Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMOS
MESA 1
Dia 19.10.2021: início 14h00 / término 16h00
Mesa 01 - História, Cultura e Poder
Auditório A
Mediador: Dr. Marcos Veiga
MESA 2
Dia 19.10.2021: início 14h00 / término 16h00
Mesa 02 - História da Ciência e da Técnica e História, Cultura e Poder
Auditório B
Mediador: Dr. Rubens de Araújo Menezes
Monteiro Lobato (1882-1948), após voltar dos Estados Unidos no início de 1931,
resolveu engajar-se na área industrial, no ramo da siderurgia. Como forma de divulgar
que uma nova indústria siderúrgica estaria disponível, o escritor lançou o livro "Ferro"
(1931). Algumas das ideias contidas em "Ferro" possuem pontos de apoio com ideias
anteriormente expressas por Pandiá Calógeras, metalurgista diplomado. Temos o
objetivo de discutir o discurso lobatiano sobre siderurgia contido no livro "Ferro", sendo
que o escritor desenvolveu a proposição de que o incremento econômico que seria
obtido por uma inovadora indústria siderúrgica geraria, necessariamente, um "derivativo
cultural", o qual deveria ser adotado com máxima urgência para o desenvolvimento
econômico e social brasileiro.
MESA 3
Dia 19.10.2021: início 14h00 / término 16h00
Mesa 03 - História Política
Auditório C
Mediador: Dr. Wanderson Chaves
MESA 4
Dia 20.10.2021: início 10h00 / término 12h00
Mesa 04 - Escravidão e História Atlântica
Auditório A
Mediadora: Dra. Natália Tammone
Em sua obra Pelo prisma da Escravidão, Dale W. Tomich analisa, no capítulo intitulado
“Uma Petite Guinée”, as roças de subsistências dos escravizados nas plantations da
Martinica. Uma versão desse texto de Tomich foi publicada também na coletânea
fundamental sobre o tema, organizada por Ira Berlin e Philip Morgan. Tema fulcral nos
estudos sobre escravidão nas Américas, sobretudo no Brasil e no Caribe, em torno desse
fenômeno – as roças de subsistência –, giram importantes debates historiográficos sobre
adaptação, resistência, autonomia, dependência e paternalismo. Como afirma Tomich, o
cultivo de subsistência e as atividades a ele associadas desenvolveram-se na e através da
relação antagônica entre senhor e escravo.
O objetivo dessa comunicação não é divergir das conclusões apresentadas no trabalho
de Dale Tomich, mas destacar um elemento que foi preterido em suas análises: o papel
das mulheres escravizadas nessa experiência histórica das roças de subsistência.
Pretendo demonstrar, através da análise de diferentes fontes e de pesquisas
historiográficas sobre a Guadalupe e Martinica, a centralidade das mulheres na
experiência de apropriação dos terrenos de cultivo próprio pelas famílias de
escravizados. A afirmação dos direitos dos escravos às roças de subsistência, ao tempo
livre e ao uso autônomo desses recursos são as questões centrais do argumento de
Tomich sobre a redução da dependência em relação à dominação senhorial e a
desestruturação das relações escravistas nas décadas finais da escravidão nas Antilhas
Francesas. Nesse sentido, essa comunicação busca destacar que as mulheres tiveram um
papel fundamental nesse processo. Também procuro observar como questões
relacionadas à maternidade e às políticas pró-natalistas, que visavam o problema da
reprodução da população escravizada entre o final do século XVIII e início do XIX,
também se relacionam com a experiência histórica das roças de subsistência no Caribe
Francês.
MESA 5
Dia 20.10.2021: início 10h00 / término 12h00
Mesa 05 - História, Cultura e Poder
Auditório B
Mediador: Dr. Júlio Cattai
MESA 6
Dia 20.10.2021: início 10h00 / término 12h00
Mesa 06 - História da Cultura e Cultura Material
Auditório C
Mediador: Dr. Fernando Victor de Aguiar Ribeiro
MESA 7
Dia 20.10.2021: início 14h00 / término 16h00
Mesa 07 - Cultura Material e História da Cultura
Auditório A
Mediador: Dr. Cássio de Araújo Duarte
“'Fazer resplandecer sua grande divindade'”: notas sobre sentidos corporais, nuances
verbais e materialidade do divino'. Este estudo de caso é parte do projeto de pós-
doutorado que tem como objeto as evocações de sentidos corporais na Assíria, entre os
séculos IX e VII antes de nossa era. Especificamente, apresenta os resultados
preliminares de um mapeamento de ocorrências de uma raiz da língua acadiana que tem
sua principal acepção dentro do campo semântico do esplendor e magnificência. Ao
longo de ocorrências dispersas, nas inscrições reais assírias, de palavras relativas à
percepção e aos sentidos corporais, essa raiz traz implicações com a luminosidade e a
experiência visual e veicula, assim defendemos, um significado material – daí a
associação entre o seu pertencimento ao campo semântico do esplendor, portando
conotações relativas a luz, brilho, irradiância etc. Além disso, o campo semântico da
palavra comporta a interface entre materialidade e religião, o que também é debatido na
literatura especializada. Então, o estudo pretende contribuir não somente em termos de
abordagem teórico-metodológica, especialmente sobre os sentidos corporais e sobre a
concepção de divino nas fontes assírias, mas também em termos semânticos e
filológicos.
