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CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA

UNICEP

ANDRÉ BATISTA JANEIRO


EVELYN KEICY RIBEIRO SANTANA
IRIS DELEU FONSECA
RAISSA FERNANDA DE SOUZA
RAQUEL PERES DE MORAIS URANO

A DIFICULDADE DO USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS


RESIDENTES EM SÃO CARLOS, SÃO PAULO

SÃO CARLOS – SP
2021
ANDRÉ BATISTA JANEIRO
EVELYN KEICY RIBEIRO SANTANA
IRIS DELEU FONSECA
RAISSA FERNANDA DE SOUZA
RAQUEL PERES DE MORAIS URANO

Projeto de Pesquisa apresentado ao Centro


Universitário Central Paulista – UNICEP como
parte dos requisitos para conclusão da
disciplina de Programa Integrado
Multidisciplinar II.

Curso: Farmácia Noturno

SÃO CARLOS – SP
2021
RESUMO

A dificuldade do uso de medicamentos por idosos residentes em São Carlos, São


Paulo

Nas últimas décadas o envelhecimento populacional têm aumentado gradualmente.


À medida que a longevidade aumenta, os idosos tornam-se mais propensos ao
consumo de medicamentos. Cerca de 23% da população brasileira consome 60%
da produção nacional de drogas, e a maioria dos usuários têm mais de 60 anos. Os
idosos apresentam maiores dificuldades na manutenção de sua autonomia e isso
pode estar relacionado a fatores sociais, estilo de vida, pois muitos vivem sozinhos,
ou à situação de multimorbidades. Estas vulnerabilidades podem afetar no
entendimento do uso correto e adesão medicamentosa dos fármacos utilizados em
seus tratamentos. Visando a preocupação com a dificuldade no entendimento e uso
de medicamentos para idosos, o presente trabalho tem como objetivo realizar
estudo qualitativo sobre a importância da orientação medicamentosa em idosos da
cidade de São Carlos, SP. Para isso, será realizada pesquisa bibliográfica e
aplicação de questionário. Pretende-se observar também a importância dos
farmacêuticos na orientação sobre o uso dos medicamentos e melhor capacitação
dos profissionais de saúde na prescrição e orientação dos fármacos.

Palavras-chave: saúde do idoso; uso de medicamentos; terapêutica.


ABSTRACT

The difficulty of medication use by elderly residents in São Carlos, São Paulo

In the last decades the aging population has gradually increased. As longevity
increases, the elderly become more prone to drug consumption. About 23% of the
Brazilian population consumes 60% of the national drug production, and most users
are over 60 years old. The elderly have greater difficulties in maintaining their
autonomy and this may be related to social factors, lifestyle, as many live alone, or to
the situation of multimorbidities. These vulnerabilities can affect the understanding of
the correct use and drug adherence of the drugs used in their treatments. Aiming at
the concern with the difficulty in understanding and using medications for the elderly,
the present study aims at conducting a qualitative study on the importance of drug
counseling for the elderly in the city of São Carlos, SP. For this, a bibliographic
research and a questionnaire will be applied. It is also intended to observe the
importance of pharmacists in the guidance on the use of medicines and better
training of health professionals in the prescription and guidance of drugs.

Keywords: health of the elderly; use of medicines; therapeutics.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 6

