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A BANALIDADE DO MAL
O termo “fascista” passou a ser invocado com mais frequência nos últimos
tempos como sinônimo de algo ou alguém que achamos autoritário, violento e
desagregador. Sem uma definição clara de seu significado para as gerações mais novas,
que acabam relacionando ao populismo, a expressão tem sido usada como muleta nesses
tempos de polarização política, espécie de xingamento definitivo para encerrar qualquer
discussão.
A naturalização dos massacres dos mais pobres por agentes do Estado ou
milícias privadas; a convivência promíscua com a corrupção; o medo e o pânico como
alavancas da paz social; a valorização das pessoas pelo que são capazes de consumir; a
vida pública e a vida privada mercantilizada como espetáculo… A lista é infinita de
exemplos (o fascismo no nosso dia a dia).
Reportagens, documentários, e no contemporâneo vemos atitudes neonazistas
(normalmente com ênfase nas mensagens de ódio, na violência e na estética fascista). É
claro que não podemos afirmar tampouco temer que o fascismo clássico (aquele dos
anos de 1930) exista nos dias atuais. Porém a cultura que lhe deu origem continua viva,
atuante e pode reaparecer seja em novos formatos, seja influenciando os que estão no
poder. Esquecer de que seus remanescentes e elementos continuam vivos seria ainda
menos realista, e até perigoso. Em resumo, tais ideias podem ser influenciadas seja nos
que estão no poder, seja na sociedade em geral.
Segundo Emilio Gentile, Devemos distinguir entre o fascismo histórico, que é o
regime que, a partir da Itália, marcou a história do século 20 e se estendeu à Alemanha e
a outros países europeus no período entre as duas guerras mundiais, e o que é
freqüentemente chamado de fascismo depois de 1945, que se refere a todos aqueles que
usam da violência em movimentos de extrema direita.
O que existe hoje é o perigo de uma democracia, em nome da soberania
popular, assumir características racistas, antissemitas e xenófobas. Mas em nome da
vontade popular e da democracia soberana, que é absolutamente o oposto do fascismo,
porque o fascismo nega totalmente a soberania popular. Esses movimentos, no entanto,
se definem como uma expressão da vontade popular, mas negam que este direito possa
ser estendido a todos os cidadãos, sem discriminações entre os que pertencem à
comunidade nacional e aqueles que não.
CONCLUSÃO: