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Rotas de Aprendizagem 1 a 6
Referências de leitura complementar para Política Comparada
Neste breve resumo, destacamos a importancia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao
contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteudo programatico da sua disciplina
nesta fase e lhe proporcionarao maior fixaçao de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o
sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse e apenas um material complementar, que juntamente com a
Rota de Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compoem o referencial
teorico que ira embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível.
Bons estudos!
“As ciencias sociais nasceram no seculo XIX como uma tentativa de compreender e controlar
uma realidade social cada vez mais complexa, que tinha mudado de forma dramatica nos
ultimos seculos, como consequencia de transformaçoes na tecnologia, nas formas de produçao
economica e nas relaçoes sociais. Apos seculos de relativa estabilidade durante a Idade Media,
a Europa havia experimentado revoluçoes tecnologicas, economicas e políticas que geravam
grandes esperanças, mas tambem enorme mal-estar. Emergiram novos problemas sociais e
tambem propostas conflitantes sobre como organizar a sociedade” (CANO, Ignacio. “Nas
trincheiras do metodo: o ensino da metodologia das ciencias sociais no Brasil” Sociologias, vol.
14, nº 31, pp. 94-119, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/soc/v14n31/05.pdf,
citaçao retirada da pagina 95-96). No trecho citado acima pode-se perceber que as ciencias
sociais se surgem com um modo de analisar e compreender os fenomenos sociais. Para
discorrer sobre os principais objetivos da pesquisa social e importante ter em mente que, de
acordo com a rota de aprendizagem da aula 01 podem ser mencionados objetivos da pesquisa
social os seguintes aspectos: identificar padroes; testar teorias; fazer previsoes; interpretar
fenomenos culturais e historicos relevantes; explorar a diversidade; dar voz; e, avançar em
novas teorias. Fonte: Rota de Aprendizagem da Aula 01. Polí tica Comparada. Conversa Inicial.
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“Ha diferentes estrategias de pesquisa social para atender aos diferentes objetivos. Cada
estrategia (metodo) constitui uma maneira de vincular ideias e evidencias para produzir a
representaçao da sociedade ou do fenomeno político. Nao ha uma abordagem correta ou errada,
mas sim, abordagens diferentes para atender a diferentes questoes”. Para discorrer sobre pelo
menos um dos principais tipos de metodos adotados pelos pesquisadores sociais, podemos
mencionar o uso de metodos qualitativos para estudar coisas comuns, o uso de metodos
quantitativos para estudar relaçoes entre variaveis e uso de metodos comparativos para estudar
a diversidade. Fonte: Rota de Aprendizagem da Aula 01. Política Comparada. Tema 03:
Estrategias de Abordagem do Metodo Científico.
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“Compreendemos o metodo comparativo como uma “operaçao mental”, cujo objetivo mais
ambicioso (mas nao o unico) e controlar “variaveis” a fim de testar proposiçoes causais”. As
tecnicas específicas de controle de variaveis (experimental, estatística, historica), porem,
diferem enormemente em tipo, efetividade e utilidade científica, mas todas podem ser
percebidas como esforços para explicar fenomenos sociais a medida que se controle suas
condiçoes de variaçao. Nesse sentido, tanto a tecnica experimental como a estatística e a
historica lançam mao das mesmas operaçoes mentais quando sao utilizadas a serviço da
comparaçao. Diferem entre si, porem, quanto a questao de pesquisa, a natureza do objeto
estudado, ao numero de casos analisados, ao tipo de explicaçao fornecida e as tecnicas
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“Por que comparar? Todo comparatista possui uma resposta-padrao para esta interrogaçao:
diante da impossibilidade de recorrer a metodos experimentais que permitam o isolamento de
variaveis e a repetiçao de testes, compara-se como recurso para identificar regularidades,
baseando-se no canone milliano, no metodo das semelhanças e das diferenças ou na observaçao
de variaçoes concomitantes” (MARENCO DOS SANTOS, Andre. “Quando comparamos para
explicar: desenhos de pesquisa e sequencias temporais na investigaçao de instituiçoes
políticas”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 27, nº 80, pp. 203-217, 2012. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v27n80/v27n80a12.pdf, citaçao retirada da pagina 203). A
Política Comparada e uma importante area das Relaçoes Internacionais e da Ciencia Política, e
tem sido cada vez mais utilizada para analisar fenomenos políticos complexos. Para explicar
com poucas palavras o que e a Política Comparada podemos mencionar que a Política
Comparada e uma area da Ciencia Política e tem seu foco na política interna, nas estruturas, nos
atores e nos processos. As analises de Política Comparada buscam descrever, expor e de alguma
forma predizer os fenomenos políticos a partir da analise das similaridades e diferenças entre
sistemas políticos. A política comparada e essencialmente empírica, nao sendo nem normativa,
nem teorica. Essa e uma area que nao trata de teoria, embora possa melhora-la. De uma forma
geral, a Política Comparada nao trata de teoria nem de questoes normativas acerca da política;
ela analisa o que a política e, nao o que deveria ser (CARAMANI, 2008). Fonte: Rota de
Aprendizagem da Aula 02. Política Comparada. Tema 01: O que é a Política Comparada.
