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Instalações Hidrossanitárias

II
Andréia Silva Costa - E-mail: andreia.costa@ifpa.edu.br
Prof. EBTT – Engenharia Sanitária e Ambiental
Instalações Prediais de Águas
Pluviais

Andréia Silva Costa - E-mail: andreia.costa@ifpa.edu.br


Prof. EBTT – Engenharia Sanitária e Ambiental
Origem das Águas Pluviais

Nos climas tropicais, as precipitações geralmente ocorrem sob a forma de


chuvas.
As chuvas ocorrem pela condensação de vapores atmosféricos, que formam
gotas de água de tamanho suficiente para precipitarem sobre a superfície
terrestre.
Destino das Águas Pluviais
As chuvas que caem tomam os seguintes destinos:
a) Evaporam logo que caem sobre a superfície, retornando para a atmosfera;
b) Infiltram, indo se alojar nas camadas do subsolo, formando os lençóis
freáticos;
c) Escoam pela superfície do terreno até os rios, lagos, etc.
Destino das Águas Pluviais
As chuvas que caem tomam os seguintes destinos:
Instalações de Águas Pluviais
Compreende os serviços e dispositivos a serem empregados para a captação e
escoamento rápido e seguro das águas de chuva.

Divide-se em três partes básicas:


a) Calhas;
b) Tubos de queda ou condutores verticais e
c) Rede coletora ou condutores horizontais.
Princípios Gerais
O esgotamento das águas pluviais deverá ser projetado e executado de
maneira que evite inundações em edificações e logradouros públicos.
A Norma que rege as instalações prediais de águas pluviais é a NBR
10844/89.
Estruturas
Calha: Canal que recolhe a água de coberturas, terraços e similares e a conduz
a um ponto de destino.
• Calha de água-furtada: Calha instalada na linha de água-furtada da
cobertura.
• Calha de beiral: Calha instalada na linha de beiral da cobertura.
• Calha de platibanda: Calha instalada na linha de encontro da cobertura
com a platibanda.
Estruturas
Ralo: Caixa dotada de grelha na parte superior, destinada a receber águas
pluviais.
• Ralo hemisférico: Ralo cuja grelha tem forma hemisférica.
• Ralo plano: Ralo cuja grelha tem forma plana.
Calhas
Captam as águas diretamente dos telhados, impedindo que estas caiam
livremente causando danos nas áreas circunvizinhas, principalmente quando a
edificação é bastante alta.
Para residências de até dois pavimentos, muitas vezes o projetista dispensa o
uso de calhas.
Calhas – Materiais
A escolha dos materiais depende do arquiteto, adotando-se de uma maneira
geral os seguintes materiais:
a) Chapa galvanizada: Muito usada, principalmente quando a calha fica
protegida por platibandas.
Calhas – Materiais
A escolha dos materiais depende do arquiteto, adotando-se de uma maneira
geral os seguintes materiais:
b) Chapa de cobre: De uso bastante difundido em épocas anteriores, porém
hoje está caindo em desuso.
Calhas – Materiais
A escolha dos materiais depende do arquiteto, adotando-se de uma maneira
geral os seguintes materiais:
c) PVC: Mais usado no sul do país, onde existe o hábito de colocação, de
forma aparente, presa às bordas dos telhados.
Calhas – Materiais
A escolha dos materiais depende do arquiteto, adotando-se de uma maneira
geral os seguintes materiais:
d) Concreto: É utilizado quando a própria calha trabalha também como
elemento estrutural, ou seja, a viga funciona com calha.
Calhas – Forma da Seção
As seções das calhas possuem as mais variadas formas, dependendo das
condições impostas pela arquitetura e dos materiais empregados.
a) Seção retangular: É a mais usada por ser de fácil fabricação, podendo ser
empregado quase todos os materiais indicados anteriormente.
Calhas – Forma da Seção
As seções das calhas possuem as mais variadas formas, dependendo das
condições impostas pela arquitetura e dos materiais empregados.
b) Seção trapezoidal: Nesse tipo de seção o concreto é menos recomendado,
por causa da maior dificuldade na confecção das formas.
Calhas – Forma da Seção
As seções das calhas possuem as mais variadas formas, dependendo das
condições impostas pela arquitetura e dos materiais empregados.
c) Seção semicircular: É um tipo menos usado que os dois anteriores. Pode
ser feita de concreto e PVC.
Tubos de Queda
São tubos verticais que conduzem as águas das calhas às redes coletoras que
poderão estar situadas no terreno ou presas ao teto do subsolo, no caso dos
edifícios este pavimento, ou despejar livremente na superfície do terreno.
Os materiais mais comuns são: ferro fundido, PVC, chapa galvanizada.
Rede Coletora
É a rede horizontal situada no terreno ou presa ao teto do subsolo e que recebe
as águas de chuvas diretamente dos tubos de queda ou da superfície do
terreno.
Rede Coletora
Quando a rede coletora está situada em terreno firme a tubulação mais
utilizada é a de PVC.
Quando presa ao teto do subsolo a mais utilizada é a tubulação de ferro
fundido, pela sua rigidez e maior resistência.
Rede Coletora
Sempre que há mudança de direção em uma rede, quando localizada no
terreno, haverá necessidade de uma caixa de inspeção.
Quando há possibilidade de entrada de terra nas grelhas das caixas de
inspeção, estas deverão ser construídas de forma a reter a terra ou areia,
impedindo o carreamento destes para dentro da tubulação, sendo chamadas de
caixas de areia.
Rede Coletora
Mesmo que não haja mudança de direção é recomendado o uso de caixas de
inspeção ou de areia sempre que a tubulação tiver comprimento maior que
20,00m.
No caso de redes coletoras presas ao teto do subsolo haverá também
necessidade de dispositivos de inspeção, sendo os mais comuns tubos
operculados ou tampões.
Etapas do Projeto
A elaboração do projeto de um sistema de drenagem de águas pluviais
divide-se, de uma forma geral, em três partes distintas.
Requisitos de Projeto
As instalações de águas pluviais devem ser projetadas de modo a obedecer às
seguintes exigências:

