Você está na página 1de 7

MARATONA DA PRÁTICA TRABALHISTA • AULA 01

Contestação

1- Definição.

A Contestação é uma das modalidades de

resposta do réu por meio da qual o Reclamado

apresenta a sua impugnação aos pedidos

formulados pelo Reclamante, defendendo-se dos

fatos contra ele alegados.

2- Fundamento legal.

A Contestação no Processo do Trabalho

encontra fundamento legal no art. 847 da CLT

c/c 336 e seguintes do CPC. Antes da Reforma,

não havia previsão expressa na lei sobre a

juntada da contestação escrita, embora

ocorresse naturalmente, pelo costume. Agora há

previsão expressa, apenas referendando algo

que já ocorria, sobre a juntada da contestação

por escrito ao processo, nos termos do art. 847,

parágrafo único, da CLT.


Portanto, há duas possibilidades de apresentar

contestação, a por escrito e a oral, que não foi

alterado pela reforma. Assim, a parte poderá

apresentar defesa escrita pelo sistema de

processo judicial eletrônico até a audiência.

Oferecida a contestação, ainda que

eletronicamente, o Reclamante não poderá, sem

o consentimento do Reclamado, desistir da ação.

3. Preliminares processuais.

Compete à parte reclamada, nos termos do art.

337 do CPC, antes de discutir o mérito, alegar:

a) inexistência ou nulidade da citação. A CLT, ao

se referir à citação e à intimação, utiliza o termo

notificação. Recebida e protocolada a

reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de

48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda

via da petição, ou do termo, ao Reclamado,

notificando-o ao mesmo tempo, para

comparecer à audiência do julgamento, que será

a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias

(art. 841, caput, CLT).


A notificação será feita em registro postal com

franquia. Se o Reclamado criar embaraços ao

seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á

a notificação por edital, inserto no jornal oficial

ou no que publicar o expediente forense, ou, na

falta, afixado na sede da Junta ou Juízo (art. 841,

§ 1º, CLT).
Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta

e oito) horas depois de sua postagem. O seu não

recebimento ou a entrega após o decurso desse

prazo constitui ônus de prova do destinatário

(Súmula 16 do Tribunal Superior do Trabalho).

b) incompetência absoluta e relativa. A

competência material e a funcional são tidas

como absolutas. A incompetência absoluta pode

ser declarada de ofício ou a requerimento da

parte, por meio de preliminar de contestação,

além de poder ser alegada em qualquer tempo e

grau de jurisdição.
Já a competência territorial e a em razão do

valor da causa são tidas como relativas e devem

ser arguidas em exceção de incompetência, no

prazo de 5 dias a contar da notificação, antes

da audiência, o protocolo da exceção suspende

o processo e, consequentemente, não será

realizada a audiência, até sanada a

controvérsia, conforme prevê o art. 800, caput, §


º
1 , da CLT. Iniciado o procedimento referido, o

juiz intimará a parte ou as partes, quando se

tratar de litisconsortes, para se manifestar em 5

dias (art. 800, § º


2 , da CLT), poderá produzir

provas (art. 800, § º


3 , da CLT) e, após a

produção, se necessário, o juiz decidirá sobre a

exceção.

Da decisão que julgar pela manutenção da

competência ou acolher a exceção, não caberá

recurso imediato, exceto as decisões que

determinarem a remessa de autos para outro

Tribunal Regional do trabalho, conforme art. 799,

§2º e Súm. 214, do TST. O referido procedimento,


somente será aplicado aos processos cujo a

notificação seja posterior ao dia 11 de novembro

de 2017, conforme art. 11, da Instrução Normativa

41/2018, do TST.
Caso o réu não o faça no momento oportuno

(art. 335, CPC), dar-se-á a prorrogação da

competência e o juiz que era incompetente

passa a ser competente (art. 65, CPC).

No processo do trabalho, temos o procedimento

da exceção de incompetência territorial, tratado

na parte III, capítulo 3.

c) incorreção do valor da causa (art. 337, III,

CPC).

d) inépcia da petição inicial. O art. 330,

parágrafo único, CPC considera inepta a petição

inicial quando:

(a) lhe faltar pedido ou causa de pedir; (b) o

pedido for indeterminado, ressalvadas as

hipóteses legais em que se permite o pedido

genérico; (c) da narração dos fatos não decorrer

logicamente a conclusão; (d) contiver pedidos

incompatíveis entre si.


A causas de perempção no processo do trabalho

são:

(i) CLT, art. 731 - Aquele que, tendo apresentado

ao distribuidor reclamação verbal, não se

apresentar, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da

distribuição da ação, estabelecido no parágrafo

único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo

tomar por termo, incorrerá na pena de perda,

pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de

reclamar perante a Justiça do Trabalho.

(ii) CLT, art. 732 - Na mesma pena do art. 731,

CLT, incorrerá o Reclamante que, por 2 (duas)

vezes seguidas, der causa ao arquivamento da

Reclamação Trabalhista pela ausência imotivada

de que trata o art. 844, CLT.

f) litispendência. Há litispendência, quando se

repete ação, que está em curso (art. 337, § 3º,


CPC). Uma ação é idêntica à outra quando tem

as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o

mesmo pedido (art. 337, § 2º, CPC).


g) coisa julgada. Há coisa julgada quando se

repete ação que já foi decidida por sentença, de

que não caiba recurso (art. 337, § 4º, CPC).


h) conexão. Há conexão quando há identidade

de objeto ou de causa de pedir (art. 337, VIII,

CPC).

i) incapacidade da parte, defeito de

representação ou falta de autorização (art. 337,

IX, CPC).

j) convenção de arbitragem (art. 337, X, CPC).

k) ausência de legitimidade ou de interesse

processual (art. 337, X, CPC).

l) falta de caução ou de outra prestação, que a

lei exige como preliminar (art. 337, XII, CPC).

m) indevida concessão de benefício da justiça

gratuita (art. 337, XIII, CPC).

4- Prejudicial de mérito - Prescrição.

De acordo com o art. 487, II, CPC, haverá

resolução de mérito quando o juiz decidir sobre a

ocorrência de decadência ou prescrição. Assim,

a prescrição, que pode ser arguida no primeiro

momento em que se fala no processo, desde que

feita na instância ordinária, não se conhecendo

de prescrição não arguida na instância ordinária

(Súmula nº 153 do TST), deve ser arguida na

Contestação, no tópico “Prejudicial de Mérito”,

pois a sua declaração, pelo juízo, resolve o

mérito.

Você também pode gostar