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MANUAL DE TÉCNICAS BÁSICAS DE

ENFERMAGEM I

Marcelino Cassoma &

Marcos Alexandre Bunga

Volume I

Luanda, 2022
Prefácio

A ideia de reunir num único documento “um conjunto sistemático de normas” para a
enfermagem, é antiga, pois há que disciplinar processos e definir procedimentos que
garantam aos enfermeiros respostas seguras, flexíveis e com linguagem de qualidade.

Portanto, o volume I do manual de técnicas básicas de enfermagem 2022, traz consigo


diversos assuntos relacionados à prática de enfermagem na unidade hospitalar, como
administração de medicamentos, métodos de esterilização dos materiais, feridas e sinais
vitais por exemplo, que servirão de apoio aos estudantes do curso técnico de enfermagem.

Vale ressaltar que a Enfermagem está em constante evolução. À medida que novas
pesquisas e a própria experiência ampliam o nosso conhecimento, novas descobertas são
realizadas. Os autores desta obra consultaram as fontes consideradas confiáveis, num
esforço para oferecer informações completas e geralmente de acordo com os padrões
aceitos à época da sua publicação.
Técnicas de Enfermagem I

Sumário
CAPITULO I: Fundamentos, normas e princípios de técnicas de enfermagem .............. 7
Introdução ......................................................................................................................... 8
Objetivo da disciplina ....................................................................................................... 8
Breve história.................................................................................................................... 8
Definições de termos e conceitos ..................................................................................... 9
Normas .......................................................................................................................... 9
Princípios ...................................................................................................................... 9
Técnica .......................................................................................................................... 9
Enfermagem .................................................................................................................. 9
Técnica de Enfermagem ............................................................................................. 10
Princípios fundamentais de enfermagem ........................................................................ 10
Alguns princípios da técnica de enfermagem ............................................................. 10
Objetivo da técnica de enfermagem ............................................................................... 11
Princípios básicos relacionados com a realização de anotação de Enfermagem ............ 11
Método de trabalho ......................................................................................................... 12
Instrumentos básicos de enfermagem ............................................................................. 12
Importância da enfermagem ........................................................................................... 13
Lavagem das mãos.......................................................................................................... 14
Objetivos ..................................................................................................................... 14
CAPÍTULO II: Unidade do paciente .............................................................................. 18
Unidade do paciente ....................................................................................................... 19
Finalidades .................................................................................................................. 19
Regras de dobragem da roupa de cama .......................................................................... 19
Proteção do doente contra acidentes ............................................................................... 19
Acidentes mais frequentes .............................................................................................. 19
Maneiras de evitar estes acidentes .................................................................................. 20
Tipos de cama ................................................................................................................. 20
Finalidade.................................................................................................................... 21
CAPITULO III: Limpeza, desinfecção, assepsia e esterilização do material ................ 23
Responsabilidade do técnico de enfermagem ................................................................. 24
Assepsia .......................................................................................................................... 24
Antissepsia ...................................................................................................................... 24
Definição de alguns termos ............................................................................................ 24
Infecção ....................................................................................................................... 24
Técnicas de Enfermagem I

Infectado ..................................................................................................................... 24
Esterilização ................................................................................................................ 24
Assepsia ...................................................................................................................... 25
Antissepsia .................................................................................................................. 25
Antisseptico ................................................................................................................ 25
Estéril .......................................................................................................................... 25
Desinfecção ................................................................................................................. 25
MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO .............................................................................. 25
Preparação de material para esterilização ....................................................................... 26
Preparação do ferro cirúrgico...................................................................................... 26
Objectivo ..................................................................................................................... 26
Instrumentos cirúrgicos .................................................................................................. 28
CAPÍTULO IV: Sinais vitais.......................................................................................... 35
Sinais vitais ..................................................................................................................... 36
Objetivos ..................................................................................................................... 36
Directrizes para verificação dos sinais vitais (ssvv) ....................................................... 36
Os sinais vitais devem ser verificado quando ................................................................. 36
Temperatura .................................................................................................................... 37
Febre ........................................................................................................................... 38
Valores normais da temperatura e suas variações ...................................................... 39
Terminologia básica .................................................................................................... 39
Técnicas para a avaliação da temperatura ................................................................... 39
Cuidados de enfermagem para a hipertermia e febre ..................................................... 39
Cuidados de enfermagem para a hipotermia .................................................................. 40
Pulso ............................................................................................................................... 40
Factores que afectam a frequência cardíaca................................................................ 41
Classificação do pulso ................................................................................................ 41
Valores normais .......................................................................................................... 41
Locais de verificação do pulso ....................................................................................... 41
Terminologias ................................................................................................................. 42
Respiração ...................................................................................................................... 42
Factores que influenciam a respiração............................................................................ 42
Valores normais .......................................................................................................... 43
Terminologias ............................................................................................................. 43
Pressão arterial ................................................................................................................ 43
Técnicas de Enfermagem I

Factores que influenciam na pressão arterial .................................................................. 44


Valores de referência da pressão arterial ........................................................................ 44
Terminologias ................................................................................................................. 45
CAPÍTULO V: Administração de medicamentos .......................................................... 46
Princípios gerais na administração de medicamentos .................................................... 47
Medicações ..................................................................................................................... 47
Cuidado na administração de medicamentos.................................................................. 47
Os 5 certos da medicação ............................................................................................ 48
Cuidados importantes ................................................................................................. 48
Via de administração de medicamento ........................................................................... 49
Via oral ........................................................................................................................... 50
Contra indicação ......................................................................................................... 50
Vantagens .................................................................................................................... 50
Desvantagem ............................................................................................................... 50
Absorção sublingual ....................................................................................................... 51
Via rectal......................................................................................................................... 52
Finalidade.................................................................................................................... 52
Vantagens .................................................................................................................... 52
Desvantagem ............................................................................................................... 52
Via parenteral ................................................................................................................. 54
Vantagens .................................................................................................................... 54
Desvantagens .............................................................................................................. 54
Problemas que podem ocorrer ........................................................................................ 54
Via intradérmica ............................................................................................................. 55
Locais de aplicação ..................................................................................................... 55
Via subcutânea................................................................................................................ 55
Finalidade.................................................................................................................... 55
Área de aplicação ........................................................................................................ 56
Via intramuscular ........................................................................................................... 57
Finalidades .................................................................................................................. 57
Quando não deves utilizar a região glútea .................................................................. 58
Regra dos três simples .................................................................................................... 58
Via intravenosa ............................................................................................................... 59
Vantagens .................................................................................................................... 59
Desvantagens .............................................................................................................. 59
Técnicas de Enfermagem I

Vias utilizadas para administração parenteral endovenosas ........................................... 59


CAPÍTULO VI. Técnicas de penso ................................................................................ 61
Técnicas relacionada com execução de pensos .............................................................. 62
Avaliação de uma ferida infectada ................................................................................. 62
Sinais característicos de uma infecção ........................................................................ 62
Feridas ............................................................................................................................ 63
Classificação das feridas ................................................................................................. 63
Processo de cicatrização de feridas ................................................................................ 65
Fases do processo de cicatrização .................................................................................. 65
Mecanismos pelo qual o organismo repara os ferimentos da pele ................................. 66
Complicações das feridas ............................................................................................... 66
Pensos ............................................................................................................................. 67
Objectivos da execução de penso ............................................................................... 67
Classificação dos pensos ................................................................................................ 67
Pensos secos ................................................................................................................... 68
Pensos húmidos .............................................................................................................. 68
Cuidados a ter para fazer um penso ............................................................................ 68
Princípios gerais relacionados com a execução dos pensos ........................................... 69
Penso cirúrgico ............................................................................................................... 70
Penso com sutura ............................................................................................................ 72
Técnicas de Enfermagem I

TÉCNICAS DE ENFERMAGEM I.

CAPITULO I: Fundamentos, normas e princípios de técnicas de


enfermagem

 Introdução
 Objetivos da disciplina
 Breve história de enfermagem
 Definição de termos e conceitos
 Normas e técnicas de enfermagem
 Princípios fundamentais de enfermagem
 Princípios da técnica de enfermagem
 Objetivo da técnica de enfermagem
 Métodos de trabalho
 Instrumentos básicos de enfermagem
 Importância da enfermagem como ciência

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 7
Técnicas de Enfermagem I

Introdução
Falar de técnica de enfermagem, normas e princípios da técnica de enfermagem, é falar
de um tema que norteia toda a atividade de enfermagem, ligada ao cuidado com o paciente
e sobretudo no manejo e execução das técnicas.

Objetivo da disciplina
 Fornecer conhecimentos ao tema, visando a melhor execução das técnicas de
enfermagem;
 Descrever as técnicas, normas e princípios de enfermagem;
 Identificar se os enfermeiros conhecem os princípios e normas de enfermagem;

Breve história
A enfermagem tem sido praticada desde o início da história do homem, a partir do
momento em que a primeira pessoa cuidou do outro doente ou da ferida. A pratica de
enfermagem tem tomado várias formas ao longo dos tempos. Nos estados unidos, a
enfermagem organizada teve origem na guerra civil, mas somente em 1873 apareceu as
primeiras escolas de enfermagem, hoje a enfermagem é um campo dinâmico, enriquecido
pelas tradições do passado e desempenha profunda mudança na sociedade e nos cuidados
de saúde.

Florence Nightingale nascido aos 12 de maio de 1820 em Florence, Itália, era filha de
inglês dominava com facilidade o inglês, alemão, italiano além do grego e do latim. No
desejo de realizar-se como enfermeira, passa o inverno de 1844 em Roma, estudando as
actividades das irmandades católicas. Em 1849 faz uma viajem ao Egipto e decide-se
servir a Deus, trabalhando em Kaisersuet, Alemanha, entre diaconisas.

Decidida a seguir a sua vocação procura completar seus conhecimentos que julgava ainda
insuficientes. A guerra declarada a Rússia em 1854 pelos ingleses, franceses e os turcos
que é a guerra da Criméia, deixou os soldados ingleses sentirem-se na maioria
abandonados e que a mortalidade entre os hospitalizados era 40%.

Florence partiu para escutári com 38 voluntários entre religiosos e leigos vindo de
diferentes hospitais. Alguns foram despedidos por falta de adaptação, e principalmente
por indisciplina.

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Técnicas de Enfermagem I

Aos poucos os soldados e os oficias um a um começam a curar-se e a enaltecer a miss


Nightingale. A mortalidade que era de 40% desce para 2%. Os soldados fazem dela o seu
anjo da guarda e ela será imortalizada como a dama da lâmpada porque, de lanterna na
mão, percorria as enfermarias atendendo os doentes.

Após a guerra, Florence fundou uma escola de enfermagem no hospital Saint Thomas,
que passou a servir de modelos para as demais escolas que surgiram posteriormente.

Florence morreu em 13 de agosto de 1910, deixando Florence o ensino de enfermagem.


Assim a enfermagem surge não mais como uma atividade empírica, desvinculada do saber
especializado, mas como uma ocupação associada que vem entender a necessidade de
mão-de-obra nos hospitais constituindo-se como uma pratica social institucionalizada e
especifica.

Definições de termos e conceitos


Normas
 São condutas definidas de um trabalho para o seu direcionamento, permitindo
segurança em condução e organização de todos os processos que o funcionamento
da instituição hospitalar.

Princípios
 São regras de começo de uma determinada técnica, ação ou trabalho.
 Também pode ser conjunto de regras que devem ser obedecidos na execução de
uma técnica ou norma do princípio até ao fim.

Técnica
 É o procedimento que tem como objetivo obter um determinado resultado, seja no
campo da ciência, da tecnologias ou em outas atividades.
 A técnica implica no conhecimentos das operações, como o manejo das
habilidades tanto das ferramentas como os conhecimentos técnicos e a capacidade
de improvisação.

Enfermagem
 Segundo a Dra. Wanda de Aguiar Horta, a enfermagem é a ciência de assistir o
ser humano (Individuo, família e comunidade), no atendimento de suas
necessidades básicas, de torna-lo independente desta assistência, quando possível,

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Técnicas de Enfermagem I

pelo ensino de autocuidado, de recuperar, manter e promover sua saúde em


colaboração com outros profissionais.

Técnica de Enfermagem
 É um conjunto de normas que vão permitir desenvolver habilidades e destrezas
manuais

Princípios fundamentais de enfermagem


Os princípios são descritos para a realização das técnicas de enfermagem, devem ser
seguidos passo a passo, precaução, padrão, aspetos técnicos de administração de
medicamentos, tipos de pensos, e procedimentos diversos.

Os princípios que orientam as normas de Enfermagem, baseiam-se na assepsia e


antissepsia.

Todas as medidas que a enfermagem toma para prevenir ou curar uma doença tem como
base medidas de assepsia e cirúrgicas e que quase se assemelham aos rituais sagrados,
porque se alguns dos seus princípios forem infringidos podem causar as pessoas a quem
a eles se destinam prejuízos de tal ordem que leva a perda do maior bem que o homem
lhe foi dado a usufruir, que é a vida.

Alguns princípios da técnica de enfermagem


 Princípio deontológico
 Princípios de facto que influenciam no posicionamento do corpo
 Princípio de segurança
 Princípio conforto
 Princípio de assepsia
 Princípio de cuidados de enfermagem
 Princípio de cuidados com os materiais
 Princípios de precauções com o doente
 Princípios estéticos

No cumprimento destes princípios, devem ser obedecidos os seguintes métodos:

 Do mais limpo ao mais sujo;


 Do mais afastado ao mais próximo;
 De cima para baixo;

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Técnicas de Enfermagem I

 De dentro para fora;


 De fora para dentro
 Da esquerda para a direita;
 Movimento amplo sem repetição;
 Postura correta;

Objetivo da técnica de enfermagem


A técnica de enfermagem tem como objetivo de:

 Promover a segurança;
 Promover conforto ao doente;
 Promover economia;
 Prevenir ou diminuir as infecções hospitalares ao respeitar as técnicas de assepsia;
 Evitar erros e acidentes provocadas por falta de atenção, de conhecimento ou
empírica;

Princípios básicos relacionados com a realização de anotação de


Enfermagem
O registo de informações sobre o paciente no campo da enfermagem, não está sujeito a
regras rígidas e padronizadas. Todavia, a utilização de um roteiro (regulamento) pode
facilitar a realização de anotação de enfermagem, dando-lhe maior clareza, objectividade
e exatidão no registo efectuado. Ao desenvolver esta atividade, o profissional de
enfermagem tem de levar em considerações os seguintes aspectos:

1. Registar os dados à caneta e nunca à lápis, e letras legíveis e sem rasuras.


2. Não é aconselhável pular uma alinha entre uma anotação e a outra, ou deixar
parágrafos ao iniciar uma frase ou manter o espaço em branco entre o ponto final
e a assinatura.
3. Preencher ou completar adequadamente o cabeçalho, incluindo a data.
4. Indicar o horário todas as vezes que a anotação for realizado.
5. Ler a anotação anterior antes de realizar novo registo
6. Realizar a anotação em seguida a prestação de cuidados, informação recebidas ou
condutas tomadas, registando-se a hora exata do evento.
7. É contraindicado a utilização de corretor para retificar erros que por ventura
aconteçam durante a realização da anotação.

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Técnicas de Enfermagem I

8. Registar a evolução de enfermagem de forma organizada.


9. Utilizar terminologias adequadas. As abreviaturas devem ser evitadas, excepto as
padronizadas internacionalmente como por exemplo: I.M ou I.V
10. Realizar as anotação frequentemente, pois se nenhuma anotação foi feita no
decorrer de várias horas, pode-se legalmente acusar que nenhuma assistência foi
prestada ou que ninguém cuidou dos pacientes.
11. Registar todas as medidas de segurança adequadas para proteger o paciente.

Método de trabalho
 Identificação das necessidades do doente;
 Preparação psicológica;
 Preparação do ambiente;
 Lavagem das mãos;
 Desinfecção do tabuleiro;
 Execução da técnica;
 Registo ou anotação;

Instrumentos básicos de enfermagem


Cada membro de equipa de enfermagem deve utilizar conhecimentos, habilidades e
atitudes que permitem um ambiente eficiente de suas funções.

Emprega-se esses instrumentos, em maior ou menor grau de acordo com a complexidade


das funções de cada um, mas todos os instrumentos devem ser observados durante o
trabalho.

Os instrumentos básicos de enfermagem utilizados são:

 Observação;
 Resolução de problemas;
 Aplicação dos princípios científicos;
 Planeamento;
 Avaliação;
 Criatividade;
 Destreza manual;
 Comunicação;
 Trabalho de equipa;

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Técnicas de Enfermagem I

Observação: Utiliza-se todos os órgãos de sentidos (Visão, audição, olfato, tacto e


gustação), uma observação objetiva baseia-se em conhecimentos científicos; portanto o
profissional de enfermagem deve adquirir conhecimentos que o levam a compreender o
que observa.

Resolução de problemas: perante um problema observado deve-se defini-lo apontar


as soluções práticas, submeter essas soluções a uma apreciação e aplicar as conclusões.

Aplicação dos princípios científicos: Utiliza-se tomada de decisões, resolução de


problemas, orientação, prestação de cuidados de enfermagem, e outros.

Planeamento: Compreende a solução dos objetivos, e avaliados a determinação dos


procedimentos, baseando-se nos dados escolhidos. O planeamento deve ser uma unidade
de ação, linha de continuidade, eficiência, precisão e flexibilidade.

Avaliação: através da observação, faz-se a apreciação e controle daquilo que foi


planejado, da qualidade e quantidade do trabalho executado. A avaliação deve ser
continua e objetiva.

Criatividade: É o comportamento novo para o indivíduo. Para demonstra-lo é


necessário segurança psicológica, sensibilidade as mudanças, flexibilidade e
autenticidade. Para a enfermagem, ela é importante no ambiente individual aos pacientes
e na resolução dos problemas.

Destreza manual: É a capacidade de usar adequadamente as mãos na execução de


trabalhos.

Comunicação: É o mecanismo pelo qual se desenvolvem as relações humanas por meio


de mensagens verbais, escritas, gestuais, emotivas e outros. A interação entre o
enfermeiro e o paciente depende basicamente da comunicação, e, para que ela ocorra é
necessário bom relacionamento, pensamento objetivo, linguagem adequada, escolha do
momento e local apropriado, atenção ao escutar o paciente e honestidade na entrevista.

Trabalho de equipa: É o trabalho de pequeno grupo por um objetivo comum.

Importância da enfermagem
 Tem como importância assegurar com eficiência os cuidados de enfermagem de
modo a proporcionar ao paciente o mesmo benefício e conforto.

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 Regular as atividades de acordo com as suas capacidades e favorecer o conforto


físico e mental.
 Acentua a educação sanitária e a preservação de saúde bem como os cuidados aos
doentes. Envolvendo cuidados com o ambiente do doente, cuidados sócias e
espirituais. Tanto quanto físico e de assistência à família e a comunidade bem
como o diagnóstico.

Lavagem das mãos


Objetivos:
Prevenir os riscos de transmissão de microrganismos e de contaminação ambiental,
visando a promoção da saúde e qualidade no atendimento.
OBS: A higienização é o procedimento básico e um dos mais efetivos na prevenção de
infecção hospitalar.
Material necessário:
 Água corrente
 Sabão (líquido ou sólido)
 Papel toalha
Atenção, antes de lavar as mãos:
 Retirar anéis, pulseiras e relógios ou qualquer outro acessório do punho
 Ficar em posição confortável sem tocar na pia e abra a torneira
Quando lavar as mãos
 Sempre que as mãos estiverem sujas
 Antes e após os trabalhos hospitalares
 Após a realização de actos e funções fisiológicas pessoais (urinar, defecar, se
alimentar, etc.)
 Antes e após o contacto com cada paciente
 Antes do preparo de materiais ou equipamento
 Antes e após a realização de qualquer procedimento
 Após a retiradas das luvas

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Técnicas de Enfermagem I

Observações gerais:
 Manter as unhas bem amparadas e de preferência sem pintura excessiva
 Usar papel toalha que possibilite o uso individual folha a folha
 O uso coletivo de toalha de tecidos ou de rolo é contraindicado pois permanecem
húmidas quando não são substituídas

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CAPÍTULO II: Unidade do paciente


 Conceito
 Finalidades
 Regras de dobragem de roupa da cama
 Proteção do doente contra acidentes
 Acidentes mais frequentes
 Maneira de evitar acidentes
 Fazer uma cama aberta, fechada e do operado.