a) Recolher e conduzir a vazão de projeto até locais permitidos pelos


dispositivos legais.
b) Ser estanques.
c) Permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da
instalação.
Requisitos de Projeto
As instalações de águas pluviais devem ser projetadas de modo a obedecer às
seguintes exigências:

d) Absorver os esforços provocados pelas variações térmicas a que estão


submetidas.
e) Quando passivas de choques mecânicos, ser constituída de materiais
resistentes a estes choques.
f) Nos componentes expostos, utilizar materiais resistentes às intempéries.
Requisitos de Projeto
As instalações de águas pluviais devem ser projetadas de modo a obedecer às
seguintes exigências:

g) Nos componentes em contato com outros materiais de construção, utilizar


materiais compatíveis.
h) Não provocar ruídos excessivos.
i) Resistir às pressões a que podem estar sujeitas.
j) Ser fixadas de maneira a assegurar resistência e durabilidade.
Requisitos de Projeto
As instalações de águas pluviais devem ser projetadas de modo a obedecer às
seguintes exigências:

k) Nas junções e, no máximo de 20 em 20 metros, deve haver uma caixa de


inspeção.
l) Quando houver risco de obstrução, deve-se prever mais de uma saída.
m) Lajes impermeabilizadas devem ter declividade mínima de 0,5%.
Requisitos de Projeto
As instalações de águas pluviais devem ser projetadas de modo a obedecer às
seguintes exigências:

n) Calhas de beiral e platibanda devem ter declividade mínima de 0,5%.


o) Sempre que possível, usar declividade maior que 0,5% para os condutores
horizontais.
Restrições do Projeto
As águas pluviais não devem ser lançadas em redes de esgoto usadas apenas
para águas residuárias.

Não se admite quaisquer interligações da rede predial de águas pluviais com


outras instalações prediais.

Quando houver risco de penetração de gases, deve ser previsto dispositivo de


proteção contra o acesso destes gases ao interior da instalação.
Dimensionamento da Instalação
Fatores meteorológicos

Para se determinar a intensidade pluviométrica (I) para fins de projeto, deve


ser fixada a duração da precipitação e do período de retorno adequado, com
base em dados pluviométricos locais.
Dimensionamento da Instalação
Duração da precipitação: Para as instalações prediais de águas pluviais a
precipitação deve ser fixada em 5 minutos.