“Em uma afirmaçao bastante conhecida, o antropologo Guy E. Swanson diz que “pensar sem
comparar e impensavel”, pois, “uma vez ausente a comparaçao, estarao ausentes tambem a
pesquisa e o pensamento científicos” (Swanson, 1973, p. 145). Nao iria tao longe. Ha certamente
formas de fazer ciencia que nao invocam diretamente o procedimento comparativo, como os
trabalhos de pesquisa essencialmente descritivos e limitados a um unico caso que, embora mais
modestos do ponto de vista de seu alcance teorico, contribuem para o avanço do conhecimento
por meio da observaçao e da interpretaçao rigorosas dos fatos. Nao ha duvida, porem, de que o
procedimento comparativo e o que produz explicaçoes mais robustas do ponto de vista
científico, pois fornece ao pesquisador varios casos estrategicos a partir dos quais ele pode
controlar a relaçao entre as variaveis analisadas” (Fonte: PERISSINOTO, Renato. Comparaçao,
historia e interpretaçao: Por uma ciencia política historico-interpretativa. Revista Brasileira de
Ciências Sociais. Vol. 28 n° 83, outubro de 2013. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v28n83/10.pdf, citaçao retirada da pagina 151. Pode-se
perceber a partir da leitura do trecho acima que a comparaçao e uma importante ferramenta de
pesquisa. O metodo comparativo e utilizado para estudar configuraçoes, combinaçoes
específicas de atributos que sao comuns aos casos escolhidos. A partir do metodo comparativo
o pesquisador consegue responder os objetivos de explorar a diversidade e propor novas
teorias. De forma secundaria, esse metodo e util para identificar padroes gerais, testar teorias,
realizar previsoes e interpretar fenomenos culturais e historicos relevantes. Fonte Rota de
Aprendizagem da Aula 01. Política Comparada. Tema 04: O método comparativo.
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“Giovanni Sartori (1991, p. 243) observou que sao assumidas duas definiçoes distintas do
procedimento comparativo. Ha aqueles que, a exemplo de Arend Lijphart (1971, pp. 682-684),
entendem a comparaçao como uma tecnica de pesquisa específica utilizada especialmente no
estudo comparativo de poucos casos, diferente, portanto, da tecnica estatística. Ao mesmo
tempo, ha quem considera a comparaçao uma “operaçao mental” que pode ser realizada
lançando-se mao de tecnicas de pesquisa diversas (experimental, estatística, historica)
(PERISSINOTO, Renato. Comparaçao, historia e interpretaçao por uma ciencia política historico-
interpretativa (Fonte: Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol. 28 n° 83 outubro de
2013.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v28n83/10.pdf, citaçao retirada da
pagina 152). A Política Comparada e uma area fundamental para o estudo dos processos e
fenomenos relacionados com a política. Sendo chamados a discorrer resumidamente sobre os
fenomenos que sao comparados pelos pesquisadores com essa abordagem podemos começar
informando que a Política Comparada costuma comparar os sistemas políticos em nível
nacional. As analises costumam ser sobre os sistemas políticos, sistemas subnacionais (nível
estadual, cidades, cidades-Estados), supranacionais (regioes, sistemas políticos de imperios –
otomano, chines, romano), organizaçoes internacionais (Brics, Nafta, Uniao Europeia), tipos de
sistemas políticos (comparaçao entre regimes democraticos e autoritarios, por exemplo).
Podem ser analisados tambem os elementos ou componentes do sistema político, tal como a
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“Provavelmente, o artigo ‘Comparative politics and comparative method’, publicado por Lijphart
em 1971, influenciou toda uma geraçao de estudos comparados, consagrando a premissa de
uma distinçao entre metodo estatístico e comparado e a premissa que este ultimo se caracteriza
por um numero pequeno de casos: “dada a inevitavel escassez de tempo, energia e recursos
financeiros, uma analise comparativa intensiva de poucos casos pode ser mais promissora do
que uma analise estatística mais superficial de muitos casos” (Idem, p. 685). Nao parece difícil
reconhecer esta recomendaçao na seminal geraçao de estudos historico-comparativos, como os
trabalhos de Moore, Bendix, Skocpol, Tilly e Almond e Verb.” (Fonte: PERISSINOTO, Renato.
