Você está na página 1de 133

CÁLCULO III

GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul

MULTIVIX
do Estado do Espírito Santo, com unidades em
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.
Desde 1999 atua no mercado capixaba,
destacando-se pela oferta de cursos de
graduação, técnico, pós-graduação e
extensão, com qualidade nas quatro áreas
do conhecimento: Agrárias, Exatas,
Humanas e Saúde, sempre primando pela
qualidade de seu ensino e pela formação
de profissionais com consciência cidadã
para o mercado de trabalho.

Atualmente, a Multivix está entre o seleto


grupo de Instituições de Ensino Superior que
possuem conceito de excelência junto ao
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu-
ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis-
taram notas 4 e 5, que são consideradas
conceitos de excelência em ensino.

R EE II T O R
R
Estes resultados acadêmicos colocam
todas as unidades da Multivix entre as
melhores do Estado do Espírito Santo e
entre as 50 melhores do país.

MISSÃO

Formar profissionais com consciência


cidadã para o mercado de trabalho, com elevado
padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil-
idade, segurança e modernidade, visando à satis-
fação dos clientes e colaboradores.

VISÃO

Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-


da nacionalmente como referência em qualidade
educacional.

MULTIVIX EAD
2 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

Alessandro Ferreira Alves.

Cálculo III / Alves, Alessandro Ferreira. - Multivix, 2020.

Catalogação: Multivix
2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3
LISTA DE FIGURAS
  > Figura 1: Aplicações envolvendo as integrais. 10
  > Figura 2: O processo de antidiferenciação. 13
  > Figura 3: Primitivas imediatas de outras funções trigonométricas. 17
  > Figura 4: A integração por partes sendo aplicada na prática. 23
  > Figura 5: Pontos fundamentais relacionados a integração por partes. 25
  > Figura 6: Informações básicas da integração por frações parciais 28
  > Figura 7: A divisão entre polinômios – método da chave. 29
  > Figura 8: As relações envolvendo a transformação de soma e produto. 32
  > Figura 1- Aspectos introdutórios da integral definida 35
  > Figura 2 - Representação da partição P de um intervalo [a, b] 36
  > Figura 3 - Definição dos números c  37
  > Figura 4 - A descrição da área dos retângulos R 37
  > Figura 5 - Soma das áreas dos retângulos  38
  > Figura 6 - Caracterização da área de um conjunto A 43
  > Figura 7 - Aproximação das áreas dos retângulos – por falta e por excesso43
  > Figura 8 - Conjunto S do exemplo – delimitação da área a ser calculada 45
  > Figura 9 - Conjunto S do exemplo – delimitação da área a ser calculada 46
  > Figura 10 - Cone – sólido de revolução 47
  > Figura 11 - O sólido de revolução do nosso exemplo 49
  > Figura 12- Interpretação da convergência de integrais impróprias 51
  > Figura 13- Disposição geométrica da velocidade em função do tempo 53
  > Figura 14 - Configuração do deslocamento num intervalo subdividido
em dois 54
  > Figura 1 - Aplicações envolvendo as sequências e séries numéricas 58
  > Figura 2 - O gráfico da sequência  60
  > Figura 3 - O gráfico da sequência  61
  > Figura 4 - Sequências convergentes e divergentes 63
  > Figura 5 - Informações importantes sobre as séries numéricas 67
  > Figura 1 - A interpretação geométrica de uma função de duas variáveis 76
  > Figura 2 - A interpretação geométrica do gráfico de z = f(x, y) 78
  > Figura 3 - Curvas de nível da função
 79

MULTIVIX EAD
4 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
  > Figura 4 - A ideia intuitiva do limite de f (x, y)  80
  > Figura 5 - O plano cortando o gráfico de f(x, y) 82
  > Figura 6 - Representação geométrica da função z = f(x, y) na região R
do plano 84
  > Figura 7 - Representação geométrica da função z = f(x, y) na região R
do plano 85
  > Figura 8 - Interpretação geométrica da integral dupla da função
z = f(x, y) 86
  > Figura 9 - A integral dupla da função z = f(x, y) dando o volume de um
sólido de revolução 87
  > Figura 10 - Interpretando geometricamente a região T para
integral tripla 88
  > Figura 11 - Interpretando geometricamente a definição formal da
integral tripla 89
  > Figura 12 - Interpretando geometricamente a definição formal da
integral tripla 90
  > Figura 13 - Interpretando geometricamente a definição formal da
integral tripla 91
  > Figura 14 - Interpretando geometricamente o exemplo em questão 92
  > Figura 15 - Interpretando geometricamente o exemplo em questão 92
  > Figura 1 - Aplicabilidade das equações diferenciais de primeira ordem 96
  > Figura 2 - Classificação das equações diferenciais 97
  > Figura 3 - Caracterização da linearidade de uma EDO 99
  > Figura 4 - A interpretação geométrica do exemplo anterior 104
  > Figura 5 - Sequência de passos para o método dos fatores integrantes  105
  > Figura 6 - Modelagem matemática via EDOs de primeira ordem 110
  > Figura 1 - Importância das equações diferenciais de segunda ordem no
contexto da Engenharia 116
  > Figura 2 - Possibilidades para as raízes da equação característica 119
  > Figura 3 - Interpretando o Teorema da Existência e Unicidade 122
  > Figura 4 - As duas soluções não podem ser LD 127
  > Figura 5 - Método dos coeficientes indeterminados 130

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5
SUMÁRIO

UNIDADE 1 1. INTRODUÇÃO A TEORIA DA INTEGRAÇÃO 10


OBJETIVOS DA UNIDADE  10
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 10
1.1 INTEGRAL INDEFINIDA E PRIMEIRAS PRIMITIVAS IMEDIATAS 11
1.2 OUTRAS PRIMITIVAS IMEDIATAS 14
1.3 INTEGRAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO 18
1.4 INTEGRAÇÃO POR PARTES 23
1.5 INTEGRAÇÃO POR FRAÇOES PARCIAIS 27
1.6 INTEGRAÇÃO DE POTÊNCIAS DE SENO E COSSENO 30

UNIDADE 2 2. INTEGRAL DEFINIDA E INTEGRAL IMPRÓPRIA 35


INTRODUÇÃO DA UNIDADE 35
2.1 INTEGRAL DEFINIDA E SOMAS DE RIEMANN 36
2.2 TEOREMAS FUNDAMENTAIS 38
2.3 CÁLCULO DE ÁREAS 42
2.4 CÁLCULO DE VOLUMES DE SÓLIDOS DE REVOLUÇÃO 46
2.5 INTEGRAIS IMPRÓPRIAS  50
2.6 OUTRAS APLICAÇÕES DA INTEGRAL DEFINIDA 52

UNIDADE 3 UNIDADE 3 - SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS  57


APRESENTAÇÃO 57
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 57
3.1 INTRODUÇÃO ÀS SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS 58
3.2 SEQUÊNCIAS MONÓTONAS E LIMITADAS 61
3.3 INTRODUÇÃO ÀS SÉRIES NUMÉRICAS E PRIMEIRAS PROPRIEDADES 66
3.4 TEOREMAS FUNDAMENTAIS 68
3.5 CRITÉRIOS DE CONVERGÊNCIAS DAS SÉRIES NUMÉRICAS 70
3.6 CONVERGÊNCIA ABSOLUTA E CONDICIONAL  71

MULTIVIX EAD
6 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
UNIDADE 4 4. INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA 75
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 75
4.1 FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS REAIS 75
4.2 LIMITES DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS REAIS 79
4.3 DERIVADAS PARCIAIS 82
4.4 INTEGRAIS DUPLAS 84
4.5 INTEGRAIS TRIPLAS 88
4.6 APLICAÇÕES DIVERSAS 91

UNIDADE 5 5. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM E APLICAÇÕES 95


INTRODUÇÃO DA UNIDADE 95
5.1 INTRODUÇÃO AS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 95
5.2 SOLUÇÕES EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS  100
5.3 EQUAÇÕES SEPARÁVEIS 101
5.4 O MÉTODO DOS FATORES INTEGRANTES 104
5.5 EQUAÇÕES EXATAS 106
5.6 APLICAÇÕES ENVOLVENDO AS EDO’S DE PRIMEIRA ORDEM  109

UNIDADE 6 6. EQUAÇÕES DIFERENCIAS DE SEGUNDA ORDEM E APLICAÇÕES 115


INTRODUÇÃO DA UNIDADE 115
6.1 INTRODUÇÃO AS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE SEGUNDA ORDEM 116
6.2 EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS COM COEFICIENTES CONSTANTES –
RAÍZES REAIS E DISTINTAS 119
6.3 CONJUNTO FUNDAMENTAL DE SOLUÇÕES, WRONSKIANO E
INDEPENDÊNCIA LINEAR 120
6.4 EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS COM COEFICIENTES CONSTANTES –
RAÍZES COMPLEXAS CONJUGADAS  125
6.5 EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS COM COEFICIENTES CONSTANTES –
RAÍZES REAIS E IGUAIS (REDUÇÃO DE ORDEM)  127
6.6 O MÉTODO DOS COEFICIENTES INDETERMINADOS  128

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 7
ICONOGRAFIA

ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER

SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES

LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS

GLOSSÁRIO QUESTÕES

MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS

ANOTAÇÕES CITAÇÕES

EXEMPLOS DOWNLOADS

MULTIVIX EAD
8 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

UNIDADE 1

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> estar familiarizado


com as principais
propriedades e
técnicas envolvendo
a teoria da
integração.

MULTIVIX EAD
9 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

1. INTRODUÇÃO A TEORIA DA
INTEGRAÇÃO

OBJETIVOS DA UNIDADE
Ao final desta unidade você estará familiarizado com as principais proprieda-
des e técnicas envolvendo a teoria da integração.

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará os conceitos introdutórios e as primeiras primitivas ime-
diatas envolvendo o contexto da integração. Você já está familiarizado com ope-
rações inversas, desde as mais simples até as mais sofisticadas. Assim sendo,
adição e subtração, multiplicação e divisão são operações inversas, bem como
potenciação e radiciação. Nesta Unidade, vamos desenvolver a operação inversa
da diferenciação chamada de antidiferenciação ou integral indefinida.
Resumindo, a integral indefinida nada mais é do que a caracterização de to-
das as primitivas de uma dada função , ou seja, representa o processo
feito na derivação ou diferenciação. É rotineiramente utilizada no cálculo de
áreas e volumes, bem como, em problemas relacionados a mecânica, reações
químicas, máximos e mínimos e descrição de indicadores.

FIGURA 1: APLICAÇÕES ENVOLVENDO AS INTEGRAIS.

Fonte: Deduca (2019).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 10
CÁLCULO III

Observem que a integral indefinida é o processo inverso da derivação, sendo


amplamente utilizada na resolução de problemas contextualizados e nas mais
variadas áreas, tais como: Computação, Matemática, Física, Biologia, Química e
Engenharias. Portanto,, diversas modelagens só podem ser solucionadas com
base na teoria da integração.

1.1 INTEGRAL INDEFINIDA E PRIMEIRAS


PRIMITIVAS IMEDIATAS
O ponto base para iniciarmos a tratativa teórica e aplicada envolvendo a in-
tegração é a conceituação de primitiva ou antiderivada. Aqui, temos a célula
fundamental para a construção de tal teoria. Vejamos o seu conceito.

Primitiva ou Antiderivada: Seja f uma função


definida em um intervalo I, ou seja, . Uma
primitiva (ou antiderivada) de f em I é uma função
F definida em I tal que , ou seja, a
derivada de F (x) é equivalente à função f (x) para
todo x pertencente ao intervalo I.

Vejamos alguns exemplos introdutórios acerca de tal conceito.


Exemplo 1: A função é uma primitiva de em , já que: para
todo , tem-se que . Observe que aqui temos .
Exemplo 2: A função é uma primitiva de em , pois: para
todo , temos que . Mais uma vez temos .
Exemplo 3: A função é uma primitiva de em , pois:
para todo número real x, temos que .

MULTIVIX EAD
11 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Início da Ilustração! Ressalta-se que em termos


gerais, se uma função F (x) for uma primitiva
de f (x) em I e se tivermos , com
, então , ou
seja, e, portanto, G (x) também é uma
primitiva de f no intervalo I.

De acordo com Barboni (2013) podemos provar que se F (x) for qualquer pri-
mitiva peculiar de f (x) em I, então toda primitiva de f (x) em I, será dada por
, onde C é um número real qualquer.
Exemplo 4: A função é uma primitiva de em , similar-
mente, ou são também primitivas de em
. Salientamos que, no lugar do número 3 ou (– 10) poderia vir qualquer
outra constante numérica e, mesmo assim, a função G(x) seria uma primitiva
de f(x) no conjunto dos números reais.

Sumarizando, podemos notar que se f(x) possui uma


primitiva particular F(x) então ela admite na verdade
uma família infinita de primitivas, que diferem por
um valor constante.

Portanto, temos dois resultados importantes relacionados a este contexto ao


qual descrevemos a seguir, sem preocupação de demonstração.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 12
CÁLCULO III

Teorema 1 (Morettin 2016)

Se tivermos duas funções f(x) e g(x) de tal forma que


para qualquer x no intervalo I, então existirá uma constante K, tal que
para todo x em I.

Teorema 2 (Morettin 2016)

Se tivermos F(x) uma primitiva particular de f(x) em um intervalo I,


então toda primitiva de f(x) em I será descrita por F (x) + C , onde C é
uma constante arbitrária e todas as primitivas de f(x) em I poderão ser
obtidas com a atribuição de certos valores a constante C.

Denominamos de Antidiferenciação como sendo o


processo de caracterização do conjunto de todas as
primitivas de uma dada função f(x).

FIGURA 2: O PROCESSO DE ANTIDIFERENCIAÇÃO.

Derivação ou
Diferenciação

Antiderivação ou
Antidiferenciação

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

MULTIVIX EAD
13 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Salienta-se que a simbologia denota a operação de antidiferenciação e, des-


ta forma, escrevemos , com e .

O conjunto de todas as primitivas de f(x) é a Integral


Indefinida de f(x) em relação a variável x, denotada
por , onde o símbolo denota a integral
indefinida, f(x) é a função integrando e x a variável
de integração. O primeiro cientista a introduzir tal a
convenção de escrever a diferencial de uma função
após a simbologia da antidiferenciação foi Leibniz.
Além disso, se descrever o conjunto de
todas as funções cuja diferencial é , então
também será o conjunto de todas as primitivas da
função f(x).

1.2 OUTRAS PRIMITIVAS IMEDIATAS


Como observamos anteriormente, a antidiferenciação é a operação inversa da
diferenciação e, portanto, os resultados envolvendo a antidiferenciação podem
ser obtidos com base nos resultados relacionados a diferenciação.
Desta forma, os resultados a seguir podem ser comprovados facilmente com
base nos teoremas correspondentes da diferenciação. Vejamos então, algu-
mas outras primitivas que são essenciais na teoria envolvendo as integrais e
aplicações diversas.

Teorema 3 (Morettin 2016)

Temos que .

Justificativa: Notemos facilmente que , logo , já


que .
c.q.d.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 14
CÁLCULO III

A descrição c.q.d significa “como queríamos


comprovar” e aparece frequentemente quando
finalizamos a prova de um resultado.

Teorema 4 (Morettin 2016)

, onde a é uma constante.

Esse resultado nos mostra que para caracterizarmos uma antiderivada


de uma constante vezes uma função f(x), encontramos primeiramente
uma antiderivada da função multiplicando-a, em seguida, pela
constante, que no nosso caso é k.

Teorema 5 (Morettin 2016)

A integral indefinida de uma soma ou de uma diferença é igual a


soma ou diferença das integrais indefinidas. Em símbolos, temos que:
. Tal resultado é válido para uma
soma envolvendo um número finito de parcelas.

Teorema 6 (Morettin 2016)

Se n for um número racional diferente de – 1 então .

Justificativa:Basta observamos que a derivada de é dada por


.

c.q.d.

MULTIVIX EAD
15 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Vamos praticar um pouco? Vejamos o exemplo a seguir.

Exemplo 5: Vamos determinar as integrais indefinidas abaixo com base nas


primitivas apresentadas anteriormente.

a. 

b. 

c. 

