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Farmácia é notificada por oferecer remédio para driblar bafômetro

COMENTÁRIO

Infelizmente esta é uma prática muito comum nos estabelecimentos farmacêuticos


(Farmácias e Drogarias), principalmente quando se vende medicamentos tarjados, seja
vermelha ou preta, sem a receita médica colocando a saúde e a vida dos pacientes
(clientes) em risco. Esta conduta adotada pelo estabelecimento foi negativa, onde foi
colocado um cartaz dizendo: "Que os clientes podem fazer o uso do medicamento caso
fossem beber e dirigir e que não teriam nenhum problema", acreditando que o mesmo
(medicamento) poderia mascarar a presença do álcool etílico (etanol) no sangue quanto o
consumidor fizesse o teste do bafômetro. Nunca se deve ingerir bebidas alcoólicas com
nenhum medicamento, pois o álcool pode potencializar ou diminuir a ação do medicamento
(isso vai depender do tipo de medicamento), podendo trazer prejuízo para a saúde do
paciente (cliente) ou até mesmo levá-lo à morte .
O farmacêutico é a maior autoridade sobre os medicamentos, ele é o responsável pela
manipulação, pela dispensação, pelo armazenamento, pelo controle de qualidade, pela
orientação do uso racional do medicamento e entre outros.O farmacêutico sempre deve
exercer a sua profissão com ética, zelando o seu nome, o seu registro e também zelar pela
segurança dos pacientes nas quais eles depositam as suas confianças nestes profissionais,
mas infelizmente há farmacêuticos que exercem a sua função não obedecendo o código de
ética farmacêutica, pois muitos deles praticam atos ilícitos como: vender medicamentos
tarjados (vermelho ou preta) sem a prescrição médica para com um único propósito:
A lucratividade.
Muitos farmacêuticos ficam "reféns" de proprietários de farmácias ou drogarias, pois o
profissional depende desse emprego para sobreviver e também para sustentar a sua
família, então o profissional fica sujeito a cumprir com as normas do estabelecimento
(mesmo não concordando) e caso o profissional não atinja a meta ou descumpra as normas
do estabelecimento, o profissional poderá perder o seu emprego. Há uma coisa que o
farmacêutico deve ter em mente: "É melhor perder o emprego por ter agido com ética e
zelar pelo seu nome e sua imagem do que responder criminalmente por ter vendido produto
sem receita e fazer a afirmação falsa e enganosa", só para trazer a lucratividade para o
proprietário da farmácia. Com esta atitude da farmacêutica (como mostra a foto) de não ter
denunciado o proprietário sobre a prática ilícita para o Conselho Regional de Farmácia
(CRF) como manda o Código de Ética farmacêutica, ela responderá perante ao Conselho
Regional de Farmácia sobre os artigos 8°, 9°, 14° e 20°, que se encontram na
RESOLUÇÃO Nº 724, DE 29 DE ABRIL DE 2022, que diz:

Art. 8º - A profissão farmacêutica deve ser exercida com vistas à promoção, prevenção e
recuperação da saúde, e sem fins meramente mercantilistas.

Art. 9º - O trabalho do farmacêutico deve ser exercido com autonomia técnica e sem a
inadequada interferência de terceiros, tampouco com objetivo meramente de lucro,
finalidade política, religiosa ou outra forma de exploração em desfavor da sociedade.

Art. 14 - O farmacêutico, durante o tempo em que permanecer inscrito em um CRF,


independentemente de estar ou não no exercício efetivo da profissão, deve:
I - comunicar ao CRF e às autoridades competentes os fatos que caracterizem infringência
a este código e às normas que regulam o exercício das atividades farmacêuticas;

Art. 20 - É vedado ao inscrito em CRF:

III - promover publicidade enganosa ou abusiva da boa-fé do usuário;

IV - anunciar produtos farmacêuticos ou processos por quaisquer meios capazes de induzir


ao uso indevido e indiscriminado de medicamentos ou de outros produtos farmacêuticos.

E também responderá pelo crime referindo ao Código de Defesa do Consumidor


(CDC) o artigo 66, que diz:

Art. 66 - Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a


natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade,
preço ou garantia de produtos ou serviços:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.

Devido à falta de ética por parte da farmacêutica, agora não só ela mas também o
proprietário, sofrerão as punições que serão impostas pelo CRF/ RS e pelas autoridades
competentes, justamente por comercializar produtos tarjados sem a receita médica e é claro
induzir o uso indiscriminado de medicamento aos clientes colocando em risco a sua saúde,
a sua segurança e a sua vida tudo em nome da lucratividade.

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