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Técnicas de Enfermagem I

Unidade do paciente
Conceito: entende-se unidade do paciente a área ocupada pelo mesmo (paciente).
Finalidades:
 Prepara a cama segura e confortável
 Evitar a propagação de infecções
 Conduzir o paciente ao repouso e ao sono

Regras de dobragem da roupa de cama


1. Lençol de baixo dobra-se da seguinte forma: direito para dentro e o avesso para
fora;
2. Resguardo impermeável: dobra-se no sentido transversal (largura);
3. Resguardo permeável dobra-se da seguinte forma:
1º no sentido longitudinal
2º ao meio
3º como qualquer outro material
4. Lençol de cima: direito para fora e avesso para dentro
5. Cobertor: qualquer forma
6. Colcha: da mesma forma que o lençol de baixo
7. Fronha e toalhas: dobra-se transversalmente
Nota: a primeira dobra da roupa deve finalizar sempre da mão esquerda do pessoa que
coordena o serviço.

Proteção do doente contra acidentes


Há inúmeras possibilidades de surgir acidentes. Estes são muitas das vezes devido a
negligencia do doente ou dos que o rodeiam.

Acidentes mais frequentes


 Queda da cama
 Quedas no chão
 Queimaduras
 Intoxicações
 Transtornos orgânicos devido a erros de terapêuticas

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Técnicas de Enfermagem I

Maneiras de evitar estes acidentes:


Queda na cama: usar camas baixa para pessoas idosas e recorrer ao uso de grades para
pacientes inconscientes ou agitados.
Queda no chão: preferir um pavimento revestido de plástico ou outro material sintético,
evitar tapetes pequenos não fixos.
Queimaduras: ao fazer aplicações quentes ou frias, sacos de agua quente ou sacos de
gelo, procurar que estes não sejam causadores de queimaduras.
Intoxicações: não ter ao alcance dos doentes, sobretudo crianças, medicamentos os
substâncias tóxicas
Transtornos orgânicos devido a erros de terapêutica: observar cuidadosamente as
regras de administração de medicamentos.
Sendo de maior importância para a saúde e o ambiente em que o doente está instalado, a
que assegurar um certo número de condições a unidade ou quarto que embora simples,
deve ter os requisitos indispensáveis para que o paciente se sinta bem.

Tipos de cama
 Cama fechada
 Cama aberta
 Cama de operado
Cama fechada
É aquela que está desocupada, aguardando chegada (admissão) do paciente

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Técnicas de Enfermagem I

Cama aberta
É aquela que está sendo ocupada por um paciente que pode deambular

Cama de operado
É realizada para receber o paciente que está na sala de cirurgia sob anestesia.

Finalidade:
 Proporcionar conforto e segurança ao paciente.
 Facilitar colocação do paciente no leito.
 Prevenir infecção
OBS: a definição da cama faz-se ao nível da dobra do lençol de cima:
a) Se a dobra estiver por cima da colcha é uma cama aberta;

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Técnicas de Enfermagem I

b) Se a dobra estiver entre a colha e o cobertor é uma cama fechada;


c) Se a roupa de cima estiver dobrada em leque até ao último terço da cama, é uma
cama aberta ocupada na qual o paciente está na casa de banho ou no jardim.
Método:
 Reunir o material necessário e levá-lo ao quarto.
 Afastar a mesa de cabeceira.
 Colocar a cadeira aos pés da cama e sobre ela, o travesseiro e o cobertor.
 Colocar a roupa na espaldar da cadeira, empregando a técnica de dobradura,
observando ordem de uso - Pegar o lençol sobre o centro do colchão.
 Ajeitar o primeiro lençol, prendendo-o por baixo fazendo a dobra ao cobrir o
canto.
 Estender o lençol de cima, colocando a bainha rente ao colchão, deixando-o solto.
 Colocar o cobertor na mesma técnica e também deixa-lo solto.
 Colocar a colcha utilizando técnica anterior, prendendo o lençol de cima, o
cobertor e colcha (todos juntos), realizando a dobradura nos pés da cama.
 Na cabeceira superior dobrar as três peças juntamente (lembrar da estética).
 Cobrir o travesseiro com a fronha, deixando-o em pé na cabeceira superior.
 Ajeitar as toalhas na cabeceira inferior da cama.

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CAPITULO III: Limpeza, desinfecção, assepsia e esterilização do


material

Conceitos:

 Contaminação;
 Limpeza;
 Desinfecção;
 Antissepsia;
 Assepsia;
 Esterilização;

Métodos de esterilização:

 Meios físicos;
 Meios químicos;

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Técnicas de Enfermagem I

Responsabilidade do técnico de enfermagem


Todas as medidas que a enfermagem toma para prevenir ou curar uma doença tem como
base medidas de assepsia e cirúrgicas e que quase se assemelham aos rituais sagrados,
porque alguns dos seus princípios forem infringidos podem causar as pessoas a quem a
eles se destinam prejuízos de tal ordem que leva a perda do maior bem que o homem lhe
foi dado a usufruir, que é a vida.

Deduz-se daqui a responsabilidade do técnico de enfermagem quando trabalha em serviço


de esterilização, os seus métodos de trabalhos tem de ser executado com tal rigor, que não
admita falhas, isto é, exatamente conforme as rotinas instituídas.

Assepsia
A palavra assepsia pode ser entendida em dois sentidos de extensão diferentes.

O primeiro sentido será definir Assepsia como um conjunto de técnicas destinadas a


prevenir a infecção e neste sentido poderíamos subdividi-la em duas partes.

Assepsia medica: refere-se a uma área infectada que nós queremos circunscrever

Assepsia cirúrgica refere-se a uma área esterilizada que nós queremos conservar estéril.

Antissepsia
Designa-se por antissepsia a toda a esterilização, que envolve o emprego de químicos
bactericidas desde que esses caibam dentro, da designação de germicidas que realizam a
destruição de micróbios e os seus esporos, e sejam capazes de realizar a esterilização.

Resgista-se que estes agentes químicos são na generalidade germicidas que realizam a
destruição dos micróbios ou impedem a multiplicação deles. Uns são sólidos e dissolvem-
se num liquido (água), outros são álcoois e outros ainda são gasosos (formol).

Definição de alguns termos


Infecção: invasão do organismo por micróbios.

Infectado: diz-se ao objeto ou organismo que foi invadido por micróbios.

Esterilização: é tornar um objeto isento de todo qualquer micróbio e de seus esporos.

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Técnicas de Enfermagem I

Assepsia: é o conjunto de medidas para realizar um determinado acto sem que durante
ela haja qualquer conspurcação microbiana daquilo que previamente havia sido
esterilizado.

Em suma, é trabalhar com objetos estéreis desinfectados e assépticos.

Antissepsia: é o conjunto de meios químicos que servimos para obter a esterilização.

Asséptico ou esterilizado: diz-se ao objeto que sofreu a acção de esterilização.

Antisseptico: substância química por meio da qual se obtêm a esterilização.

Estéril: isento de micróbios e seus esporos.

Desinfecção: destruição parcial de micróbios sendo considerado como objeto


desinfectado o que não é estéril por conter germes, mas simplesmente estes podem ser
números insignificantes e ter a sua vitalidade, virulência e poder de reprodução
diminuídos, não causando por isso a infecção.

MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO
Radiações: Ultravioleta

Chamejamento

Meios físicos Ebulição

Calor seco

Vapor de água sob pressão

Esterilização

Álcool

Oxianoreto de mercúrio

Meios químicos Cetavlon

Formol, etc.

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Técnicas de Enfermagem I

Preparação de material para esterilização


Os materiais a ser esterilizado:

 Ferros cirúrgicos
 Roupas
 Compressas
 Drenos
 Material de sutura

Preparação do ferro cirúrgico


Definição: permitir a lavagem dos ferros mais perfeito e prático.

Objectivo
 Evitar a propagação de micróbios;
 Permitir uma utilização em melhores condições;

Os ferros devem ser preparados, assim os de uma operação séptica devem ser
mergulhados em uma solução antisséptica durante 1h e depois lavados como os outros
ferros. Os ferros não infectados são logo lavados pelo processo vulgar.

Material necessário:

1. Tabuleiro com ferros sujos


2. Tabuleiros para os ferros lavados
3. Bacia com água morna e sabão
4. Escova
5. Vaselina líquida

Técnica:

1. Desarmar e armar individualmente os ferros esfregando-os bem no fulcro, na


camalheira e na parte dentada.
2. Passa-los depois por água limpa
3. Por sobre a toalha um lençol e enxaguar cada um por si
4. Separar os ferros, os que não são para utilizar dos que são para guardar.
5. Os ferros para arrumar são vaselinados primeiro, postos nas prateleiras por ordem,
depois de ter colocado neste recipiente com oxido de cálcio que se mudam de 8
em 8 dias

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Técnicas de Enfermagem I

6. Os ferros que não são para esterilizar novamente, arranjam-se segundo o processo
a utilizar.

Para a estufa temos:

Uma caixa retangular sem necessidade de ser perfurada com duas almofadas de gazes e
algodão cardado. Colocam-se na caixa pela ordem seguinte:

 Material de campo
 Material de dissecção
 Materil de hemóstase
 Material complementar (material especial)

Depois pôr a segunda almofada e ampola testemunho. Coloca enviesada para esterilizar.

170º________________ 40 minutos

160º________________ 1h

Pelo autoclave:

Devemos utilizar uma caixa perfurada, não esquecendo abrir os orifícios e colocar o papel
testemunho.

Esterelizam-se as 2 atmosfera durante 30 minutos – 134º

Por ebulição:

Um abolidor tem os ferros e bem cobertos com água a qual se juntou 20g/litro de
carbonato de sódio, borato de sódio ou bicarbonato de sódio, que tem a propriedade de
aumentar o ponto de ebulição da água de 100ºC para 104ºC e protege o ferro contra a
oxidação.

Os ferros devem ser posto de preferência em água a ferver. Esterilizam-se durante 20


minutos, exceto quando é só com agua simples que são precisos 30 min.