Para não sobrecarregarmos a notação, resolvemos


as integrais de forma separada, e apenas no final
colocamos a constante de integração C. A resposta
deve ter uma constante, pois como vimos se trata de
uma integral indefinida. No caso da situação atual
temos que .

d. 

e. 

E as primitivas envolvendo as funções trigonométricas? Quais seriam? Nesse


caso, os resultados específicos envolvendo a antiderivada das funções seno e
cosseno podem ser visualizadas diretamente com base nos resultados asso-
ciados da diferenciação.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 16
CÁLCULO III

Teorema 8 (Morettin 2016)

A primitiva ou antiderivada da função é a função


, ou seja, escrevemos .
Justificativa: Para justificarmos tal primitiva, notamos diretamente que
.

c.q.d.

Teorema 9 (Morettin 2016)

A primitiva ou antiderivada da função é a função ,


ou seja, escrevemos .

Justificativa: Para justificarmos tal antiderivada, observamos que


.

Os resultados que descreveremos na Figura 3 são consequências dos teoremas


para as derivadas das funções: tangente, cotangente, secante e cosecante. As
demonstrações são imediatas, obtidas com o cálculo da derivada similarmen-
te como feita em alguns exemplos anteriores.

FIGURA 3: PRIMITIVAS IMEDIATAS DE OUTRAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS.

Função Primitiva Imediata

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

MULTIVIX EAD
17 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

É importante salientarmos que o cálculo para as integrais envolvendo as funções


trigonométricas podem ser mais facilmente computadas com o uso das relações
trigonométricas. Assim sendo, sugerimos como material complementar.

Você pode pesquisar nas referências desta unidade


as relações trigonométricas para simplificação dos
cálculos envolvendo as primitivas das integrais
relacionadas as funções trigonométricas, dentre
elas citamos: , ,
e .

1.3 INTEGRAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO


É possível calcularmos uma primitiva após efetuarmos uma mudança de va-
riável. Nosso objetivo aqui é, através de uma mudança de variável, simplifi-
carmos a integral a ser calculada para uma já conhecida (tabelada imediata).
Esta técnica é muito parecida com a que discutimos anteriormente.
Exemplo 6: Vamos calcular através da mudanca de variável a integral
.
Solução: Primeiramente, devemos pensar a mudança de variável com a ideia
de simplificação da integral a ser computada (reduzir para uma primitiva co-
nhecida). Aqui, efetuemos a seguinte mudança de variável:
,
ou ainda,
,
daí vem que du = dx .

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 18
CÁLCULO III

Então, podemos escrever:

Quando resolvemos a integral inicial por intermédio


da mudança de variável, o passo final é voltarmos
para a nossa variável original (no nosso exemplo
voltamos para a variável x).

Exemplo 7: Pela mudanca de variável vamos computar a integral .


Solução: Neste caso, vamos realizar a mudança de variável dada por ,
ou ainda, daí . Desta forma, vem que:

MULTIVIX EAD
19 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Sendo a uma constante positiva e diferente de 1,


a função exponencial de base a é definida como
. Desta forma, da teoria da derivação vimos
que . Com base em tal argumentação,
podemos escrever que a antiderivada de tal função
é dada por:

Assim, temos que:

Em particular, se tivermos a = e (constante de Euler)


temos , então:

(pois lne = 1)

Exemplo 8: Vamos determinar a integral .


Solução: Vamos efetuar a troca de variável dada por:

e, então vem que du = dx.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 20
CÁLCULO III

Assim sendo, podemos escrever a nossa integral como:

Exemplo 9: Vamos caracterizar a integral


Solução: Vamos efetuar a troca de variável dada por:

e, então temos que .

Desta maneira, podemos escrever a nossa integral como:

É sabido que a função logarítmica é a função inversa


da função exponencial, ou seja, podemos escrever
que . Além disso, se tivermos
então a sua derivada é dada por .
Assim sendo, pelo teorema da função inversa para
derivadas, podemos escrever que:

então

Portanto, se b = e (constante de Euler), vem que:

então

Isso nos leva a integral da função logarítmica lnx, ou


seja, temos a primitiva da mesma dada por:

Obviamente considerando x > 0 para a existência de


.

MULTIVIX EAD
21 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Exemplo 10: Vamos determinar a integral .


Solução: Vamos efetuar a troca de variável dada por e, então vem que
. Assim sendo, podemos escrever a nossa integral como:

Exemplo 11: Vamos determinar a integral .


Solução: Vamos efetuar a troca de variável dada por u = 3 x e, então, du = dx.
Desta forma, podemos escrever a nossa integral como:

E, portanto,

Exemplo 12: Vamos determinar a integral .


Solução: Vamos efetuar a troca de variável dada por e, desta forma
segue que . Assim, podemos escrever a nossa integral como:

E, portanto,

Você pode pesquisar mais exemplos envolvendo


a técnica da integração por mudança de variável.
Especificamente falando, você pode olhar em SILVA,
Paulo Sergio Dias da. Cálculo diferencial integral.
1. ed. - Rio de Janeiro: LTC, 2017, especificamente
falando no Capítulo 6 na Seção 6.4.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 22
CÁLCULO III

A seguir vamos discutir um novo método de integração que é a integração por


partes. Vamos lá?

1.4 INTEGRAÇÃO POR PARTES


Inicialmente, segundo Silva (2017) devemos ressaltar que qualquer integral
indefinida e, por conseguinte definida, poderia ser solucionada utilizando a
técnica da Integração por Partes. Estudaremos esse assunto agora e vamos
observar que, na prática, frequentemente isso não é possível.
Segundo Silva (2017) o intuito básico da integração por partes, é entender que
parte da integral deve ser derivada e a outra parte deve ser integrada, com a
ideia de redução do grau de complexidade da integral original a ser compu-
tada. Assim sendo, a integração por partes nasce como uma metodologia de
resolução de integrais que podem ser diretamente aplicadas nas modelagens
práticas envolvendo valores médios, curvas de oferta e demanda, valores atuais
e futuros na engenharia econômica, crescimento populacional e decaimento
radioativo.

FIGURA 4: A INTEGRAÇÃO POR PARTES SENDO APLICADA NA PRÁTICA.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

MULTIVIX EAD
23 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Para introduzirmos tal método, sejam duas funções f e g, definidas e deriváveis


no intervalo . Com base na teoria das derivadas, particularmente falando
da regra do produto, podemos escrever que:
(derivada do produto)
Ou seja,

Agora, vamos supor que f '(x).g(x) admita uma primitiva no intervalo I e obser-
vando que f (x).g(x) é uma primitiva da função segue que f (x).g'(x)
também admite uma primitiva em I e, assim sendo, podemos escrever que:

De outro modo, tomando:

Desta forma, sem grandes dificuldades escrevemos que:

Que constitui fundamentalmente falando a expressão característica da Inte-


gração por Partes.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 24
CÁLCULO III

FIGURA 5: PONTOS FUNDAMENTAIS RELACIONADOS A INTEGRAÇÃO POR PARTES.

Pode resolver a
priori qualquer
integral.

Utilizada em Consequência
modelagens
Integração direta da derivada
diversas por Partes do produto

Uma das
tecnicas de
integracao
mais impor-
tantes

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

É interessante mencionarmos que a tomada para u, deve ser feita pensando


que u deve ser fácil de “derivar” (pois de u encontramos du), enquanto que a
tomada para dv, deve ser interpretada no intuito de termos simplicidade na
integração (pois a partir de dv temos que encontrar v).
Vejamos alguns exemplos ilustrativos que nos mostram a utilização da integra-
ção por partes na determinação de integrais indefinidas.

Exemplo 13: Da literatura, envolvendo as equações diferenciais ordinárias é sabi-


do que as funções exponenciais são usadas como alicerce nos modelos de pro-
blemas de crescimento ou decrescimento, particularmente falando, em cresci-
mento demográfico e decaimento radioativo de substancias (meia-vida). Desta
forma, vamos calcular a integral indefinida que envolve a função exponencial
de base e (número de Euler) por intermédio da integração por partes.

MULTIVIX EAD
25 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Solução: Vamos fazer a tomada e , daí: e . Assim


sendo, pela fórmula da integração por partes, vem que .
Ou seja, .

Exemplo 14: As funções logarítmicas comparecem em situações relacionadas


a quantidade de massa de determinada substancia, bem como na descrição
de modelos econômicos de juros. Assim sendo, vamos caracterizar a integral
.

Solução: Vamos pensar agora na tomada e , daí: e .


Desta maneira, com base na expressão da integração por partes, vem que:

Ou seja,

Como foi falado anteriormente, qualquer integral


indefinida poderia ser solucionada inicialmente
com base na integração por partes, todavia, a integral
dada por , usada frequentemente na teoria
da Criptografia (teoria dos códigos) só pode ser
resolvida através de métodos numéricos.

Exemplo 15: Vamos encontrar por meio da integração por partes.

Solução: Essa situação é bem peculiar, já que necessitaremos de efetuar duas


vezes a integração por partes. Inicialmente, vamos fazer a tomada de e
, logo:

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 26
CÁLCULO III

Assim, a nossa integral pode ser vista como:

Notemos que a integral do segundo membro foi encontrada anteriormente


no Exemplo 13, logo obtemos:

Você pode pesquisar mais exemplos envolvendo a


técnica da integração por partes. Particularmente
comentando, você pode olhar em SILVA, Paulo
Sergio Dias da. Cálculo diferencial integral. 1. ed. -
Rio de Janeiro: LTC, 2017, especificamente falando
no Capítulo 6 nas Seções 6.4 e 6.5.

1.5 INTEGRAÇÃO POR FRAÇOES PARCIAIS


Agora, apresentaremos a técnica da resolução de integrais que relacionam as
frações parciais, que nada mais é que o método voltado para integrais que es-
sencialmente apresentam a divisão entre polinômios.

Uma racional é uma função com a tipologia dada


por , onde P(x) e Q(x) são polinômios.

MULTIVIX EAD
27 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Desta maneira, a técnica das frações parciais é uma técnica algébrica que de-
compõe R(x) em uma soma de termos. Entretanto, quando o polinômio do
numerador tem grau superior ao do polinômio do denominador, primeira-
mente temos que usar a divisão entre polinômios. Especificamente falando, o
método da chave da divisão entre polinômios visto no contexto introdutório
da Matemática Elementar.

FIGURA 6: INFORMAÇÕES BÁSICAS DA INTEGRAÇÃO POR FRAÇÕES PARCIAIS

Quando na fração racional o polinônimo do nume-


rador tem grau superior ao do polinômio do deno-
minador usamos as frações parciais - aqui temos a
fração própria.

Quando na fração racional o polinônimo do nume-


rador tem grau inferior ao do polinômio do denomi-
nador usamos a divisão entre polinômios.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Vejamos um exemplo.
Exemplo 16: Vamos caracterizar a integral indefinida dada por .
Solução: Primeiramente, deve ficar evidente que se trata de uma integral en-
volvendo uma fração racional do tipo , onde e
. Além disso, deve ser notado que P(X) tem grau 3 enquanto
que Q(x) tem grau 2, temos que o grau de P(x) é superior ao grau de Q(x).Logo,
usamos o método da chave que envolve a divisão entre polinômios, em que
podemos citar que se trata de uma metodologia que poderia ser encarada
como uma generalização da divisão entre números, guardando algumas pe-
culiaridades. Observe a Figura 6 a seguir.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 28
CÁLCULO III

FIGURA 7: A DIVISÃO ENTRE POLINÔMIOS – MÉTODO DA CHAVE.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Relembrando que podemos escrever , ou seja:


Polinômio dividendo = (Polinômio Divisor).(Polinômio Quociente) +
(Polinômio Resto)
Daí, .
Agora, para obtermos o quociente que está na integral dada no exemplo, bas-
ta dividirmos a expressão acima (igualdade) por . Então:

Ou ainda,

Logo, podemos escrever a seguinte igualdade:

(Note que usamos a igualdade anterior).

MULTIVIX EAD
29 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Daí, .

Salientamos de forma adicional, que a última integral foi computada pelo mé-
todo da substituição de variável fazendo .

Você pode pesquisar mais exemplos envolvendo a


técnica da integração por partes e pode também se
aprofundar em SILVA, Paulo Sergio Dias da. Cálculo
diferencial integral. 1. ed. - Rio de Janeiro: LTC, 2017,
especificamente no Capítulo 6 na Seção 6.6. Fim do
conteúdo complementar.

1.6 INTEGRAÇÃO DE POTÊNCIAS DE SENO E


COSSENO
Outro aspecto relevante a ser destacado é com relação à caracterização de in-
tegrais cuja função integrando é dada por um produto envolvendo as funções
seno e cosseno ou produto envolvendo potências das funções seno e cosseno.
Segundo Silva (2017) para tais situações temos alguns procedimentos pecu-
liares a serem utilizados, baseando-se exatamente em algumas técnicas, tais
como o método da substituição e emprego de fórmulas trigonométricas en-
volvendo a transformação de soma em produto.
Vejamos alguns exemplos.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 30
CÁLCULO III

Exemplo 17: Vamos caracterizar a integral indefinida dada por .


Solução: Neste caso, devemos notar que a função integrando é dada por um
produto envolvendo a função seno de x com a função cosseno de x, ou seja,
temos que a função integrando . A resolução de tal integral in-
definida pode ser feita através da técnica da substituição, para tal se tomarmos
, vem que , logo a integral dada pode ser vista como:

Você poderia indagar para esse exemplo, se tivéssemos feito a tomada u = cosx
o que aconteceria? Nessa tomada, se fizermos u = cosx então du = – senx.dx e,
então, vem que:

Independentemente da nossa tomada, esse exemplo poderia ser resolvido fa-


cilmente com duas tomadas diferentes para ou .

Exemplo 18: Vamos caracterizar a integral indefinida dada por .


Solução: Novamente devemos trabalhar com o método da substituição, sendo
que de forma peculiar, devemos notar que temos a função seno de x (com a
potência 1) e a função cosseno de x (com potência igual a 3). Desta maneira,
como a derivada de cosx é (– senx), tomemos e então .
Assim, podemos escrever que:

Segundo Barboni (2013) existem algumas outras situações específicas relacio-


nando integrais com produtos de potências de seno de x e cosseno de x, que
demandam em suas simplificações de expressões trigonométricas, conhecidas
na literatura matemática como fórmulas de transformação de soma em produ-
to. Tais identidades trigonométricas são apresentadas na Figura 8 a seguir.

MULTIVIX EAD
31 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

FIGURA 8: AS RELAÇÕES ENVOLVENDO A TRANSFORMAÇÃO DE SOMA E PRODUTO.

Expressão Produto Relacionado Descrição da Expressão

1 sena .cosb

2 cosa .cosb

3 sena .senb

4 sena + senb

5 sena – senb

6 cosa + cosb

7 cosp – cosq

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 32
CÁLCULO III

CONCLUSÃO

Nessa unidade apresentamos as principais conceituações, propriedades e mé-


todos de integração. Primeiramente trabalhamos com as primitivas imediatas
ou integrais imediatas tendo como referência os resultados da teoria da deri-
vação. Dentre elas citamos: as funções elementares e funções trigonométricas.
Em seguida, partimos para a descrição das primeiras técnicas envolvendo a
caracterização de integrais indefinidas, que são: a integração por mudança de
variável (aqui, realizamos uma troca de variável com o intuito de simplificar-
mos a integral inicial) e a técnica da integração por partes, que constitui como
o procedimento de resolução de qualquer integral em um primeiro momento.
Identificamos também a integração envolvendo frações racionais, em que o
polinômio do numerador tem grau superior ao do polinômio do denominador
e, por fim, trabalhamos com as integrais envolvendo funções integrando carac-
terizadas como produto de potências das funções seno e cosseno.
Para complementar o seu aprendizado, não deixe de realizar as atividades que
acompanham essa unidade, bem como de pesquisar outros exemplos nas re-
ferências citadas a seguir.

MULTIVIX EAD
33 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Aplicar a teoria


envolvendo a integral
definida no cálculo
de áreas, bem
como reconhecerá
as principais
características da
integral imprópria.

MULTIVIX EAD
34 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

2. INTEGRAL DEFINIDA E INTEGRAL


IMPRÓPRIA

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
E aí pessoal, tudo bem? Vamos continuar a caminhada na disciplina de Cál-
culo III. A partir do momento que trabalhamos com as informações e pro-
priedades iniciais da integral definida, chegou o momento de entendermos a
integral definida. Mas como assim?
Podemos dizer que a noção de Integral Definida, teve como origem a formali-
zação matemática da ideia do cálculo de áreas de regiões planas delimitadas
pelos gráficos de funções do tipo .
Deve ficar evidente em um primeiro plano que somente “sabemos” calcular,
efetivamente falando, a área de regiões limitadas por segmentos de retas
como retângulos, triângulos ou composições destes, logo a integral definida
surgirá como um importante instrumento para o cálculo de áreas agora envol-
vendo curvas (ou funções) diversas.

FIGURA 1- ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA INTEGRAL DEFINIDA

Integral • Somas Parciais


Definida • Cálculo de Áreas

Integral • Integral Indefinida → Integral Definida


Indefinida • Partição de Um Intervalo

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Assim sendo, convido todo mundo para darmos início a tal tratativa. Vamos lá?

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 35
CÁLCULO III

2.1 INTEGRAL DEFINIDA E SOMAS DE RIEMANN


Os aspectos iniciais envolvendo a integral definida perpassam exatamente
por algumas conceituações que estaremos apresentando neste momento, de
onde citamos a partição e Soma de Riemann.

(Partição de um Intervalo) (MORETTIN, 2016):


Denominamos de partição P de um intervalo
[a, b] a um conjunto finito onde
.

Geometricamente falando, uma partição P de [a, b] divide [a, b] em n interva-


los como é mostrado na Figura 2 a seguir.

FIGURA 2 - REPRESENTAÇÃO DA PARTIÇÃO P DE UM INTERVALO [A, B]

... ...
a = x0 x1 x2 xi - 1 xi xn - 1 xn = b

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Salientamos que a amplitude do intervalo será denotada por


, logo , e assim por diante. É importante notarmos
que os números não são necessariamente iguais, sendo que o
maior deles é chamado de amplitude da partição P, ao qual representamos
por máx . Uma partição de [a, b] será indicada simplesmen-
te por .
A partir da definição de partição, devemos entender a Soma de Riemann para
descrição da integral definida. Para tal, vamos considerar f como sendo uma
função definida no intervalo [a, b] e uma partição
de [a, b]. Para cada índice i (i = 1, 2, ..., n), seja ci um número em escolhi-
do de forma arbitrária. Vejamos a Figura 3 a seguir.

MULTIVIX EAD
36 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

FIGURA 3 - DEFINIÇÃO DOS NÚMEROS C

c1 c2 ci cn

... ...
a = x0 x1 x2 xi - 1 xi xn - 1 b = xn

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

(Soma de Riemann de ) (MORETTIN, 2016):


Chamamos o número descrito por:

como sendo a Soma de Riemann de


referente à partição P e aos números ci .

Observemos que, se tivermos a condição , o número f (ci ) . será


então a área do retângulo R i delimitado pelas retas
e ; se , a área de tal retângulo será , conforme
Figura 4 a seguir.

FIGURA 4 - A DESCRIÇÃO DA ÁREA DOS RETÂNGULOS R

y f y

f
f(ci)
Ri
xi – 1 ci xi
xi – 1 ci xi x x
Ri

f(ci) ∆xi = área de Ri área de Ri = – f(ci) ∆xi

Fonte: Adaptada de Morettin (2016).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 37
CÁLCULO III

Ainda em linhas geométricas, podemos interpretar a soma de Riemann

como sendo a diferença entre a soma das áreas dos retângulos R

i que estão acima do eixo x e a soma das áreas dos que estão abaixo do eixo
x. Observe a Figura 5 a seguir.

FIGURA 5 - SOMA DAS ÁREAS DOS RETÂNGULOS

a c1 c2 c3 c4

c5 c6 b x

Fonte: Adaptada de Morettin (2016).

2.2 TEOREMAS FUNDAMENTAIS


Com base na definição de Soma de Riemann, podemos também definir a
integral de Riemann que constitui a essência do Teorema Fundamental do
Cálculo. Tal resultado realiza a ligação entre as operações de derivação e in-
tegração, ou seja, ele nos diz que, a partir do momento em que conhecemos
uma primitiva de em [a, b], podemos computar a sua integral defini-
da em tal intervalo.
Para tal, vamos tomar F como sendo a função definida em [a, b] e seja
, uma partição de [a, b]. Logo, o acréscimo
que a função F sofre quando se passa de x = a para x = b é equiva-
lente ao somatório dos acréscimos para i variando de 1 a 4:

MULTIVIX EAD
38 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Ou seja, . Em termos gerais, se

for uma partição de [a, b], então:

(Integral de Riemann) (Adaptado de Morettin, 2016):


Vamos considerar f uma função definida em [a,
b] e L um número real. Falamos que
tende a L, quando máx , e escrevemos

, se para todo dado existir

um que só dependa de , mas não da particular

escolha dos ci , tal que para toda

partição P de [a, b], com . Tal número L, que

quando existe é único, é denominado de Integral de

Riemann de f em [a, b] e escrevemos .

Desta maneira, por definição, temos que . Além

disso, se existe, então, falamos que f é integrável (segundo Riemann) em

[a, b]. É comum referirmo-nos a como integral definida de f em [a, b].

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 39
CÁLCULO III

Foi o matemático alemão Bernard Riemann que


iniciou a tratativa teórica acerca da integral na
metade do século XVIII. Além disso, é importante
salientarmos que, por definição, tomamos:

De outra forma, se tivermos f e g funções integráveis


em [a, b] e k uma constante, então:

a) f + g é integrável em [a, b] e

b) k.f é integrável em [a, b] e

c) se , então,

Agora, discutiremos sem dúvida nenhuma um dos resultados mais importan-


tes do Cálculo Diferencial e Integral, que é o Teorema Fundamental do Cálcu-
lo. Devemos observar que a partir de tal resultado, geramos um procedimento
rápido e simples para a solução de vários problemas práticos que envolvem
o cálculo diferencial e integral. Com base na definição de integral, se f for in-

tegrável em [a, b], o valor do limite será sempre o mesmo,

independentemente da escolha dos ci , e igual a . Dessa forma, se para

uma particular escolha dos ci tivermos , então, teremos


.

MULTIVIX EAD
40 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Teorema Fundamental do Cálculo (Adaptado de Morettin


(2016) e Hughes-Hallett et al. (2011)

Suponhamos que y = f(x) seja uma função integrável em [a, b] e F uma


primitiva de f em [a, b]. Dessa forma, temos que: .
Justificativa: vamos supor que f seja integrável em [a, b] e que admita

uma primitiva F(x) em [a, b], ou seja, que em [a, b].

Tomando a partição uma partição qualquer


de [a, b], logo, podemos escrever que:

Assim, por intermédio do Teorema do Valor Médio para derivadas,

que, para uma conveniente seleção de ci em , tem-se que:


n

, ou seja, ( I ) F ( b ) – F ( a ) = f (ci) xi . Se para


i=1

uma partição P de [a, b], os ci forem escolhidos como em (I), temos

que, . E, portanto,

Pode ser comprovado ainda que toda função


contínua em [a, b] é integrável em [a, b]; assim, como
consequência do teorema fundamental do cálculo
que, se f for contínua em [a, b] e F uma primitiva de f

em [a, b], então, . Ou seja, para

encontrarmos uma integral definida, primeiramente

encontramos a integral indefinida e depois

calculamos as imagens F(b) e F(a) e determinamos

a diferença F(b) – F(a).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 41
CÁLCULO III

Vejamos agora alguns exemplos ilustrativos.

Exemplo 1: vamos calcular .

Solução: sabemos que é uma primitiva de e f é contínua

em [1, 2], dessa forma, , ou seja, .

Exemplo 2: vamos calcular .

Solução: sabemos que é uma primitiva de e f é contínua em

[1, 2], assim, , ou seja, .

Você pode pesquisar mais exemplos envolvendo


cálculos de integrais definidas na obra: SILVA, P. S. D.
da. Cálculo diferencial integral. 1. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2017. Especificamente falando no Capítulo 6,
nas Seções 6.2 e 6.5.

2.3 CÁLCULO DE ÁREAS


Uma das aplicações da integral definida é a caracterização de áreas. Vejamos tal
aparato neste momento. Consideremos f contínua em [a, b], com em
[a, b]. Aqui, estamos interessados em definir a área do conjunto A do plano limi-
tado pelas retas x = a, x = b, y = 0 e pelo gráfico de y = f(x). Veja a Figura 6 a seguir.

MULTIVIX EAD
42 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

FIGURA 6 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE UM CONJUNTO A

y
f

a b x

Fonte: Adaptada de Morettin (2016).

Dessa maneira, tomemos uma partição de [a,b]

e sejam ci e ci em [x , x i ] tais que o ponto f (ci ) é o valor mínimo e o pon-


to f (ci ) o valor máximo de f em . Uma boa definição para a área de A

deverá implicar que a Soma de Riemann seja uma aproximação

por falta da área de A e que seja uma aproximação por excesso,

ou seja: . Vejamos tal argu-

mentação geometricamente falando na Figura 7 a seguir.

FIGURA 7 - APROXIMAÇÃO DAS ÁREAS DOS RETÂNGULOS – POR FALTA E POR EXCESSO

y y

a b x x

Fonte: Adaptada de Morettin (2016).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 43
CÁLCULO III

Logo, como as somas de Riemann referenciadas tendem a ,

quando , nada mais óbvio do que definirmos a área de A por:

De forma análoga, conceituamos a área de A no


caso em que f é uma função integrável qualquer,
com em [a, b]. Como sugestão, sempre
é interessante você desenhar (ou representar)
geometricamente o conjunto para o qual quer
determinar a área (auxílio para o cálculo).

Vejamos algumas situações ilustrativas sobre cálculo de áreas.

Exemplo 3: vamos determinar a área do conjunto S do plano limitado pelas


retas x = 0, x = 1, y = 0 e pelo gráfico de .
Solução: primeiramente, representemos geometricamente o conjunto ao qual
queremos computar a sua área. Observe que temos x = 0 (representa o eixo
dos y), x = 1 (reta paralela ao eixo y), y = 0 (representa o eixo dos x) e
(representa a parábola cujo vértice é a origem O (0, 0) do plano cartesiano).
Dessa forma, temos o seguinte gráfico associado mostrado na Figura 8 a seguir.

MULTIVIX EAD
44 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

FIGURA 8 - CONJUNTO S DO EXEMPLO – DELIMITAÇÃO DA ÁREA A SER CALCULADA

y
y = x2

0 1 x

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Dessa forma, vem que:

Exemplo 4: vamos computar a área do conjunto S delimitado pelas funções


.
Solução: em um primeiro momento, é interessante notarmos que as funções
em questão se interceptam nos pontos x = – 1 e x = 2 conforme figura a seguir.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 45
CÁLCULO III

FIGURA 9 - CONJUNTO S DO EXEMPLO – DELIMITAÇÃO DA ÁREA A SER CALCULADA

-1 1 2 x

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Além disso, deve ficar claro que para o intervalo [– 1, 2] temos que

e, assim sendo, para o cálculo da área usaremos como função integrando a

diferença . Daí, vem que: ,

ou seja,

2.4 CÁLCULO DE VOLUMES DE SÓLIDOS DE


REVOLUÇÃO
É relevante mencionarmos que diversos problemas práticos da Matemática,
Física, Engenharias e outras áreas do conhecimento demandam do cálculo
de volumes de substâncias ou sólidos ou superfícies. Assim, outra aplicação
envolvendo a integral definida é o cálculo de volumes de sólidos de revolução.

MULTIVIX EAD
46 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Sólido de revolução: Quando fazemos uma região


plana (conjunto do plano) girar em torno de uma
reta (eixo de revolução) no plano euclidiano, damos
origem a um sólido, que é chamado de sólido de
revolução.

Exemplo 5: se tomarmos o conjunto do plano limitado pelas retas y = 0, y = x


e x= 4 e fazermos com que ele gire em torno do eixo das abscissas (eixo x), o
sólido gerado é um cone. Observe a Figura 10 a seguir.

FIGURA 10 - CONE – SÓLIDO DE REVOLUÇÃO

y
y
4
x

x
y=

y=

4 x x

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 47
CÁLCULO III

Volume do Sólido de Revolução: Consideremos y =


f(x) uma função contínua não negativa no intervalo
[a, b]. Seja R a região sob o gráfico de f(x) de x = a a
x = b. O volume do sólido T gerado pela revolução
de R em torno do eixo das abscissas é caracterizado
pela expressão:

Salientamos que a soma que comparece na igualdade anterior é uma soma


de Riemann da função . Assim sendo, como f é contínua o limite ante-
rior existe e, então, pela conceituação da integral definida, temos a fórmula
característica do volume do sólido de revolução dada por:
Vejamos um exemplo ilustrativo sobre o cálculo de volumes.
Exemplo 6: vamos computar o volume do sólido de revolução gerado com
base na região R, limitada pela função , o eixo das abscissas e as retas
x = 1 e x = 4, quando girado em torno do eixo das abscissas.
Solução: primeiramente, vejamos a descrição gráfica do sólido em questão
com base na disposição mostrada na Figura 11 a seguir.

MULTIVIX EAD
48 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

FIGURA 11 - O SÓLIDO DE REVOLUÇÃO DO NOSSO EXEMPLO

1 2
y= x
4

R T

1 4 x x

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Dessa forma, com base na figura anterior e na fórmula característica do cálculo


do volume do sólido de revolução, escrevemos:

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 49
CÁLCULO III

Você pode pesquisar mais exemplos envolvendo


cálculos de volumes de sólidos de revolução em:
SILVA, P. S. Dias da. Cálculo diferencial integral. 1. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2017. Especificamente falando
no Capítulo 6, na Seção 6.7.

2.5 INTEGRAIS IMPRÓPRIAS


Quando se fala na teoria da integração, ressalta-se que podemos ter integrais
em que um dos limites de integração é igual a mais ou menos infinito, ou seja,
um de seus limites é ou .

A integral imprópria é muito usada na teoria que


envolve as transformadas de Laplace no contexto
das chamadas equações diferenciais ordinárias.

Assim sendo, esse tipo de integral é conhecida como integral imprópria e é de


fundamental importância para a criação de outras teorias do cálculo diferen-
cial e integral, como a parte das transformadas integrais e das transformadas
de Laplace, que são fundamentais para a resolução de modelagens diversas.

MULTIVIX EAD
50 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Integral Imprópria: (Adaptado de  Morettin
(2016) e Hughes-Hallett et al. (2011): A integral

é chamada de integral

imprópria, em que A é um número real positivo, ou

seja, A > 0.

De outra forma, falamos que se a integral de a até A existe para qualquer valor
de A > a, e se o limite quando existe, então, a integral imprópria con-
verge para esse valor limite.

FIGURA 12- INTERPRETAÇÃO DA CONVERGÊNCIA DE INTEGRAIS IMPRÓPRIAS

Integral existe e o limite existe

• Integral Imprópria Converge

Integral não existe e/ou o limite não existe

• Integral Imprópria Diverge

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Vejamos um exemplo ilustrativo.


Exemplo 7: Adaptado de Morettin (2016) e Hughes-Hallett et al. (2011). Consi-
deremos a função exponencial dada por , com t ≥ 0 e c uma cons-
tante real diferente de zero. Vamos interpretar a convergência ou divergência
da integral imprópria .

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 51
CÁLCULO III

Solução: inicialmente, observamos que aqui podemos escrever:

E, então,

Você pode pesquisar mais exemplos envolvendo as


integrais impróprias em: SILVA, P. S. D. da. Cálculo
diferencial integral. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
Especificamente no Capítulo 6, na Seção 6.8.

2.6 OUTRAS APLICAÇÕES DA INTEGRAL DEFINIDA


Obviamente devemos ponderar que o leque de aplicações em que a teoria da
integração comparece é vasto, ou seja, com certeza não iríamos conseguir descre-
ver todas. Mesmo assim, vamos interpretar outra aplicação com base na teoria da
integração ou, mais precisamente, na teoria envolvendo a integral definida.
Para tal, consideremos uma partícula se deslocando sobre o eixo das abscissas,
com equação x = x(t) e com velocidade v = v(t), contínuas no intervalo [a, b].

