de desenvol vimento de competênc ias clínicas do for-
mando e as correspon dentes atitudes, que requerem intervenções distin-
tas por parte do tutor.
169
ll'tfrn 11 Corre ia de .4 hre11
170
NTEXTO CLÍNICO
FORMA ÇiO E APR END IZAGEM [At/ CO
s um
so de um a experiência num estágio anterior. Esta rea lidade coloca mai
cur
iza -
ectivo é sempre proporcionar aprend
desafio à relação supervisiva, cujo obj
gens significativas. e
piratória do doente , o supervisor dev
Ao analisar com o aluno a função res
cog-
encial de transformação da estrutura
ter a noção de que está perante um pot
alu no, a qua l agr ega um con jun to informacional , por modalidades de
nitiva do i-
ime nto , arm aze nad o com um det erminad~ sentido con soante a aprend
conhec
zagem que lhe deu origem.
Aquilo que o aluno aprendeu em sala
de aula, nos) aboratórios ou em está
- l
erio res rep rese nta um a ma triz de base a pártir da qual o aluno analisa
gios ánt as
, as aprendizagens prévias influenciam
a informação posterior. Neste sentido
jus tific a que os alunos permaneçam
com [
aprendizagens posteriores. Assim se pro-
ente s mai s exp erie nte s nos seu s trajectória s iniciais de aprendizagem
doc a-
m in formação que será ava liada e arm
fissional. As novas experiências faculta
diação da estrutura cogniriva prévia,
que [
zenada pelo indivíduo através da me a-
" para o aluno. Sem dúvida que o trab
são verdadeiros "pontos de ancoragem ido,
as clínicas, se bem planeado e conceb
lho laboratorial anterior às experiênci
pode ele próprio ser profundamente ma
rcante para a aprendizag em em contex
to L
5).
clínico, como aliás refere Johnson ( 199
não é line ar. Ao reali2:a r pela primeira
A transformação cognitiva no enta nto
ber- se da estrutura anatómica da ure tra,
vez uma algaliação, o aluno vai aperce ia
eu ant eriormente. Com pleta o que sab
fazendo uma ponte com o que aprend
s info rmação, por exemp lo ao verifi-
sobre o assu nto mas con fron ta-s e com mai
as ure tras do homem e da mulher exigem
[
car que as diferenças anatómicas entre e
icas dife ren ciad as de actuaçã o. Oco rre então um processo ma is consistent
técn
(Astor, Jefferson e Humphreys, 1998).
de integração entre a teoria e a prática
Foi sem dúvida a experiência que propor
cionou esta integração, mas sobretu do
(
e não linear (Oa vies, 1995; Landee n
a reflexão, que permitiu de forma cíclica [
imento. Para aquele aluno, reforça Da-
et ai, 1995) a transformação do conhec - _
( 199 5), a reflexã o per mit iu des env olver compet ências que lhe proporcio
vies ai,
mo maior responsabilização (Wo ng et
nam mais confiança e segurança e mes [
I997; Astor et ai, 1998). Ou seja, par
a este aluno ocorreu um a aprendizagem
do
ido mecanicament e que nos utentes
significativa. O alun o pode ter aprend s
o mas cu lino a ure tra pos sui mai or cumprimento e angulações, sendo mai
sex
tíve l a ape rtos e outras difi cul dad es no mom ento de colocação da son-
sus cep [
a nova experiê ncia, articula saberes
da. No entanto, quando confrontado com i. -
171
l -f
Wilson Correia de Ahre11
172
FORMA ÇiO E APRENDIZAGEM EM CONTEXTO CLÍNICO
173
-
(
CAPÍTULO IV
177
,-, ·,ts,111 ( ·ont·u1 ele• .•I hn·11
178
I ( JU i\f ,1(, ·. io t-: .-l f'IU:"NIJI /.A (il:·M l: M CON IE XTO C/,ÍN /CU
179
Wilson Correia de Abreu
ma com a enfer meira Beve rley Allitt, cond uziu a uma profu
nda discu ssão em
toda a socie dade sobre a forma ção dos profis siona is de saúde
. Conc luiu- se ser
neces sário desen volve r estrat égias instit ucion ais que perm
itisse m um acom pa-
nham ento mais próxi mo do proce sso de desen volvi ment o pesso
al e profis siona l
nos conte xtos da prátic a.
