João lhe procura e narra que há dois anos atrás teria emprestado um dinheiro ao seu então

cunhado e que havia pedido um cheque no valor do empréstimo como garantia, cheque
este datado e assinado naquela mesma ocasião, 18 de junho de 2019. Ocorre que seu
cunhado veio a se separar de sua irmã e, tendo sido cobrado por João pelo empréstimo,
disse que não pagaria e que João procurasse seus direitos. Ao apresentar o cheque no
banco, o caixa falou que este já não mais poderia ser sacado, eis que superado o prazo de
30 dias, conforme estabelece a lei nº 7.357/85 João também não poderia mover uma
ação de Execução, eis que o prazo prescricional para tanto (6 meses, conforme art. 59 da
mesma lei) já teria sido superado.

Desesperado João lhe procura questionando se há alguma ação específica para

cobrança destes valores além da ação de cobrança pelo procedimento comum? Elabore a
petição inicial da medida cabível no processo em questão.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA COMARCA DE _____

João, sobremone, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade n° (número),

inscrito no CPF sob o n° (CPF),endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na Rua,
número, bairro, CEP, vem respeitosamente a presença de vossa excelência por meio da sua
advogada, inscrita na OAB n° (OAB), com endereço profissional situada na Rua, número, bairro,
cidade, estado CEP, que indica para os fins do artigo 77, V do CPC, vem propor a presente,

AÇÃO MONITÓRIA

Com fulcro nos artigos 700 E 701 do código civil e 206 § 5º, I, do Código Civil, em face de:

Nome completo, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade (número), inscrito
no CPF sob n° (CPF), endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na Rua, número, bairro,
cidade, estado, CEP, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

I- DOS FATOS

O autor, há dois anos, emprestou ao réu a quantia de R$ (valor). Na ocasião do empréstimo do

referido valor, ao autor pediu que o réu lhe desse um cheque no mesmo valor do empréstimo como
garantia, pedido este que foi atendido e o réu entregou o cheque ao autor, devidamente assinado e
datado em 18 de junho de 2019.
Ocorre que a época dos fatos autor e réu eram cunhados. Tempos depois o réu separou-se da irmã
do autor, e quando este foi lhe cobrar o pagamento da quantia emprestada, disse que não pagaria e
que o autor deveria procurar os seus direitos.
O autor tentou realizar o saque no banco, mas não foi possível pois já havia passado o prazo de 30
das. Não poderia também o autor mover uma ação de execução, visto que já encontra-se prescrita a
pretensão.

II- DOS FUNDAMENTOS

Conforme descrito na narrativa fática o autor é credor do réu da quantia R$ (valor), divida esta
representada pelo cheque emitido e com vencimento em 18 de junho de 2019.
Tendo o autor tentado de forma frustrada, realizar a cobrança da divida diretamente com o seu ex-
cunhado , que este se recusou a pagar. Após a recusa o autor realizar o saque junto ao banco,
contudo não foi possível, visto que já havia passado o prazo de 30 dias para realizar o saque
conforme previsto o artigo 33 da lei 7.357/85;
Nessa senda, o artigo 70 do mesmo diploma legal estabelece que as ações contra o aceitante
relativas a letras prescrevem em 3 (três) anos para a sua execução, a contar do seu vencimento.

O autor também não pode mover ação de execução contra o réu, uma vez que já se encontra
prescrito o prazo para oferecimento da execução, conforme estabelecido no artigo 59 da lei
7.357/85

Assim sendo, mesmo se o titulo executivo perdeu as sua eficácia para apresentação da execução,
devido a prescrição, ainda existe a possibilidade de cobrança do credor ao devedor da quantia
através da ação monitoria, nos termos do artigo 700, I do Código de processo civil, que resguarda,
com base em documentos escritos, a pretensão da autora ao recebimento da soma em dinheiro.

Além disso, a presente ação demanda é via cabível para melhor atender a pretensão da parte
autora, vez que se constitui de alternativa mais célere que o processo de conhecimento, bem como
autoriza a expedição de mandado de pagamento, tendo sido ajuizada dentro do prazo de 5 anos
previsto na súmula 504 do STJ.

III- DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer o autor:

a) A expedição de mandado de citação e de pagamento contra o réu, na forma do

artigo 700, §7º do CPC a ser cumprido no prazo de 15 dias, nos termos do artigo

701 do CPC

b) A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios de 5% (cinco por

cento) do valor atribuído a causa e das custas processuais em caso de
descumprimento do mandado monitório, em consonância com o artigo 701,§ 1°, do
CPC.
 IV- DAS PROVAS

O Autor pretende provar o alegado fazendo uso de todos os meios de prova em direito admitidas,

em especial pela juntada do cheque sem eficácia de título executivo emitido pelo Réu em favor do

Autor.

Dá-se a causa o valor de (valor), (valor por extenso)

Nestes termos, pede deferimento.

Local, data.
Advogada
OAB