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e Produtos Derivados
Brasília-DF.
Elaboração
Patrícia Duarte
Produção
Apresentação................................................................................................................................... 4
Introdução...................................................................................................................................... 7
Unidade i
Petróleo............................................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
História do Petróleo........................................................................................................... 9
Capítulo 2
Constituintes, composição e classificação do petróleo .......................................... 22
Capítulo 3
Pré-Sal................................................................................................................................. 28
Unidade ii
Gás Natural..................................................................................................................................... 30
Capítulo 1
História do Gás Natural.................................................................................................... 30
Capítulo 2
Composição do Gás Natural........................................................................................... 34
Unidade iii
Biocombustíveis e Produtos Derivados......................................................................................... 38
Capítulo 1
Biocombustíveis.................................................................................................................. 38
Capítulo 2
Produtos Derivados.......................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 50
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
6
Introdução
Neste Caderno de Estudos falaremos sobre o petróleo. Inicialmente será apresentado um pouco da
sua história no mundo e no Brasil, começando com o registro da participação do petróleo na vida
do ser humano e chegando a situação atual do petróleo na sociedade moderna. Apresentaremos,
também, os constituintes, a classificação e a composição do petróleo. Finalmente falaremos sobre
o Pré-Sal.
Objetivos
»» Conhecer a história do petróleo no mundo e no Brasil.
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Petróleo Unidade i
CAPÍTULO 1
História do Petróleo
O Petróleo no Mundo
Segundo Thomas (2004),
Na sociedade moderna, a indústria petrolífera data de meados do século XIX. Em 1850, na Escócia,
James Young descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e do xisto betuminoso, e criou
processos de refinação. Em agosto de 1859, o norte-americano Edwin Laurentine Drake perfurou o
primeiro poço à procura de petróleo (a uma profundidade de 21m), na Pensilvânia, dava-se início à
exploração comercial nos Estados Unidos. A perfuração foi realizada com um sistema de percussão
movido a vapor. O poço revelou-se produtor, com uma produção de 2m3/dia de óleo e a data passou
a ser considerada a do nascimento da moderna indústria petrolífera, ou seja, o início da era do
petróleo. Descobriu-se que a destilação do petróleo resultava em produtos que substituíram, com
grande margem de lucro, o querosene, obtido a partir do carvão, e o óleo de baleia, largamente
utilizados para iluminação.
Posteriormente, com a invenção dos motores a gasolina e a diesel, esses derivados, até então
desprezados, adicionaram lucros expressivos à atividade.
A produção de óleo cru, nos Estados Unidos, teve um salto enorme desde a perfuração do primeiro
poço, em 1859, que era de 2 mil barris, aumentando para aproximadamente 3 milhões em 1863, e
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UNIDADE I │ PETRÓLEO
para 10 milhões de barris em 1874, ou seja, em 15 anos a produção de óleo cru teve um aumento de
500.000 por cento.
Até o final do século passado, os poços multiplicaram-se e a perfuração com o método de percussão
viveu o seu período áureo. Nesse período, entretanto, começa a ser desenvolvido o processo rotativo
de perfuração. Em 1890, no Texas, o americano Anthony Lucas, utilizando o processo rotativo,
encontrou óleo a uma profundidade de 354 metros. Esse evento foi considerado um marco
importante na perfuração rotativa e na história do petróleo.
A busca de petróleo levou a importantes descobertas em países como Estados Unidos, Venezuela,
Trinidad e Tobago, Argentina, Borneu e Oriente Médio. Até 1945, o petróleo produzido provinha
dos Estados Unidos, maior produtor do mundo, seguido da Venezuela, México, Rússia, Irã e Iraque.
Com o fim da Segunda Guerra, um novo quadro geopolítico e econômico delineia-se e a indústria de
petróleo não fica à margem do processo. Ainda no ano de 1950, os Estados Unidos detinham metade
da produção mundial, mas já começavam a afirmação de um novo polo produtor potencialmente mais
pujante no hemisfério oriental.
Esse fato ocorreu com o movimento pela descolonização seguido pelo direito de as nações disporem
livremente dos próprios recursos naturais. Nesse contexto, os países do Golfo Pérsico passaram a
manifestar o desejo de libertar-se das companhias petrolíferas ocidentais. Assim, em 1948, com o
apoio dos Estados Unidos, enquanto superpotência, obtiveram o fim do “acordo da Linha Vermelha”.
Empresas recém-chegadas, como a estadunidense Getty Oil Company, ofereceram melhores
condições à Arábia Saudita, obrigando as companhias petrolíferas, determinadas a manter as suas
posições, a conceder a este país, em 1950, uma fatia dos lucros da exploração petrolífera na base de
50/50. Essa concessão foi estendida ao Bahrein e, posteriormente, ao Kuwait e ao Iraque.
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Petróleo │ UNIDADE I
Essa década marca, também, uma intensa atividade exploratória, começando-se a intensificação
das incursões no mar, com o surgimento de novas técnicas exploratórias.
Com o passar dos anos, foi desenvolvida grande variedade de estruturas marítimas, incluindo navios
para portar os equipamentos de perfuração.
Nessa década também surgiu a OPEP. O que significa essa sigla e qual era o seu
objetivo?
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP foi criada pela Arábia Saudita, Kuwait,
Irã, Iraque e Venezuela, permitindo que, pela primeira vez na História, os países produtores de
petróleo se unissem contra as “sete irmãs”.
Ainda demoraria uma década (ano 1970), entretanto, para que a correlação de forças entre
países consumidores e países produtores fosse alterada. Isso aconteceu quando, devido a um
acidente que danificou o oleoduto entre a Arábia Saudita e o mar Mediterrâneo, levou a uma
diminuição da oferta de 5 mil barris/dia no mercado. Como consequência, os preços do petróleo
subiram e a OPEP deu-se conta de seu poder.
As nacionalizações voltaram à ordem do dia nos países árabes: em 1972, o Iraque recuperou o
controle da sua indústria petrolífera, nacionalizando-a em 1975. Sem desejar serem reduzidas a
meros compradores de petróleo, as companhias ocidentais introduziram uma nova figura jurídica
para manter o seu status: os “contratos de partilha da produção”. Por eles, passaram a se associar a
produção local do petróleo e a comercializar, por sua própria conta, uma parte da produção da jazida.