No relató rio produ zido após o caso Allit, "it becomes painf
ully clear that
the
reported events pertained to the absence ofprofessional statutory
supervision,
which presumably included competencies of care, of a state enrol
led nurse "
(sic) (Yegdicb, 1999). _Segu ndo Cloth ier et al (1994 : 99, 101,
108) "the inquiry
identified the need for 'a better staffed, better organised ward,
with regular
review of procedures and practices ', 'closer observation of the
proper proce-
dures ', 'access to an experienced senior practitioner in their speci
alty 'in arder
to supervise 'clinicai standards of care' and to rigorously apply
policy (sic) ".
O Relat ório Cloth ier (Clot hier et al, 1994 ) indic a-se a neces
sidad e de proce der
criter iosam ente à selec ção dos profis siona is e de desen volve
r sistem as de for-
maçã o e acom panha ment o profis siona l. Um deste s sistem as
era preci same nte a
super visão clínic a em enfen nagem .
Dada a natur eza do caso Allit e da probl emáti ca da pesso a
envolvida, seria
difícil a um sistem a de SCE detec tar preco ceme nte esta situaç
ão. Mas pode m
citar- se dezen as de outro s casos onde o acom panha ment o dos
profissionais per-
mite diagn ostica r antec ipada mente e preve nir situaç ões mais
grave s, quer por
estare m prese ntes variáveis de ordem psico lógic a (que pode
m interf erir nega-
tivam ente) , quer porqu e podem estar envol vidas prátic as assist
enciais meno s
corre ctas que impo rta corrigir.
Mas ainda nos anos 90, para além do caso Allit, a suces são
de probl emas
no sistem a nacional de saúde britân ico apela va para a neces
sidad e imper iosa
de proce der a reformas. A tragédia de Bristol (cirurg ia cardía
ca), os probl emas
de Kent e de Cante rbury e o exem plo da enfer meira Beve rley
Allitt tivera m um
grand e impacto na opinião públi ca. Tiveram como resultado
uma reflexão pro-
funda sobre os contextos de saúde, profissões na área da saúde
, segur ança dos
cuida dos de saúde e qualidade da assistência (Smith, 1998).
Darras et ai (2003 ), num estudo de grande enver gadur a realiz
ado com o ob-
jectiv o de estud ar a representação que os enfermeiros belgas possu
íam de si pró-
prios como profissionais, concluíram que existia uma dimensão
que preoc upava
os enfer meiro s e condicionava a sua satisfação profissional: o
stress . Os resulta-
dos do estud o mostr avam que 68,6% dos enfermeiros opinavam
que o seu con-
/80
FORM AÇÃO E APREN DIZAGEM EM CON TEXTO CLÍNICO
ser influenciado pelos contextos onde trabalham. Porém, a distinção é feita so-
bretudo à custa das matrizes socio-relacionais e não pela presen ça I ausênc ia de
tecnologia". Rosado (1993) dedicou a sua atenção à relação entre os técnicos de
saúde e os doentes em fase terminal; sublinh a que cada vez mais existe ".. falta
de tempo para ouvir, cuidar e acomp anhar os doenies ". Weiga ( 1994) abordou a
problemática da resposta emocional dos profissionais às situações de doença dos
utentes, concluindo que de facto existe um potenc ial de proble mas de integrida-
de psicológica durante a prestação de cuidad os de manute nção de vida. Cabral
( 1997) questiona até que ponto os profissionais cuidam de si. Conclu i que na área
dos comportamentos saudáveis elas se dedica m pouco à sua saúde ~e belo ( 1996)
assinala que na maioria dos serviços clínicos não há espaço para se reflectir nos
cuidados de enfermagem que se prestam. Pires (1995) conclu iu que mesmo nas
situações em que enfermeiros e doentes se confro ntam com situações dificeis, os
enfermeiros tendem a preserv ar a human idade da relação, o que pode ter sérias
consequências para a integridade psicoló gica destes profissionais.
No Reino Unido, Butter worth (1992) e Faugie r (1992) defend em a necessi-
dade de promo ver a superv isão clínica para preser var-e melho rar a relação entre
o enfermeiro e o paciente.
Em 1993, o DoH (Reino Unido ) public itava uma posiçã o objecti va sobre
a supervisão clínica em enferm agem, enfatiz ando as suas dimens ões pessoais,
colectivas e institucionais (DoH, 1993): "Uma expressão usada para descrever
um processo formal de suport e profiss ional e de aprendizagem, que permit e ao
indivíduo desenvolver conhecimentos e competências, assum ir responsabilidades
pela sua prática e promo ver a protec ção do utente a a segura nça dos cuidados em
situações clínicas complexas. É estruturante para o proces so de aprendizagem e
melh.oria das práticas, devendo ser vista como um meio para encora jar a auto-
avaliação e o desenvolvimento de capaci dades analíticas e reflexivas ".