2.OBJETIVO 7

3.METODOLOGIA 7

4.DESENVOLVIMENTO 8

4.1.O risco da automedicação 9

4.2. Projeção da população idosa em São 10


Carlos

5.CONCLUSÃO 11

6.REFERÊNCIAS 12
6

1.INTRODUÇÃO

O aumento da expectativa de vida ao decorrer dos anos provocou


modificações da estrutura etária e envelhecimento da população, levando a um
significativo aumento da parcela populacional de idosos. Como consequência disso,
observou-se uma maior prevalência de condições crônicas de saúde predispondo
os idosos a um maior consumo de medicamentos (PENTEADO et al., 2002). No
Brasil, cerca de 80% dos idosos utilizam no mínimo um tipo de medicamento. O uso
de mais de um fármaco pode levar a uma inconstância proveniente de reações
adversas (STEFANO et al., 2017).
Segundo Stefano e colaboradores (2017), a utilização de medicamentos
por idosos é considerada uma condição frequente que contribui para prolongar e
melhorar suas condições de vida, mas que, por outro lado, pode gerar sérios
problemas à saúde, especialmente quando associada ao uso inadequado devido à
prescrição ou à dispensação dos mesmos. Cerca de 23% da população brasileira
consome 60% da produção nacional de drogas, e a maioria dos usuários têm mais
de 60 anos (TEIXEIRA e LEFÈVRE, 2001). Os idosos apresentam maiores
dificuldades na manutenção de sua autonomia e isso pode estar relacionado a
fatores sociais, estilo de vida, pois muitos vivem sozinhos, ou à situação de
multimorbidades. Estas vulnerabilidades podem afetar no entendimento do uso
correto e adesão medicamentosa dos fármacos utilizados em seus tratamentos
(NASCIMENTO, 2021). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),
mais de 50% dos medicamentos são prescritos ou dispensados de forma
inadequada, e cerca de 50% dos pacientes utilizam medicamentos de maneira
incorreta.
Estudos têm mostrado que a intervenção farmacêutica por meio de ações
educativas e orientações sobre o regime terapêutico traz benefícios à saúde do
paciente e ao processo de promoção da saúde. Essa orientação pode ser
destinada ao paciente idoso, ao seu acompanhante, familiar, cuidador e, ainda, ao
médico prescritor e demais profissionais de saúde envolvidos diretamente na
assistência à saúde (MENESES e SÁ, 2010).

A Política Nacional de Medicamentos (PNM) tem diretrizes que incluem a


orientação das ações de saúde relacionadas ao uso de medicamentos. Seu
7

principal objetivo é garantir segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a


promoção de seu uso racional e o acesso da população àqueles considerados
essenciais. Uma das prioridades é a promoção do uso racional de medicamentos,
incluindo a prescrição apropriada, a disponibilidade cabível e a preços acessíveis; a
dispensação em condições adequadas e o consumo de medicamentos eficazes,
seguros e de qualidade, nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no período
de tempo indicado (STEFANO et al., 2017).

Tendo em vista os desafios que os idosos enfrentam na sociedade, a


presente pesquisa tem como objetivo estudar a dificuldade no uso de
medicamentos por idosos residentes na cidade de São Carlos (SP). Nosso estudo
pretende levar à maior reflexão sobre as estratégias que possam ser eficazes na
assistência farmacêutica, bem como na resolução das dúvidas relatadas que
interferem no tratamento e no agravamento de patologias.

2. OBJETIVO

O presente trabalho relata o consumo de medicamentos de idosos, obtidos


de dados bibliográficos, visando a partir do grupo de especialidades farmacêuticas e
dos relatos das queixas e/ou conhecimento pelos entrevistados do diagnóstico de
suas enfermidades, identificar o quadro de morbidade referida e as condições da
medicalização do idoso com a recomendação e o acompanhamento clínico
profissional.

3. METODOLOGIA

O estudo foi executado com a formação teórica sobre o tema, iniciando-se


por pesquisas bibliográficas e artigos científicos. Foram expostas algumas
metodologias de análise e melhoria na área da saúde em relação à falha de
comunicação entre o paciente e o farmacêutico. O assunto abordado é bem
abrangente, mas o foco está no cuidado dos profissionais para com os idosos, que
possuem grande dificuldades perante os requisitos médicos.
Realizou-se uma revisão bibliográfica com bases em artigos encontrados
abordando este tema através dos sites: TESES.USP, SCIELO, GOOGLE SCHOLAR
8

e GOOGLE ACADÊMICO através dos descritores: idosos, medicamentos, uso


racional. Os critérios utilizados de inclusão, são artigos publicados entre os anos de
2005 até o presente ano. Foram excluídos artigos com publicação anterior à 2005.
Os resultados e discussões desta pesquisa foram elaborados através de
estudos encontrados na literatura que evidenciam a quantidade total de
medicamentos consumidos pela população idosa, o que varia de dois até cinco
medicamentos. Isso por acarretar em um problema, pois às vezes os idosos tomam
medicação não prescrita pelo médico ou fazem uso indevido de vários deles ao
mesmo tempo, o que pode causar interações medicamentosas, reações adversas
inesperadas ou aumentar a ação de um determinado medicamento.