Comparaçao, historia e interpretaçao por uma ciencia política historico-interpretativa. Revista
Brasileira de Ciências Sociais. Vol. 28 n° 83, outubro de 2013. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v28n83/10.pdf, citaçao retirada da pagina 209). Para
comentar em poucas palavras sobre as contribuiçoes contidas no trabalho dessa autora e
importante ter em mente que Theda Skocpol analisa de maneira comparada França, Russia e
China. A autora identifica por que alguns países passaram por experiencias revolucionarias do
seculo 18 para o 20 e outros, nao. Como uma alternativa as perspectivas marxistas, da psicologia
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“Max Weber, como se sabe, lança mao do metodo historico comparativo para identificar a “causa
fundamental” do capitalismo ocidental. Dessa forma, sabemos que o “Estado racional” e “o unico
terreno sobre o qual pode prosperar o capitalismo moderno” (Weber, 1964, p. 285) porque, ao
comparar países em que o capitalismo moderno esta presente com países em que ele nao
ocorre, constatamos que, grosso modo, o Estado racional e a unica variavel que os diferencia”
(PERISSINOTO, Renato. Comparaçao, historia e interpretaçao por uma ciencia política historico-
interpretativa. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol. 28 n° 83 outubro de 2013. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v28n83/10.pdf, Citaçao retirada da pagina 159).
Ressalta-se que muito da discussao da Política Comparada e baseado na analise de países
individuais ou entre países, o que coloca a abordagem internacional em primeiro plano. Para
descrever ao menos uma razao sobre por que a analise comparada e frequentemente utilizada
para estudar o ambiente internacional, e importante ter em mente que os países funcionam de
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Recuperar uma vocaçao nomologica voltada para a construçao de inferencias causais com
evidencias e bases mais solidas exige um acerto de contas com duas noçoes fortemente
consolidadas na tradiçao dos estudos comparados: em primeiro lugar, a crença de que o metodo
comparado caracteriza-se por muitas variáveis, poucos casos; em segundo, o uso quase
automatico de desenhos comparativos sincronicos, a despeito dos limites e dos problemas que
possam estar a eles associados. (...) Em seu classico As origens sociais da ditadura e da
democracia, Barrington Moore ([1967] 1983) nao precisou mais do que tres casos para
reconstruir as rotas entao conhecidas para a modernidade democratica: Inglaterra, França e
Estados Unidos. Theda Skocpol (1979) fixou-se na Russia, na China e na França para dissecar as
revoluçoes modernas. Com apenas cinco casos, Almond e Verba (1963) registraram as
diferenças entre contextos impregnados por cultura cívica aqueles dominados por culturas
paroquiais ou de sujeiçao. Naquele momento, metodo comparado fora compreendido
fortemente como modelo de estudos case-based, em oposiçao a investigaçoes variable-based,
nos termos estabelecidos por Ragin e Zaret (1983). Trata-se de valorizar a dimensao historico-
comparativa de casos coletados e densamente reconstituídos em multiplas variaveis
(MARENCO DOS SANTOS, Andre. “Quando comparamos para explicar: desenhos de pesquisa e
sequencias temporais na investigaçao de instituiçoes políticas” (Revista Brasileira de Ciências
Sociais, vol. 27, nº 80, pp. 203-217, 2012. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v27n80/v27n80a12.pdf, citaçao retirada da pagina 209).
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Como ponto de partida, e util reconhecer que grande parte do nosso pensamento sobre a
natureza da pesquisa comparada provem do pensamento e debate do seculo XIX. As ideias de
Max Weber e Karl Marx sao particularmente significantes. Por exemplo, Marx interpretou a
estrutura do Estado como monolítica e aliada aos interesses da classe dominante no poder,
enquanto Weber viu essa mesma estrutura como sancionando uma pluralidade de interesses.