~m 1994, Tait identificava as características que coloca ram decisivamente a
SCE (supervisão clínica em enfermagem) no centro das preocu pações em matéri a
de formação e gestão em saúde: "O que talvez se possa inferir é que a superv isão
clínica é um mecanismo para preser var standards de qualid ade e segura nça dos
cuidados, proporcionando a melhoria contínua da qualid ade" (Tait, 1994).
Nos últimos anos da década de novent a multip licaram -se os estudo s na área
da supervisão clínica em enfermagem, perceb ida como proces so de acomp anha-
mento de competências clínicas e formação em exercíc io dos enferm eiros. Mais
recentemente ainda, as normas para acreditação do King's Fund Health Qualit y
10,
CLÍN ICO
FORM A ÇÃO E APRE NDIZ A GEM EM CONT EXTO
good work in
offers the opportunity to gain an "externa/ view Va/uing
11
•
•
a non-patronising way " (NH S, 2004);
betw een practis-
• "Clinicai supervision has been described as an exchange 11
ssional skills
ing professionals that enab/es them to deve/op their profe
(But terw orth e Faug ier, 1992);
g onese/f. staying
• " ... supervision can be an important pari of developin
ers on going
open to new /eam ing and an indispensable part of the help 11
• "A meeting between two or more people who have a dec/ared interes t in
examining a piece o/ work " (\1/right e Gidde ns, 1994 );
• "Clinicai supervision can be seen as a collaborative process betwee n tw
0
or more practitioners o/ the same or different professions. This process
should encourage the develo pment o/ professional ski/1s and enhan ced
quality o/patien t care through the implementation o/ an evidence-bas ed
approach to maintaining standards in practice. These standards are
maintained through discussion aroun d specific patien t incidents or in-
terventions using elemen ts o/ reflection lo inform the discussion" (The
Charte red Societ y of Physio therap y, 2003)
• "A working alliance between superv isor and worke r in wich lhe worker
can refiect on her/hi mself and receive feedba ck and where appropriate
guidance ". (Proct or, 1993);
• "An exchange between practi sing professionals to assist the development
o/professional skil/s" (Butte rworth e Faugier, 1992: 12);
• " ... the proces s whereby a practi tioner reviews with another person his
ongoing clinicai work and relevant aspects o/ his own reactions to that
work" (Mino t e Adam ski, 1989: 23).
Para Bond e Hollan d (1998: 12) a superv isão clínica " ... is a regular, pro-
tected time for facilit ated in-depth refiection on clinicai practise. li aims to en-
able the supervisee to achieve, sustain and creatively develop a high quality
o/
practices throug h the means offocuse d suppo rt and development ".
A Open Uruversity (1 998) consid era que "clinic ai supervision provides time
out and an opportunity, in the contex t o/ an ongoin g professional relationship
with an experi enced practitioner, to engag e in guided reflection on currenl prac-
tice in ways design ed to develop and enhan ce that practi ce in the future ".
Num outro sentido, para Bernard e Goody ear (1998:6), a supervisão clínica
é "a intervention provided by a more senior memb er of a profession to a
more
Junior membe r o/ the sam_e profe ssion. This relationship is evaluative, extend
s
. over time, and has the simultaneous purpo ses o/ enhancing the professional
functioning o/ the more Junior person (s) monitoring the quality o/professional
servic es offered to the c/ient(s) she, he, or they see(s), and servin g as a gate-
keeper o/ those who are to enter the partic ular profession" .
A superv isão clínica, no Reino Unido , tem sido consid erada a "major, if not
ti/e major force in improving clinica i standards [and} enhan cing the quality
o/
184
FORMAJ,A PRENOIZAGEM EM CONTEXTO CLÍNICO
L 185
Wilson Correia de Abreu
186
----
:,
189
Wilson Correia de Abreu
- 191
Wilson Correia de Abre u
193
Wilson Correia de Abreu
[
do tempo (Johns e Butcher 1993, Johns e ~ 4 , Kohner 1994) e pode
colocar questões éticas.
Uma parte substancial da investigação relativa à supervisão clínica em enfer-
magem destaca a importância da supervisão em grupo e o facto de o supervisor
poder ser externo (Hallberg e Norberg 1993, Hallberg, 1994, Hallberg, 1995,
Severinsson, 1995, Severinsson e Hallberg, 1996, Berg e Hallberg, 1999, Seve- [
rinsson e K.amaker, 1999).