MULTIVIX EAD
52 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Deslocamento: A diferença x(b) – x(a) é o


deslocamento da partícula entre os instantes a e b.

Como x(t) é uma função primitiva de v(t), segue por intermédio do Teorema

Fundamental do Cálculo que . De outra forma, definimos

o espaço percorrido pela partícula entre os instantes a e b por: . Se

em [a, b], o deslocamento entre os instantes a e b será igual ao espaço


percorrido entre estes instantes, que, por sua vez, será numericamente igual à
área do conjunto A limitado pelas retas t = a, t = b, pelo eixo Ot e pelo gráfico
de v = v(t). Observe a Figura 13.

FIGURA 13- DISPOSIÇÃO GEOMÉTRICA DA VELOCIDADE EM FUNÇÃO DO TEMPO

v
v = v(t)

a b t

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 53
CÁLCULO III

Suponhamos, agora, que em [a, c] e em [c, b], conforme Figura


14 a seguir.

FIGURA 14 - CONFIGURAÇÃO DO DESLOCAMENTO NUM INTERVALO SUBDIVIDIDO


EM DOIS
v

v = v(t)

A1 b
c
a
A2 t

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Nesse caso, o deslocamento entre os instantes a e b será:

Enquanto o espaço percorrido entre esses instantes será:

Você pode pesquisar mais exemplos envolvendo


outras aplicações da integral definida em: SILVA,
P. S. D. da. Cálculo diferencial integral. 1. ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2017. Especificamente falando no
Capítulo 6, na Seção 6.7.

MULTIVIX EAD
54 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

CONCLUSÃO

Esta unidade objetivou-se a apresentar algumas das principais propriedades,


regras operatórias e teoremas relacionados à integral definida, ou seja, a liga-
ção entre a integral indefinida e a integral definida é feita pelo Teorema Fun-
damental do Cálculo. Percebemos que a integral definida pode ser utilizada
como ferramenta fundamental para a resolução de problemas envolvendo o
cálculo de áreas de figuras planas, áreas de superfícies, volumes de sólidos,
momento de inércia de uma barra e trabalho.
De outro modo, trabalhamos também com as integrais impróprias que são
tipos peculiares de integrais, em que um dos limites de integração é mais ou
menos infinito. As integrais impróprias são importantes para a tratativa envol-
vendo as transformadas de Laplace e equações diferenciais, particularmente
falando com a sua convergência ou divergência.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 55
CÁLCULO III

UNIDADE 3

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Aplicar as principais


propriedades
e critérios de
convergência
envolvendo as
sequências e séries
numéricas.

MULTIVIX EAD
56 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

UNIDADE 3 - SEQUÊNCIAS E
SÉRIES NUMÉRICAS

APRESENTAÇÃO
A disciplina Cálculo III irá apresentar as principais propriedades, métodos de
resolução e resultados associados à teoria da integração e suas aplicações às
séries numéricas e equações diferenciais, na resolução de situações contextu-
alizadas que demandam de tais ferramentas do cálculo diferencial e integral.

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Você sabe naturalmente como somar duas ou três parcelas numéricas, ou até
mesmo várias, correto? Agora, você imagina como realizar uma soma envol-
vendo infinitas parcelas ou infinitos números?
Para responder esse tipo de indagação, é necessário conhecer as sequências e
séries infinitas. Uma importante aplicação desse aparato consiste em um mé-
todo de representação de uma função derivável conhecida f (x) como uma
soma infinita de potências de x , de forma que se assemelhe a um “polinômio
com infinitos termos”, que são as séries de potências. Esse método serve para
mensurar, derivar e integrar polinômios de forma que possam ser utilizadas
funções mais gerais, que são, frequentemente, soluções para importantes pro-
blemas da Ciência e da Engenharia, como por exemplo, problemas de simu-
lação de sistemas e de congestionamento.
É importante salientarmos que as sequências numéricas são usadas atual-
mente em modelagens de algoritmos, seja na computação gráfica, seja na
inteligência artificial, na descrição de códigos quânticos ou não, na simulação
de sistemas gerenciais e na formulação de modelos de cunho da engenharia
para resolução de problemas envolvendo projetos e cálculos estruturais (de-
flexão de vigas e oscilações). Assim sendo, convido você para darmos início ao
conhecimento das sequências e séries numéricas. Vamos lá?

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 57
CÁLCULO III

3.1 INTRODUÇÃO ÀS SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS


As sequências numéricas e as subsequências numéricas são funções especiais
e muito frequentes na Matemática e Engenharia e importantíssimas para a
definição e estudo das séries numéricas. Ilustrando, os números 2, 4, 6, 8, 10
formam uma sequência finita de números, já que há um último número. Logo,
se o conjunto de algarismos que forma uma sequência não tiver um último
1 2 3 4
membro, esta será denominada infinita. Por exemplo: , , , ,... . Os três pon-
3 5 7 9
tos sem nenhum algarismo em seguida indicam que não existe um último
número. Veja a Figura 1.

FIGURA 1 - APLICAÇÕES ENVOLVENDO AS SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Antes que conceituemos formalmente uma sequência, vejamos um exemplo.


A Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, teve como seleção campeã a
Alemanha. Tivemos a seguinte ordenação de seleções:

MULTIVIX EAD
58 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

•  1° lugar – Alemanha

•  2° lugar – Argentina

•  3° lugar – Holanda

•  4° lugar – Brasil

Dessa maneira, podemos descrever a sequência de classificação dessa Copa


do Mundo da seguinte forma: Alemanha, Argentina, Holanda, Brasil. Outro
exemplo é com relação à nossa semana: segunda-feira, terça-feira, quarta-feira,
quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo representam a sequência ou suces-
são de dias.

3.1.1 SEQUÊNCIA NUMÉRICA OU SUCESSÃO


NUMÉRICA
Denominamos de sequência de números reais (ou sucessão numérica) uma
função x: , que associa a cada número natural n um número real xn , o
qual chamamos de n-ésimo termo da sequência.
Escrevemos (x1 , x2 ,..., xn ,...) ou ( xn ), com ou simplesmente ( xn ), para deno-
tar a sequência cujo n-ésimo termo é xn . De outra forma, perceba que uma
sequência é uma função cujo domínio é o conjunto {1,2,3,..., n,...} de todos os
números inteiros positivos ou . Os números na imagem de uma sequência
são chamados de elementos ou termos da sequência. Se o n-ésimo elemento
for dado por f (n) , então a sequência será o conjunto de pares ordenados da
forma , em que n é um inteiro positivo.

Podemos dizer que uma sequência de algarismos


é igual ao conjunto que engloba esses números?
Não necessariamente. Não podemos confundir a
sequência (x ) com o conjunto (x1 , x2 ,..., xn ,...) dos seus
termos. Assim, a sequência (1,1,...,1,...) não é o mesmo
que o conjunto {1}, ou, ainda, as sequências (0,1,0,1,...)
e (0,0,1,0,0,1,...) são diferentes, mas o conjunto dos
seus termos é o mesmo e igual a {0,1}.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 59
CÁLCULO III

Exemplificando, vejamos algumas sequências numéricas:

1.  (o n-ésimo termo é ).


2.  (o n-ésimo termo é ).

3.  Nesse caso, se , então:


e, assim ,
1 2 3 4
por diante. A imagem de x consiste nos elementos da sequência , , ,
3 5 7 9
1 2 3
,.... Alguns dos pares ordenados na sequência são (1, ) , (2, ) , (3, ) e
3 5 7
4
(4, ) . Veja a Figura 2.
9

FIGURA 2 - O GRÁFICO DA SEQUÊNCIA

f(n)
(3, 3 ) 4 (5, 5 )
(1, 1 ) (2, 2 ) 7
(4,
9
)
11
1 3 5
2
n
O 1 2 3 4 5

Fonte: Banco de imagens do autor (2019).

4.  Se tivermos , então: , e, , ,


1
assim por diante. Alguns dos pares ordenados na sequência são (1, ) ,
3
2 3 4
(2, ) , (3, ) e (4, ) . Observe a Figura 3 a seguir.
5 7 9

MULTIVIX EAD
60 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

FIGURA 3 - O GRÁFICO DA SEQUÊNCIA

f(n)
(3, 3 ) 4 (5, 5 )
(1, 1 ) (2, 2 ) 7
(4,
9
)
11
1 3 5
2
n
O 1 2 3 4 5

Fonte: Banco de imagens do autor (2019).

3.2 SEQUÊNCIAS MONÓTONAS E LIMITADAS


O que seria uma sequência limitada? Ou uma sequência de uma sequência,
que é a subsequência? E uma sequência monótona, o que significa? Tal apa-
rato será nosso objeto de estudo neste instante. Para tal, iniciamos com a con-
ceituação de sequência limitada superiormente e inferiormente.

3.2.1 SEQUÊNCIA LIMITADA SUPERIORMENTE


E SEQUÊNCIA LIMITADA INFERIORMENTE,
LIMITADA
Uma sequência (xn ) é dita limitada superiormente quando existe um núme-
ro real c tal que para todo n natural.
Quando , ela será limitada inferiormente. Dizemos que a sequência (xn )
é limitada quando ela é limitada tanto superior quanto inferiormente. Isso
equivale a dizer que existe tal que para todo n natural.
Dessa forma, temos que:

Sequência limitada inferiormente

a sequência de termo geral é limitada inferiormente, porém não


é limitada superiormente.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 61
CÁLCULO III

Sequência limitada superiormente

a sequência de termo geral é limitada superiormente, mas


não é limitada inferiormente.

Sequência limitada

a sequência de termo geral é limitada, já que é limitada


inferiormente e superiormente

Para ter acesso aos exemplos que ilustram


sequências e sequências limitadas inferiormente
ou superiormente, bem como sequências limitadas
recomendamos que pesquise nas referências desta
unidade.

De outra forma, o que seria uma sequência de uma sequência. Vamos ver?

Dada uma sequência , com , uma subsequência de x é a restrição


da função x a um subconjunto infinito de N . Escrevemos
, com ou (xn1 , xn2 , xn3 ,..., xnk1 ,...).
A notação (xnK ) , mostra como uma subsequência pode ser considerada
como uma sequência, isto é, uma função cujo domínio é N ' .

Subsequência

tomando a sequência , as sequências (0,0,0,0,0,,...)


e (3,3,3,3,3,,...) são subsequências de (xn ) .

MULTIVIX EAD
62 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Subsequência
1 1 1 1 1
a sequência , , , ,... é uma subsequência da sequência (xn ) = ( ).
5 6 7 8 n

E o que seria uma sequência convergente? Ou seja, o que seria o limite de uma
sequência? Falamos que o número real L é o limite da sequência (xn ) quan-
do, para todo número real dado aleatoriamente , podemos obter
tal que todos os termos xn com índice cumprem a condição .
Assim sendo, denotamos tal fato por . Tal conceituação nos mostra
que para valores muito grandes de n , os termos xn tornam-se e mantêm-se
tão próximos de L quanto desejarmos. Assim sendo, observe que, falarmos
em , significa afirmarmos que todo intervalo aberto de centro L con-
tém todos os termos xn da sequência, exceto para um número finito de índices
n: aqueles em que , onde n0 é escolhido em função do raio do dado
intervalo.
De outra forma, também escrevemos (ou ), expressão
interpretada como “ xn tende para L ” ou “converge para L ”. Desta maneira, fala-
mos que uma sequência que possui limite é convergente. Caso contrário, ela
é dita divergente. Veja a Figura 4 a seguir.

FIGURA 4 - SEQUÊNCIAS CONVERGENTES E DIVERGENTES

Sequências
• Quando a sequência xn possui limite.
Convergentes

Sequências
• Quando a sequência xn não possui limite.
Divergentes

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 63
CÁLCULO III

Exemplo 1:
Vamos caracterizar a convergência ou não da sequência cujo enésimo termo

é .

Solução:
Nesse caso, para averiguarmos a convergência da sequência, devemos compu-

tar o limite . Assim, podemos escrever que:

Ou seja, a sequência é convergente e converge para .

Recomendamos a pesquisa nas referências desta


unidade, bem como alguns exemplos que ilustram
sequências convergentes e sequências divergentes
na obra de: GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo.
5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. v. 3.

Exemplo 2:
A sequência é convergente ou divergente?

Solução: a sequência em questão é convergente, pois pode-


1
mos notar que, à medida que o valor de n cresce, temos que tende a zero,
n
ou seja, o limite é igual a zero.

MULTIVIX EAD
64 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Associadas diretamente às conceituações das sequências convergentes e li-


mitadas, existem algumas proposições relevantes, que listamos a seguir.

O limite de uma sequência é único: uma


sequência não pode convergir para dois
limites distintos, ou seja, o limite de uma
sequência, quando existir, é único.

Subsequência de uma sequência


convergente: se tivermos , então
(x )
toda subsequência de n converge para o
mesmo limite L.

Sequência convergente é limitada: qualquer


sequência (xn ) convergente é limitada.

Para obter mais conhecimento sobre as justificativas


dessas proposições, bem como mais exemplos que
ilustram a parte sobre sequências, subsequências e
convergência pesquise na obra de: GUIDORIZZI, H.
L. Um curso de cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2013. v. 3.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 65
CÁLCULO III

3.3 INTRODUÇÃO ÀS SÉRIES NUMÉRICAS E


PRIMEIRAS PROPRIEDADES
É muito provável que você já tenha escutado o termo série numérica ou série
infinita? Especificamente falando, lembra-se das progressões geométricas (po-
pularmente conhecidas como PG), utilizadas quando lidamos com as dízimas
periódicas e com os números racionais? Uma dízima como 0,7777... nada mais
é do que uma progressão geométrica infinita. Observe:

Neste momento, para conceituarmos uma série numérica, iremos nos pau-
tar no processo de limite através de sequências numéricas. Assim, associa-
mos à sequência a1 ,a2 ,a3 ,..., an ,... uma “soma infinita” que denotaremos por
. Qual o significado dessa expressão? O que isso represen-
ta ou nos diz? Vamos averiguar?

Série Numérica: falamos que uma série é uma soma


com um número infinito de
parcelas. Ou seja, .
Como todo limite, ele pode existir ou não.

Por conta disso, nós podemos ter séries convergentes e séries divergentes. Re-
presentamos a série numérica por .

MULTIVIX EAD
66 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Série convergente e série divergente:


Se existir o limite dado por
, falamos que a série é convergente, e

será a soma

da série. Contrariamente, se o limite não existir,


diremos que é uma série divergente.

É importante comentarmos que, rotineiramente, é conveniente considerarmos

séries do tipo , que começam em a0 ao invés de a1. Veja alguns exemplos.

Exemplo 3:
Quando , a série geométrica é convergente, com
soma igual a .
Exemplo 4:
A série também é convergente, com soma igual a cons-

tante de Euler Note que o termo geral dessa série convergente con-
verge para zero.

FIGURA 5 - INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE AS SÉRIES NUMÉRICAS

O termo geral de uma


série convergente tem A série harmônica é
limite igual a zero. divergente.

O limite da série infinita


Os números sn são é o valor da soma
chamados reduzidas ou envolvendo as suas
somas parciais. infinitas parcelas.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 67
CÁLCULO III

Chamamos de série harmônica a série = 1+. Pelo modo como seu termo geral
tende a 0, primeiramente você poderia pensar que a sequência é convergente,
mas tal fato não é verdadeiro. Foi Nicole Oresme, um matemático do século
XIV, quem primeiro comprovou que ela é uma série divergente.

3.4 TEOREMAS FUNDAMENTAIS


Vejamos agora alguns resultados ou teoremas fundamentais relacionados às
séries numéricas.
Temos os seguintes resultados associados.

Termo geral de uma série convergente

o termo geral de uma série convergente tem limite igual a zero.

Convergência da soma e da diferença

se as séries e são séries infinitas convergentes com somas


dadas S e R, respectivamente, então temos que: é uma série
convergente e sua soma é S + R e é uma série convergente e
sua soma é S – R.

Divergência de séries

se a série for convergente e a série for divergente, então a


série será divergente.

Exemplo 5:
Vamos determinar se a série converge ou diverge.

Solução: primeiramente, observe se a série é divergente. Como a série

é uma série geométrica com , ela é convergente. Dessa for-

ma, concluímos que a série é divergente.