Por imersão:

Esteriliza-se por este processo os materiais de corte como bisturis, tesoura, aparelho de
endoscopias, e outros materiais, em álcool absoluto durante 2h ou em cetavlon durante
30 min ao qual juntamos 3 ou 4 comprimidos de nitrato de sódio para evitar a oxidação.

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Técnicas de Enfermagem I

Instrumentos cirúrgicos
Pinça de preensão: Tem o objetivo de prender tecidos, órgãos e gazes dobradas.

Preensão: servem para segurar, e suspender vísceras e órgãos.

Allis Collin Duval (triangular)

Bisturis: são instrumentos de diérese de variados tamanhos.

Bisturi são instrumento cirúrgico em forma de pequena faca, reta ou curva, para praticar
incisões.

Tesoura: são instrumentos de diérese de variados tamanhos.

Dierese: fase de abertura – serve para cortar e dissecar os tecidos.

 Tesoura de Metzembaum – usada para corte de tecidos.


 Tesoura de mayo – usada para cortar fios de sutura gazes e outros materiais.

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Técnicas de Enfermagem I

Tesoura de mayo Tesoura de metzembuam

Pinças hemostáticas: são instrumentos de hemostasia para clampar os vasos impedindo


o sangramento.

Hemostasia: conter sangramento – serve para clampar vasos sangruentos.

 Pinça de Kelly
 Pinça de Kocher
 Pinça de Halstead mosquito

Pinça de Kelly Pinça de Kocher

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Técnicas de Enfermagem I

Pinça de Halstead mosquito

Pinça de dissecção: são instrumentos auxiliares que apoiam atos cirúrgicos.

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Afastadores: Facilitam a exposição do campo cirúrgico.

Pinça de campo ou backhaus: destinam-se a fixação dos campos.

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Porta agulha: função de prender as agulhas.

 Mayo – hegar
 Mathieu
 Olsen – hegar

Síntese: servem para suturar

Porta agulha Mayo – hegar Porta agulha Mathieu

Porta agulha Olsen – hegar

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Técnicas de Enfermagem I

Antissepsia: utilizadas para a realização da antissepsia do local a ser operado.

 Pinça pean
 Pinça foester

Pinça pean Pinça foester

Instrumentos especias:

Exserese (retirada): utilizados somente no tempo principal da cirugia, diferenciando-se


para cada especialidade cirúrgica.

Fórceps Pinça de goiva

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Técnicas de Enfermagem I

Saca fibroma

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CAPÍTULO IV: Sinais vitais


 Conceito dos sinais vitais
 Importância dos sinais vitais

Temperatura;

Pulso;

Respiração;

Pressão arterial;

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Técnicas de Enfermagem I

Sinais vitais
Sinais vitais são medidas fisiológicas que nos indicam as condições de saúde da pessoa.
É um meio rápido e eficiente para se monitorar as condições de saúde da pessoa e
identificar possíveis problemas de saúde.
Os sinais vitais são um grupo de sinais indicadores do desempenho das funções vitais,
medidos para estabelecer seus padrões basais, orientar o diagnóstico inicial de uma
enfermidade, observar tendências dos processos fisiológicos, fazer o acompanhamento da
evolução do quadro clínico e monitorar a resposta do paciente ao tratamento. Chama-se
funções vitais às funções orgânicas directamente responsáveis pela manutenção da vida.
Os sinais vitais a serem avaliados são quatro, mas hoje em dia com o passar do tempo,
estuda-se também a dor como o quinto sinal vital.

1. Temperatura (Tº/ºC)
2. Pulso ou batimentos cardíacos (P ou bpm)
3. Frequência respiratória (R ou mrpm)
4. Pressão arterial (PA/mmHg)
5. Dor

Objetivos
 Auxiliar na coleta de dados e avaliação das condições de saúde da pessoa;
 Instrumentalizar o enfermeiro na tomada de decisões sobre intervenções
especificas;

Directrizes para verificação dos sinais vitais (ssvv)


 O profissional deve conhecer a variação normal dos SSVV;
 Conhecer a história medica do paciente, bem como o tratamento e medicações que
ele está utilizando;
 Deve ser um profissional habilitado;
 Certificar-se de que o equipamento é adequado e está em funcionamento;
 Comunicar e confirmar as alterações significativas encontradas

Os sinais vitais devem ser verificado quando:

 Na admissão do paciente;
 Dentro da rotina de atendimento;
 Na pré-consulta ou consulta hospitalar ou ambulatório;

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Técnicas de Enfermagem I

 Antes e depois de qualquer procedimento cirúrgico;


 Antes e depois de qualquer procedimento invasivo de diagnósticos;

 Antes e depois de administração de medicamento que afectam as funções


cardiovascular, respiratória e de controlo da temperatura
 Sempre que o paciente manifestar qualquer sintoma inespecífico de desconforto
físico;

Material necessário para os sinais vitais

Uma bandeja contendo:

1- Uma coluna de termômetro (termômetro de mercúrio ou digital);


2- Uma taça com bola de algodão embebida a álcool a 70%;
3- Uma taça com bola de algodão seca;
4- Relógio com ponteiro de segundo;
5- Um bloco de notas;
6- Uma caneta para anotações ou lápis de carvão;
7- Uma almofada pequena (S.O.S);
8- Uma cuba rim para sujos;
9- Um aparelho completo P/A (esfigmomanómetro e estetoscópio)

Temperatura
Temperatura corporal é o equilíbrio entre a perda e a produção de calor do organismo
mediado pelo centro termo regulador (hipotálamo).
A temperatura corporal diz respeito a produção de calor e os mecanismos de regulação e
manutenção da temperatura interna do organismo (termorregulação), que são essenciais
para manter a homeostase (estabilidade fisiológica) sistémica.
A temperatura do corpo é registrada em graus Celsius (centígrados).
A temperatura corporal de uma pessoa pode ser aferida por várias vias:
 Oralmente (boca),
 Por via retal (ânus),
 Inguinal (virilha),
 Axilar (axilas),
 No ouvido (obtida no tímpano e na pele (na testa).

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Técnicas de Enfermagem I

A temperatura corporal pode ser anormal devido à febre (temperatura alta) ou hipotermia
(temperatura baixa). É considerada uma febre quando a temperatura do corpo fica acima
de 37,8ºC. A hipotermia é definida como uma queda na temperatura corporal abaixo de
35,0ºC.
A causa mais comum de elevação sustentada da temperatura é a presença de processos
infecciosos, mas ela pode também surgir em função de outros factores.

Febre
Chamamos de febre a temperatura corporal acima do normal (Pirexia) resultado de
processo patológico, ferimentos ou doenças.

Podemos classificar a febre em vários tipos:

Febre continua: permanece sempre acima do normal com variações de até 1 grau, sem
grandes oscilações, e a temperatura nunca desce ao normal.

Ex: febre tifoide

Febre remitente: quando tem oscilações diárias superiores a 2º, e a temperatura não
retorna ao normal.

Ex: tuberculose, infecções, etc.

Febre intermitente: é um tipo de febre caracterizado por um dia de febre intensa


seguida de alguns dias de apirexia, depois novo dia de hipertermia, e assim
sucessivamente. Também conhecida como a febre que vai e vem.

Ex: Malária.

Assim temos os tipos de febre intermitente:

 Tipo terçã
48 a 48 horas
 Tipo quartã
72 a 72 horas
 Tipo quotidiana
Em que a febre volta (vai e vem no mesmo dia)

Febre invertida: Quando a temperatura da manhã é superior à da tarde.

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Técnicas de Enfermagem I

Valores normais da temperatura e suas variações


 Temperatura axial: 35,1ºC – 37,0ºC
 Temperatura oral: 36,3ºC – 37,4ºC
 Temperatura retal: 37ºC – 38ºC
 Inguinal: 36ºC a 36,8ºC

Terminologia básica
 Normotermia: temperatura corporal normal (Apirexia)
 Afebril: ausência de elevação da temperatura;
 Febrícula: 37,2ºC – 37,8ºC
 Febre ou hipertermia: a partir de 37,8ºC
 Hiperpirexia: a partir de 40ºC
 Hipotermia: temperatura abaixo do normal;

Técnicas para a avaliação da temperatura


 Lavar as mãos;
 Orientar ao paciente quanto ao procedimento;
 Reunir o material e levar a unidade do paciente;
 Deixar o paciente deitado ou encostado confortavelmente;
 Enxugar a axila se for o caso, com as próprias vestimentas do paciente;
 Desinfectar o termômetro com algodão embebido em álcool;
 Descer a coluna de mercúrio até o ponto mais baixo, segurando o termômetro
firmemente e segurando-o com cuidado;
 Colocar o termômetro na axila se for o caso mantendo com o braço encostado ao
tórax;
 Retirar o termômetro após 5 a 7 minutos;
 Ler a temperatura na escala;
 Desinfectar o termômetro com algodão embebido em álcool, depois limpar com
algodão seco.
 Lavar as mãos;
 Anotar no prontuário do paciente;

Cuidados de enfermagem para a hipertermia e febre


1- Estimular ingesta hídrica
2- Estimular banho de água morna quase fria

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Técnicas de Enfermagem I

3- Colocar compressas frias, não geladas, nas pregas inguinais e axilar e na testa
4- Diminuir a quantidade de roupas
5- Proporcionar repouso
6- Orientar em manter a alimentação

Cuidados de enfermagem para a hipotermia


1- Oferecer alimentos quentes (Chocolates, sopas e bebidas isotônicas)
2- Proporcionar repouso
3- Aumentar a quantidade de roupa
4- Oferecer alimentos ricos em vitaminas
5- Se der aquecer o ambiente

Temperatura axilar: apesar de não ser a mais precisa, é a maneira mais utilizada de se
verificar a temperatura.

A temperatura axilar é contra-indicada: nas queimaduras do tórax, nas fraturas dos


membros superiores, na furunculose axilar e em pacientes muito caquéticos.

Temperatura bucal: é contra-indicado a verificação da temperatura bucal nos casos de


comprometimento da boca e face, e todos os clientes impossibilitados de manter o
termômetro sobre a língua, como crianças, pacientes inconsciente e doentes mentais. O
termômetro deverá ser de uso individual.