A Guerra do Yom Kipur (1973) provocou o primeiro choque petrolífero mundial. A OPEP elevou o preço
do barril em 70% e limitou a sua produção. No ano seguinte (1974), o Kuwait e o Qatar assumiram o
controle (em até 60%) das companhias que atuavam em seu território. A Arábia Saudita fez o mesmo
antes de nacionalizar completamente a Arabian-American Oil Company (ARAMCO), em 1976.
Esses fatos levaram os países produtores a controlar o mercado, tendo as companhias perdido a
capacidade de ditar os preços. Elas conservam, e mantêm, até hoje, a primazia sobre o refinamento,
o transporte e a comercialização do óleo e dos derivados. Se, em 1940, o Oriente Médio produzia 5%
do petróleo mundial, em 1973, à época do choque petrolífero, atingia 36,9%.
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UNIDADE I │ PETRÓLEO
Esse elevado preço do petróleo tornou econômicas grandes descobertas no Mar do Norte e no México.
Outras grandes descobertas ocorreram em territórios do Terceiro Mundo e de países comunistas,
enquanto os Estados Unidos percebem que suas grandes reservas de petróleo já se encontram
esgotadas, restando--lhes aprimorar métodos de pesquisa para localizar as de menor porte e de
revelação mais discreta. Acontecem, então, os grandes avanços tecnológicos no aprimoramento
de dispositivos de aquisição, processamento e interpretação de dados sísmicos, como também nos
processos de recuperação de petróleo das jazidas já conhecidas. Os anos 1970 marcam, também,
significativos avanços na geoquímica orgânica, com consequente aumento no entendimento das
áreas de geração e mitigação de petróleo.
Nos anos 1980 e 1990, os avanços tecnológicos reduzem os custos de exploração e de produção,
criando um novo ciclo econômico para a indústria petrolífera. Em 1996, as reservas mundiais
provadas eram 60% maiores que em 1980, e os custos médios de prospecção e produção caíram
cerca de 60% nesse mesmo período.
Assim, ao longo do tempo, o petróleo foi se impondo como fonte de energia. Hoje, com o advento
da petroquímica, além da grande utilização dos seus derivados, centenas de novos compostos
são produzidos, muitos deles diariamente utilizados, como plásticos, borrachas sintéticas, tintas,
corantes, adesivos, solventes, detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos, cosméticos etc.
Com isso, o petróleo, além de produzir combustível, passou a ser imprescindível às facilidades e às
comodidades da vida moderna.
Até o momento falam-se sobre a evolução do petróleo. Apresentam-se, a seguir, informações sobre
a situação atual dos principais países produtores, exportadores, consumidores e importadores,
tendo como base o ano de 2006. Assim será possível dar uma visão geral do cenário atual do
petróleo no mundo.
Países Produtores de Petróleo Valores de produção de barris por dia (em milhões)
Arábia Saudita (OPEP) 10,7
Rússia 9,6
Estados Unidos 8,3
Irã (OPEP) 4,1
República Popular da China 3,8
México 3,7
Canadá 3,2
Emirados Árabes Unidos (OPEP) 2,9
Venezuela (OPEP) 2,8
Noruega 2,7
Kuwait (OPEP) 2,6
Nigéria (OPEP) 2,4
Brasil 2,2
Argélia (OPEP) 2,1
Iraque (OPEP) 2,0
Fonte: Departamento de Estatística dos EUA.
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Petróleo │ UNIDADE I
Valores de consumo
Países Consumidores de Petróleo
barris por dia (em milhões)
Estados Unidos 20,5
República Popular da China 7,2
Japão 5,2
Rússia 3,1
Alemanha 2,6
Índia 2,5
Canadá 2,2
Brasil 2,1
Coreia do Sul 2,1
Arábia Saudita (OPEP) 2,0
México 2,0
França 1,9
Reino Unido 1,8
Itália 1,7
Irã (OPEP) 1,6
Fonte: Departamento de Estatística dos EUA.
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UNIDADE I │ PETRÓLEO
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Petróleo │ UNIDADE I
O Petróleo no Brasil
A história do petróleo, no Brasil, começa em 1858, quando o Marquês de Olinda assina o Decreto no
2.266 concedendo a José Barros Pimentel o direito de extrair mineral betuminoso para fabricação
de querosene, em terrenos situados às margens do Rio Marau, na então província da Bahia. No
ano seguinte, o inglês Samuel Allport, durante a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro,
observa o gotejamento de óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador.
»» Primeira: até 1938, com as explorações sob o regime da livre iniciativa. Nessa
fase, a primeira sondagem profunda foi realizada entre 1892 e 1896, no Município
de Bofete, Estado de São Paulo, por Eugênio Ferreira Camargo. O poço perfurado
foi o DNPM-163 que atingiu a profundidade final de 488 metros e, segundo relatos
da época, produziu 0,5 m3 de óleo; outros relatos dizem que teve como resultado
apenas água sulfurosa.
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UNIDADE I │ PETRÓLEO
Criação da ANP
A década de 1980 foi marcada por três fatos de relevância: a constatação de ocorrências de petróleo
em Mossoró, no Rio Grande do Norte, apontando para o que viria a se constituir, em pouco tempo,
na segunda maior área produtora de petróleo do País; as grandes descobertas dos campos gigantes
de Marlim e Albacora, em águas profundas da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro; e as descobertas
do Rio Urucu, no Amazonas.
Na década de 1990, outras grandes descobertas foram contabilizadas, como os campos gigantes de
Roncador e de Barracuda na Bacia de Campos, Estado do Rio de Janeiro.
A produção de petróleo no Brasil cresceu de 750 m3/dia, na época da criação da Petrobras, para mais
de 182.000 m3/dia, no final dos anos 1990, graças aos contínuos avanços tecnológicos de perfuração
e produção na plataforma continental.
E a Petrobras não parou, a busca e o desenvolvimento de novas tecnologias avançaram rumo ao alto-
mar, o que fez, em poucos anos, a estatal brasileira se tornar referência na exploração e produção de
petróleo em águas profundas. Atualmente, a atividade acontece em 11 bacias sedimentares ao longo
da costa marítima, e, ainda, na Bacia do São Francisco, no Centro-Oeste brasileiro.
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Petróleo │ UNIDADE I
A Figura 4 apresenta a distribuição percentual das reservas provadas de petróleo, segundo unidades
da federação, em 31/12/2006. Observa-se que apesar de inúmeras novas descobertas de petróleo,
80% das reservas concentram-se no Estado do Rio de Janeiro.