MESA 8
Dia 20.10.2021: início 14h00 / término 16h00
Mesa 08 - Escravidão e História Atlântica Apresentação
Auditório B
Mediador: Dr. Marcos Veiga
Breve análise da mão de obra escravizada na Real Feitoria do Linho Cânhamo (1783-
1824)
Nas duas últimas décadas, o cânhamo tem ganhado algum espaço na historiografia
brasileira. Sua importância está atrelada à expansão ultramarina moderna, que ocorreu
em parte graças ao desenvolvimento do poder naval dos Estados europeus, os quais
utilizavam essa matéria-prima para produzir velas e cordoarias destinadas às
embarcações marítimas (MENZ, 2005, ROSA, 2020).
Nesse contexto, a Coroa portuguesa investiu na produção de cânhamo como na Real
Feitoria do Linho Cânhamo (RFLC). Fundada em Canguçu, em 1783, e transferida para
o Faxinal do Courita, em 1789, a organização produtiva da RFLC se assentava na mão
de obra escravizada. Inicialmente, o Vice-Rei enviou 20 casais de escravos pertencentes
à Coroa. Já no Faxinal do Courita, a Feitoria recebeu o aporte de mais 41 escravos
confiscados de contrabandistas.
Como típico de um empreendimento colonial, havia a divisão da mão de obra para
cumprir as diferentes tarefas, como o preparo da terra, o plantio e a colheita de
cânhamo, a pecuária, a economia de subsistência, a carpintaria, a tecelagem, a ferraria, a
olaria e mesmo o aluguel destes trabalhadores para terceiros; em geral, um conjunto de
atividades e funções que extrapolavam o sistema produtivo do cânhamo.
Até certo ponto, a importância da mão de obra escravizada vai além do próprio sistema
produtivo da RFLC, uma vez que a organização social dos escravizados pode ter
contribuído para a decadência dessa produção e mesmo para a decadência da própria
Feitoria.
MESA 9
Mesa 09 - História, Cultura e Poder e História Política
Auditório C
Medidor: Dr. Wanderson Chaves
A pesquisa em curso tem como objetivo analisar as disputas existentes entre a elite
política da vila de São Salvador/ cidade de Campos dos Goytacazes (da extinta
Capitania da Paraíba do Sul) e a elite dirigente da província do Espírito Santo, entre os
anos de 1820-1855, período de redefinição política-administrativa-territorial do Império
brasileiro. Nesse contexto, ocorreram importantes mudanças históricas interprovinciais,
dentre as quais podemos destacar aquelas em que, tendo como cabeça o deputado José
Bernardino Baptista Pereira D’Almeida, a elite política da extinta Capitania da Paraíba
do Sul levou a cabo o seu projeto de se desmembrar do Espírito Santo e de se anexar ao
Rio de Janeiro (1832), o que de fato aconteceu. Algumas décadas depois (1855),
insatisfeita com a posição secundária que dizia ocupar na nova província e explorando
suas conexões com o parlamento, ela reivindicou o seu desmembramento do Rio de
Janeiro para se tornar a capital de uma nova província, a Província dos Goytacazes, que,
por sua vez, anexaria parte dos territórios do Espírito Santo (Itapemirim), Minas Gerais
e Rio de Janeiro. Nesses termos, com base na triangulação de diferentes fontes
históricas (ofícios, jornais, requerimentos, abaixo-assinados, legislação, literatura de
época etc...), baseados na Nova História Política e auxiliados pela Análise materialista
do discurso, problematizamos a cultura política, os ideários e as aspirações das elites
envolvidas nessas disputas interprovinciais, evidenciando nos seus ditos, não-ditos,
silêncios e “esquecimentos” as estratégias para lidar com as resistências internas e o
Parlamento do Estado Imperial.
MESA 10
Dia 21.10.2021: início 10h00 / término 12h00
Mesa 10 - História, Cultura e Poder
Auditório A
Mediador: Dr. Wanderson Chaves
O trabalho a ser apresentado consiste em uma análise dos trabalhos de José Honório
Rodrigues e de Francisco iglésias sobre a história do Brasil publicados,
respectivamente, nas coleções da Unesco "History of Mankind" (1969, vol. V) e
"History of Humanity" (2000, vol. VI). Considerando a segunda coleção se tratar de
uma revisão da primeira, o objetivo é verificar o que muda entre um texto e outro
quanto à escrita da história e quanto à interpretação do novecentos brasileiro efetuadas
pelos diferentes autores. Para isso, além dos textos em si, procuramos situá-los na
trajetória dos autores e na história das coleções, através das correspondências entre
ambos e dos materiais de arquivo (Unesco Archives) referentes à história e à construção
de tais coleções.