Temperatura retal: o reto é o local de maior precisão de verificar a temperatura, é


contar-indicado a verificação de temperatura retal nos casos de comprometimento do
ânus, do reto e do períneo. O termômetro deverá ser de uso individual.

OBS: Para o preenchimento do gráfico dos sinais vitais particularmente a temperatura


utiliza-se esferográfica de cor azul.

Pulso
É o batimento que se percebe numa artéria, e que corresponde em condições fisiológicas
e as contrações sistólicas cardíacas.

O pulso é dividido a propagação de uma onda positiva que, das grandes artérias chega até
aos capilares. Esta onda é provocada pela brusca penetração na aorta, a cada sístole
ventricular.

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Técnicas de Enfermagem I

O pulso é uma sensação ondular que pode ser palpada em uma das artérias periféricas. É
produzido pelo movimento do sangue durante a contração do coração. Os melhores locais
para se palpar o pulso são onde artérias de grosso calibre se encontram próximas à
superfície cutâneas e possam ser comprimidas contra uma superfície firme (normalmente
um osso). As artérias radiais, ao nível dos punhos, são mais comummente usadas na
checagem do pulso em vítimas conscientes.
Frequência de pulsação: é o número pulsações periféricas palpadas a cada minuto.

Factores que afectam a frequência cardíaca


 Fisiológicos
 Patológicos

Classificação do pulso pode ser quanto a:

1. Regularidade

Rítmico: bate ou pulsa com regularidade, ou seja o tempo de intervalo entre o batimento
é o mesmo.

Arrítmico: bate sem regularidade, o intervalo entre os batimentos é diferente.

2. Amplitude: volume de sangue dentro da artéria

Fraco filiforme: redução da força ou do volume sanguíneo

Forte ou cheio: aumento da força ou do volume sanguíneo

Frequência: Corresponde ao número de pulsação por minuto

Valores normais: 60-100 bpm

Recém-nascido: 120 bpm

4 anos: 100 bpm

Adolescente: 90 bpm

Locais de verificação do pulso


 Artéria temporal;
 Artéria carótida;
 Artéria basílica;

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Técnicas de Enfermagem I

 Artéria radial;
 Artéria femoral;
 Artéria poplítea;
 Artéria pediosa e tibial;

Terminologias
 Normocardia: batimentos cardíacos normal;
 Bradicardia: batimentos cardíacos abaixo do normal;
 Taquicardia: batimentos cardíacos acima do normal;
 Taquisfigmia: pulso rápido e fino (acima do normal);
 Bradisfigmia: pulso baixo e fino (abaixo do normal)
 Dicrótico: dá a impressão de dois batimentos;

OBS: evitar verificar o pulso em membros superiores afetados por sequelas de lesões
neurológicas ou vasculares;

 Não verificar o pulso com fistulas para a hemodiálise;


 Nunca usar o dedo polegar na verificação, pois pode confundir a sua pulsação com
do paciente;
 Em caso de dúvida, repetir a contagem;
 Proceder a verificação com as mãos secas e quentes;

Respiração
Respiração é um termo que se refere à troca de oxigénio e de dióxido de carbono.
Ventilação, por outro lado, é o movimento do ar que entra e sai do peito. Inalação ou
inspiração é o ato de inspirar o ar, exalação ou expiração é o ato de expirar o ar, ou seja,
colocar ar para fora.
Frequência respiratória (FR): é a quantidade de respiração que acontece em um minuto.
A principal função da respiração é suprir as células do organismo de oxigénio e retirar o
excesso de dióxido de carbono.
A taxa é medida quando uma pessoa está em repouso e simplesmente envolve a contagem
do número de respirações por minuto, contando quantas vezes o peito se expande.

Factores que influenciam a respiração


 Doença;

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Técnicas de Enfermagem I

 Estresse;
 Idade;
 Exercícios;

Valores normais:

 No homem: 15 à 20 mrpm
 Na mulher: 18 à 20 mrpm
 Eupneia: 16 à 20 mrpm

Terminologias
 Dispneia: dificuldade de respirar;
 Taquipneia: aumento da frequência respiratória;
 Eupneia: respiração normal;
 Bradpneia: redução da frequência respiratória;
 Apneia: ausência de movimentos respiratórios;
 Cheyne-Stokes: quando o ritmo respiratório é desigual, ou seja, todo alterado.
 Kussmaul: respiração profunda e ofegante característico de coma e acidose diabética
grave.
 Biot: Respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular
de apneia.

Tecnicas para verificação da respiração

 Lavar as mãos;
 Orientar o paciente quanto ao exame;
 Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados o movimentos;
 Contagem pelo período de 1 minuto;
 Lavar as mãos no termino e anotar no prontuário;

OBS: Para o preenchimento do gráfico dos sinais vitais particularmente a respiração


utiliza-se esferográfica de cor preta.

Pressão arterial
A pressão arterial ou sanguínea é a força do sangue que atua sobre as paredes das artérias,
fazendo pressão sobre elas. Essa pressão é maior durante a sístole (contração do coração)

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 43
Técnicas de Enfermagem I

e menor durante a diástole (relaxamento do coração). Cada vez que o coração se contrai
(bate), bombeia sangue para as artérias, resultando na pressão arterial mais alta.

Quando o coração relaxa, a pressão arterial cai. Assim, dois números são registrados ao
medir a pressão arterial: o maior deles acontece durante a sístole cardíaca e é chamado de
pressão sistólica; o menor deles se verifica no momento de diástase, sendo chamado de
pressão diastólica.
A hipertensão arterial (ou elevação da pressão arterial) aumenta diretamente o risco de
ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral. Com a hipertensão
arterial, as artérias podem ter uma resistência aumentada contra o fluxo de sangue,
fazendo com que o coração bombeie com mais força para o sangue circular.
A pressão arterial sistólica normal deve ser de, no máximo, 120 mmHg (milímetros
mercúrio) e a pressão diastólica deve ficar igual ou inferior a 80 mmHg. No entanto, esses
números devem ser usados apenas como guia. Uma única medida da pressão arterial
elevada não é necessariamente uma indicação de um problema. O médico precisa ver
várias medições da pressão arterial durante vários dias ou semanas antes de fazer um
diagnóstico e iniciar um tratamento.

Factores que influenciam na pressão arterial


 Estresse
 Consumo excessivo de sal
 Ansiedade ou medo
 Drogas
 Exercícios físicos
 Gênero

Valores de referência da pressão arterial


 Hipotensão: Pressão sistólica inferior a 100 mmHg e diastólica inferior a 60
mmHg;

 Normotensão: Pressão sistólica 120 mmHg e diastólica 80 mmHg (normal);

 Hipertensão limite: Pressão sistólica 140 mmHg e diastólica 90 mmHg;

 Hipertensão moderada: Pressão sistólica 160 mmHg e diastólica 100 mmHg;

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Técnicas de Enfermagem I

 Hipertensão grave: Pressão sistólica superior a 180 mmHg e diastólica 110


mmHg;

Terminologias
 Hipertensão: Pressão arterial acima da média

 Hipotensão: Pressão arterial inferior à média

 Convergente: A pressão sistólica e a diastólica se aproximam

 Divergente: A sistólica e a diastólica se afastam.


Técnicas para avaliação da pressão arterial.

 Após da lavagem das mãos reunir todos material e dirigir-se a unidade do


paciente, orientando-o para o procedimento.
 O mesmo deve estar em repouso por pelo menos 5min.
 O braço selecionado deve estar livre de vestimentas.
 Abolsa inflável deve ser centralizada sobre a arterial braquial.
 Coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial.

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Técnicas de Enfermagem I

CAPÍTULO V: Administração de medicamentos


Matemática aplicada a administração de medicamentos:

 Cálculo das doses de medicamentos;


 Fracções, regras de três simples;

Vias de administração de medicamentos:

 Enteral
 Parenteral

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Técnicas de Enfermagem I

Princípios gerais na administração de medicamentos


A administração de terapeuta constitui a interseção entre o planos global e o cuidados de
enfermagem e o tratamento médico. Em praticamente todas as instituições de saúde, os
enfermeiro são responsável por:

 Administrar medicamentos;
 Ensinar os pacientes a utilizar os medicamentos, de forma correta e segura.

Para cada fármaco que se administra, o enfermeiro deve-se estar familiarizado com:

 Nome genérico, comercial e químico do medicamento;


 Grupo farmacológico;
 Posologia;
 Vias de administração;
 Efeito terapêutico e efeito colateral;
 Contra indicação;

Medicações
A administração de medicamento em um organismo humano é um procedimento que
provoca uma serie de efeito desde psicológico até bioquímicos podendo ter resultados
desejáveis e indesejáveis. Ao preparar o medicamento o profissional deve prestar muita
atenção.

Cuidado na administração de medicamentos


Todo medicamento a ser administrado ao paciente deve ser prescrito pelo médico;

Toda prescrição de medicamento deve conter:

 Data, nome do paciente, enfermaria, leito, nome do fármaco, dosagem, via de


administração, frequência e assinatura do médico.
 Ter sempre em frente, enquanto prepara o medicamento a prescrição médica.
 Ler o rotulo do medicamento 3 vezes, comparando-o com a prescrição:
1. Antes de tirar o recipiente o armário
2. Antes de colocar o medicamento no recipiente para administrar
3. Antes de repor o recipiente no armário
 Colocar a prescrição medica próximo ao recipiente de medicamentos sempre
juntos na bandeja

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Técnicas de Enfermagem I

 Nunca administrar medicamentos com rotulo ilegível ou sem rotulo


 Identificar o paciente antes de administrar o medicamento, solicitando nome e
certificando-se da exatidão do mesmo, pelo prontuário

Os 5 certos da medicação
1. A medicação certa;
2. A dose certa;
3. A via certa;
4. A hora certa;
5. O paciente certo;

Quem prepara administra. Não administrar medicamentos preparados por outras pessoas.

 Em caso de dúvida, nunca administrar um medicamento até que a mesma seja


esclarecida.
 Orientar o paciente quanto o nome do medicamento, a ação do medicamento, ao
procedimento, ao autocuidado.
 Circular o horário e a notar o motivo na coluna de observação quando: O
medicamento está em falta, o paciente recusa o medicamento ou apresenta náuseas
e vômitos, o paciente não se encontra na unidade, o medicamento foi suspenso.
 Nunca notar ou checar o medicamento antes de administrar ao paciente.