Figura 4: Distribuição percentual das reservas provadas de petróleo, segundo unidades da federação
Essa busca pela autossuficiência é de importância estratégica para o país, não só no mercado
nacional, mas também no internacional, porque o petróleo e seus derivados se transformaram, ao
longo do século XX, não só na principal fonte primária da matriz energética mundial, mas, também,
em insumo para praticamente todos os setores industriais.
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UNIDADE I │ PETRÓLEO
Portanto, entre as vantagens estratégicas do país que detém e controla as reservas de petróleo
se encontram: importância geopolítica; segurança interna em setores vitais como transporte e
produção de eletricidade; aumento da participação no comércio internacional, seja por meio da
exportação direta do óleo e seus derivados, seja pelo custo e, portanto, pela competitividade dos
produtos industrializados.
O Petróleo é Nosso
(Carlos Vogt)
Por muitas razões, entre elas a de seu alto valor estratégico para a economia dos
países e para o desenvolvimento das nações.
O interessante é que passam-se os anos mas não se alteram muito as posturas dos
grupos que entre si se opõem relativamente às formas de exploração e de produção
do petróleo no país.
Desde 1947, a opinião pública brasileira foi confrontada com essa duplicidade de
atitudes, intensificada pela campanha “o petróleo é nosso” que alguns chegam a
considerar tão intensa e apaixonante, no século XX, quanto fora a da abolição da
escravatura, no século XIX.
O argumento era o de que o país não tinha nem capital, nem técnica, tampouco
tecnologia para as modernas prospecções que os países desenvolvidos dominavam
inteiramente. Em resumo, o argumento era de que “o petróleo ia ficar debaixo da terra”.
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Petróleo │ UNIDADE I
II
No dia 5 de março, morria, em Moscou, aos 73 anos de idade, o ditador Joseph Stálin
que durante 29 anos dirigira, com mão de ferro, os destinos da União Soviética,
transformando-a, ao preço de muitas vidas, na grande potência rival dos EUA e no
segundo grande ato do drama da Guerra Fria, cujo desenrolar se daria até 1989 com
a queda do muro de Berlim.
No dia 19 de junho, como parte desse drama, são executados, na cadeira elétrica nos
EUA, Julius e Ethel Rosemberg, acusados de terem passado para a URSS segredos da
fabricação da bomba atômica.
No mês seguinte, no dia 27, depois de três anos de combates e mais de 5 milhões de
mortos, é assinado o armistício entre as Nações Unidas, China e Coreia do Norte para
pôr fim à Guerra da Coreia. Tudo continuou como antes, do ponto de vista da divisão
das duas Coreias pelo paralelo 38, mas o Japão começou aí a conhecer a retomada
de seu desenvolvimento econômico já que foi um dos grandes fornecedores de
material bélico para a guerra.
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UNIDADE I │ PETRÓLEO
III
Monteiro Lobato morre em 1948, no mesmo ano em que a União Nacional dos
Estudantes – UNE cria a Comissão Estudantil de Defesa do Petróleo, surgindo, na
sequência, em decorrência do movimento de mobilização nacional em torno do
tema, o lema consagrado de “O petróleo é nosso”.
Ele próprio, Monteiro Lobato, como é sabido, teve um papel fundamental nessa
consagração. Autor festejado, editor de sucesso, Lobato teve uma militância política
e institucional tão intensa em sua vida quanto é grande e variada a sua obra literária.
Dos livros infantis, cujo cenário de imaginação e de fantasia está no Sítio do Pica--
Pau Amarelo, com seus personagens inesquecíveis e suas histórias memoráveis, aos
contos regionais de gosto gótico e impressionista, passando pelas cartas e pelos
textos de militância nacionalista, Monteiro Lobato mostra uma vocação política
forte, apenas matizada pelo didatismo de suas intenções e, no mais das vezes,
transfigurada em peça literária de alta qualidade.
Quando, em 1936, lança O escândalo do petróleo já vinha de anos a sua luta pelo
petróleo e por sua exploração e produção nacionais.
Ele próprio, em 1931, criara a Companhia Petróleos do Brasil, que no seu lançamento
teve metade das ações subscritas em quatro dias, conseguindo, enfim, que, em
1936, a sonda de Alagoas, de sua empresa, depois de ser interditada por intervenção
federal, fizesse jorrar, a 250 metros de profundidade no poço São João, de Riacho
Doce, o primeiro jato de gás de petróleo.
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Petróleo │ UNIDADE I
No Brasil, já ocorreram vários acidentes com graves consequências para o meio ambiente. A
Petrobras, visando minimizar os riscos de acidentes ambientais, criou o programa Pégaso, além de
várias universidades do país desenvolverem pesquisas para criar formas eficientes para a limpeza
de áreas degradadas.
E para os casos em que os acidentes já ocorreram, visando minimizar os efeitos dos acidentes e
os vazamentos, existem várias iniciativas governamentais no Brasil. A principal delas é a Rede
Cooperativa em Recuperação de Áreas Contaminadas por Atividades Petrolíferas – Recupetro.
Mas, a questão dos riscos ambientais originados do petróleo não são uma preocupação só do
Brasil. O Gráfico 6 mostra a geração de energia elétrica no mundo por tipo de combustível nos
anos de 1973 e 2006, e podemos observar que a geração por petróleo teve uma queda de 20%
durante o período estudado.
Figura 6: Geração de energia elétrica no mundo por tipo de combustível nos anos de 1973 e 2006
Essa redução ocorreu porque, nos últimos anos, a busca de fontes alternativas tornou-se mais premente,
mas além da minimização dos riscos ambientais outro motivo é a perspectiva de esgotamento, em
médio prazo, das reservas de petróleo hoje existentes.
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Capítulo 2
Constituintes, composição e
classificação do petróleo
Falamos um pouco sobre a história do petróleo e neste capítulo apresentaremos de que é formado
este “produto” tão importante para a sociedade moderna.
Segundo a Lei no 9.478/2007, “Petróleo é todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado
natural, a exemplo do óleo cru e condensado”.
Do latim petra (pedra) e oleum (óleo), o petróleo no estado líquido é uma substância oleosa,
inflamável, menos densa que a água, com cheiro característico e de cor variando entre o negro e
o castanho-claro. É um óleo natural fóssil, não renovável, resultado da decomposição de produto
orgânico soterrado durante milhões de anos e submetido a pressões e temperaturas elevadas.