MULTIVIX EAD
68 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Teorema 1:
Se as séries são duas séries infinitas que diferem somente pelo seus n primeiros
termos (isto é, se ), então ambas convergem ou ambas divergem.
A demonstração desse teorema pode ser visualizada em Guidorizzi (2013).
Exemplo 6:
Vamos determinar se a série infinita é convergente ou divergente.

Solução: em primeiro plano, observemos que a série dada pode ser visualiza-

da como , ou seja, ela pode ser escrita na forma:

(1)
Todavia, como visto anteriormente que a série harmônica é divergente, e como

, vem que a série numérica (1) difere da sé-

rie harmônica somente nos quatro primeiros termos. Portanto, com base no

Teorema 1, concluímos que a série também é divergente.

Se você quiser obter detalhes sobre as justificativas


dos teoremas colocados anteriormente, bem como
mais exemplos que ilustram a parte da convergência
ou divergência de séries numéricas pesquise em:
GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. 5. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2013. v. 3.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 69
CÁLCULO III

3.5 CRITÉRIOS DE CONVERGÊNCIAS DAS SÉRIES


NUMÉRICAS
Vamos apresentar dois outros critérios que você pode utilizar para averiguar
se uma série numérica é convergente ou divergente em situações específicas.
Consideremos o número real c diferente de zero, ou seja, . Assim, temos
que:

Critério da comparação

se a série for convergente e a sua soma for S, então a série


também será convergente e sua soma será c.S.

Critério da comparação

se a série for divergente, então a série também será


divergente.

Exemplo 7:
Vamos determinar se a série é convergente ou divergente.
Solução: nesse caso, primeiramente podemos observar que =

. Como a série harmônica é divergente, então, pelo

critério de comparação com , concluímos que a série é divergente.

Consideremos o número real c diferente de zero, ou seja, . Dessa forma,


temos que:

Critério da multiplicação por escalar

se a série for convergente e a sua soma for S, então a série


também será convergente, e sua soma será cS.

MULTIVIX EAD
70 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Critério da multiplicação por escalar

se a série for divergente, então a série também será.

Exemplo 8:
Vamos determinar se a série é convergente ou divergente.

Solução: observe que . Como a série harmônica

é divergente, então, pelo critério da multiplicação por escalar, com ,

concluímos que a série é divergente.

3.6 CONVERGÊNCIA ABSOLUTA E CONDICIONAL


Agora, você verificará dois importantes conceitos envolvendo a convergência
de séries, que são a convergência absoluta e a condicional. Vejamos essas duas
conceituações a seguir.
Dizemos que uma série é absolutamente convergente quando a série
converge. De outra forma, uma série convergente tal que é
divergente, é chamada condicionalmente convergente. Dessa maneira, ilus-
tramos que:

1.  Quando tivermos uma série convergente cujos termos não mudam de
sinal, ela é absolutamente convergente.

2.  Para , a série geométrica é absolutamente convergente,


pois , com .

Com base nas conceituações anteriores, nesse instante você está pronto para
conhecer outros critérios para verificar a convergência ou a divergência de séries.
Temos que:

1.  Critério de D’ Alembert: consideremos para todo . Se existir uma

constante c tal que \para todo n suficientemente grande (em

peculiar, se ), então a série será absolutamente convergente.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 71
CÁLCULO III

É interessante pontuarmos que, quando aplicarmos esse método, essencial-

mente procuramos computar . Assim sendo, se , então a série

diverge, pois tem-se , em que para todo n suficientemente

grande. Logo, resulta que o termo geral an não tende para 0.


Além disso, segundo esse critério, as séries , e , esta última
com , por exemplo, são convergentes.
Temos que:
Critério de Cauchy: quando existe um número real c tal que para
todo n natural suficientemente grande (em particular, quando l ), a
série é absolutamente convergente.
Note que, assim como no Critério de d’Alembert, também é de nosso interesse
computar l . Se , a série diverge.
Salientamos que para os critérios 3 e 4 desde que o limite seja igual a 1, pode
acontecer de termos uma série convergente como uma série divergente. Em
outras palavras, nada podemos afirmar em linhas gerais quando o limite for 1.
Exemplo 9:
Verifique a convergência da série .
Solução: vamos utilizar o Critério de Cauchy para interpretarmos a convergên-
cia da série dada. Para tal, vamos computar l . Desta maneira, pode-
mos escrever que:

Portanto, a série é convergente.


Observe que, para o cálculo do último limite, foi utilizada a Regra de L´Hospital.

MULTIVIX EAD
72 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

CONCLUSÃO

Nesta terceira unidade, apresentamos as conceituações, envolvendo as sequ-


ências e séries numéricas. Grosso modo, você visualizou que as sequências
numéricas e séries infinitas são conceitos diretamente interligados e depen-
dentes, e sua interpretação é o ponto principal para caracterizarmos a soma
envolvendo infinitos termos. Inicialmente, você viu que uma sequência pode
ser conceituada como uma função definida no conjunto dos números natu-
rais, tomando valores reais.
Os números na imagem de uma sequência são chamados de elementos ou
termos. Você também se familiarizou que o limite de uma sequência, quando
existe, é único, assim, a sequência é convergente. Quando não há limite, ela é
divergente.
Com relação às séries numéricas, estudou que elas são descritas a partir de
suas somas parciais criadas a partir de uma sequência, sendo que a conver-
gência nos dá a soma de seus infinitos termos. Associado às séries numéricas,
trabalhamos com os principais critérios de convergência e divergência para as
mesmas.
Agora, você já tem conhecimentos para interpretar e caracterizar a convergên-
cia de sequências e séries numéricas.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 73
CÁLCULO III

UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Solucionar
problemas
envolvendo as
integrais duplas
e triplas, com
base nas suas
operacionalidades
e resultados
associados.

MULTIVIX EAD
74 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

4. INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, estaremos interessados na descrição da generalização das fun-
ções do tipo , ou seja, nosso objetivo neste instante é o de apresentar a
conceituação formal, primeiros exemplos e propriedades relacionadas as fun-
ções de várias variáveis, seja a nível de derivação e integração, donde funda-
mentalmente trabalharemos com a integração múltipla.
Assim sendo, convido você para darmos início ao conhecimento de tal teoria.
Vamos lá?

4.1 FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS REAIS


É importante salientar que vários problemas significativos da Engenharia e de ou-
tras áreas do conhecimento demandam da ideia de função, já que tal conceitua-
ção é utilizada para caracterizar a relação entre grandezas ou variáveis. Entretan-
to, em algumas situações específicas, temos que a fundamentação envolvendo
as funções que dependem de mais de uma variável real se torna essencial.
Para ilustrarmos o que acabamos de comentar, vejamos:

•  É sabido que a área A de um triângulo depende do comprimento da base b

e da altura h pela fórmula , assim, pode-se escrever .

•  O volume de uma caixa retangular depende do comprimento l, da largura w


e da altura h pela fórmula .

Agora, vamos introduzir algumas conceituações pertinentes para o contexto


introdutório envolvendo as funções de duas variáveis reais. Tais conceitos são
mostrados a seguir.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 75
CÁLCULO III

Função de duas variáveis a valores reais (adaptado


de GUIDORIZZI, 2013, p. 22).: uma função de duas
variáveis a valores reais nada mais é do que uma
função , em que A é um subconjunto de
, ou seja, ela associa a cada para (x,y) A, um único
número real (f(x,y)).

Geometricamente, temos a seguinte situação apresentada na Figura 1.

FIGURA 1 - A INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DE UMA FUNÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS

y
(x,y)

x f (x,y) IR

A
Fonte: Banco de imagens do autor (2019).

Dessa forma, temos que:

Domínio

nesse caso, o conjunto A é o domínio de f e indicaremos o mesmo por Df.

Conjunto imagem

além disso, o conjunto é a imagem de f


(ou, o conjunto imagem de f).

MULTIVIX EAD
76 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Além disso, observemos que:

1.  Deve ficar evidente que podemos visualizar que se trata de uma generali-
zação natural de uma função de uma variável real.
2.  O Df é um subconjunto do plano euclidiano e, como sabemos da teo-
ria de funções de uma variável, domínio significa condição de existência.
3.  A Im f (ou conjunto imagem de f) é um subconjunto da reta real .

Vejamos alguns exemplos envolvendo funções de duas variáveis.

Exemplo 1:

São funções de duas variáveis


as funções descritas a seguir:

A identidade geométrica de uma função f(x,y) pode ser interpretada como


segue.

Gráfico de f(x,y): seja a função z = f(x,y),


(domínio de f). O conjunto

é chamado gráfico de f.

Em verdade o gráfico de z = f(x,y) é o interpretado como o lugar geométrico


descrito pelo ponto (x, y, f(x,y)), quando (x, y) percorre o domínio de f. Observe
a Figura 2 a seguir.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 77
CÁLCULO III

FIGURA 2 - A INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO GRÁFICO DE Z = F(X, Y)

(x, y, f(x, y))

y
x

(x, y)
Fonte: Banco de imagens do autor (2019).

Outro ponto importante associado as funções de duas variáveis ao as curvas


de nível.

Curva de nível de f(x,y): sejam z = f(x,y)


uma função de duas variáveis e c Imf. O
conjunto de todos os pontos tais
que f(x, y) = c é denominado curva de nível
de f correspondente ao nível z = c (ou curva
de contorno).

Exemplo 2:
Vamos caracterizar as curvas de nível da função para os
níveis z = – 7 e – 3.
Solução: primeiramente, devemos notar que os valores z = – 7 e – 3 pertencem
ao conjunto imagem de f(x,y). Assim sendo, percebemos que de acordo com a
conceituação de curva de nível no nível z = c, que:

•  A curva de nível para z = – 7 é dada por , isto é,

, ou seja, , ou ainda, .

MULTIVIX EAD
78 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

•  A curva de nível para z = – 3 é dada por , isto é,

, ou seja, , ou ainda, .

Logo, concluímos que em todos os casos a curva de nível de z é dada por uma
reta. A representação gráfica é mostrada na Figura 3 a seguir.

FIGURA 3 - CURVAS DE NÍVEL DA FUNÇÃO

y
k = -7
k = -3

2 k=1

-2 x

Fonte: Banco de imagens do autor (2019).

4.2 LIMITES DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS


REAIS
O conceito de limite para uma função do tipo nada mais é do que a
generalização para o contexto das funções do tipo .

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 79
CÁLCULO III

Dessa forma, temos que:

Limite de f(x,y)

sejam a função, (x0 , yo ) ponto de acumulação de


. Desta forma, definimos:

Geometricamente, a noção de limite de f (x, y) mostrada na Figura 4.

FIGURA 4 - A IDEIA INTUITIVA DO LIMITE DE f (x, y)

y0 f

] [
x0
L–ε L+ε

Fonte: Banco de imagens do autor (2019).

Em outras palavras, podemos interpretar o limite de f (x, y) como segue:


, ou seja, significando que dado existe ∃ d > 0 tal que
f (x, y) permanece em quando varia na bola
aberta de centro (x0 , y0 ) e raio d .
Outro ponto importante associado as funções de duas variáveis ao as curvas
de nível.

MULTIVIX EAD
80 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Bola Aberta: sejam eum


número real, definimos a bola aberta B( P0 ,r ) ,
de centro em P0 e raio r, como sendo o
conjunto de todos os pontos cuja
distância até P0 é menor que r, isto é, pelos
pontos P(x, y) que satisfazem . De
outra forma, podemos escrever:
.

Exemplo 3:
Se é uma função constante, então, para todo , temos que:
, e .

Dessa forma, temos que:

Ponto de Acumulação

consideremos A um subconjunto de e , não


necessariamente um ponto de A. Dizemos que (a,b) é um ponto de
acumulação de A se toda bola aberta de centro em (a,b) contiver pelo
menos um ponto com

Exemplo 4:
Se para todo , temos que ,
logo

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 81
CÁLCULO III

Similarmente, se , então para todo


, temos que .

4.3 DERIVADAS PARCIAIS


Sejam (x0 , y0 ) um ponto no domínio de uma função f(x,y), logo, o plano vertical
cortará a superfície z = f(x,y) (Gráfico de f) na curva z = f(x, y 0 ) como re-
presentamos na Figura 5 a seguir.

FIGURA 5 - O PLANO CORTANDO O GRÁFICO DE F(X, Y)


z

Eixo vertical
no plano y = y0
P (x0, y0, f (x0, y0))
z = f (x, y)
A curva z = f (x, y0)
no plano y = y0

Reta tangente

ϴ
x0
y0
x
(x0, y0) y
(x0 + h, y0)
Eixo horizontal no plano y = y0

Fonte: Adaptada de Guidorizzi (2013, p.48).

MULTIVIX EAD
82 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Além disso, percebemos, na Figura 5, que a coordenada horizontal nesse plano


é x e a coordenada vertical é z. Dessa maneira, conceituamos a derivada parcial
de f em relação a x no ponto (x0 , y0 ) como a derivada de f (x, y0 ) em relação a
x no ponto , isto é, em termos formais temos a seguinte definição.
Dessa forma, temos que:

1.  Derivada parcial de f(x,y) em relação a x: A derivada parcial de f(x,y) em


relação a x no ponto (x0 , y0 )
é dada por:

, desde que o limite exista.

É interessante observarmos que:


i. O símbolo “ ” (chamado de “del”), que é similar à letra grega minúscula “ ”
usada na definição de limite, é simplesmente um outro tipo de “d”.
ii. Dentre as notações temos:
Analogamente, podemos caracterizar a derivada parcial de f (x0 , y0 ) em rela-
ção à variável y no ponto (x0 , y0 ) como segue.

Dessa forma, temos que:

2.  Derivada parcial de f(x,y) em relação a x: a derivada parcial de f (x0 , y0 )


em relação a y no ponto (x0 , y0 ) é dada por:

desde que o limite exista.

Além disso, podemos fazer observações análogas às feitas para a derivada par-
cial de f (x0 , y0 ) com relação a x. Ou seja, pode-se salientar que:
i. Dentre as notações temos: .
ii. A derivada parcial fornece a taxa de variação de f em relação a y em
quando x é mantido fixo no valor x0 . Essa é a taxa de variação de f na
direção de j em (x0 , y0 ) .

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 83
CÁLCULO III

Vejamos uma ilustração.


Dessa forma, considerando a função , vem que:

1.  Derivada parcial de f com relação a x: , já que

2.  Derivada parcial de f com relação a y: , já

que .

4.4 INTEGRAIS DUPLAS


De acordo com Guidorizzi (2013), a integral dupla constitui uma ramificação da
descrição da integral definida para as funções de duas variáveis. Consideremos
a função z = f (x, y) caracterizada em uma região fechada e limitada R do plano
xy, como mostrado na Figura 6 a seguir.

FIGURA 6 - REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DA FUNÇÃO Z = F(X, Y) NA REGIÃO R


DO PLANO

z = f (x, y)

y
R

x
Fonte: Adaptada de Guidorizzi (2013, p. 62).

Traçando retas paralelas aos eixos das abscissas e das ordenadas, de modo
respectivo, recobrimos a região R por pequenos retângulos como segue. Veja
a Figura 7 a seguir.

MULTIVIX EAD
84 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

FIGURA 7 - REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DA FUNÇÃO Z = F(X, Y) NA REGIÃO R


DO PLANO

y y
R R

Rk
Δyk { ΔAk
Rk

x x

{
Fonte: Adaptada de Guidorizzi (2013, p. 63).

Sejam somente os retângulos Rk que estão totalmente contidos na região R,


numerando-os de 1 até n. Em cada retângulo Rk,, selecionamos um ponto (xk,
yk) e montamos o somatório dado por , em que é
a área do retângulo Rk. Suponhamos, agora, que mais retas paralelas aos eixos
das abscissas e ordenadas são traçadas, tornando as dimensões dos retângulos
cada vez de tamanho menor (Figura 7), descrevemos a fim de que a diagonal
máxima dos retângulos Rk tenda a zero quando n tende ao infinito, ou seja,
.

Dessa forma, se existe ela é denominada integral dupla de f (x, y) sobre a região
R conforme denotamos: ou .
Podemos observar que:

1.  Região de integração: a região R é chamada região de integração.

2.  Soma de Riemann: a soma é denominada de soma de


Riemann de z = f (x, y) sobre R.