Marx viu todas as formas de dominaçao no Estado capitalista como ilegítimas, e Weber
examinou as formas legítimas de dominaçao. Marx defendia a aboliçao do Estado e suas classes,
enquanto Weber encarava o crescimento do Estado via legitimaçao das suas atividades. Marx
analisou mudanças no Estado e na classe dominante como reflexoes do materialismo historico
e a interaçao conflitiva entre as relaçoes sociais e as forças de produçao que tem caracterizado
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“Ha varias abordagens para o institucionalismo e todas focam no papel central das estruturas
institucionais no comportamento dos indivíduos e na formaçao de políticas. As instituiçoes
tambem podem ser definidas, alem dos padroes institucionais formais, por suas regras e
rotinas” Alem da abordagem institucionalista em política comparada, pode-se destacar a
perspectiva da governança nessa disciplina. A abordagem da governança e mais proxima ao
estrutural-funcionalismo, tanto em generalizaçao quanto em escopo. Essa abordagem define
que determinadas tarefas devem ser realizadas para governar uma sociedade (possibilitar o
governo) e postula que estas podem ser realizadas de diversas maneiras. Os estudiosos da
governança estao preocupados nos papeis que os atores sociais podem desempenhar no
processo de elaboraçao e implementaçao de decisoes políticas. Fonte: Rota de Aprendizagem
da Aula 04. Política Comparada. Tema 05: Outras abordagens: institucionalismo e governança.
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Parece possível identificar pelo menos dois conjuntos de questoes que desafiam o potencial da
teoria institucionalista para oferecer um modelo adequado a explicar o efeito causal de
instituiçoes sobre processos e comportamentos políticos: [1] em primeiro lugar, a ausencia de
uma interpretaçao generalizante capaz de identificar quais e sob que condiçoes instituiçoes sao
eficazes e, de fato, importam, explicando por que sob certos contextos instituiçoes em curso nao
se mostram eficazes em resolver problemas de coordenaçao social, nem tampouco produzem
os efeitos preditos pelo modelo ou suas versoes; [2] paralelamente, o desafio consiste em
endogeneizar a causalidade atribuída as instituiçoes, explicando as condiçoes de origem e
formaçao de estruturas políticas que irao, uma vez constituídas, condicionar as escolhas dos
agentes e os resultados de conflitos políticos. Poder-se-ia argumentar que um modelo de
explicaçao institucional generalizante capaz de satisfazer a condiçao [1] e reconhecido na
hipotese de Lijphart, sobre a associaçao entre arranjos power-sharing e estabilidade
poliarquica. Decisoes compartilhadas e limites ao exercício de poder de maiorias seriam
responsaveis pela constituiçao de um equilíbrio subotimo, no qual os agentes políticos nao
teriam interesse ou recursos para perseguir estrategias de mudança institucional (MARENCO
DOS SANTOS, Andre. “Quando comparamos para explicar: desenhos de pesquisa e sequencias
temporais na investigaçao de instituiçoes políticas”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol.
27, nº 80, pp. 203-217, 2012. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v27n80/v27n80a12.pdf, citaçao retirada da pagina 205).
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“Desde Mill, tem sido usual o emprego de comparaçoes pelo metodo das semelhanças e das
diferenças, isolando fatores comuns capazes de explicar efeitos similares ou, em contraste,
separando discrepancias de características comuns, como estrategia para explicar a produçao
de consequencias ou estruturas distintas” (MARENCO DOS SANTOS, Andre. “Quando
comparamos para explicar: desenhos de pesquisa e sequencias temporais na investigaçao de
instituiçoes políticas”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 27, nº 80, pp. 203-217, 2012.
Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v27n80/v27n80a12.pdf, citaçao retirada das
paginas 204-205). O termo política comparada origina-se do modo como a investigaçao
empírica da questao “como funciona a política” e realizada. Essa area de analise dos fenomenos
políticos possui tradiçoes diferentes, que incluem formas distintas de estudar e compreender a
política. Para Daniele Caramari essas diferenças podem ser organizadas em tres abordagens: a
primeira prioriza estudos de países de forma individual que depois sao comparados com outros
países; a segunda analisa as regras e normas do metodo comparativo, e esta preocupada em
aumentar o potencial de acumulaçao descritiva dos casos; e a terceira foca na explicaçao causal.
Aqui o centro e a empiria e o metodo, na identificaçao das diferenças e semelhanças entre os
casos analisados, em busca de relaçoes causais entre variaveis. Fonte: Rota de Aprendizagem da
Aula 02. Política Comparada. Tema 04: Tradições da Política Comparada, adaptado.
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“Ocorre a partir de 1989 ate os dias atuais, a segunda revoluçao científica na Política
Comparada, impulsionada pela seçao de Política Comparada da Associaçao Americana de
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“As diferenças entre Teoria Política, Relaçoes Internacionais e Política Comparada podem ser
identificadas em seus objetivos, pratica e objetos” A Política Comparada e constantemente
utilizada para analisar e compreender determinados fenomenos políticos em países diferentes.