Embora objeto de muitas discussões no passado, hoje se acredita que o petróleo tem origem orgânica,
sendo uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio, ou seja, hidrocarbonetos. Quando
a mistura contém uma maior porcentagem de moléculas pequenas, seu estado físico é gasoso e,
quando a mistura contém moléculas maiores, seu estado físico é líquido, nas condições normais de
temperatura e pressão. A Figura 7 ilustra os estados físicos do petróleo.
Segundo Thomas (2001), “o petróleo contém centenas de compostos químicos e separá-los em compostos
puros ou misturas de composição conhecida é praticamente impossível”. O petróleo é normalmente
separado em frações, de acordo com a faixa de ebulição dos compostos. O quadro 5 mostra as frações
típicas que são obtidas do petróleo.
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Petróleo │ UNIDADE I
Temperatura de Composição
Fração Usos
ebulição (ºC) aproximada
Gás residual --- C1 – C2 Gás combustível
Gás liquefeito de petróleo – GLP Até 40 C3 – C4 Gás combustível engarrafado, uso doméstico e industrial
Gasolina 40 – 175 C5 – C10 Combustível de automóveis, solventes
»» Sólido – Asfalto
Hidrogênio 11-14%
Carbono 83-87%
Enxofre 0,06-8%
Nitrogênio 0,11-1,7%
Oxigênio 0,1-2%
A alta porcentagem de carbono e hidrogênio existente no petróleo mostra que os seus principais
constituintes são os hidrocarbonetos. Os outros constituintes aparecem sob a forma de compostos
orgânicos que contêm outros elementos, sendo os mais comuns o nitrogênio, o enxofre e o oxigênio,
conhecidos como não hidrocarbonetos.
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UNIDADE I │ PETRÓLEO
Saturados
Parafina Parafina Insaturados Aromáticos
Cíclicos
Normal Ramificada
Densidade Baixa Baixa Média Baixa Alta
Gasolina Ruim Boa Média Boa Muito boa
Diesel Bom Médio Médio Médio Ruim
Lubrificante Ótimo Bom Médio Médio Ruim
Resistência à
Boa Boa Má Má Má
oxidação
Fonte: Thomas, 2001.
Segundo estudo realizado pela API (American Petroleum Institute), com vários
petróleos de diferentes origens, chegou-se às seguintes conclusões:
24
Petróleo │ UNIDADE I
›› Compostos Sulfurados
›› Compostos Nitrogenados
›› Compostos Oxigenados
›› Resinas e Asfaltenos
›› Compostos Metálicos
25
UNIDADE I │ PETRÓLEO
Componentes Porcentagem
Aromáticos 30%
Segundo Thomas (2001), com relação à classificação do petróleo em função de seus constituintes,
esta interessa desde os geoquímicos até os refinadores. Os primeiros visam caracterizar o óleo para
relacioná-lo à rocha-mãe e medir seu grau de degradação. Os refinadores querem saber a quantidade
das diversas frações que podem ser obtidas, assim como sua composição e suas propriedades físicas.
Essa classificação é dividida da seguinte forma:
Admite-se que essa origem esteja ligada à decomposição dos seres que compõem o plâncton –
organismos em suspensão nas águas doces ou salgadas, tais como protozoários, celenterados e
outros – causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias.
Esses seres decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se acumulando no fundo dos mares
e dos lagos. Pressionados pelos movimentos da crosta terrestre, transformaram-se na substância
oleosa que é o petróleo. Ao contrário do que se pensa, o petróleo não permanece na rocha que foi
gerado – a rocha matriz –, mas desloca-se até encontrar um terreno apropriado para se concentrar.
Esses terrenos são denominados bacias sedimentares, formadas por camadas ou lençóis porosos
de areia, arenitos ou calcários. O petróleo aloja-se ali, ocupando os poros rochosos em forma de
“lagos”. Ele então se acumula, formando jazidas. Ali são encontrados gás natural, na parte mais
alta, e petróleo e água nas partes mais baixas.
26
Petróleo │ UNIDADE I
Se sua resposta foi negativa, você está correto. Em relação a sua utilização, o petróleo não é utilizado
em seu estado bruto; são separados os seus distintos componentes, podendo ter cada um desses
produtos usos adequados às suas características. O petróleo é matéria-prima de mais de 350 produtos.
27
Capítulo 3
Pré-Sal
A expressão pré-sal está diretamente ligada à Petrobras e, naturalmente, ao petróleo. Passou a tomar
conta dos noticiários depois que a estatal confirmou a existência de gigantescos campos petrolíferos
armazenados na camada “pré-sal”, no fundo do mar.
Especialistas estimam que as reservas encontradas apenas no campo de Tupy, na costa de São Paulo,
podem ultrapassar 100 bilhões de barris de petróleo e gás natural, considerando que a Petrobras
já detectou indícios de petróleo na camada “pré-sal” desde Santa Catarina até o Espírito Santo.
Atualmente as reservas brasileiras não passam de 14 bilhões.
Pré-sal é a denominação das reservas petrolíferas encontradas abaixo de uma profunda camada de
sal no subsolo marítimo, também chamada de subsal. As rochas, reservatório desse tipo de região,
normalmente são encontradas em regiões muito profundas, de difícil localização e de acesso mais
complexo. A maior parte das reservas petrolíferas “pré-sal” ou “subsal” atualmente conhecidas no
mundo está em áreas marítimas profundas e ultraprofundas.
A primeira descoberta de reservas petrolíferas ocorreu no litoral brasileiro. Essas reservas passaram
a ser conhecidas simplesmente como “petróleo do pré-sal” ou “pré-sal”. São as maiores reservas
conhecidas em zonas da faixa pré-sal até o momento identificadas.
A temperatura onde se localiza a pré-sal é elevada, podendo atingir entre 80ºC e 100ºC. Aliada
à alta pressão, as rochas alteram-se e adquirem propriedades elásticas, ficando muito moles, o
que dificulta a perfuração do poço. “A tendência é que ele se feche. Se não se conseguir revesti-lo
rapidamente, ele se fecha e perde-se o poço”, explica o professor Ricardo Cabral de Azevedo, da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Para se chegar até a pré-sal será necessário vencer diversas etapas com características bem
diferentes. O tubo que vai da plataforma até o fundo do oceano, chamado riser, tem que aguentar
ondas sísmicas, correntes marítimas e flutuações da base.