3.  Limite independe das retas escolhidas: o limite , deve


ser independente da seleção das retas que subdividem a região R e dos
pontos (xk, yk) tomados nos retângulos Rk.

Salientamos que a existência do limite depende da função z = f (x, y) e tam-


bém da região R. Em nosso estudo, vamos supor que o contorno da região R é
formado por um número finito de arcos de curvas “suaves”, isto é, de arcos de

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 85
CÁLCULO III

curvas que não contêm pontos angulosos. Nesse caso, se f é contínua sobre R,
temos a garantia da existência da integral dupla.
Para tal, vamos supor que z = f (x, y) seja maior ou igual a zero sobre a região
R. Na Figura 8 a seguir, averiguamos que o produto f (xk , yk ) denota o
volume de um prisma reto, cuja base é o retângulo Rk e cuja altura é f(xk, yk).
Vejamos a Figura 8 a seguir.

FIGURA 8 - INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DA INTEGRAL DUPLA DA FUNÇÃO Z = F(X, Y)

z
z = f (xk, yk)

y
R

x
Fonte: Adaptada de Hughes-Hallett et al. (2010, p. 76).

A soma de Riemann descreve uma aproximação do volume da porção do es-


paço delimitada abaixo do gráfico de z = f (x,y) e acima da região R do plano

xy, ou seja, baseada na expressão . Dessa maneira, quando a fun-

ção f (x, y) ≥ 0 , a caracteriza essencialmente o volume do sólido

compreendido superiormente pela descrição gráfica de z = f (x, y) e inferior-


mente pela região R, bem como lateralmente pelo cilindro vertical cuja base é
o contorno da região R. Observe a Figura 9 a seguir.

MULTIVIX EAD
86 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

FIGURA 9 - A INTEGRAL DUPLA DA FUNÇÃO Z = F(X, Y) DANDO O VOLUME DE UM SÓLIDO


DE REVOLUÇÃO

y
R

x
Fonte: Adaptada de Hughes-Hallett et al. (2010, p. 77).

Segundo Hughes-Hallett et al. (2010, p. 233):

Assumindo que a fronteira da região de integração R é formada por um


número finito de arcos de curvas suaves e que as funções f (x,y) e g (x.y) são
contínuas em R, temos algumas propriedades da integração dupla, que visam
simplificar os cálculos envolvendo as mesmas.

Assim, temos que:

a.  ,para todo k real.

b.  .

c.  Se , para todo , então ≥ .

d.  Se para todo (x,y) em R, então .

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 87
CÁLCULO III

4.5 INTEGRAIS TRIPLAS


E as integrais triplas? Para discutirmos elas, primeiramente, notamos que nos
baseamos em uma função de três variáveis reais, ou seja, uma função do tipo
w = f (x, y, z) definida sobre uma região T do espaço tridimensional .
Assim sendo, tomemos w = f (x, y, z) uma função definida e contínua em uma
região fechada e limitada T do espaço . Logo, subdividimos T em pequenas
sub-regiões traçando planos paralelos aos planos coordenados conforme Fi-
gura 10 a seguir.

FIGURA 10 - INTERPRETANDO GEOMETRICAMENTE A REGIÃO T PARA INTEGRAL TRIPLA

(xk, yk, zk)

Fonte: Adaptada de Hughes-Hallett et al. (2010, p. 80).

Enumerando os paralelepípedos no interior T de 1 até n escolhemos um ponto


arbitrário (xk, yk, zk), descrevemos a soma , em que éo
volume. Dessa forma, se por ventura, existir , ela é chamada
de integral tripla da função f (x,y,z) sobre a região T e é representada pe-
las expressões características: ou . De acordo com

Hughes-Hallett et al. (2010, p. 247), “com relação a integral tripla listamos as


seguintes propriedades associados que visam a simplificação dos cálculos”.

MULTIVIX EAD
88 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

a. 

b. 

c. 

Agora, sem perda de generalidade, comentamos que a integral tripla constitui


uma generalização direta da integral dupla. Para tal, quando temos uma fun-
ção em que R é uma região do espaço tridimensional , podemos
calcular a integral tripla de f na região R.

•  1° caso: a região T é descrita inferiormente por z = h1(x,y) e superiormente


por z = h2(x,y), em que h1 e h2 são funções contínuas sobre R do plano xy
conforme Figura 11 a seguir.

FIGURA 11 - INTERPRETANDO GEOMETRICAMENTE A DEFINIÇÃO FORMAL DA


INTEGRAL TRIPLA

z
z

T
z = h1(x, y)

y
R
x
Fonte: Adaptada de Morettin (2016, p. 77).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 89
CÁLCULO III

Nesse caso, temos que .

Logo, como vimos em integrais duplas, a integral tripla será dada por

•  2° Caso: a região T é caracterizada à esquerda por y = p1(x,z) e a direita por y =


p2(x,z), em que p1 e p2 são funções contínuas sobre a região R’ do plano xz,
como visualizado na Figura 12 a seguir.

FIGURA 12 - INTERPRETANDO GEOMETRICAMENTE A DEFINIÇÃO FORMAL DA


INTEGRAL TRIPLA

R’
T y

x
Fonte: Adaptada de Morettin (2016, p.82).

Logo, podemos escrever que .

MULTIVIX EAD
90 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

•  3° Caso: a região T é delimitada na parte de trás por x = q1(y,z) e na frente por


x = q2(y,z), em que q1 e q2 são contínuas sobre a região R’’ do plano yz. Observe.

FIGURA 13 - INTERPRETANDO GEOMETRICAMENTE A DEFINIÇÃO FORMAL DA


INTEGRAL TRIPLA

T x = q1(y, z)

x = q2(y, z)
x
Fonte: Adaptada de Morettin (2016, p. 84).

Desta maneira, para este caso temos: .

4.6 APLICAÇÕES DIVERSAS


Vejamos neste momento uma aplicação envolvendo a integração múltipla
com base nas ponderações descritas anteriormente.
Aplicação 1: vamos caracterizar a integral tripla , sendo T um sólido

compreendido pelo cilindro x² + y² = 25, pelo plano x + y + z = 8 e pelo plano xy.


Solução: inicialmente, observemos que o sólido T é delimitado superiormente
pelo gráfico da função z = 8 – x – y e inferiormente por z = 0 conforme é apre-
sentado na Figura 14 a seguir.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 91
CÁLCULO III

FIGURA 14 - INTERPRETANDO GEOMETRICAMENTE O EXEMPLO EM QUESTÃO

5
R y

z=0
x
Fonte: Banco de imagens do autor (2019).

Dessa forma, a projeção sobre o plano xy é o círculo x² + y² = 25 conforme Fi-


gura 15 a seguir.

FIGURA 15 - INTERPRETANDO GEOMETRICAMENTE O EXEMPLO EM QUESTÃO

Fonte: Banco de imagens do autor (2019).

MULTIVIX EAD
92 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Logo, podemos escrever:

Para esse caso, podemos utilizar as coordenadas polares.

= =

= =

CONCLUSÃO

Nesta unidade, apresentamos o contexto teórico envolvendo a integração


múltipla. Grosso modo, iniciamos a nossa tratativa objetivou-se num primeiro
momento com a descrição das funções de várias variáveis, especificamente
falando, com as funções de duas variáveis. Conceituamos formalmente essa
tipologia de função, bem como descrevemos os conceitos de curvas de nível,
gráfico e limite de z = f(x,y). A seguir, discutimos a parte relacionada a integra-
ção dupla que constituir de modo natural a generalização da integral definida
para funções z = f(x,y). Tal aparato pode ser interpretada em situações específi-
cas como volumes de sólidos. Por fim, tratamos da integral tripla, que em um
primeiro momento pode ser vista facilmente como a generalização da integral
dupla. Aqui, também é um aparato fundamental para a resolução de proble-
mas diversos.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 93
CÁLCULO III

UNIDADE 5

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> estar familiarizado


com as principais
propriedades e
técnicas envolvendo
a teoria da
integração.

MULTIVIX EAD
94 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

5. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE
PRIMEIRA ORDEM E APLICAÇÕES

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Você saberia modelar a equação diferencial que caracteriza a situação de um
objeto que está caindo na atmosfera perto do mar? Conseguiria descrever a
equação que rege a queda de temperatura de um determinado objeto em
meio qualquer? Ou, ainda, conseguiria caracterizar a diferença de potencial
em um circuito elétrico fechado? A partir de indagações como essas é que se
torna fundamental o estudo das equações diferenciais ordinárias.
Não é novidade para nós a necessidade de criarmos modelos que permitam
interpretar e compreender como o mundo físico tem sido uma das grandes
motivações para o desenvolvimento da Matemática, Física e Engenharia.
Podemos falar que números foram criados para contar e medir, ao passo que
desigualdades foram introduzidas para comparar grandezas, e se inventaram
as funções matemáticas para expressar dependência ou relação entre coisas.
Nesse sentido, é interessante notarmos que muitas situações problemas do
cotidiano, por mais complexas que sejam e formuladas em linhas matemáti-
cas, exigem quase sempre a resolução de uma equação que envolve derivadas
ordinárias de uma dada função. Assim sendo, convido você para conhecermos
a Teoria das Equações Diferenciais Ordinárias. Vamos lá?

5.1 INTRODUÇÃO AS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS


É importante salientarmos que vários problemas relevantes do nosso mundo
atual necessitam da ideia de função, já que tal conceito é usado para carac-
terizar a relação entre grandezas ou variáveis. Todavia, em algumas situações
peculiares, temos que a necessidade de entender uma equação que envolve
derivadas de uma função. As equações diferenciais de primeira ordem são
usadas para a resolução de problemas de decaimento de substâncias, cresci-
mento populacional, reações químicas etc.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 95
CÁLCULO III

FIGURA 1 - APLICABILIDADE DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Portanto, vamos conhecer os conceitos introdutórios e a classificação das


equações diferenciais como segue.

Equações diferenciais: Chamamos de equações


diferenciais aquelas que contêm derivadas
ordinárias de funções.

MULTIVIX EAD
96 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Ilustrando, são exemplos de equações diferenciais:


, , ,

Comumente, as equações diferenciais são classificadas de acordo com a sua


tipologia, ordem e linearidade. Veja a Figura 2.

FIGURA 2 - CLASSIFICAÇÃO DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Ordem

Tipo Linearidade

Classificação
das
equações
diferenciais

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Assim sendo, nos primeiros três casos ilustrados anteriormente, em que apa-
recem apenas derivadas ordinárias a equação é dita uma equação diferencial
ordinária. De outro modo, caso as derivadas sejam derivadas parciais, então a
equação é dita uma equação diferencial parcial, como o quarto exemplo de
equação mostrado anteriormente.

Se uma equação contém somente derivadas


parciais de uma ou mais variáveis dependentes
de duas ou mais variáveis independentes, então a
equação é denominada equação diferencial parcial,
que denotaremos por EDP.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 97
CÁLCULO III

No que diz respeito à ordem, falamos que a ordem de uma EDO é a ordem da
mais alta derivada que nela comparece. Vejamos:

EDO de primeira ordem

EDO de terceira ordem

EDO de quarta ordem

Para o último critério de classificação, temos a linearidade.

EDO linear: Falamos que uma E.D.O de ordem n na


função incógnita y e na variável independente x é
linear se estiver como:

em que as funções e g(x) são


conhecidas e dependem apenas da variável x (ou de
t caso ).

MULTIVIX EAD
98 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Contrariamente, as equações diferenciais ordinárias que não podem ser des-


critas sob a forma anterior são ditas equações diferenciais não lineares. Veja-
mos alguns exemplos ilustrativos.

1.  EDO linear

2.  EDO linear

3.  EDO linear

4.  EDO não linear

5.  EDO não linear

Vejamos a seguir a caracterização da linearidade de uma EDO representada


na Figura 3 a seguir.

FIGURA 3 - CARACTERIZAÇÃO DA LINEARIDADE DE UMA EDO

Equações Equações
lineares lineares

Coeficientes da função Coeficientes da função


y e de suas derivadas y e de suas derivadas
podem ser funções dependem também
constantes de y

Coeficientes da função Coeficientes da função


y e de suas derivadas y e de suas derivadas
podem ser funções podem depender das
constantes derivadas de y

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 99
CÁLCULO III

5.2 SOLUÇÕES EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS


A fim de solucionarmos uma EDO, devemos procurar funções ao invés de nú-
meros como acontece nas equações elementares. Observe que, na equação
, o y é a função incógnita, logo caracterizar a sua solução, significa
determinar uma função definida em um certo intervalo I, de tal modo que,
quando substituirmos y por essa função, a EDO se reduz a uma identidade
para qualquer ponto em I. Observe que a função é uma solução de
, já que: , para qualquer ponto x em .

Solução de uma EDO: Falamos que uma solução


de uma EDO é a função y(x) que torna a equação
diferencial uma identidade para qualquer ponto
que pertença ao intervalo I.

Você deve se lembrar que, em um curso de cálculo introdutório, foram es-


tudadas as noções de funções explícitas. Analogamente ao trabalhado nas
equações matemáticas elementares, soluções de EDOs são classificadas em
explícitas ou implícitas. Nesse sentido, conceituamos as soluções explícitas e
implícitas de uma equação diferencial ordinária como segue:

Soluções explícitas

solução para uma EDO que pode ser descrita na forma .

Soluções implícitas

falamos que uma relação do tipo é uma solução implícita de


uma EDO em I, se ela define uma ou mais soluções explícitas em I.

MULTIVIX EAD
100 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Vejamos alguns exemplos ilustrativos.


Exemplo 1 (solução explícita):
A função é solução para a EDO no intervalo . Assim, tal
função é uma solução explícita.
Exemplo 2 (solução explícita):
A função é uma solução para a EDO no intervalo ,
logo tal função é uma solução explícita.
Exemplo 3 (solução implícita):
Para o intervalo , a relação é uma solução implícita

para a equação diferencial . De fato, por meio da derivação implícita,

vem que , ou seja, , ou, ainda, .

Observe que a relação no exemplo caracteriza duas funções ex-

plícitas, que são: e no intervalo considerado. De outra

forma, note que toda relação do tipo satisfaz a igualdade


para todo real c .
Salientamos que, como a distinção entre uma solução explícita e uma solução
implícita é direta, não devemos nos preocupar em descrever se temos uma
solução explícita ou implícita.

5.3 EQUAÇÕES SEPARÁVEIS


Como podemos solucionar uma EDO de 1ª ordem? A resposta para tal indaga-
ção se baseia nos métodos de resolução. Assim sendo, neste momento, esta-
remos interessados em discutir métodos de resolução de EDOs de 1ª ordem,
dentre eles citamos: o método das variáveis separáveis e o método dos fato-
res integrantes.
O interessante a ser comentado é que cada um desses métodos apresenta a
sua particularidade para aplicação em determinadas equações. Além disso,
não é de nosso interesse a descrição formal de tais métodos e sim como utili-
zá-los para a caracterização das soluções de EDOs de 1ª ordem.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 101
CÁLCULO III

PVI: Uma equação diferencial de primeira ordem


em conjunto com uma condição inicial do tipo
é dito um Problema de Valor Inicial (PVI).

Vamos tomar g(x) uma função contínua e conhecida, assim a EDO de 1ª or-

dem pode ser solucionada por meio de uma integração direta. Para

tal, reescrevemos a equação na forma . Nesse contexto, a solução


para a EDO considerada é .
Observe a seguir.
Vamos determinar a solução geral da EDO dada por:

Para tal, inicialmente escrevemos a EDO na forma: . Assim, apli-


camos a integração a ambos os membros, sendo no 1º membro com relação à
variável y e no 2º membro com relação a x , daí:

De onde segue que: denota a solução geral da EDO dada.


Salientamos que, em verdade, o procedimento de resolução usado neste mo-
mento é apenas um caso específico da conceituação a seguir.
Saiba que uma EDO na forma é chamada equação separável ou tem
variáveis separáveis.