MESA 11
Dia 21.10.2021: início 10h00 / término 14h00
Mesa 11 - História, Cultura e Poder
Auditório B
Mediador: Dr. Marcos Veiga
MESA 12
Dia 21.10.2021: início 10h00 / término 14h00
Mesa 12 - História Política e História dos Movimentos e das Relações
Sociais
Auditório C
Mediadora: Dra. Helena Wakim Moreno
MESA 13
Dia 21.10.2021: início 14h00 / término 16h00
Mesa 13 - História da Cultura e Cultura Material
Auditório A
Mediador: Dr. Ozias Paese Neves
MESA 14
Dia 21.10.2021: início 14h00 / término 16h00
Mesa 14 - História dos Movimentos e das Relações Sociais, História da
Cultura e História, Cultura e Poder
Auditório B
Mediador: Dr. Wanderson Chaves
MESA 15
Dia 21.10.2021: início 14h00 / término 16h00
Mesa 15 - História, Cultura e Poder
Auditório C
Mediador: Dr. Fernando Victor de Aguiar Ribeiro
MESA 16
Dia 22.10.2021: início 10h00 / término 12h00
Mesa 16 - História da Cultura e Cultura Material
Auditório A
Mediador: Dr. Marcos Veiga
Entre o tempo e o vento: percursos da Coleção frei José Mariano da Conceição Veloso
na Biblioteca Nacional
Em meio aos resultados da pesquisa que desenvolvo no Programa de Pós-Doutorado da
FFLCH-USP, encontra-se a possibilidade de reconstrução do percurso singular trilhado
pela Coleção Frei José Mariano da Conceição Veloso na Biblioteca Nacional. De 1811,
momento em que passou a integrar o acervo da Real Biblioteca, até 2011, quando 498
matrizes originais de cobre foram reconhecidas como patrimônio cultural da
humanidade no programa Memória do Mundo da UNESCO, os manuscritos, os
impressos e os artefatos que a compõe receberam tratamentos e olhares distintos dos
bibliotecários da instituição.
A presente comunicação tem como principal propósito refletir sobre a construção da
memória deste acervo a partir das ações da própria Biblioteca Nacional. No decorrer dos
séculos XIX e XX, é possível identificar esforços que contribuíram para vivificar Frei
Veloso e estimular a circulação dos saberes inscritos nos seus mais variados trabalhos,
como atestam as cartas de Frei Camilo de Monserrate em torno das permutas dos
exemplares da Flora Fluminense; os estudos botânicos de Francisco Freire Alemão,
fundador da Sociedade Velosiana de Ciências Naturais; e as viagens de Lygia da
Fonseca Cunha para os estudos de calcografia, fundamentais à compreensão das
técnicas usadas na tipografia do Arco do Cego; apenas para citar alguns exemplos.
A Coleção atraiu uma rede de intelectuais que circulavam por outros espaços de
produção de saber, como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o Museu
Nacional. Tal aspecto revela tanto os bastidores da formação da identidade nacional,
quanto o papel desempenhado nesse processo por obras como a Flora Fluminense e o
Fazendeiro do Brasil. De acervo de uma tipografia do século XVIII a sua transformação
em coleção, tais documentos atravessaram o tempo, mantendo-se descobertos pelos
ventos soprados pelas variadas concepções de história.
MESA 17
Dia 22.10.2021: início 10h00 / término 12h00
Mesa 17 - História Política e História, Cultura e Poder
Auditório B
Mediador: Dr. Ozias Paese Neves
A América do Sul foi um terreno fértil para a exceção constitucional, com grande
repercussão do estado de sítio francês. Desde as primeiras Constituições, havia
regulamentações para situações de emergência. As Constituições da América do Sul
autorizavam os líderes eleitos a declarar o estado de sítio em emergências no decorrer
do século XIX. No final do século, houve uma contenção do poder militar pelas
autoridades civis, porém os estados de exceção continuaram presentes com um caráter
de legitimidade. A instabilidade política da região teria determinado uma repressão
extra constitucional, trocando a conservação da ordem por regimes autoritários. A
profusão dos estados de exceção ocasionou uma derrogação do regime constitucional,
considerando a excepcionalidade como situação normal. O uso ordinário de poderes
extraordinários ocorreu na América Latina não apenas em ditaduras, mas também
durante governos intitulados democráticos, trazendo a questão para debates políticos e
jurídicos.