28
Petróleo │ UNIDADE I
Além de resistentes, os tubos precisam ser leves, já que são deslocados por navio ou plataforma.
Outro problema a ser vencido é a corrosão provocada pelo dióxido de enxofre, hoje um dos maiores
obstáculos técnicos para a exploração dos novos campos.
29
Gás Natural Unidade ii
Capítulo 1
História do Gás Natural
Um dos primeiros registros históricos de uso econômico ou socialmente aproveitável do gás natural
aparece na China nos séculos XVIII e XIX. Os chineses utilizaram locais de escape de gás natural
mineral para construir autofornos destinados à cerâmica e metalurgia de forma ainda rudimentar.
O gás natural passou a ser utilizado em maior escala na Europa, no final do século XIX, com a
invenção do queimador Bunsen, em 1885, que misturava ar com gás natural e com a construção de
um gasoduto à prova de vazamentos, em 1890.
O grande crescimento das construções pós-guerra durou até 1960, foi responsável pela instalação
de milhares de quilômetros de gasodutos, dado os avanços em metalurgia, técnicas de soldagem e
construção de tubos. Desde então, o gás natural passou a ser utilizado em grande escala por vários
países, dentre os quais podemos destacar os Estados Unidos, o Canadá, o Japão, além da grande
maioria dos países europeus, devido principalmente às inúmeras vantagens econômicas e ambientais
que o gás natural apresenta.
Segundo De Freitas, estima-se que, por volta do ano de 2020, o consumo de gás natural aumente
aproximadamente 86%, disponibilizando duas maneiras de aproveitamento, em forma líquida
ou gasosa. O melhor é que existem significativas jazidas espalhadas no mundo. Outro atrativo
30
Gás Natural │ UNIDADE II
dessa fonte de energia é que sua queima emite um percentual menor de poluentes em relação aos
combustíveis fósseis.
Atualmente, as maiores empresas produtoras de gás natural estão divididas em 7 países, conforme
o quadro a seguir.
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A1s_natural>.
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A1s_natural>.
31
UNIDADE II │ GÁS NATURAL
Após alguns anos, as bacias do Recôncavo, de Sergipe e de Alagoas destinavam-se quase em sua
totalidade para a fabricação de insumos industriais e combustíveis para a Refinaria Landulpho
Alves – RELAM e o Polo Petroquímico de Camaçari.
Com a entrada em operação do Gasoduto Brasil-Bolívia em 1999, com capacidade para transportar 30
milhões de metros cúbicos de gás por dia (equivalente à metade do atual consumo brasileiro), houve um
aumento expressivo na oferta nacional de gás natural. Esse aumento foi ainda mais acelerado depois do
apagão elétrico vivido pelo Brasil em 2000-2001, quando o governo optou por reduzir a participação
das hidrelétricas na matriz energética brasileira e aumentar a participação das termoelétricas movidas
a gás natural.
Nos primeiros anos de operação do gasoduto, a elevada oferta do produto e os baixos preços praticados
favoreceram uma explosão no consumo, tendo o gás superado a faixa de 10% de participação na
matriz energética nacional.
Nos últimos anos, com as descobertas nas bacias de Santos e do Espírito Santo, as reservas brasileiras
de gás natural tiveram um aumento significativo. Existe a persepctiva de que as novas reservas
sejam ainda maiores e, somadas à região “pré-sal”, tenham reservas ainda maiores.
Apesar disso, o baixo preço do produto e a dependência do gás importado são apontados como
inibidores de novos investimentos. A insegurança provocada pelo rápido crescimento da demanda
e pelas interrupções intermitentes no fornecimento boliviano, após o processo do gás na Bolívia,
levaram a Petrobras a investir mais na produção nacional e na construção de infraestrutura de
portos para a importação de Gás Natural Liquefeito – GNL. Principalmente depois dos cortes
ocorridos durante uma das crises resultantes da longa disputa entre o governo Evo Morales e os
dirigentes da província de Santa Cruz obrigarem a Petrobras a reduzir o fornecimento do produto
para as distribuidoras de gás do Rio de Janeiro e de São Paulo no mês de outubro de 2007.
Assim, apesar do preço relativamente menor do metro cúbico de gás importado da Bolívia, a
necessidade de diminuir a insegurança energética do Brasil levou a Petrobras a decidir por uma
alternativa mais cara, porém mais segura: a construção de terminais de importação de GNL no
Rio de Janeiro e em Pecém, no Ceará. Ambos os terminais já começaram a funcionar e permitem,
ao Brasil, importar de qualquer país praticamente o mesmo volume de gás que hoje o país importa
da Bolívia.
Para ampliar ainda mais a segurança energética do Brasil, a Petrobras pretende, simultaneamente,
ampliar a capacidade de importação de gás construindo novos terminais de GNL no sul e sudeste do
país até 2012, e ampliar a produção nacional de gás natural nas reservas de Santos.
Como se decide que se deve investir em gás natural? Essa decisão é tomada da
mesma forma que para a maioria dos combustíveis fósseis?
32
Gás Natural │ UNIDADE II
Ao contrário do que ocorre com a maioria dos combustíveis fósseis, facilmente armazenáveis, a
decisão de investimento em gás natural depende da negociação prévia de contratos de fornecimento
em longo prazo, do produtor ao consumidor. Essas características técnico-econômicas configuram
num modo de organização no qual o suprimento do serviço depende, previamente, da implantação
de redes de transporte e de distribuição, bem como da implantação de um sistema de coordenação de
fluxos, visando ao ajuste da oferta e da demanda, sem colocar em risco a confiabilidade do sistema.
Devido às fortes barreiras à entrada de novos concorrentes, o modelo tradicional que predominou
do pós-guerra até o início dos anos 1980, mesmo com variantes de um país a outro, em função de
contextos jurídicos e institucionais, é estruturado por três atributos principais: integração vertical,
monopólios públicos de fornecimento e forma de comercialização baseada em contratos bilaterais
em longo prazo. Para a indústria de gás natural, esse modelo permitiu, na Europa e nos Estados
Unidos, uma forte expansão da produção de gás e o incremento significativo da participação do gás
no balanço energético desses países.
Após 1997, com a nova Lei do Petróleo, a Petrobras perdeu o monopólio sobre o setor. Para se
adequar à “lei do livre acesso”, a Petrobras viu-se obrigada a criar uma empresa para operar seus
gasodutos – A Transpetro. Até 3 de março de 2009, o setor carecia de uma legislação específica.