Cuidados importantes
O copo graduado tem as seguintes medidas:

15ml= 1 colher de sopa (medida adulta)

10ml= 1 colher de sobremesa (medida adulta)

5ml= 1 colher de chá (medida infantil)

3ml= 1 colher de café (medida infantil)

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Técnicas de Enfermagem I

Via de administração de medicamento


Definição: Via de administração é o caminho pelo qual o medicamento é levado pelo
organismo para exercer o seu efeito. Desta forma, as vias de administração são
classificadas da seguinte forma:

 Via Enteral.
 Via Parenteral.

Via Oral

Enteral Via Sub-lingual

Via Rectal

Intravenosa

Intramuscular

Directa Intra-dérmica

Subcutânea

Intra-arterial

Parenteral

Respiratória

Cutânea

Indirecta Vaginal

Ocular

Auricular

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Via oral
É administração de medicamento pela boca.

Contra indicação:

 Paciente incapaz de deglutir ou inconsciente.


 Em caso de vomito
 Quando esta de jejum para exame ou cirurgia.

Vantagens:

 Mas seguro.
 Mas conveniente.
 Mas econômico.

Desvantagem:

 Irritação da mucosa gástrica.


 Interferência na digestão.
 Dificuldade de deglutir.

Material necessário:

 Uma bandeja
 Copo com água ou seringa descartável (S.O.S)
 Prescrição médica
 Medicamento prescrito
 Uma colher (S.N)
 Um guardanapo

Procedimento:

1. Lavar as mãos
2. Identificar o recipiente com nome do paciente, número do leito, medicamento e
dose.
3. Levar a bandeja para junto do paciente.
4. Colocar o medicamento no recipiente, diluindo-os se for necessário.

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 50
Técnicas de Enfermagem I

5. Identificar o paciente, verificando o nome com a prescrição médica


6. Explicar o propósito de cada medicamento, caso o paciente pergunte.
7. Colocar o paciente em posição de Fowler.
8. Colocar o medicamento na boca do paciente sem contaminar os comprimidos ou
xarope.
9. Oferecer água ou leite, de acordo com o medicamento.
10. Verificar se o paciente deglutiu o medicamento, nunca deixando-o sobre a mesa
da cabeceira.
11. Após a medicação oferecer o guardanapo ao paciente para secar a boca.
12. Reunir o material e encaminhar ao expurgo.
13. Checar o horário e fazer anotação.

Absorção sublingual
São colocados debaixo da língua para ser absorvido diretamente pelos pequenos vasos
sanguíneos.

 A via sublingual é especialmente boa para a Nitroglicerina, que é utilizada no


alivio da angina (dor no peito), por que a absorção é rápida e o medicamento
ingressa directamente na circulação geral, sem passar através da parede intestinal
e do fígado.

 A maioria dos medicamento não podem ser administrado por essa via porque a
absorção é em geral incompleta.

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Técnicas de Enfermagem I

Via rectal
É a introdução de medicamento no recto, em forma de supositório ou clister
medicamentosa.

Finalidade:

 Aliviar a distensão abdominal.


 Aliviar flatulência, constipação.
 Preparo para cirurgias e exames.

Vantagens:

 Proporcionar conforto, após a aplicação.


 Absorção rápida.

Desvantagem:

 Desconforto na hora de aplicação.


 Aplicado com frenquencia causa dependência.
 Irritação da mucosa.

Material necessário:

1. Bandeja.
2. Supositório.
3. Gases úmidas e secas.
4. Comadre (S.N).

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5. Saco para resíduo.


6. Luvas de procedimento.
7. Mascara.

Procedimento:

 Lavar as mãos.
 Reunir os material.
 Explicar o procedimento ao paciente.
 Calçar luvas.
 Colocar o paciente na posição de SIMS.
 Com o polegar e indicador da mão não dominante, entreabrir as nádegas.
 Introduzir supositório no recto, delicadamente e pedir ao paciente que retenha por
alguns minutos.
 Colocar os material em ordem.
 Tirar as luvas e lavar as mão.
 Anotar no prontuário.

OBS: O paciente poderá colocar o supositório sem o auxílio de enfermagem, desde que
seja orientado.

Em caso de criança ou adulto incapacitado de retê-lo, comprimir levemente as nádegas


para evitar o retorno do supositório.

É necessário colocar a comadre ou encaminhar o paciente ao banheiro.

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 53
Técnicas de Enfermagem I

Via parenteral
Consiste na aplicação de um fármaco de forma invasiva no organismo através de uma
agulha. Essa é a via que entra em contacto direto com a corrente sanguínea.

A via parenteral pode ser divido em diversas vias de administração, considerando como
as mais importantes:

1. Intradérmica (ID)
2. Subcutânea (SC)
3. Intramuscular (IM)
4. Intravenosa (IV)

Vantagens
 A disponibilidade é mais rápida e mais previsível. No tratamento de emergência
 Absorção mais rápida e completa
 Maior precisão em determinar a dose desejada
 Obtenção de resultado mais seguro
 Possibilidade de administrar determinadas doses que são destruídas pelos sucos
digestivos

Desvantagens
 Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela irritação da droga
 Em caso de enganos, pode provocar lesões consideráveis
 É difícil para um paciente injetar o fármaco em si mesmo, se for necessário a
automedicação
 Altos custos
 Devido ao rompimento da pele, pode ocorrer o risco de adquirir infecção
 Uma vez administrada a droga, impossível de retira-la

Problemas que podem ocorrer


 Infecções locais ou gerais
 Abcesso
 Fenômenos alérgicos ou produtos usados para antissepsia ou as droga injetadas
(Urticária, edema ou mesmo choque anafilático)
 Embolias (pode ser devido falta de aspiração antes de injetar uma droga)

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 54
Técnicas de Enfermagem I

 Trauma psicológicos (medo, tensão, choro, recusa do tratamento, podendo chegar


a lipotimia)
 Trauma tissular (hemorragia, hematoma, equimoses, dor, paresias, paralisias,
nódulos e necroses)

Via intradérmica
Consiste na aplicação de um fármaco na derme, camada logo abaixo da epiderme
(Camada superficial da pele). É via restrita, usados para pequenos volumes de 0,1 à 0,5ml
no máximo.

 Usadas em reações de hipersensibilidades


 Aplicação de vacinas: por exemplo BCG
 A angulação da agulha é de 15º

Locais de aplicação
 Face anterior do antebraço
 Locais pobre em pelos, que possui pouca pigmentação
 Possui pouca vascularização
 Ter fácil acesso à leitura
 Inserção inferior do musculo deltoide

OBS: geralmente é feita sem antissepsia.

A substância injetada deve formar uma pequena pápula

Via subcutânea
É a introdução de uma droga no tecido subcutâneo ou hipoderme

Finalidade
 Terapêutica lenta, continua e segura pela tela subcutânea

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 55
Técnicas de Enfermagem I

 Angulação da agulha de ser de 45º com relação ao tecido.

Área de aplicação
 Os locais mais adequados para a aplicação são aqueles afastados das articulações,
nervos e grandes vasos sanguíneos:
 Partes externas e superiores dos braços;
 Laterais e frontais das costas;
 Regiões gástricas e abdomes (região peri-umbilical);
 Nádegas;
 Costas (logo acima da cintura escapular)

Angulação da agulha

90º- agulhas hipodérmicas e pacientes gordos

45º- agulhas normais e pacientes magros

OBS: O volume máximo é 1ml

É usada para administração:

 Vacinas (antirrábica, sarampo, etc.)


 Anticoagulantes (no caso da heparina)
 Hipoglicemiates

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 56
Técnicas de Enfermagem I

Via intramuscular
É a introdução de medicamentos nas camadas musculares.

Finalidades
Terapêutica de efeitos relativamente rápidas;

Via muito utilizada, devido a absorção rápida;

Volume injetado

Região deltoide: 1 a 3ml

Região glútea: 1 a 5ml

Musculo da coxa: 1 a 4ml

Ventroglúteo: 1 à 4ml

OBS: a angulação da agulha deve ser de 90º

Material necessário

1. Uma bandeja;
2. Medicamento prescrito;
3. Uma taça com bolas de algodão secas e outras embebidas em álcool a 70%;
4. Seringa;
5. Prescrição medica;
6. Luvas de procedimento;
7. Aparadeira para os sujos;

Procedimentos

1. Comunicar o paciente;
2. Posicionar bem o paciente;
3. Calçar as luvas;
4. Traçar uma alínea partindo do sulco nadegueiro, até a espinha ilíaca posterior-
superior (da crista ilíaca até ao grande trocânter do fêmur);
5. Fazer antissepsia de cima para baixo ou de forma circular de dentro para fora;

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 57
Técnicas de Enfermagem I

6. Fazer a prega muscular, introduzir a agulha em um ângulo de 90ºC relativo ao


quadrante superior externo;
7. Soltar a prega e aspirar, caso aja sangue, retirar a agulha e reiniciar o
procedimento;
8. Retirar a agulha, fixando a região com bola de algodão seca;
9. Não massagear;

Quando não deves utilizar a região glútea


 Em crianças menores de 2 anos;
 Pacientes com atrofia muscular;
 Paralisias dos membros inferiores;

Regra dos três simples


Prescrição medica

Foi prescrita dipirona de 250mg, e temos disponível ampolas de dipirona de 500mg/2ml.


Calcula quantas ml será administrada.

500mg----------------2ml

250mg---------------.X

500mg.X= 2ml.250mg

X= 500ml/500 assim o valor de X= 1ml

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 58
Técnicas de Enfermagem I

Via intravenosa
É a introdução de grandes quantidades de líquidos dentro da veia, afim de repor o que foi
perdido cujo a seleção é feita através das necessidades do paciente e sob prescrição
medica.