4. DESENVOLVIMENTO

Envelhecer é um processo natural e inevitável na vida do ser humano, e de


maneira geral, o envelhecimento pode ser definido pelos efeitos que a idade causa
no organismo da pessoa. Apesar de não ser sinônimo de doença, o envelhecimento
acarreta alterações anatomopatológicas, que geralmente se apresentam através de
doenças crônicas (ÁVILA et al., 2007).
A expectativa de vida está diretamente ligada ao envelhecimento e tem sido
atribuída pela importância de suas particularidades e necessidades. Buscando por
qualidade de vida, o controle de doenças, muitas vezes, conseguido pelo uso de
medicamentos (LINJAKUMPU et. al., 2002).
Cerca de 23% da população brasileira consomem 60% da produção nacional
de medicamentos, especialmente as pessoas acima de 60 anos (TEIXEIRA e
LEFECRE, 2001). Segundo Flores e Mengue (2005), a elevada quantidade da
utilização de medicamento por idosos, aponta que os grupos de medicamentos
cardiovasculares e analgésicos são os maiores utilizados pelos idosos.
De acordo com Simonson e Feinberg (2005), os idosos apresentam maior
risco de problemas referentes às medicações como resultado de mudanças
psicológicas à idade, presença de múltiplas doenças crônicas e administração de
número elevado de medicações.
A automedicação é o uso de medicamentos sem a prescrição, orientação
e/ou acompanhamento do prescritor (BRASIL, 2001). Quando o paciente procura
uma orientação farmacêutica, a prática recebe o nome de automedicação
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responsável. Esta é entendida como “a provisão responsável da farmacoterapia com


o objetivo de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos
pacientes” (STRAND,1990).
A orientação na solução de dúvidas e administração de medicamentos, irá
contribuir com que o idoso após a consulta médica, possa ter conhecimento da
medicação a ser administrada, ou até mesmo por um cuidador, o qual pode ser um
familiar, amigo, vizinho ou um profissional. Os cuidados com a saúde remetem a
importância da orientação dos profissionais da saúde, que por sua vez tem papel
fundamental e age como coadjuvante na vida do idoso, orientando e ajudando no
tratamento de medicações.
O farmacêutico tem participação fundamental na dispensação e
administração de medicamentos. Em casos de pacientes crônicos, quando existe
necessidade inadiável de medicação e impossibilidade de atendimento médico, o
farmacêutico poderá assumir a responsabilidade da decisão de fornecimento de
medicamentos, sendo a quantidade fornecida apenas suficiente até a próxima
consulta clínica (ZANINI, 1988). Além disso, poderá auxiliar na triagem dos
pacientes que realmente precisam procurar assistência médica. Deste modo, a
prática de aconselhamento de medicamentos pelo profissional farmacêutico poderia
ser denominada indicação farmacêutica.

4.1. O risco da automedicação

Em relação às diferentes práticas de automedicação, a especialização dos


saberes leigos, isto é, a apropriação do saber técnico pelos indivíduos que não
passaram por cursos médicos ou afins, é o fator mais fortemente associado. 
O acesso à informação nas sociedades modernas é muito maior, o que
permite uma difusão dos saberes periciais para o leigo, por meios de comunicação
de massa, escolarização da população, maior acesso a fontes de saúde, que
permitem a incorporação do saber pericial pelo leigo. Deste modo, o saber não é
mais fundamentado apenas em aspectos relativos a crenças, hábitos, costumes e
modo de vida. 
Estas pessoas passam a assimilar o saber científico, reinterpretando sua
prática, de modo a haver uma troca entre o saber sistematizado na área e o público
leigo. No entanto, o saber leigo continua a ser leigo. 
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O que ocorre é uma assimilação do saber científico que será


reapropriado, reinterpretado e reutilizado em funções das experiências cotidianas do
indivíduo. Por exemplo, o fator da escolaridade do indivíduo influencia a
interpretação e a utilização do saber científico incorporado.