Com a publicação da Lei no 11.909, de 4 de março de 2009, foram criadas normas para “exploração
das atividades econômicas de transporte de gás natural por meio de condutos e da importação e
exportação de gás natural” (art. 1o).
O que é um gasoduto?
O gasoduto é uma rede de tubulações que leva o gás natural das fontes produtoras
até os centros consumidores. O gasoduto Bolívia-Brasil transporta o gás proveniente
da Bolívia para atender os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul. Transporta grandes volumes de gás, possui tubulações
de diâmetro elevado, opera em alta pressão e somente se aproxima das cidades para
entregar o gás às companhias distribuidoras, constituindo um sistema integrado de
transporte de gás.
33
Capítulo 2
Composição do Gás Natural
Segundo a Lei no 8.478/1997, “gás natural ou gás é todo hidrocarboneto que permaneça em
estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído diretamente a partir de reservatórios
petrolíferos ou gaseíferos, incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros”.
O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrada no subsolo, na qual o metano tem
uma participação superior a 70% em volume e contém outros gases como nitrogênio, etano, CO2 ou
restos de butano ou propano, densidade menor que 1 (mais leve que o ar) e poder calorífico superior
entre 8.000 e 10.000 kcal/m3, depedendo dos teores de pesados (etano e propano principalmente)
e inertes (nitrogênio e gás carbônico).
A composição do gás natural pode variar bastante, dependendo de fatores relativos ao campo em
que o gás é produzido, condicionado, processado e transportado.
Apesar de conter vários gases na sua composição, conforme já mencionado, alguns desses gases
são eliminados porque não possuem capacidade energética (nitrogênio ou CO2), ou porque podem
34
Gás Natural │ UNIDADE II
deixar resíduos nos condutores devido ao seu alto ponto de ebulição em comparação ao do gás
natural (butano e propano).
O gás natural é encontrado no subsolo, por acumulações em rochas porosas, isoladas do exterior por
rochas impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos. É o resultado da degradação da
matéria orgânica de forma anaeróbica oriunda de quantidades extraordinárias de micro-organismos
que, em eras pré-históricas, se acumulavam nas águas litorâneas dos mares da época. Essa matéria
orgânica foi soterrada a grandes profundidades e, por isso, sua degradação se deu fora do contato
com o ar a grandes temperaturas e sob fortes pressões.
Pode ser encontrado de duas formas, diluído em óleo ou mesmo em composição gasosa, além de
se apresentar isoladamente próximo à superfície terrestre. Esse tipo de fonte energética tem sido
bastante usada no mundo como combustível, por isso responde por 20% de todas as energias
produzidas.
É empregado como combustível em indústrias, casas e automóveis, após ser tratado e processado.
É considerado uma fonte de energia mais limpa que os derivados do petróleo e o carvão. Nos
países de clima frio, seu uso residencial e comercial é predominantemente para aquecimento
ambiental. Já no Brasil, esse uso é quase exclusivo no cozimento de alimentos e no aquecimento
de água.
O gás natural é uma fonte de energia mais limpa. O que ele tem de diferente das
outras fontes de energia?
Por estar no estado gasoso, o gás natural não precisa ser atomizado para queimar. Isso resulta
numa combustão limpa, com reduzida emissão de poluentes e melhor rendimento térmico,
o que possibilita redução de despesas com a manutenção e melhor qualidade de vida para
a população.
35
UNIDADE II │ GÁS NATURAL
Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe548AL/apostila-glp-maio07>.
Além dessas desvantagens apresentadas, algumas jazidas de gás natural podem conter mercúrio
associado. Trata-se de um metal altamente tóxico e deve ser removido no tratamento do gás natural.
O mercúrio é proveniente de grandes profundidades no interior da terra e ascende junto com os
hidrocarbonetos, formando complexos organo-metálicos.
Atualmente estão sendo investigadas as jazidas de hidratos de metano. Estima-se haver reservas
energéticas muito superiores às atuais de gás natural.
36
Gás Natural │ UNIDADE II
De maio para julho a redução foi ainda maior: 57%. Essa queda no uso de gás natural
para geração de energia se deve a excelente condição dos reservatórios da usinas
hidrelétricas brasileiras. Com 83,26%, a região Sul do país apresenta o maior índice,
seguida do Nordeste (76,44%), Sudeste/Centro-Oeste (71,84%) e Norte (65%). Essa
condição permite que a geração de energia no Brasil seja realizada, basicamente,
por meio de hidrelétricas, mais baratas e menos poluentes.
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Biocombustíveis
e Produtos Unidade iii
Derivados
Capítulo 1
Biocombustíveis
Os biocombustíveis são combustíveis de origem biológica. São fabricados a partir de vegetais, tais
como milho, soja, cana-de-açúcar, mamona, canola, babaçu, cânhamo, entre outros. O lixo orgânico
também pode ser usado para a fabricação de biocombustível, ou seja, é um combustível diesel de
queima limpa derivado de fontes naturais e renováveis. É uma alternativa renovável, que resolve
dois problemas ambientais ao mesmo tempo: aproveita resíduo, aliviando os aterros sanitários, e
reduz a poluição atmosférica. É uma alternativa para os combustíveis tradicionais, como o gasóleo,
que não são renováveis.
O biocombustível reduz 78% das emissões poluentes, como o dióxido de carbono, o gás responsável
pelo efeito estufa que está alterando o clima à escala mundial, e 98% de enxofre na atmosfera.
Trata-se de uma fonte renovável que, além de trazer benefícios ambientais, também possibilita a
geração de empregos, tanto na fase de coleta quanto de processamento. Promove o desenvolvimento
da agricultura nas zonas rurais mais desfavorecidas, criando emprego e evitando a desertificação,
porque reduz a dependência energética do nosso país e a saída de divisas pela poupança feita na
importação do petróleo bruto.
Mas por outro lado, a produção de biocombustíveis tem diminuído a produção de alimentos no
mundo. Buscando lucros maiores, muitos agricultores preferem produzir milho, soja, canola e cana-
de-açúcar para transformar em biocombustível.
Os óleos vegetais podem reagir quimicamente com um álcool para produzir ésteres. Esses ésteres,
quando usados como combustíveis, levam o nome de biodiesel. Atualmente, o biodiesel é produzido
por um processo chamado transesterificação. O óleo vegetal é filtrado e processado com materiais
alcalinos para remover gorduras ácidas. É então misturado com álcool e um catalisador. As reações
formam ésteres e glicerol, separadamente.