MULTIVIX EAD
102 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Exemplo 4:
Vamos caracterizar a solução da EDO .
Solução: com base em , fazendo a multiplicação cruzada, obtemos

que . Note que, em verdade, separamos tudo que tem y no pri-


meiro membro e tudo que tem x no segundo membro. Agora, realizamos a
integração dos dois membros como segue:

.
Ou seja, . E, como é uma constante (digamos C ), resulta

que: .
Note que integramos diretamente o primeiro membro com relação a y e ca-
racterizamos a função y por isolamento.
Exemplo 5:
Vamos solucionar o PVI , com condição inicial .
Solução: primeiramente, podemos notar que a EDO é de variáveis separáveis.
Logo, podemos reescrevê-la na forma , ou, ainda, com base na inte-

gração escrevemos: . Ou seja, , em que C 1 é uma

constante arbitrária. Observe, ainda, que a solução anterior pode ser escrita na

, para tal, basta substituirmos as constantes 2.C 1 por c . Gros-


2
forma
so modo, a solução descreve uma família de círculos concêntricos (de mesmo
centro). Agora, vamos visualizar a condição inicial inserida no exemplo. Dessa
forma, quando , vem que e, portanto, interpretamos
que o PVI determina . Logo, concluímos que este é o único círculo
da família que passa pelo ponto (4, 3) . Observe a Figura 4 a seguir.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 103
CÁLCULO III

FIGURA 4 - A INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO EXEMPLO ANTERIOR

5
(4, 3)

5 x

c=5

Fonte: Banco de imagens do autor (2019).

Na prática, quando integramos os dois membros de uma EDO, colocamos a


constante em um membro somente.

5.4 O MÉTODO DOS FATORES INTEGRANTES


Outro método muito usado para a descrição de soluções de EDO de 1ª ordem
é o método dos fatores integrantes. Em verdade, ele se alicerça na descrição
a priori de uma função desconhecida que será denotada por , que, quando
multiplicada na equação original, a deixa diretamente integrável, por conta
disso sua denominação.
O uso de tal método pode ser feito a partir dos passos a seguir.
Sequência de passos de aplicação do método dos fatores integrantes

1º Passo

encontrar o fator integrante pela fórmula .

2º Passo

multiplicar a equação original pelo fator integrante, a fim de escrever o


novo primeiro membro como a derivada do produto .

MULTIVIX EAD
104 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

3º Passo

efetuar a integração da nova igualdade em relação a t e encontrar a


função y (solução da equação).

A Figura 5 a seguir descreve um fluxograma do uso do método.

FIGURA 5 - SEQUÊNCIA DE PASSOS PARA O MÉTODO DOS FATORES INTEGRANTES

1° Passo 2° Passo 3° Passo

Encontrar o Multiplicar a Integrar a última


fator integrante EDO original igualdade com
pelo fator integrante relação a t

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Vejamos a utilização do método dos fatores integrantes.


Exemplo 6:
Vamos caracterizar a solução do PVI dado por , com condição inicial
.
Solução: Primeiramente, determinemos o fator integrante pela fórmula:

Assim, como , segue que .


De outra forma, pegamos a EDO inicial e a multiplicamos por , de

onde obtemos . Ou seja, reescrevemos a igualdade anterior

com base no Passo 2 da metodologia dos fatores integrantes como:

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 105
CÁLCULO III

Dessa maneira, realizando a integração da igualdade anterior em t, vem que:


d
dt

E, portanto, escrevemos que , em que C é uma constante

arbitrária. Ou, ainda, . Para identificarmos a função y, bas-

ta passarmos o termo dividindo (ou equivalentemente multiplicarmos a


t

equação anterior por e ), de onde resulta que:


2

Que descreve a solução geral da EDO . Para encontrarmos a solução

do PVI dado, na solução geral, trocamos a condição inicial, ou seja, a


fim de caracterizarmos o valor da constante C . Logo, temos que:

Ou seja, , de modo que a solução do PVI é escrita como:

Portanto, concluímos que:


(solução geral) e (solução do PVI)

5.5 EQUAÇÕES EXATAS


O nosso objetivo aqui é descrever a metodologia de resolução de EDOs de 1ª
ordem por meio das equações exatas, todavia, para tal, é necessário conceitu-
armos o significado de diferencial exata como segue.
Uma expressão diferencial é dita diferencial exata em
uma região R do plano xy se ela equivale a diferencial total de alguma função
f (x, y) .

MULTIVIX EAD
106 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Logo, definimos uma equação exata como segue.


Uma EDO com a tipologia é denominada de equa-
ção exata se a expressão do lado esquerdo é uma diferencial exata.
Observe o exemplo ilustrativo a seguir.
Exemplo 7: notemos que a EDO dada por é exata, já que:

O teorema na sequência nos dá um teste para caracterizarmos uma diferen-


cial exata.

•  Teorema 1 (critério para uma diferencial exata)

Consideremos M (x, y) e N (x, y) funções contínuas com derivadas parciais con-


tínuas em uma região retangular R descrita por , . Assim, uma
condição necessária e suficiente para que seja uma dife-

rencial exata é que tenhamos a igualdade (CENGEL, 2014).


A justificativa de que a condição do Teorema 1 é suficiente consiste em de-

monstrar que existe uma função f tal que e . Comen-

tamos ainda que a construção de tal função na verdade nos dá um procedi-


mento específico para solução de EDOs por meio das equações exatas.
Agora, vamos apresentar uma sequência de passos a serem seguidos para a
resolução de EDOs, por intermédio a noção de equações exatas. De acordo
com Cengel (2014), dada a equação:
I. ,
devemos comprovar inicialmente que .

Na sequência, efetuamos a suposição de que:

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 107
CÁLCULO III

Daí, podemos caracterizar f integrando M (x, y) com relação a x , tomando y


constante. Escrevemos,
,
em que a função arbitrária g( y) é a constante de integração. Agora, derivamos

a Equação (I) com relação à variável y e supomos , obtendo:

Logo, vem que:

Vejamos um exemplo ilustrativo acerca das equações exatas.


Exemplo 8:
Vamos caracterizar a solução da EDO .
Solução: primeiramente, observe que, como e ,

temos que . Assim sendo, a equação dada é exata e, pelo Teore-

ma 1, existe uma função f (x, y) , satisfazendo:

Da primeira dessas equações, obtemos, depois de integrarmos, que


. Agora, derivando a última expressão com relação à y e

igualando o resultado a N (x, y) , temos que: , de onde se-

gue que e . Note que a constante de integração não preci-


sa ser incluída, pois a solução é .

MULTIVIX EAD
108 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Qualquer EDO admite solução? Sim ou não?


A resposta para tal indagação é NÃO, já que,
exemplificando, a EDO não possui solução,
pois nenhum quadrado pode ser equivalente a um
número negativo se tomarmos .

5.6 APLICAÇÕES ENVOLVENDO AS EDO’S DE


PRIMEIRA ORDEM
Já deixamos evidente com base nas exposições teóricas anteriores que uma
EDO é rotineiramente utilizada como mecanismo para descrevermos o com-
portamento de alguns sistemas reais: físicos, sociológicos, ou, mesmo econô-
micos, o qual é denominado de modelo matemático, sendo a célula funda-
mental da modelagem matemática.
Particularmente falando de modelos matemáticos para fenômenos como de-
crescimento de substâncias, crescimento populacional, reações químicas, res-
friamento de corpos, velocidade de um corpo em queda livre, taxa de memo-
rização ou corrente em um circuito em série são algumas situações, em que as
EDOs de 1ª ordem são fundamentais.
Dessa forma, aqui estaremos interessados na resolução de algumas EDOs line-
ares e não lineares que aparecem no dia a dia.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 109
CÁLCULO III

FIGURA 6 - MODELAGEM MATEMÁTICA VIA EDOS DE PRIMEIRA ORDEM

Problemas
Práticos na
Engenharia
EDO de
Primeira Ordem
Modelagem
matemática

Aplicações
cotidianas

Fonte: Banco de imagens do autor (2019).

Vejamos uma aplicação das EDOs de 1ª ordem a seguir.


Aplicação 1: crescimento e decrescimento (CENGEL, 2014).
O PVI dado por , , em que k é uma constante de propor-

cionalidade, comparece em diversas teorias fisicas relacionadas a crescimen-


to e/ou decrescimento. De acordo com Cengel (2014, p. 34), tal PVI alicerça
um modelo para o cálculo aproximado da quantidade remanescente de uma
substância que está sendo desintegrada por meio da radioatividade. De outra
forma, a EDO anterior pode ainda caracteirzar a temperatura de um corpo em
resfriamento.
Vamos tomar de modo específico a seguinte situação problema: o isótopo ra-
dioativo de chumbo, Pb-209, decai a uma taxa proporcional à quantidade pre-
sente em qualquer tempo t. Sua meia vida é 2,4 horas.
Segundo Cengel (2014, p. 33), “a meia vida é uma medida de estabilidade de
uma dada substância radioativa”. Em outras palavras, a meia vida compreende
o tempo gasto para metade dos átomos de uma quantidade inicial A se desin-
tegrar ou se converter em átomos de outro elemento.

MULTIVIX EAD
110 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Se 20 gramas de chumbo estão presentes inicialmente, quanto tempo levará


para 90% de chumbo desaparecer?
Solução: vamos considerar como parâmetros: M (t) quantidade presente no
instante t; M (0) : M 0 : quantidade no instante ; k : constante de proporcio-
nalidade. Para a nossa aplicação com base no enunciado para a substância,
sendo sua meia vida no período de 2,4 horas, podemos escrever que:
M (t ) = M 0 .e k .t

1
. M 0 = M 0 .e k .2, 4
2

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 111
CÁLCULO III

Assim, sendo a massa inicial , temos que . Logo, para


identificarmos quanto tempo levará para 90% da massa de chumbo desapa-
recer, devemos considerar a massa final igual a 2 gramas, ou seja:
M (t ) = 20 .e −0, 2888811325.t

horas
Portanto, concluímos que 90% de chumbo irá desaparecer em aproximada-
mente 7,97 horas.

MULTIVIX EAD
112 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

CONCLUSÃO

Esta unidade objetivou-se na descrição formal das EDOs de 1ª ordem. Vimos


que vários problemas importantes e relevantes do mundo da Matemática, Fí-
sica e da Engenharia, matematicamente formulados, necessitam da descrição
de uma função que obedece a uma equação que contém uma ou mais deri-
vadas ordinárias de uma função a priori desconhecida. Nesse sentido, torna-
-se fundamental o estudo das EDOs, assim, inicialmente trabalhamos com os
seus conceitos preliminares, desde a sua classificação quanto ao tipo, à ordem
e à linearidade, passando pela descrição de outas terminologias e conceitos
pertinentes.
Assim sendo, a partir da classificação das EDOs, vimos em termos formais a ca-
racterização e interpretação algébrica de uma solução, ou seja, visualizamos o
significado de encontrarmos a solução de uma EDO que, em verdade, traduz-
-se na determinação de uma função incógnita que faz com que ela se torne
uma identidade. Note que, neste momento, você já sabe como preencher a
necessidade de criar modelos que permitam explicar e compreender o mun-
do físico, que tem sido uma das grandes motivações para o desenvolvimento
da Matemática, Física e Engenharia, que dependem do contexto de equações
diferenciais ordinárias, sejam elas de primeira ordem ou de ordem superior.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 113
CÁLCULO III

UNIDADE 6

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Reconhecer as
particularidades
e resultados
fundamentais
envolvendo as
equações diferenciais
de segunda ordem
com coeficientes
constantes.

MULTIVIX EAD
114 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

6. EQUAÇÕES DIFERENCIAS DE
SEGUNDA ORDEM E APLICAÇÕES

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Vamos dar sequência ao estudo das equações diferenciais ordinárias traba-
lhando agora com as equações de segunda ordem. Assim sendo, por exemplo,
você saberia especificar a EDO que descreve a situação de um corpo ligado a
uma mola? Conseguiria caracterizar a equação que simula as oscilações de
um eixo acoplado a um volante? Ou ainda, saberia fundamentar a corrente
elétrica em um circuito simples em série?
A partir de perguntas como essas, é que se torna relevante a compreensão
das EDOs de 2ª ordem. Salientamos que uma EDO de 2ª ordem nada mais é
do que uma função que relaciona a derivada ordinária de segunda ordem de
uma função em função de sua derivada primeira, bem como, de y
e de x , ou ainda, quando escrevemos como segue. A representação geral de
uma EDO de 2ª ordem é dada por = f (t, y) .
Em verdade, pode-se afirmar que as EDOs de 2ª ordem são de extrema rele-
vância para todo estudo relacionado à mecânica dos fluidos, da condução do
calor, do movimento ondulatório ou dos fenômenos eletromagnéticos, que
são problemas essenciais no contexto das Ciências Exatas. Vejamos a Figura 1.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 115
CÁLCULO III

FIGURA 1 - IMPORTÂNCIA DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE SEGUNDA ORDEM NO


CONTEXTO DA ENGENHARIA

Importantes
para problemas Solução de
clássicos da problemas de
Rica estrutura Engenharia oscilações
teórica
mecâncias e
elétricas

Equações
diferenciais
de segunda
ordem

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Assim, convido você para participar dessa generalização. Vamos lá?

6.1 INTRODUÇÃO AS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS


DE SEGUNDA ORDEM
Você saberia iniciar a resolução de EDOs de 2ª ordem? Saberia diferenciar as
principais subclasses de EDOs de 2ª ordem? Conseguiria utilizar uma EDO de
2ª ordem em uma situação simples do contexto de oscilações mecânicas? E
a interpretação de um sistema massa mola? Diante disso, entramos no mo-
mento de interpretarmos formalmente uma EDO de 2ª ordem com coeficien-
tes constantes a partir da sua equação característica. Primeiramente, ressal-
tamos que, em linhas gerais, uma EDO de 2ª ordem pode ser vista na forma

, em que f é uma função conhecida.

MULTIVIX EAD
116 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Linearidade: Dizemos que a equação = f (t, y) é


linear quando a função f é linear em y e suas
derivadas, isto é, quando conseguirmos escrever:
, onde g(t) , p(t) e q(t)
são funções conhecidas da variável independente
t. Desta forma, pode-se ainda escrever
.

Dada uma equação , se ela não tem a forma descrita anterior-

mente, então ela é dita não linear.


De outra forma, nesse contexto, o conceito de Problema de Valor Inicial (PVI),
similar ao das EDOs de 1ª ordem, é importante e dado a seguir.

Problema de Valor Inicial (PVI): um Problema de


Valor Inicial (PVI) é composto por uma EDO de 2ª
ordem com condições iniciais ,
y
com 0 e dois números reais conhecidos.

Além disso, segundo Cengel (2014, p. 134), uma EDO linear de 2ª ordem é ho-
mogênea se o termo g(t) for nulo para todo t (isto é, ). Nesse senti-
do, vamos estudar em primeiro lugar as equações em que os coeficientes são
constantes, ou seja, funções do tipo , com a , b e c constan-
tes reais.
Vejamos um exemplo introdutório.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 117
CÁLCULO III

Exemplo 1:
Considere a equação . Note que, para solucionarmos tal equação, é
necessário encontrar uma função cuja sua derivada segunda seja ela mesma;
dessa maneira:

•  é solução da equação , já que ;

•  é solução da equação , já que ;

•  é solução da equação , já que ;

•  é solução da equação , já que ;

Evidentemente, percebe-se também que as funções e


também são soluções independentemente das constantes c1
e c2 . Pensando assim, ou seja, indo um pouco mais longe, notamos também
que, também é solução da EDO dada.

Observe que qualquer soma de soluções de


também é a sua solução.

Particularmente comentando, uma vez que e são soluções de


, então concluímos que a função também consti-
tui uma solução, em geral, como as constantes c1 e c2 são quaisquer, a expressão
anterior caracteriza uma família duplamente infinita de soluções da EDO dada.
Com o intuito de generalizarmos, sendo com a , b e c quais-
quer, similarmente, buscamos funções do tipo que sejam sua solução,
em que r é um parâmetro a priori desconhecido. Assim, , e
de onde segue que, , ou seja, temos que
. Como sabemos, para todo r e para todo t, deve-
mos ter .

MULTIVIX EAD
118 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Tal equação do segundo grau recebe o nome de equação característica da


EDO .
Para Cengel (2014, p. 136), “o significado da equação característica é que se r
for uma raiz da equação quadrática , então é solução
da EDO com a , b e c constantes”. De outro modo, como
a equação característica é uma equação do 2º grau com coeficientes reais,
apresenta duas raízes que podem ser: reais e diferentes ou reais e iguais ou
complexas conjugadas. Vejamos a Figura 2 a seguir.