Na orientação das sessões de supervisão clínica, também existem variações
a ~vel das modalidades utilizadas. Mu~tos serviço~ op~ Pº: recorrer ao mo- í-
delo tri-funcional de Proctor ( 1987). Existem tambem denvaçoes deste modelo,
podendo o modelo escolhido centrar-se.em todas ou.apenas em algumas das três
funções. A função formativa centra-se no desenvolvimento das competências e
no enriquecimento dos saberes; o aspecto normativo remete para questões de
gestão e qualidade dos cuidados (Cutcliffe e Proctor 1998), já a função restau-
rativa está direccionada para as respostas emocionais do prestador de cuidados
(Johns, 1996). É importante salientar que a lacuna existente no modelo de Proc-
tor é não conseguir delinear as intervenções consideradas requisitos para cada
uma das três funções. Apesar desta omissão, o modelo é provavelmente o mais
frequentemente citado na bibliografia especializada (Faugier e Butteiworth,
1994, Jones, 1995, Jones, 1997, Nicklin, 1997, Cowe e Wilkes, 1998, Culcliffe
e Proctor 1998, Driscoll, l 99~, Driscoll, 1999b, Gallinagh e Campbell, 1999,
Sexton-Bradshaw, 1999, Williamson·e Dodds , 1999).
Ao utilizar o modelo de supervisão clinica tri-funcional de Proctor, But- Í
terworth ( 1996), refere que cada um dos três elementos pode ser avaliado de L:i.
forma consistente: a componente normativa, é avaliada através da "Minnesota
Job Satisfaction Sca/e "; a função reconstituinte, através de "Harris Nurse Stress [
Index. Harris, Mas/ach Burnout lnventory, General Hea/th Questionnaire e The
Cooper Coping Ski//s Questionaire "; a componente formativa pode ser avaliada
através de métodos qualitativos, nomeadamente, entrevistas semi-estruturadas. [
Os dados obtidos pela investigação devem motivar a profissão a interrogar-
se sobre o que pretende da supervisão clinica e como a desenvolver de forma
situada, tendo em conta os contextos específicos (Coombes, 1997).
O modelo trifuncional de Proctor e um modelo dele derivado, foram submeti- (
dos a avaliação nas especialidades médico-cirúrgicas e em unidades de cuidados
intensivos hospitalares (Dunn, 1998). Os resultados de ambos os estudos foram
inconclusivos. A partir de entrevistas em grupos, foram no entanto identificados L_
195
r
Wilson Correia de Abreu
alguns beneficios. Verificou-se o mesmo no estudo conduz ido por Butterw orth
e Bishop (1995). Nicklin (1998) conclui que a supervi são tem a capacid ade de
melhor ar o desemp enho dos profissionais e a prestaç ão de cuidado s a doentes .
Dunn ( 1998) ao analisa r os dados obtidos no seu estudo, salienta alteraçõ es
significativas da prática, entre as quais: o encami nhamen to do pacient e, as re-
lações interpessoais, maior segurança, maior auto-es tima, mais conhec imento s,
reflexão mais estruturada e capacid ade de trabalh ar em equipa.
Dunn ( 1998) identifica problem as que interfer em com o trabalh o diário. No
entanto , o investig ador detecto u uma redução da incidên cia de episódi os de do-
ença e um aument o de assidui dade nos serviço s onde existia sup~rvisão clínica.
Dunn (1998) refere no entanto que esta realida de pode não se dever obrigat oria-·
mente à supervisão clinica - seria necessá rio isolar outras variáveis.
Nwn estudo mais recente, Bowls e Young (1999) desenvo lveram um instru-
mento baseado no modelo de Proctor com o objectiv o de estudar os beneficias da
supervisão clinica. Os benefícios aponta.dos -e as atitudes para com a supervisão
clinica foram classificados numa escala tipo Likert. Para cada uma das três fun-
ções foram identificados benefícios. Os referentes à função normativa foram os
melhores classificados e os da formativa os piores. Surpreendentemente, os bene-
fícios identificados aumentavam em função da existên cia da supervisão clinica.
Os resultados por vezes inconcl usivos sobre avaliaç ão da supervisão clínica,
configurada segund o o modelo de Proctor podem dever-s e ao facto do modelo
não preconi zar orientações específicas quanto ao papel e função do supervisor.