4.2. Projeção da população idosa em São Carlos

O município de São Carlos vai passar por um processo intenso de


envelhecimento populacional nas próximas décadas. Estimativa feita pela Fundação
Sistema Estadual de Análise de Dados mostra que a população com mais de 60
anos deverá crescer 36% até 2030 e praticamente dobrar em 2050 (Fundação
Seade projeta São Carlos "idosa" em 2050).
O percentual passou para 16,8% em 2020 e deve beirar os 22% em
2030. Em um horizonte de longo prazo, a proporção de idosos deve ser de um a
cada três munícipes em 2050. Entre 2000 e 2020, a estimativa percentual de
moradores com até 14 anos passou de 24% para 17% (Fundação Seade projeta
São Carlos "idosa" em 2050).
A redução na quantidade de crianças e adolescentes e o aumento da
população idosa exigirá uma mudança nos serviços públicos na cidade
(TELAROLLI, 2021).
Segundo Telarolli (2021), professor de saúde pública da faculdade de
Ciências Farmacêuticas da Unesp de Araraquara/SP, São Carlos precisará de
menos escolas, creches e atendimento de saúde especializado na fase infantil e
mais na outra “ponta”.

“O idoso é um consumidor voraz porque tem doenças que são


chamadas de crônicas degenerativas, aquelas que vão se
desenvolvendo ao longo da visa, fruto do envelhecimento. São
enfermidades que têm tratamento mais caro e que demanda mais
assistência hospitalar, multidisciplinar. O idoso é um doente mais
caro” (TELAROLLI, 2021).

O professor de economia da Universidade de São Carlos, Joelson


Gonçalves de Carvalho (2021), relata que o envelhecimento da população pode
mudar o perfil de consumo na cidade. "De modo proporcional, mais pessoas com
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mais idade tendem a fazer uma mudança drástica do perfil de consumo, tende a ter
uma renda mais comprometida com serviços de saúde e a gerar uma preocupação
frente a previdência social", relata o economista (Fundação Seade projeta São
Carlos "idosa" em 2050).

5. Conclusão

Assim, torna-se necessário instituir medidas de sensibilização da população


idosa quanto à importância do consumo racional de medicamentos, otimizando a
sua utilização. Contudo, a orientação na solução de dúvidas e administração de
medicamentos, irá contribuir com que o idoso após a consulta médica, possa ter
conhecimento da medicação a serem administrados, ou até mesmo por um
cuidador, os cuidados com a saúde remetem a importância da orientação dos
profissionais da saúde, que por sua vez tem papel fundamental e age como
coadjuvante na vida do idoso, orientando e ajudando no tratamento de medicações.

6. Referências:

ÁVILA, A. H., Guerra M. & Meneses M. P. R. (2007). Se o velho é o outro, quem


sou eu? A construção da auto-imagem na velhice. Pensamento Psicológico, 3(8), 7-
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v. 15, n. 3, p. 357-364, 2010.

LINJAKUMPU, T. et al. Use of medications and polypharmacy are increasing among


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12

OLIVEIRA, L. et al. Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde: da


Política Nacional de Medicamentos à Atenção Básica à Saúde. Ciência & Saúde
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1, p. 35-42, 2002.

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idosos: análise da prescrição, dispensação e utilização num município de porte
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20, p. 679-690, 2017.

TEIXEIRA, J. J.; LEFÈVRE, F. A prescrição medicamentosa sob a ótica do paciente


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MENESES, A. L. L.; SÁ, M. L. B.. Atenção farmacêutica ao idoso: fundamentos e


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