FIGURA 2 - POSSIBILIDADES PARA AS RAÍZES DA EQUAÇÃO CARACTERÍSTICA

Raízes reais e Raízes reais e


diferentes iguais

Raízes complexas
conjugadas

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

6.2 EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS COM


COEFICIENTES CONSTANTES – RAÍZES REAIS E
DISTINTAS
De acordo com Cengel (2014, p. 141):

Supondo que a equação característica tenha raízes reais e distintas, r1 e r2 ,


com , então as funções, e são duas soluções da
equação e, desta maneira a solução geral é dada por:

Vejamos alguns exemplos a seguir envolvendo a caracterização da solução ge-


ral e de um PVI de uma EDO de 2ª ordem com coeficientes constantes, em
que a equação característica admite duas raízes reais e distintas.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 119
CÁLCULO III

Exemplo 2:
Vamos caracterizar a solução geral da EDO dada por .
Solução: note que, nesse caso, temos que e ,
, logo, admitindo
que seja a solução da equação com r a raiz da equação característica
, segue que e . Portanto, a solução geral da equação
anterior é dada por .
Exemplo 3:
Vamos caracterizar a solução do PVI, , e .
Solução: do exemplo anterior, já sabemos da solução geral para essa EDO. Des-
sa maneira, com base nas condições iniciais e , obtemos o siste-

ma linear e, resolvendo-o, por qualquer um dos métodos ele-

mentares, concluímos que e , ou, ainda, a solução do PVI é dada


por .
Exemplo 4:
Vamos determinar a solução geral da EDO de 2ª ordem com coeficientes cons-
tantes .
Solução: nesse caso, temos que , e . Logo, admitindo que
seja a solução da equação com r a raiz da equação característica dada por
. Segue que, e e, portanto, a solução geral da equação
anterior é dada por .

6.3 CONJUNTO FUNDAMENTAL DE SOLUÇÕES,


WRONSKIANO E INDEPENDÊNCIA LINEAR
Como podemos compreender metodologias de resolução de EDOs de 2ª or-
dem que caracterizem todas as soluções das mesmas? Sendo assim, aqui es-
taremos interessados em caracterizar um conjunto fundamental de soluções
(c.f.s) para uma EDO de 2ª ordem.
Além disso, apresentaremos a noção de wronskiano entre duas funções e in-
dependência linear entre elas, que constitui uma importante ferramenta na
obtenção de c.f.s. O importante é ressaltar que a partir de resultados relacio-
nados estaremos ampliando a visualização e percepção com relação às equa-
ções homogêneas de 2ª ordem.

MULTIVIX EAD
120 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Teorema de Existência e Unicidade é, de acordo


com Cengel (2014, p. 144), o PVI dado por
, com condições iniciais
e , em que p, q e g são funções contínuas
em um intervalo aberto I. Então, existe somente
uma solução desse PVI e a solução existe em
todo intervalo I.

Em outras palavras, o resultado anterior nos remete a:

O PVI

possui uma solução, i.e, existe solução do problema.

O PVI

tem uma só solução, i.e, a solução é única.

Solução

A solução é uma função pelo menos duplamente derivável em todo o


intervalo I, no qual os coeficientes sejam funções contínuas.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 121
CÁLCULO III

FIGURA 3 - INTERPRETANDO O TEOREMA DA EXISTÊNCIA E UNICIDADE

1° Obs. 2° Obs. 3° Obs.

Existe uma A solução do A solução está em


solução do PVI PVI é única. todo intervalo I desde
que os coeficientes
sejam duas vezes
deriváveis.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Por outro lado, quando já caracterizadas as soluções y1 e y2 , pode-se gerar


mais soluções a partir da combinação linear de y1 e y2 .

Sobre o Teorema da Superposição, Cengel (2014, p.


145) nos diz que: “sejam y1 e y2 duas soluções da
equação diferencial ordinária
então a combinação linear também é
uma solução para quaisquer valores das constantes
c1 e c2 .

O determinante é chamado de determinante wronskiano ou

wronskiano das soluções y1 e y2 .

MULTIVIX EAD
122 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Teorema da Escolha: Suponhamos que y1 e y2


sejam duas soluções da equação diferencial
ordinária e que o wronskiano
não seja nulo no ponto t
, em que ficam as condições iniciais e
, então existe uma escolha das constantes
c1 e c2 para a qual satisfaz à EDO
e às condições iniciais
e .

Considerando y1 e y2 duas soluções da EDO e se tivermos


um ponto t0 no qual o Wronskiano de y1 e y2 for não nulo então a família de
soluções dada por y = c1. y1 + c2 . y2 com os coeficientes quaisquer c1 e c2 inclui
qualquer solução da E.D.O . (CENGEL, 2014, p. 147)

As soluções y1 e y2 , com o wronskiano não nulo, constituem um conjunto fun-


damental de soluções (c.f.s) da equação .
Exemplo 5:
Vamos mostrar que e formam um con-
junto fundamental de soluções para a equação diferencial
. Para tal, salientamos inicialmente que deve-

mos mostrar que e são soluções da equação diferen-

cial dada. Dessa forma, temos que e

. Substituindo os cálculos anteriores na equa-

ção diferencial dada, segue que: e,

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 123
CÁLCULO III

Note que até o presente momento mostramos que y1 (t) e y2 (t) são soluções
da equação diferencial dada. Agora, vamos determinar o wronskiano entre y1
e y2 , ou seja, vamos encontrar W ( y1 , y2 ) :

Observemos que para , sendo assim, concluímos que as fun-


ções e constituem um conjunto fundamental de soluções
para a equação dada.

Os determinantes wronskianos recebem esse nome


por conta de Jósef Maria Hoëne-Wronski (1776-
1853), matemático nascido na Polônia, que viveu
praticamente toda a sua vida na França.

Falamos que duas funções f1 e f2 são linearmente dependentes (LD) em um


dado intervalo I se existirem constantes k e k2 , ambas não-nulas simultanea-
mente, tais que: , para todo t.
De outro modo, temos que:
Duas funções f1 e f2 são linearmente independentes (LI) se não forem linear-
mente dependentes, ou seja, se a equação (7) anterior for válida parta todo t
no intervalo I se .

MULTIVIX EAD
124 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Exemplo 6:
Vamos averiguar se as funções e são LI ou LD em um

intervalo qualquer I da reta real. Aqui, sabemos que e

são LD em qualquer intervalo I, já que a igualdade

é verificada para todo t real. Ilustrando, se tomarmos e , como

e assim teríamos , ou seja, (Verdadeiro).

6.4 EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS COM


COEFICIENTES CONSTANTES – RAÍZES
COMPLEXAS CONJUGADAS
Suponhamos que seja negativo, isto é, que , portanto as raízes a
equação característica são números complexos conjugados, que denotaremos
por e , onde e são duas constantes reais. Dessa ma-
neira, caracterizamos as soluções y dadas por e . Qual o
significado de elevarmos a Constante de Euler (e) a uma potência que é um
número complexo? A resposta para tal indagação foi dada pelo próprio Euler,

conhecida como Fórmula de Euler, que utilizaremos na forma: ,

assim, para o nosso contexto, as tomaremos na forma .

Assim, as soluções y1 e y2 , como podemos observar, são funções complexas


(definidas em C) e, como estamos acostumados com o conjunto dos números
reais , gostaríamos que elas fossem reais.
Pelo Teorema do Princípio da Superposição, vimos que, se y1 e y2 forem so-
luções da equação diferencial , então qualquer uma de sua
combinação linear é também uma solução. Em particular, vamos efetuar a
soma e a diferença entre y1 e y2 , de onde obtemos:
e

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 125
CÁLCULO III

Sem perda de generalidade, vamos desprezar os fatores 2 e 2i , em cada ex-


pressão anterior, obtendo de forma clara um par de soluções reais dado por:
e
Notemos que u(t) e v(t) são simplesmente a parte real e a parte imaginária de
. Além disso, percebemos que o wronskiano entre u(t) e v(t) é dado por
e, dessa forma, se , então o wronskiano W (u,v) é não nulo
( ), e u(t) e v(t) formam um conjunto fundamental de soluções.
Portanto, a solução geral da EDO de 2ª ordem com coeficientes constantes e
equação característica com é:

com c1 e c2 números reais quaisquer.


Exemplo 7:
Vamos determinar a solução geral da EDO de 2ª ordem dada por .
Solução: primeiramente, observe que a equação característica associada é
dada por já que, , e . Daí, computamos o discrimi-
nante , como segue:
ou ou ou

E, assim, as raízes são dadas por . Aqui, temos e e,

portanto, a solução geral da equação diferencial anterior é:

Exemplo 8:
Vamos caracterizar a solução geral de .
Solução: aqui, a equação característica associada à equação é
dada por , pois, , e . Logo, as raízes são caracterizadas
por , ou seja, nesse caso, temos e . Dessa maneira, a solução
geral da EDO é .

MULTIVIX EAD
126 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

6.5 EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS COM


COEFICIENTES CONSTANTES – RAÍZES REAIS E
IGUAIS (REDUÇÃO DE ORDEM)
Vamos agora discutir o caso em que as raízes r1 e r2 da equação característica,
associada a EDO são iguais, ou ainda, .
Aqui, de forma natural, surge a dificuldade das duas raízes sendo iguais nos

levarem à mesma solução . Vejamos um exemplo inicial.


Exemplo 9:
Vamos resolver a EDO .
Solução: inicialmente, notemos que a equação caraterística da equação dada
é . Desse modo, segue que as raízes são , isto
é, são iguais. Portanto, temos que uma solução para a EDO dada é
. Logo, percebemos que, para encontrarmos a solução geral da EDO dada, ne-
cessitamos de uma outra solução y2 (t) que não seja múltipla de y1 (t) , já que
se isto ocorrer teremos .
Vejamos a Figura 4 a seguir.

FIGURA 4 - AS DUAS SOLUÇÕES NÃO PODEM SER LD

Não podem ser


Soluções
linearmente
y1 e y2
dependentes

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Para solucionarmos o nosso exemplo, usamos o método do matemático francês


Jean d’Alembert que tem como ideia básica generalizar o fato e que se y1 (t) é
solução, então c.y1 (t) também é uma solução para toda constante c , trocando
c por uma função v(t) de tal forma que o produto , seja solução da
EDO .
A fim de aplicarmos tal raciocínio, inicialmente substituímos y pela fun-
ção na equação e encontramos a função v(t) . Dessa forma,
. e, assim sendo, , e, então,
. Agora, vamos substituir às expressões de y1 ,

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 127
CÁLCULO III

e na equação diferencial ordinária . A partir de uma or-

denação dos termos, obtemos ,

o que se simplifica para , ou ainda, e, portanto,


, em que c1 e c2 são constantes arbitrárias. Por fim, substituindo v(t) em

, vem que . Note que as soluções e


não são proporcionais e, assim sendo, concluímos que as duas

são LI, já que . Portanto, as funções e


constituem um conjunto fundamental de soluções para a equação do exem-
plo .
Exemplo 10:
Vamos resolver o PVI: , , . Note que a equação

característica aqui é , de onde e, portanto, a solução

geral é dada por . A primeira condição inicial nos

leva a . De outra forma, derivando a solução geral e utilizando a se-

gunda condição inicial, obtemos que . Assim sendo, e

. Portanto, a solução do PVI proposto é dada por .

6.6 O MÉTODO DOS COEFICIENTES


INDETERMINADOS
Aqui, será de nosso interesse a discussão acerca da EDO de 2ª ordem não ho-
mogênea (1) , em que p(t) , q(t) e g(t) são fun-
ções conhecidas e contínuas no intervalo aberto I.
Observe que a EDO (2) com e p(t) , q(t) são
as mesmas funções da equação (1), é a equação homogênea correspondente
à Equação (1). Grosso modo, as duas afirmações a seguir descrevem a estrutura
as soluções das equações não homogêneas (1) e proporcionam a base para a
construção da solução geral.

MULTIVIX EAD
128 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

Afirmação 1: se Y1 e Y2 são duas soluções da equação não-homogênea (1), então


a diferença é uma solução a equação correspondente (2). Se, além disso,
y1 e y2 constituem um conjunto fundamental de soluções da Equação (2), en-
tão , em que c1 e c2 são constantes determinadas.
Afirmação 2: a solução geral da equação não-homogênea (1) pode ser escrita
na forma , em que y1 e y2 constituem um con-
junto fundamental de soluções da equação homogênea correspondente (2),
c1 e c2 são números quaisquer e Y é uma solução particular da equação não
homogênea (1).
Em verdade, de acordo com Cengel (2014), salientamos que a Afirmação 2 as-
sinala que, para resolvermos a equação não homogênea (1), devemos proceder
ao longo dos três passos, descritos a seguir:

Passo 1

caracterizar a solução geral da equação homogênea


correspondente. Essa solução é chamada de solução complementar, a
qual denotaremos por yc (t) .

Passo 2

descrever uma solução qualquer Y (t) da equação não-homogênea.


Geralmente, essa solução recebe o nome de solução particular.

Passo 3

adicionar as duas funções encontradas nas duas etapas anteriores.

Para aprofundarmos a nossa discussão com relação às equações não homo-


gêneas, estaremos agora interessados em detalhar um método de busca para
a solução particular Y (t) da equação não homogênea (1), que é chamado de
método dos coeficientes indeterminados.
Veja a Figura 5 a seguir.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 129
CÁLCULO III

FIGURA 5 - MÉTODO DOS COEFICIENTES INDETERMINADOS

Equações Equações não- Método dos


homogêneas homogêneas coeficientes
associadas indeterminados

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Exemplo 11:
Vamos caracterizar uma solução particular para a EDO não-homogênea
.
Solução: em verdade, estamos procurando uma função Y , tal que:

2t
Seja igual a 3.e . Sabemos que a função exponencial se reproduz na operação
de derivação, dessa forma, é natural e razoável pensarmos em admitir que a
função Y (t) seja um múltiplo de 3.e , ou seja, que tenha a forma
2t

Em que devemos determinar o coeficiente A . A fim de encontrarmos A , te-


mos que e . Daí, substituindo na EDO dada, obtemos:

Então, de modo que . Portanto, uma solução particular para a


EDO é dada por .

MULTIVIX EAD
130 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CÁLCULO III

CONCLUSÃO

Esta Unidade 6 objetivou-se na descrição formal das EDOs de 2ª ordem. Es-


tudamos que tais equações são usadas em modelos para caracterização de
oscilações e vibrações, bem como para a descrição da corrente elétrica em
circuitos elétricos.
Inicialmente, trabalhamos com os conceitos preliminares das EDOs de 2ª or-
dem, desde a sua descrição com relação à linearidade, à homogeneidade e
com coeficientes constantes.
De outro modo, para a resolução das equações de segunda ordem, trabalha-
mos nas entrelinhas com as equações homogêneas com coeficientes cons-
tantes, que se traduz com um simples aparato que relaciona uma equação
matemática do segundo grau, a qual é a equação característica. Nessa direção,
temos três casos a considerar com base na equação característica: duas raízes
reais e distintas ( ), raízes complexas conjugadas ( ) e raízes reais e
iguais ( ), cada uma traduzindo a solução geral com suas peculiaridades
Além disso, comentamos acerca do método dos coeficientes indeterminados
que trabalham com a descrição de soluções de equações diferenciais de se-
gunda ordem não homogêneas.

MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 131
LITERATURA BRASILEIRA I

REFERÊNCIAS
BARBONI, Ayrton. Cálculo e análise – Cálculo diferencial e integral a uma variável. Rio de Janeiro:
LTC, 2013.

CENGEL, Y. A. Equações diferenciais. Porto Alegre: AMGH, 2014.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. v. 3.

HUGHES-HALLETT, D. G. et al. Cálculo: a uma e a várias variáveis, volume 2. Rio de Janeiro: LTC,
2011.

MORETTIN, Pedro Alberto. Cálculo: funções de uma e várias variáveis. 3 ed. São Paulo: Saraiva,
2016.

SILVA, Paulo Sergio Dias da. Cálculo diferencial integral. 1. ed. - Rio de Janeiro: LTC, 2017.

MULTIVIX EAD
132 Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE:

SAÚDE • EDUCAÇÃO • DIREITO • GESTÃO E NEGÓCIOS

EAD.MU LTIVIX.EDU.BR

Você também pode gostar