Bick (2000) conclui, no seu estudo, que "new graduate nurses have expressed
their needfor support to make the traruition from student nurse to registered nurse.
They have reported feeling averwhelmed and extremely vulnerab/e, and acknowl-
edged the importance of encouragement and guidance during this traumatic and
stress-provoldng period". Diversas pesquisas realizadas em instituições de saúde
indicam que muitas experiências de supervisão clínica assentam fundamentalmente
na terapia. No entanto, Yegdich (1999) afirma sem margem para dúvidas que "su-
pervision cannot be therapy ", embora a vertente de suporte seja fundamental.
Para Butterw orth e Faugier ( 1992) a supervi são clínica em enferm agem no
Reino Unido tem sido referenciada como um dos sistemas, senão mesmo o mais
importa nte, que contribui para melhorar os níveis de qualidade e seguran ça dos
cuidado s de saúde.
Se bem que a função de suporte e aconselhamento seja relevante para diag-
nosticar, acompa nhar e minimi zar problemas sérios que possam pôr em causa
196
FORMAÇiO E APRENDIZAGEM EM CONTEXTO CLÍNICO
~ 197
Wilson Correia de Ab
re u
pr ot oc ol os (A nt ro bu
s e B ro w n, 1996),
(Lowry, 1998), in ve ce nt ra r- se no co nt ex
st ir na fo rm aç ão clín to clinico imediato
pr om ov er a m el ho ri ic a m ul tid is ci pl in ar (M cG ib bo n,
a da as si st ên ci a (S to 1996),
a eficácia da as si st ên ko e e M cC la re y, 1995) e co
ci a (Wolsey e L ea ch nt ri bu ir para
-to ra , ar tic ul ar no s co 19 97 ); se ri a im po rt an te , se gu nd
nt ex to s cl ín ic os duas o a au-
de de cuidados" e pr te nd ên ci as : "salvaguar
op or ci on ar "suporte da da qualida-
. , .
ansiogemca . ,, em si tu ações complexas, de
natureza
198
FORMAÇÃO E APRENDIZA GEM EM CONTEXTO CLÍNICO
/99
T
Wilson Correia de Abreu
201
Wilson Correia de Abreu
203
Wilson Co rre ia de Ab reu
204
_
- - - _,,,___.
FORMAÇiO E APRENDIZAGEM EM CONTEXTO CLÍNICO
205
◄
/Vi lso11 ( 'n ,.,-ein ri<' A hre11
to 0 11alitl' ··) são impl e m e ntad os c o m re c urso í t c oord e nad o res e fac ili tadores '
- .
os q ua is int egra m s is te ma s de m o n ilo ri zação s uccss i va da s prát icas. O p roces so
de ac redi tação e rc-ac rcdi ta ção ( passado s três anos ) inc lui di fe rentes es tádi os de
supervi são das prá ti cas c líni cas.
O segundo mode lo de re fe rê nc ia para a ce rti fi caçã o da qual idade nas or-
ga ni zações de saúde é o da Joint C ommi ss io n o n Accredi tat ion of Healthc are
Organiz atio ns, instituiç ão já referenc iada ao longo des ta o bra. Os s tandard s·
elaborad os pe la Joint Commis sion estão direccio nados p a ra á reas específi cas
da saúde e permite m, sobretud o , avaliar os outcome s (resulta dos), a seguran ça
dos cuidado s e a sua aceitaçã o por parte dos utilizad o res. A norma HR.1.30 ,
por exemplo , question a até que ponto a organiza ção é capaz de desenvo lver
process os de supervis ão clínica, conjuga ndo as metodol ogias de avali ação com
a identific ação de indicado res de práticas de qualidad e . A norm a H R .2.1 O, por
sua v ez, permite avaliar até que ponto os novos profissio nais , os alunos ou
vo luntário s são acompa nhados no processo de integraç ão e prepara dos para
as práticas que irão desenvo lver. A norma seguinte , a HR. 2 .2 0 vai mais lon-
ge e avalia em que medida é que estes element os são capazes de descrev er e
demons trar as responsa bilidade s que lhes são com etidas . As act ividades de
supervis ão são referida s em diversas normas e c rité rios. Na área específi ca
de enferma gem, uma das dimensõ es de "perform ance" localiza -se na área da
supervis ão clínica: " ... implem entar um program a ef ectivo para medir, acom-
panhar e me lhorar a qualida de de cuidado s prestad os aos doentes " (Joint
Commi ss ion, 2003 ). É interess ante verificar que o mode lo question a até que
ponto as hierarqu ias de e nfe rm agem tê m autonom ia e autorida de para avaliar
e actuar no âmbito do seu p rópri o sector profiss iona l, incluind o referênc ias ex-
p lícitas a acti vidades de formaçã o , s uporte, ges tão da informa ção e avaliaçã o
(Ab reu, 2003 ).
