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Porto Alegre
agosto/2020
1 INTRODUÇÃO
Asfaltenos são macromoléculas, ricas em heteroátomos, formadas por
craqueamento do querogênio no início da janela de geração de óleo. Os asfaltenos,
por apresentarem uma estrutura sólida e porosa, podem tanto adsorver
hidrocarbonetos presentes nos óleos como tê-los em seu interior (ocluídos), o que
revela seu poder de biomarcador. Os biomarcadores ocluídos não sofrem os
processos de degradação dos hidrocarbonetos do óleo e dessa forma representam as
condições de quando o óleo foi formado lá no início da janela de geração, informando
as condições geoquímicas do óleo original, permitindo inferir correlações entre o óleo
atual que sofreu variações com o óleo original, podendo dessa forma determinar
origem, grau de transformação, alterações ocorridas dentro e fora dos reservatórios.
2 OBJETIVO
O objetivo do projeto é analisar a fração de biomarcadores ocluídos em frações
isoladas de asfaltenos de distintos óleos para obter informações da influência das
variáveis geoquímicas (fonte, maturação térmica e alterações pós-acumulação) nos
biomarcadores ocluídos e verificar sua aplicabilidade nos estudos dos sistemas
petrolíferos.
3- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
3.1 Amostras
Foram utilizadas duas amostras de óleo, denominadas de A1 e A2.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Massa dos produtos obtidos após precipitação e limpeza dos asfaltenos.
HC MOR-A1 77 11 12
livres nos óleos MOR-A2 57 22 21
HC AD-A1 57 26 16
adsorvidos no
asfalteno AD-A2 51 22 26
HC MOX-A1 13 85 2
ocluídos no
asfalteno MOX-A2 50 6 44
P
(dimetilnaftaleno); m/z 170 (trimetilnaftaleno) ; m/z 178 (fenatreno) e m/z 192 (metilfenatreno),
para a fração mox da amostra a1
m/z 156 (dimetilnaftaleno); m/z 170 (trimetilnaftaleno) ; m/z 178 (fenatreno) e m/z 192
(metilfenatreno), para a fração mor da amostra a1
3
FIGURA 3 - Fragmentogramas dos íons m/z128 (naftaleno) e m/z142 (metilnaftaleno); m/z
P
156 (dimetilnaftaleno); m/z 170 (trimetilnaftaleno) ; m/z 178 (fenatreno) e m/z 192
(metilfenatreno), para a fração ad da amostra A1.
3
Figura 6 – Razão dos aromáticos 3*2MP/(P+1MP+9MP) para as frações MOR, AD e MOX das
amostras A1 e A2.
Figura 7 – Razão dos aromáticos 2MP/1MP para as frações MOR, AD e MOX das amostras A1 e A2.
Figura 8– Razão dos aromáticos 1MP/P para as frações MOR, AD e MOX das amostras A1 e A2.
Figura 9 – Razão dos aromáticos 2MP/P para as frações MOR, AD e MOX das amostras A1 e A2.
O grau de maturação1 pode ser estimado através de derivados metilados do
fenantreno. A razão 1,5*(2MP+3MP)/(P+1MP+9MP), indica quão acentuada é a
transformação dos compostos 1-metil-fenantreno (1MP), 9-metil-fenantreno (9MP) e
fenantreno (P), característicos de imaturos em 2-metil-fenantreno (2MP) e 3-metil-
fenantreno (3MP), termodinamicamente mais estáveis, cuja concentração aumenta
até certo ponto, atingindo um equilíbrio entre as formas 2, 3. A maior estabilidade dos
compostos substituídos nas posições2 e 3 é explicada pelos ângulos de 60° formados
entre suas metilas substituintes e os hidrogênios vizinhos. Esses ângulos minimizam
as repulsões estéricas que instabilizam estruturas moleculares e se manifestam mais
intensamente em ligantes vizinhos com eixos carbono-ligante paralelos, como é o
caso dos metil-fenantrenos substituídos nas posições 1 e 9.4-
Observando as figuras pode-se verificar que tais razões sempre são maiores
no MOR que no MOX, para ambas as amostras, indicando que há menor grau de
transformação no MOX, provavelmente por estarem protegidos, e consequentemente
sofreram menor grau de transformação.
Conclusões
Mais estudos de outras razões devem ser avaliados de modo a poder
determinar se há realmente uma preservação maior dos compostos ocluídos frente
aos livres. Segundo os nossos dados, para as razões estudadas, há um indicativo de
esse comportamento estar ocorrendo.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1- K. Stojanovic; Br. Jovanievi; G. S. Pevneva; Ju. A. Golovko and A. K.
Golovko. Geochemistry International, 2007, Vol. 45, No. 8, pp. 781–797. New
Maturation Parameters Based on Naphthalene and Phenanthrene Isomerization and
Dealkylation Processes Aimed at Improved Classification of Crude Oils (Southeastern
Pannonian Basin, Serbia
2-M. Radke. Marine and Petroleum Geology, 1987, 10, 51-63.
3-M. Radke; H. Willsch; D. H. Welte. Organica Geochemistry, 1986, 10, 51-63.
4-S.D. Killops; V.J. Killops. An Introduction to Organic Geochemistry. Longmam
Scientific & Technical: New Yok, 1994