SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS – 32ª VARA – JUIZADO ESPECIAL FEDERAL
PROCESSO Nº: 0007505-98.2015.4.01.3800 CLASSE: 51201 AUTORA: LUCIA AMORIM DA SILVA ENDEREÇO: RÉU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL Cópia dessa sentença será utilizada como ( ) mandado ( ) carta . ( ) para citação do réu ( ) para intimação do réu ( ) para intimação do autor SENTENÇA VISTOS EM INSPEÇÃO – 13/06/2016 A 17/06/2016
Requer a parte autora o restabelecimento do auxílio doença NB nº 546.678.722-8.
Consta nos autos que a autora esteve em gozo do auxílio doença no período de 31/08/2010 a 23/09/2014. Os requisitos para a concessão dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez são a qualidade de segurado, a incapacidade permanente ou temporária para o trabalho e a carência que, quando exigida, traduz-se em 12 contribuições mensais (arts. 42 e 59 da Lei nº 8.213/91). Especialmente quanto à carência observa-se o disposto no art. 24, parágrafo único, e 25 da Lei 8.213/91 e quanto à doença pré-existente o art. 42, § 2º, e art. 59, parágrafo único. Inicialmente, indefiro o pedido de nova perícia médica, uma vez que os laudos periciais, realizados por psiquiatra e ortopedista, se encontram devidamente fundamentados, suficientes e aptos à análise do pedido da autora. Ademais, os documentos apresentados pela autora em 18/09/2015, 13/10/2015, 14/12/2015 e 23/05/2016 são supervenientes à realização das referidas perícias e à citação do INSS e deverão ser objeto de análise em ação própria. A primeira perícia judicial realizada em 06/03/2015 é contundente em afirmar que a periciada, não obstante ser portadora de transtorno misto de ansiedade e depressão e transtorno depressivo recorrente, atualmente em remissão, não apresenta incapacidade laboral. Esclareceu o perito que “(...) Este caso não apresenta nenhum marcador de gravidade, como passagens por urgência psiquiátrica, internações ou uso de medicações consideradas complexas. Os sintomas do transtorno psiquiátrico estão sendo satisfatoriamente tratados com a medicação utilizada, de forma que do ponto de vista psiquiátrico, o transtorno não exerce, no momento, influência sobre a capacidade laborativa da pericianda. (...)”. A segunda perícia realizada em 24/08/2015, também concluiu pela capacidade da autora, apesar de ser portadora artrose inicial coluna lombar e gonartrose leve. Ressalta o perito que a pericianda não apresenta “(...) alterações inflamatórias em membros superiores e membros inferiores. Amplitude de movimentos funcional, sem déficit de ombros cotovelos e mãos. Marcha normal. Sem alterações inflamatórias em joelhos e tornozelos. Sem derrame. Exames de imagem sem alterações. Ao exame ortopédico, não identificado lesões ou elementos clínicos que configurem quadro de incapacidade laborativa. (...)”. Diante das respostas dos peritos oficiais aos quesitos do juízo e de suas conclusões aos exames periciais, a autora estava apta para o trabalho até os exames periciais. Como se vê, não é devido à autora os benefícios previdenciários pretendidos, em virtude da sua capacidade para o trabalho. Esclareça-se, no entanto, que à autora é assegurado o direito de requerer administrativamente o benefício de auxílio-doença ou ajuizar nova ação, no caso de progressão e/ou agravamento da patologia que o acomete e que venha a alterar sua condição atual de forma a autorizar a concessão do benefício requerido, nos termos da Lei nº 8.213/91. DISPOSITIVO: Pelo exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido da autora. PODER JUDICIÁRIO – JUSTIÇA FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS – 32ª VARA – JUIZADO ESPECIAL FEDERAL
Sem custas e honorários (art. 55, caput, da Lei nº 9.099/95).
Defiro à parte autora os benefícios da Justiça Gratuita. Transitado em julgado, arquivem-se com baixa na Distribuição. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Sentença arquivada (Catalogador Virtual de Documentos). Belo Horizonte, data de registro.