38
Biocombustíveis e Produtos Derivados │ UNIDADE III
O biodiesel pode ser utilizado em motores a diesel, em mistura com o gasóleo (geralmente, na proporção
de 5% a 30%) ou puro. Também pode ser utilizado como geração de energia elétrica. Exige, por vezes,
pequenas transformações do motor, de acordo com a percentagem de mistura e o fabricante/modelo
do motor.
Apesar de ser um combustível renovável, a sua capacidade de produção é limitada, pois depende
das áreas agrícolas disponíveis (que terão, também, de ser usadas para fins alimentares) e, portanto,
só poderá substituir, parcialmente, o gasóleo. O preço do biodiesel é ainda elevado, mas as novas
tecnologias permitirão reduzir os custos da sua produção.
O biodiesel ainda esbarra em vários obstáculos, como a falta de regulamentação e os preços atuais
do diesel derivado do petróleo. Estima-se que, no começo do próximo século, teremos condições de
gerar biodiesel correspondente a 8% de todo o diesel consumido.
Os motores a óleo vegetal possibilitam uma redução de 11% a 53% na emissão de monóxido de
carbono, e os gases da combustão do óleo vegetal não emitem dióxido de enxofre, um dos causadores
da chamada chuva ácida. O Brasil também tem a preocupação em reduzir poluentes. Desde 1997
fazemos óleo diesel com menos partículas de enxofre.
Atualmente já existem veículos que utilizam o biodiesel – quatro viaturas ligeiras e duas pesadas da
Câmara Municipal de Lisboa, Portugal (mistura de 30%) e 18 autocarros da Carris (17 com mistura
de 5% e 1 com 30%), ao longo de 6 meses e durante a Expo 98.
»» Bioetanol é a obtenção do etanol por meio da biomassa, para ser usado diretamente
como combustível ou se juntar com os ésteres do óleo vegetal e formar um combustível.
A esse processo se dá o nome de transesterificação. O etanol é um álcool incolor,
volátil, inflamável e totalmente solúvel em água, derivado da cana-de-açúcar, do
milho, da uva, da beterraba ou de outros cereais, produzido por meio da fermentação
da sacarose. Comercialmente, é conhecido como álcool etílico e sua fórmula molecular
é C2H5OH ou C2H6O.
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UNIDADE III │ BIOCOMBUSTÍVEIS E PRODUTOS DERIVADOS
Transesterificação é uma reação química entre um éster (RCOOR’) e um álcool (R’’OH) da qual
resulta um novo éster (RCOOR’’) e um álcool (R’OH).
Nesse processo, obtém-se um éster metílico de ácido graxo e glicerina como subproduto, que é
removida por decantação. O éster metílico de ácido graxo formado possui uma viscosidade menor
que o triacilglicerol utilizado como matéria-prima.
A glicerina formada possui alto valor agregado, sendo usada por indústrias farmacêuticas, de
cosméticos e de explosivos.
A partir do que foi apresentado, destacaremos o que consideramos como as principais vantagens
do biodiesel.
40
Biocombustíveis e Produtos Derivados │ UNIDADE III
»» O ponto de combustão do biodiesel na sua forma pura é de mais de 300 F contra 125
F do diesel comum.
»» Resulta numa notável redução dos odores, o que é um benefício real em espaços
confinados.
»» Pode ser armazenado, em sua forma, natural, em qualquer lugar onde o petroleo é
armazenado, e pelo fato de ter maior ponto de fusão é ainda mais seguro o seu transporte.
»» Pode ser usado sozinho ou misturado em qualquer quantidade com diesel de petróleo.
Mamona e Biodiesel
A mamona (Ricinus communis – Euphorbiaceae) é uma planta existente nas regiões
secas do Brasil. Está sendo utilizada como combustível renovável, ecologicamente
correto, ajudando o sertanejo a ter uma fonte de renda e ter sobrevivência em
épocas de estiagem.
O biodiesel pode ser produzido a partir de todo óleo vegetal e até animal, como
óleo de peixe. No caso do combustível feito a partir de óleo de mamona, que tem
uma viscosidade maior, ele precisa ser misturado na proporção de 20% de biodiesel
para 80% de diesel comum para ser usado. Na sua combustão, não há emissão das
substâncias mais poluentes (que contém enxofre), encontradas nos combustíveis
fósseis. O biodiesel pode, inclusive, ser usado em geradores de energia, no momento
de escassez, ajudando a reduzir a importação de petróleo.
41
UNIDADE III │ BIOCOMBUSTÍVEIS E PRODUTOS DERIVADOS
Depois de extraído o óleo, a sobra (chamada de torta ou farelo) ainda pode ser
usada como ração animal. No caso da mamona, é preciso desintoxicar o farelo antes
de transformá-lo em ração. É possível também transformar a madeira do caule em
adubo. A mamona produz de 15 a 20 toneladas de madeira por hectare.
A intenção é produzir de 2.000 a 3.000 litros por dia de combustível dentro de 90 dias,
mas ainda são necessários R$ 500 mil para concluir a instalação. O coordenador do
projeto é o professor aposentado da Universidade Federal do Ceará, Expedito Parente.
42
Capítulo 2
Produtos derivados
O tipo de derivado obtido depende da qualidade do petróleo: leve, médio ou pesado, de acordo com
o tipo de solo do qual foi extraído e a composição química. O petróleo leve, como o produzido no
Oriente Médio, dá origem ao maior volume de gasolina, GLP e naftas. Por isso é, também, o mais
valorizado no mercado. As densidades médias produzem principalmente óleo diesel e querosene.
As mais pesadas, características da Venezuela e do Brasil, produzem mais óleos combustíveis
e asfaltos.
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UNIDADE III │ BIOCOMBUSTÍVEIS E PRODUTOS DERIVADOS
Figura 12: Esquema básico dos processos industriais para obtenção dos derivados do petróleo
›› são liquefeitos sob pressão para criar o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo);
»» Nafta: intermediário que irá passar por mais processamento para produzir gasolina.