Período de retorno: Deve ser fixado baseado nas características da área a ser
drenada:
• T = 1 ano: para áreas pavimentadas onde possam ser toleradas águas
empoçadas;
• T = 5 anos: para coberturas e/ou terraço;
• T = 25 anos: para coberturas e áreas onde não possam ser tolerados
extravasamentos e águas empoçadas.
Dimensionamento da Instalação
Intensidade de precipitação: A intensidade de precipitação (I) a ser adotada
deve ser de 150mm/h quando a área de projeção horizontal for menor que
100m².
Se a área exceder a 100m², utilizar a tabela 5 (Chuvas Intensas no Brasil) da
NBR 10844/1989.
Dimensionamento da Instalação
Área de contribuição:
O vento deve ser considerado na direção que ocasionar maior quantidade de
chuva interceptada pelas superfícies consideradas.
A área de contribuição deve ser tomada na horizontal e receber um
incremento devido à inclinação da chuva.
Dimensionamento da Instalação
Área de contribuição:
O vento deve ser considerado na direção que ocasionar maior quantidade de
chuva interceptada pelas superfícies consideradas.
A área de contribuição deve ser tomada na horizontal e receber um
incremento devido à inclinação da chuva.
Dimensionamento da Instalação
Vazão de projeto: A vazão de projeto é determinada pela fórmula.
Dimensionamento da Instalação
Calhas: Podem ser dimensionadas pela fórmula de Manning-Strickler.
Dimensionamento da Instalação
Calhas: Podem ser dimensionadas pela fórmula de Manning-Strickler.
Dimensionamento da Instalação
Calhas: A Tabela 3 fornece as capacidades de calhas semicirculares, usando
coeficiente de rugosidade n = 0,011 para alguns valores de declividade.
Exemplo
Dimensionar a vazão da calha abaixo. O material a ser utilizado é o plástico e
a inclinação é de 0,5%.
Exemplo
Dimensionar a vazão da calha abaixo. O material a ser utilizado é o plástico e
a inclinação é de 0,5%.
Exemplo
Dimensionar a vazão da calha abaixo. O material a ser utilizado é o plástico e
a inclinação é de 0,5%.

S = (π 𝑟²)/2
r = 50 mm ou 0,05m
S = (π 𝑥 0,05²)/2
S =0,004 m²
Exemplo
Dimensionar a vazão da calha abaixo. O material a ser utilizado é o plástico e
a inclinação é de 0,5%.

P = 2𝜋𝑟/2
P = (2 𝑥 𝜋𝑥 0,05)/2
P = 0,157 m
Exemplo
Dimensionar a vazão da calha abaixo. O material a ser utilizado é o plástico e
a inclinação é de 0,5%.

RH = 𝑆/𝑃
RH = 0,004/0,157
RH = 0,025 m
Exemplo
Dimensionar a vazão da calha abaixo. O material a ser utilizado é o plástico e
a inclinação é de 0,5%.

i = 0,5% = 0,005m/m
n = 0,011
K = 60000
Exemplo
Dimensionar a vazão da calha abaixo. O material a ser utilizado é o plástico e
a inclinação é de 0,5%.

Q = 60000 𝑥 𝑆/𝑛 𝑥 (𝑅𝐻)^(2/3) 𝑥 𝑖^(1/2)

Q = 60000 𝑥 0,004/0,011 𝑥 (0,025)^(2/3) 𝑥 (0,005)^(1/2)


Q = 132 L/min
Dimensionamento da Instalação
Tubos de Queda: Pode ser feito pelo emprego da tabela 5.5 que fornece o
diâmetro do condutor e o valor máximo da área de telhado drenada pelo tubo.
Dimensionamento da Instalação
Tubos de Queda: Para grandes áreas, o dimensionamento é feito a partir dos
seguintes dados:
• Q = vazão de projeto, em L/min.
• H = altura da lâmina d’água na calha, em mm.
• L = comprimento do condutor vertical, em m.

O diâmetro do condutor vertical é obtido através dos ábacos da figura 5.3.