Vantagens
 Absorção rápida;
 Volume maior de medicamentos;
 Administração de substâncias que poderiam ser irritantes por outras vias;
 Possibilidades de administrar medicamentos em pacientes incapazes de deglutir;

Desvantagens
 Risco potencial de infecção;
 Complicações
 Flebites;
 Obstrução;
 Infiltração;
 Hematomas;
 Embolias;
 Abcessos;
 Riscos de choques e alergias;

Vias utilizadas para administração parenteral endovenosas


Região cervical: pescoço:

Veia jugular externa

Região dos membros superiores: braço:

Veia cefálica e basílica

Antebraço

Veia intermedia cefálica, intermedia basílica, mediana radial e ulnar;

Mão: rede do dorso da mão;

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 59
Técnicas de Enfermagem I

Região do membros inferiores:

Perna: veia safena

Pé: veia da rede do dorso do pé

Material necessário

1. Uma bandeja
2. Medicamento prescrito;
3. Seringa;
4. Bolas de algodão secas e embebidas em álcool a 70%;
5. Garrote;
6. Resguardo impermeável;
7. Aparadeira para os sujos,
8. Pequena almofada,
9. Luvas de procedimentos,

Procedimento

1. Comunicar o paciente;
2. Posicionar o braço e escolher a melhor veia;
3. Colocar o garrote aproximadamente 10 cm de distância da punção;
4. Pedir para o paciente fechar a mão;
5. Fazer antissepsia de baixo para cima;
6. Com o bisel voltado para cima, puncionar com um ângulo de 15º à 25º,
introduzindo mais ou menos metade da agulha;
7. Soltar o garrote;
8. Pedir para o paciente abrir a mão;
9. Introduzir a medicação lentamente,
10. Retirar a seringa com um movimento reto e firme;
11. O paciente deve manter o braço distendido, pressionando a bola de algodão por
cerca de 2 minutos.

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 60
Técnicas de Enfermagem I

CAPÍTULO VI. Técnicas de penso


 Conceito de ferida
 Classificação das feridas
 Conceito de penso
 Classificação dos pensos quanto a etiologia
 Princípios gerais
 Material necessário
 Técnica
 Cicatrização de uma ferida
 Factores que actuam na cicatrização de uma ferida

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 61
Técnicas de Enfermagem I

Técnicas relacionada com execução de pensos


Introdução

Os pensos são feitos em qualquer tipo de traumatismo sempre que as circunstâncias o


exigirem; mas, com os que nós nos debruçaremos diferem-se as lesões com rotura de
continuidade dos tecidos orgânicos implicando uma lesão da pele.

Avaliação de uma ferida infectada


Sinais característicos de uma infecção
Sinais clássicos:

 Dor
 Rubor
 Edema
 Calor
 Exsudado purulento

Sinais secundários:

 Atraso da cicatrização
 Descoloração do tecido de granulação
 Bolsas fistulosas
 Aumento do odor
 Exsudado seroso

Abcesso: é uma coleção de pús numa determinada zona de tecidos. A característica


principal dos abcessos é a inflamação.

Tecido necrosado ou mortificado: é caracterizado por células mortas de cor escuras,


duro e seco, mole e húmido.

Excisão: é o ato cirúrgico pelo qual se promove a rescisão de todas as áreas necrosadas.

Drenagem: é o escoamento de liquido patológico de feridas infectadas, ou pus de


cavidade, ou que sejam líquidos acumulados em determinadas cavidades após uma
intervenção cirúrgica.

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 62
Técnicas de Enfermagem I

Feridas
Definição das feridas

 Ferida é o resultado visível de uma lesão ou morte de células dos tecidos


 Ferida é uma solução de descontinuidade dos tecidos moles ocorrendo quando é
exercida sobre estes uma força externa superior àquela que pode suportar.
 Solução de descontinuidade da pele por ação de agentes externos e/ou internos
(agudas ou crônicas).

Classificação das feridas


As feridas podem ser classificadas de três maneiras:
1. De acordo com a presença ou ausência de micro organismo, ou (feridas
cirúrgicas pelo potencial de infecção);
2. De acordo com presença ou ausência de uma ruptura no tecido superficial;
3. De acordo com a causa.
De acordo com a presença ou ausência de micro organismo, ou (feridas cirúrgicas pelo
potencial de infecção), as feridas podem ser:
 Limpas;
 Potencialmente contaminada;
 Contaminada;
 Infectada.
Limpa: feridas em condições assépticas sem micro organismos. Não contém micro-
organismo patogénicos e sem indícios de inflamação. Exemplo ferida feita sob condições
assépticas: como uma incisão cirúrgica é considerada limpa. A ferida limpa pode ser
limpa contaminada, e limpa e infectada. Exemplo de uma ferida limpa e infectada ulcera
de pressão
Potencialmente contaminada ou limpa contaminada: Potencialmente contaminada é
aquela que ocorre em tecidos de colonização, sem contaminação significativa prévia ou
durante o acto operatório. Limpa comtaminada, é aquela ferida com tempo inferior a 6h
entre o trauma e o atendimento, sem contaminação significativa.

Contaminadas: feridas com tempo maior de 6h entre o trauma e o atendimento sem sinal
de infecção

Infectadas: feridas com presença de agentes infecioso no local e com evidencia de


intensa reacções inflamatórias e destruição de tecidos podendo conter pus.

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 63
Técnicas de Enfermagem I

Se os micro-organismos patogénicos em uma ferida contaminada são virulentos e estão


presentes em qualquer suficiente, evidencia-se com processo infeccioso. A ferida é então
considerada infectada. Nenhuma ferida é completamente estéril.
Ou seja quando há manipulação de sítio com evidências de processo infeccioso instalado
(secreção purulenta), necrose, ou por meio da presença de tecido com sujidade prévia ao
acto cirúrgico.
De acordo com a presença ou ausência de ruptura no tecido superficial as feridas
podem ser:
 Aberta;
 Fechadas
Ferida aberta: envolve a destruição da pele ou mucosa e exposição dos tecidos
subjacentes; exemplo cortes, perfurações, e queimaduras superficiais.

Feridas fechada: não existe ruptura na pele e mucosa: tais feridas são frequentemente
causadas por golpes directos, tracção ou desaceleração forte rotação ou flexão, ou acção
muscular directa.

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 64
Técnicas de Enfermagem I

De cardo com a causa as feridas podem ser:


 Escoriações;
 Contusas;
 Incisas;
 Perfurantes;
 Laceradas;
 Penetrantes
Escoriações: É uma ferida superficial na qual as causa externas da pele ou mucosas estão
lesadas ou arrancadas. Ocorre como resultado de fricção ou atrito.
Contusas: são feitas por um traumatismo fechado, e se caracterizam por lesão
considerável das partes moles, hemorragias e edemas.
Incisas: ocorre como resultado de lesões por instrumento afiado. Um exemplo de uma
ferida incisa é feita pelo bisturi durante a cirurgia; os bordos da ferida são uniformes.
Perfurantes: resultam em pequenos orifícios na pele, como exemplo feridas causadas por
arma de fogo ou facas.
Laceradas: são aqueles que têm os bordos irregulares e estrelados, tais como as feitas
por vidro, arame farpado, corte por serra.
Penetrantes: ocorrem como resultados da penetração profunda de um instrumento nos
tecidos do corpo, exemplo deste tipo de ferida é da bala que penetra no tórax e aloja-se
no pulmão.
Outras classificações
 De acordo com o comprometimento tecidual (estágio I, II, III e IV);
 De acordo com o tempo de evolução: agudas e crônicas;

Processo de cicatrização de feridas


Definição de cicatrização de feridas

É uma reação inflamatória cujo o resultado final é a reparação das feridas através da
formação do tecido cicatricial.

Fases do processo de cicatrização


1- Fase inflamatória (até o 3º dia).
2- Fase de proliferação (do 3º ao 21º dia até às 2-3 semanas)
3- Fase de maturação (21º dia à semanas, meses ou ano)

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 65
Técnicas de Enfermagem I

Mecanismos pelo qual o organismo repara os ferimentos da pele


 Cicatrização de 1ª intenção
 Cicatrização de 2ª intenção
 Cicatrização de 3ª intenção

Cicatrização de 1ª intenção: quando não há perda de tecidos e as extremidades da pele


ficam justapostas uma da outra. A ferida apresenta pouco tecido de granulação e dele
resulta uma pequena cicatriz. Na maioria das incisões cirúrgicas, os bordos da ferida são
suturados bem juntos e a cicatrização ocorre por primeira intenção.

Cicatrização de 2ª intenção: feridas em que há perda de tecidos e as bordas da pele ficam


distantes uma da outra, a cicatrização é mais lenta que na de primeira intenção. Os bordos
da ferida não são aproximados. Como consequência, forma-se uma grande quantidade de
tecido de granulação durante o processo, a cicatriz resultante é normalmente grande.
Exemplo: a cicatrização das úlceras decúbito é lenta.
Cicatrização de 3ª intenção: feridas corregidas cirurgicamente após a formação de
tecidos de granulação, ou por controle de infecção. É a combinação dos dois tipos de
cicatrização já mencionados. Forma-se uma quantidade considerável de tecido de
granulação neste tipo de cicatrização.

Complicações das feridas


 Infecção
 Hemorragia
 Deiscência

Infecção: presença de microrganismo com proliferação e invasão do tecido vivo,


apresentando efeitos clínicos adversos.

Pensa-se que as feridas crônicas há atraso da cicatrização porque as bactérias estão


organizadas.

Hemorragia: extravasamento de sangue do espaço extravascular. Habitualmente surge


nas primeiras 48h.

Deve-se vigiar a hipovolemia e a drenagem.

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 66
Técnicas de Enfermagem I

Deiscência

Excessivo repuxamento dos tecidos

Presença de grandes quantidades de tecido adiposo

Probabilidade de deiscência Cicatrização lenta (má nutrição, infecção, hipóxia...)

Dificuldade em suturar os bordos da ferida.

Pensos
Conceito

A execução de pensos, é um conjunto de técnicas empregadas numa ferida, destinada para


destruir os micróbios que lá se encontram (se for uma ferida patológica), protege-la contra
a infecção e contra traumatismo, promovendo assim a sua cicatrização.

Também se dá o nome de penso, aos algodão, compressas, ligaduras, adesivos ou


esparadrapos que se aplica e se retira numa ferida, o tecido que se aplica para proteger o
campo operatório.