Possui as seguintes características:
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Biocombustíveis e Produtos Derivados │ UNIDADE III
»» Gasóleo ou diesel destilado: usado como diesel e óleo combustível, além de ser um
intermediário para fabricação de outros produtos. Possui as seguintes características:
›› líquido;
»» Óleo lubrificante: usado para óleo de motor, graxa e outros lubrificantes. Possui
as seguintes características:
›› líquido;
›› líquido;
»» Resíduos: coque, asfalto, alcatrão, breu, ceras, além de ser material inicial para
fabricação de outros produtos. Possui as seguintes características:
›› sólido;
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UNIDADE III │ BIOCOMBUSTÍVEIS E PRODUTOS DERIVADOS
Você deve ter notado que todos esses produtos têm tamanhos e faixas de ebulição diferentes. Os
químicos tiram vantagem dessas propriedades ao refinar o petróleo. O processo de refino separa tudo
isso em várias substâncias úteis, e após a finalização desse processo, os produtos são armazenados
no local até que sejam entregues aos diferentes compradores, como postos de gasolina, aeroportos e
fábricas de produtos químicos. Além de fazer produtos baseados no petróleo, as refinarias também
devem tratar os dejetos envolvidos nos processos para minimizar a poluição do ar e da água.
Gás metano, nosso combustível doméstico mais limpo e mais barato, praticamente
inesgotável, pois existe em qualquer lixão e esgoto (além de jazidas naturais),
apresenta-se, aqui, como importante alternativa energética, com condições de
desempenhar expressivo papel na substituição do petróleo e seus derivados.
Ele é o único gás (com exceção do hidrogênio e do hélio) que apresenta densidade
inferior ao ar (0,555). Isto significa que, em caso de vazamento, ele tende a se dispersar
para a atmosfera, por ser mais leve que o ar, necessitando apenas de ventilação e
46
Biocombustíveis e Produtos Derivados │ UNIDADE III
Ele também apresenta uma temperatura mínima de acendimento (537° C) mais alta
que outros combustíveis (gasolina 280º e GLP 365º). Logo, uma mistura desse gás com
o ar, dentro da faixa de inflamabilidade, só terá ignição espontânea (sem auxílio de calor
externo) se a temperatura ambiente estiver no nível mínimo acima mencionado.
Além disso, os fatos de ser não tóxico e de conter odorizante para facilitar sua
detecção, em caso de vazamentos, contribuem para diminuir os riscos para os
usuários.
Do ponto de vista da conversão dos veículos para uso do gás metano, a tecnologia
desenvolvida no país para os motores ciclo Otto é satisfatória, sendo que para os
motores ciclo Diesel (transporte de passageiros e de carga) o CENPES/Petrobras
desenvolveu um sistema de combustão com uma mistura de 70% de CH4 e 30%
de óleo diesel (composição volumétrica). Esses dois ciclos já foram amplamente
testados e estão em fase operacional normal nas regiões próximas aos postos de
abastecimento.
Veículos convertidos para gás natural têm rodado os Estados Unidos desde 1900. A
taxa de incidência de prejuízos por milha rodada pelo veículo para a frota nos EUA
a gás natural é 84% menor que a média nacional para todos os veículos registrados.
Nenhum acidente com vítimas foi registrado nos 434,1 milhões de milhas rodadas
pela frota norte-americana a gás natural.
Os cilindros para armazenar gás metano são mais resistentes do que os tanques de
gasolina, e têm passado por uma larga variedade de testes de uso, incluindo fogo de
artilharia, aquecimento excessivo, fogo, colisões e até dinamite.
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UNIDADE III │ BIOCOMBUSTÍVEIS E PRODUTOS DERIVADOS
Incidentes por
Ano Circulação Veículos Explosões
1.000 veículos em circulação
1974 407655 104889 6 0,0147
1975 586663 170029 5 0,0085
1976 729174 210753 2 0,0027
1977 761298 229188 1 0,0013
1978 804236 253470 2 0,0024
1979 859807 275756 2 0,0023
1980 922223 304469 2 0,0021
1981 969065 324336 – 0
1982 995626 328187 – 0
1983 1001912 342273 – 0
O Fator Poluição
A poluição do ar nos centros urbanos é em grande parte decorrente das emissões
para a atmosfera de produtos da combustão de derivados de petróleo (óxido de
enxofre, vanádio, fuligem, monóxido de carbono e óxido de nitrogênio).
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Para (não) finalizar
Na etapa de combustão dos derivados – seja para a geração de energia elétrica, seja para utilização nos
motores – o maior fator de agressão é a emissão de gases poluentes, responsáveis pelo efeito estufa.
Assim, desde a assinatura do Protocolo de Kyoto, nos anos 1990, os grandes consumidores vêm sendo
pressionados a reduzir a dependência do petróleo e, em consequência, o volume de emissões. No entanto,
países como Estados Unidos, que assinaram o protocolo, mas não o ratificaram, evitam-se comprometer
com metas mensuráveis.
Atualmente, essas questões ambientais estão entre os principais limitadores da expansão de usinas
termelétricas movidas a derivados de petróleo. De outro lado, constituem-se no impulso para o
desenvolvimento de mecanismos e tecnologias que atenuem ou compensem o volume de emissões.
Esses países são Japão, Estados Unidos, Itália, Reino Unido, França, Espanha, Canadá e Alemanha.
O tema, pelo interesse que desperta, merece maiores estudos. Continue focado no
assunto.
Sucesso!
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Referências
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Rio de Janeiro: Interciência, 2002.
DE MORAES, M. A.; FRANCO, P. S. S. Geopolítica: Apocalipse do Século XX. São Paulo: Átomo,
2000.
DIAS, Danilo de Souza; RODRIGUES, Adriano Pires. Petróleo, livre mercado e demandas
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DOS SANTOS, E. M. Gás Natural: Estratégias para uma Energia Nova no Brasil. São Paulo:
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HINRICHS, R. A.; KLEINBACH, M. Energia e Meio Ambiente. São Paulo: Thomson Learning,
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KNOTHE, G.; KRAHL, J.; GERPEN, J. V. et al. Manual de Biodiesel. São Paulo: Edgard Blucher,
2006.
MINADEO, Roberto. Petróleo, a maior indústria do mundo. Rio de Janeiro: Thex Editora,
2002.
50
Referências
SEBBEN, F. D. O. Secessão Boliviana: Um Estudo de Caso sobre Conflito Regional. In: Democracia
em Debate: I Seminário Nacional de Ciência Política da UFRGS, 2008, Porto Alegre.
Sites
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Disponível em: <www.aneel.gov.br>.
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