Dimensionamento da Instalação
Tubos de Queda:
Dimensionamento da Instalação
Tubos de Queda:
Dimensionamento da Instalação
Tubos de Queda: O procedimento para a utilização dos ábacos é o seguinte:
1) Levantar uma vertical por Q até interceptar as curvas de H e L
correspondentes (Se não haver curvas dos valores de H e L, interpolar
entre as curvas existentes);

2) Transportar a interseção mais alta até o eixo D;

3) Adotar o diâmetro nominal (DN) cujo diâmetro interno seja superior ou


igual ao valor encontrado.
Exemplo
Determinar o diâmetro do condutor vertical para as seguintes condições:

Calha com saída em aresta viva;


Vazão: Q = 1300 l/min;
Comprimento: L = 2,00m;
Altura da lâmina d’água na calha: H = 80 mm.
Dimensionamento da Instalação
Tubos de Queda:
Dimensionamento da Instalação
Rede Coletora: Devem ser projetados, sempre que possível, com declividade
uniforme, com valor mínimo de 0,5%.
O dimensionamento dos condutores horizontais de seção circular deve ser
feito para escoamento com lâmina de altura igual a 2/3 do diâmetro interno
(D) do tubo.
As vazões para tubos de vários materiais e inclinações usuais estão indicadas
na Tabela 4.
Dimensionamento da Instalação
Rede Coletora:
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:
• Casa de dois pavimentos;
• Intensidade pluviométrica: I = 160 mm/h;
• Material empregado: PVC.
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:

O telhado é simétrico, basta calcular para uma das águas.


• Área de contribuição:
A = (a + h/2) x b
A = (5 + 2/2) x 15
A = 6 x 15
A = 90 m²
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:

O telhado é simétrico, basta calcular para uma das águas.


• Vazão de projeto:
Q = (I x A)/60
Q = (160 x 90)/60
Q = 240 L/min
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:

• Calhas:
Através da Tabela 2 obtém-se o coeficiente de rugosidade para o PVC, n =
0,011;
O diâmetro da calha será dado pela Tabela 3, em função da vazão de projeto,
Q = 240 L/min.
DN = 100mm a 2% ou 125mm a 1%
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:

• Calhas:
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:

• Condutores verticais:
Podem ser analisadas duas situações:
Um condutor:
A = 90m² - DN = 100mm
Dois condutores:
A = 45m² - DN = 75mm
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:

• Condutores verticais:
Podem ser analisadas duas situações:
Exemplo
• Condutores verticais
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:

• Condutores horizontais e caixas de inspeção:


Os condutores verticais desaguam nas caixas de inspeção ou de areia;
Os condutores horizontais drenam as contribuições das calhas e também o
piso das áreas externas da edificação.
Exemplo
• Condutores horizontais e caixas de inspeção:
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:

• Condutores horizontais e caixas de inspeção


A área de contribuição para os condutores horizontais será:
A = 15 x 25 = 375m²
Ac = 375/ 4 = 94m²
A vazão correspondente será:
Q = (160 x 94)/60 = 250 L/min
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:

• Condutores horizontais e caixas de inspeção


O dimensionamento é feito por trecho, utilizando-se a Tabela 4.
Trecho 1: CI 1 a CI 3 e CI 2 a CI4 – Q = 250 L/min
Trecho 2: CI 4 a CI 3 – Q = 500 L/min
Trecho 3: CI 3 a Rede Pluvial – Q = 1000 L/min
Exemplo
Projetar e dimensionar o esgotamento pluvial para o telhado indicado na
figura abaixo, sendo dados:

• Condutores horizontais e caixas de inspeção


O dimensionamento é feito por trecho, utilizando-se a Tabela 4.
Trecho 1: CI 1 a CI 3 e CI 2 a CI4 – Q = 250 L/min
Trecho 2: CI 4 a CI 3 – Q = 500 L/min
Trecho 3: CI 3 a Rede Pluvial – Q = 1000 L/min
Exemplo
• Condutores horizontais e caixas de inspeção
Trecho 1: CI 1 a CI 3 e CI 2 a CI4 – Q = 250 L/min
Exemplo
• Condutores horizontais e caixas de inspeção
Trecho 2: CI 4 a CI 3 – Q = 500 L/min
Exemplo
• Condutores horizontais e caixas de inspeção
Trecho 3: CI 3 a Rede Pluvial – Q = 1000 L/min

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