Objectivos da execução de penso


 Retirar os pensos sujos e molhados, substituindo-os por pensos limpos, secos e
esterilizados
 Colocar uma cobertura protetora que cobre a ferida
 Aplicar ou retirar os pontos de sutura
 Encurtar ou retirar os drenos

Classificação dos pensos


Os pensos classificam-se em:

Pensos secos:

 Asséptico
 Antisséptico
 Absorvente
 Compressivo

Pensos húmidos:

 Com irrigação: intermitente e contínua

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 67
Técnicas de Enfermagem I

Pensos secos
São aqueles que ao serem feitos, os pensos a aplicar à lesão não são previamente
molhados nem depois de terem sido aplicados a lesão.

Dividem-se em seguintes tipos:

Penso seco asséptico: é um penso que se faz sobre uma ferida não infectada e que tem
como finalidade, proteger contra infecção e promover a sua cicatrização.

Penso seco antisséptico: é feito numa ferida infectada, sobre o qual se deixa um
antisséptico (soluto de Dakin, iodopovidona, violeta) a actuar para destruir os micróbios.

Penso seco absorvente: emprega-se com a finalidade de absorver e enxugar o exsudado


ou produto de drenagem. Ex: penso de colostomia.

Penso seco permeável: é um penso na qual, depois de feito permite o arejamento possível
da ferida, por isso faz-se com uma ou duas compressas de gazes ao cobrir.

Penso seco compreensivo: é um penso que se faz com a finalidade de comprimir uma
ferida que sangra, com o intuito de se fazer uma hemóstase. No entanto, não deve-se
comprimir demasiadamente a ferida para não comprometer a circulação.

A compreensão de uma ferida pode ser:

 Local: Digital e tamponamento


 À distância: torniquete e garrote.

Pensos húmidos
São os que para serem feitos, os pensos a aplicar na lesão precisam previamente serem
umedecidos, podendo até continuar a umedece-los mesmo depois de aplicados na ferida.
Geralmente, estes pensos são feitos nas feridas crônicas e supurativas.

Cuidados a ter para fazer um penso:

 Cuidado com o doente;


 Cuidado conosco mesmo;
 Cuidado com o ambiente;
 Cuidado com o material;

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 68
Técnicas de Enfermagem I

OBS: O material é preparado de acordo com o tipo de penso que se pretende executar,
e é transportado para unidade ou enfermaria do doente por meios de carro de pensos ou
tabuleiros.

Princípios gerais relacionados com a execução dos pensos


1. Antes de fazer um penso, as mãos de quem vai executa-lo deve estar em condições
higiênicas escrupulosamente impecáveis:
 As mães tem que ser lavadas e desinfetadas;
 Unhas cortadas e rentes;
 Nunca devem ter feridas;
2. Ninguém com qualquer afecção respiratória deve fazer um penso
3. Evitar falar, tossir e espirrar quando estiver a fazer um penso
4. Quando se executam vários pensos começa-se pelos pensos assépticos, e só depois
se faz os pensos das feridas infectadas ou sujas.
1. No caso das feridas supuradas (gangrena, gasosa, osteomielite), deve-se usar batas
e luvas para não nos contaminarmos.
2. Tudo quanto entra em contacto com a ferida (pinças, tesouras, compressas),
devem estar previamente esterilizado.
3. Qualquer produto medicamentoso em pó ou pomada que se ponha numa ferida,
deve-se utilizar uma espátula, sonda canelada ou compressas.
4. Nunca se deve pôr em contacto produto que está no frasco com o penso que já
tocou na ferida.
5. Durante o penso, as mãos e os dedos nunca devem tocar:
 Na própria ferida;
 Na pele ao redor da ferida que fica sobre o penso;
 No interior do penso;
 Nos drenos;
 No material esterilizado;
6. Sempre que estiver a fazer um penso com dreno, deve umedece-lo fazê-lo rodar
cuidadosamente na ferida para evitar que fique aderente aos tecidos ou obstruir a
ferida;
7. Ao fazer um penso, deve isolar o doente, não só para não expor como também
para evitar comentários dos outros doentes ou de visitas.

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 69
Técnicas de Enfermagem I

8. Quando se faz mudanças de penso na unidade ou enfermaria dos doentes, deve


observar-se um intervalo de 1h ou pelo menos 15 minutos entre o fazer pensos e
as atividades que levantam pó, tais como tirar teias de aranha, varrer e fazer a
cama.
9. As portas e as janelas têm de estar fechadas e não devem ser permitidas a
circulação na enfermaria.

Penso cirúrgico
É o penso que se faz numa ferida operatória e que tem como finalidade, proteger a ferida
contra infecções, traumatismo, promovendo assim a sua cicatrização.

Material necessário para a execução das técnicas de penso:

Uma bandeja contendo:

Um campo esterilizado ou asséptico onde se reúnem:

 Duas pinças de Kocher;


 Duas pinças de dissecção anatômica;
 Uma tesoura;
 Compressas ou gazes em números suficientes;

Fora do campo:

 Um par de luvas estéreis;


 Um frasco com solução antisséptica;
 Um frasco com soro fisiológico para a lavagem da ferida;
 Duas aparadeiras
 Um frasco de éter para amolecer a cola do adesivo
 Dois resguardos (impermeável e permeável);
 Uma proveta de clamps com a sua pinça;
 Um rolo de adesivo ou ligadura
 Um balde para os sujos (material acessório)

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 70
Técnicas de Enfermagem I

Procedimentos:

 Depois de ter informado o paciente sobre o procedimento que lhe será feito,
explicando-lhe as vantagens do mesmo, e preparar o ambiente. feito isto, vai para
a sala de trabalho preparar o material.
 Leve o material para junto do doente
 Isolar o doente se for uma enfermaria
 Fechar as janelas mais próximas
 Coloque o paciente na posição que requer o tratamento.
 Colocar os resguardos.
 Colocar uma das aparadeiras sob o resguardo junto da ferida.
 Desinfectar as mãos, e calçar as luvas;
 Retirar o penso que se encontra na ferida, empregando o éter se estiver fixado com
adesivo.
 Com duas pinças (uma de kocher e uma de dissecção), dobrar uma compressa em
4 e passar a mistura antisséptica na ferida, ou antes da substancia antisséptica,
limpar com uma substancia asséptica (Soro fisiológico).
 Se limpou com soro fisiológico, dobrar outra compressa em 4 para secar e depois
é que se aplica a substância antisséptica.
 Cobrir a ferida colocando várias camadas de compressas.
 Fixar o penso com ligadura ou adesivo.
 Colocar material utilizado na outra aparadeira.
 Retire a aparadeira e os resguardos que estão na cama. Deixando o paciente
confortável
 Arrumar o material e leve-o para a sala de trabalho, onde vai lava-lo, esteriliza-lo
e arrumar cada qual no seu respectivo lugar.

Registo:

Registar:

 O tipo de penso feito;


 Os nomes das substâncias empregues;
 Evolução da ferida;
 Data, a hora e a assinatura legível de quem executou o procedimento;

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 71
Técnicas de Enfermagem I

Penso com sutura


Aplicação de pontos de sutura

Definição:

Entende-se por sutura ou síntese, o conjunto de manobras destinadas a unir os tecidos


divididos para garantir a sua continuidade anatômica.

A sutura pode ser interna e externa; podendo ser ainda continuas ou descontinuas.

Precauções:

 Nunca se deve suturar um feri mento que tenha completado 12h ou mais, se depois
de suturada começar apresentar sinais de inflamação, mau cheiro ou pús, retire
imediatamente os pontos de sutura e matem a ferida aberta.
 Suturar apenas ferimentos de carácter incisos e tornar antas as bordas rentes se
não estiverem.
 Não é aconselhável fazer síntese numa ferida provocada por mordeduras de
animais
 Depois de se ter feito a síntese, perguntar ao paciente ou os seus acompanhantes
se já tenha sido vacinado contra tétano e se traz consigo o seu certificado de
vacinação. Certificar de a vacina pretendida está em dia se for não, perguntar se
não é alérgico ao soro antitetânico para evitar a reação anafilático.
 Convém ter sempre à mão uma ampola de adrenalina ou corticoide.

Material necessário:

Tabuleiro contendo:

Um campo asséptico onde se reúnem:

 Um campo fenestrado
 Duas pinças de kocher
 Duas pinças de dissecção
 Uma tesoura ou bisturi
 Uma pinça porta agulha
 Gazes

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 72
Técnicas de Enfermagem I

Fora do campo:

 Um frasco com substância asséptica


 Uma frasco com substância antisséptica
 Duas aparadeiras
 Uma taça com bolas de algodão
 Uma proveta de clamps
 Um frasco ou bulbo de anestesia local (lidocaína, xilocaína, etc)
 3 seringas
 Fio de sutura
 Resguardo (permeável e impermeável)
 Rolo de adesivo ou ligadura
 Par de luvas de procedimento

Procedimento:

 Depois de terem sido feitas as preparações habituais


 Colocar o paciente na posição que requer o tratamento
 Colocar os resguardos
 Colocar a aparadeira junto ao ferimento e calçar as luvas
 Lavar a ferida com a ferida com a água oxigenada ou soluto de dakin
 Enxugar com uma compressa seca.
 Aplique o anestésico a volta da ferida
 Tornar os bordos rentes da ferida
 Lavar de novo se for necessário.
 Afastar a aparadeira e colocar o campo fenestrado
 Fazer a sutura de modo que os bordos da ferida se afrontem
 Depois de ser aplicado os pontos de sutura, retirar o campo e desinfectar a ferida
e as áreas adjacentes com mistura iodada, ou outro produto similar.
 Colocar um penso seco e fixar
 Aplicar um imunizante (vacina)
 Deixar o doente confortável, perguntando-lhe como se está a sentir
 Proceda com o material como na norma anterior (quanto a lavagem e esterilização
e arrumação).

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 73
Técnicas de Enfermagem I

Registo:

Registar:

 O tipo de penso feito


 Números de pontos aplicados
 Aspetos da ferida
 Os produtos empregues
 A reação do doente
 Hora, data e assinatura legível.

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 74
Técnicas de Enfermagem I

Elaborado por: Marcelino Cassoma & Marcos Bunga (Licenciando em ciências de Enfermagem) 75

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