Os dois modelos in clu em três ins tâ nc ias fund a mentais : a estrutur a, os pro-
cessos e os res ultados, dando ass im seq uê nc ia aos estudos de Donabe dian.
"A qualidad e estrutur al a va lia as caracter ístiras do sistema de saúde que
p ermitem resp onder às necess idades da populaç ão em materia l d e saúde,· a
qualidad e dos processo s a valio que oss istênc ic, se j àculta à populaç ão e como
e s t a é disp onihiliza da ; a qualida de dos resultados quais as consequ ênc ias
d a assistên cia p ara o estado ele saúde da pop tdarão, por exemp lo, as taxas
de morbilidade e de mortalid ade" (1 SQ ua, Me lbo urn e, J 999) . A es trutura re-
.
flecte o " peso" da a' t ença~o d 1spo 111·b 1·1·1zada ao utente nas ins tituições . Os tipos,
206
CJ,ÍN /CO
r'O /?Al.- 1(". 10 (. ·11 ' /U: Nl)/ /.A(, LJ\I CM CON Tl·:X'f'CJ
[
-
uito s e regi stos da in for ma ção pod e m in c luir -se nes ta di me nsã o. Os pro
circ
o de cuid ados, às met odo log ias uti -
ces sos refe rem -se JO traj ccto da pres taçã
Po r últi m o, os resu ltados com por tam
liza das e aos rec urso s disp o 11i b ili zad os.
com o tam bé m as res postas dos ute ntes
não ape nas as acti vid adc s reali zad as
(Ab reu , 200 3 ).
No âmb ito des tes pro cess os de ava liaç ão
da qua lida de, com o sub linh a a Jo in t f
.,
para a qua -
Com mis sion , o_.sect or de enfe rma gem pod e ter um pro ject o sectori al
,
ar com outr os sect ores profissi ona is no
!ida de mas o mai s imp orta nte é cola bor
da qua lida de. Por exe mpl o, o standard
sen tido de pro mov er sist ema s de gestão
pos sui um plan o inte grad o de ava liaç ão,
PL. l pen nite ques tion ar se o hos pita l
-
loba a instituição no seu todo e não des
med ição e mel hori a inst ituc iona l. Eng
O hos pita l que con quis tou o esta tuto de
taca área s profissi ona is em pa1iicular.
escritas, pro ced ime ntos nor mal izad os
" inst itui ção cert ifi cad a" possui non nas
referência. Por con seq uên cia, a ma-
("guidelines ") e indi cad ore s obje ctiv os de
res que ven ham a inserir-s e nessa uni-
nut enç ão do esta tuto imp lica que os acto
da filosofia e dos pro cedime ntos loca is;
dad e soc ial dev am i) ter con hec ime nto
as e regras esti pula das ; iii) cola bor ar no
ii ) agir em con fom1idade com as norm
utenção dos níve is de mot ivaç ão e pro -
pro ces so de reco lha de info nn ação, man
moç ão de prát icas de qu alid ade.
emas de gestão da qua lida de, torn a-
Num con text o de impl eme ntação de sist
itu ições de saúde, seja cap az de:
se nec essá rio que o enfe rm eiro, nas inst
po líticas globais e sect oriais sob re
• Col abo rar acti vam ente na defi ni ção de
qua lida de;
• Definir e cola bor ar na defin ição de "gu
ideline s" clínicas;
os de estr utur a, pro cess o e resu l-
• Com pree nde r e med ir a qua li dad e em term
;
tado s, a partir de indi cad ores específicos
o de ass istê ncia, com o obje ctiv o
• Iden tifi car erro s e debilidades no pro cess
de os ultrapassar;
• Refo rçar o pensam ento éti co;
s práti cas;
• Identifi ca r/impl eme ntar/mo nito ri zar boa
r a qu alid ade das suas prá tica s e a
• Agi r com o elemento capaz de promo ve
qualid ade das rráti cas co lcc ti vas .
para a prom oçã o da qua lidade.
• Promov er um espírito inte r-di sc irlin ar
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Wilson Correia de Abreu
SUPE RVISO R
CLINIC O ~
Guiar
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FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM EM CON
TEXTO CLÍNICO
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