No entanto, esse fato nao torna essa analise igual aos estudos de Relaçoes Internacionais. Dessa
maneira, sendo chamados a discorrer sobre as principais distinçoes entre o foco de analise da
Política Comparada e das Relaçoes Internacionais, para resumir esse assunto em poucas
palavras ha que se ter em mente que as Relaçoes Internacionais estudam, entre outras coisas,
as relaçoes entre sistemas políticos distintos – sobre o comercio, poder, conflito, guerra –, ao
passo que a Política Comparada trata das interaçoes entre os sistemas políticos. Ela (política
comparada) nao ira analisar o conflito em si, mas quais atores envolvidos e por que o partido
no governo decidiu pela intervençao militar, quem e a base do partido na sociedade, qual
influencia dos grupos de pressao sobre esse tema etc. A Política Comparada nao ignora
necessariamente as influencias externas ao objeto estudado, mas seu foco e a configuraçao
dentro do sistema político. Fonte: Rota de Aprendizagem da Aula 02. Política Comparada. Tema
05 - Diferenças entre Teoria, Política Comparada e Relações Internacionais
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Metodologicamente, política economica deve ser compreendida nas suas tradiçoes marxistas e
nao-marxistas. As direçoes de pensamento em política e ciencia social sao hoje entendidas em
termos do pensamento passado. Por exemplo, John Locke relacionou trabalho com propriedade
privada e riqueza e valorizou o esforço individual para satisfazer as necessidades humanas.
Adam Smith formulou uma teoria de valor do trabalho baseada nos temas de mercadoria,
capital e valor e trabalho simples e complexo. Ele identificou leis do mercado que explicam a
motivaçao do interesse pessoal em situaçoes competitivas. David Ricardo proporcionou
refinamentos de política economica, defendendo a acumulaçao de capital como base de
expansao economica. Acreditava ele que o Estado nao deve interferir na economia e que, ao
nível internacional, a divisao do trabalho e a política de livre comercio beneficiam todas as
naçoes. Havia tambem utopistas como Saint-Simon que expressavam tendencias socialistas.
Marx transcendeu as ideias dos utopistas e liberais classicos para propor a teoria da mais-valia
(surplus value) e uma explicaçao da luta de classes. Desses pensadores podemos sugerir
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“Assim, longe de propor um “retorno (exegetico) a Marx”, da mesma maneira que seu inspirador
mais imediato, Louis Althusser, Poulantzas reconhecia e afirmava de maneira explícita as
deficiencias e os limites do esquema analítico e do metodo de exposiçao elaborados pelos
classicos do marxismo (embora, naturalmente, estas referencias se constituam em ponto de
partida de qualquer reflexao que se propusesse a permanecer dentro do campo teorico
marxista), assim como a necessidade de um dialogo teorico-metodologico franco e aberto com
as diferentes correntes da analise política produzidas no ambiente academico de entao”
(BRAGA, Sergio. “Poder, formas de dominaçao e Estado no dialogo entre Nicos Poulantzas e a
sociologia política norte-americana” Revista Brasileira de Ciência Política, nº 5, pp. 109-137,
2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcpol/n5/a05n5.pdf. Acesso em 17.jul.2018.)
Nicos Poulantzas e um importante autor que adota uma perspectiva marxista em seus
trabalhos, incluindo ‘A Crise das Ditaduras: Portugal, Grecia e Espanha’, no qual o autor faz um
estudo comparado entre esses países. Se quisermos discorrer resumidamente sobre como as
abordagens marxistas realizam estudos de política comparada, precisamos ter em mente que,
via de regra, as pesquisas que se utilizam da abordagem marxista costumam analisar o conflito
de classes, para verificar as diferenças entre os sistemas políticos. As analises marxistas
costumam oferecer prediçoes empíricas sobre as diferenças entre sistemas e postulam um
padrao de desenvolvimento por meio da revoluçao e ditadura do proletariado. Fonte: Rota de
Aprendizagem da Aula 04. Política Comparada. Tema 04: Outras abordagens: marxismo e
corporativismo.
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O enigma recorrente que demarca a agenda das ciencias sociais esta em revelar os mecanismos
que constituem as relaçoes de influencia recíproca entre estruturas (instituiçoes, organizaçoes,
grupos) e açoes individuais. Trata-se de desvendar as condiçoes que permitem a produçao de
equilíbrios sociais, caracterizados por circunstancias nas quais nenhum agente possui
incentivos para alterar estrategias ou curso de açao, desde que os demais tambem nao o façam.
Disso decorre o desafio em explicar a origem, a estabilidade e a mudança, bem como as
variaçoes observadas na configuraçao das instituiçoes políticas: por que algumas naçoes
possuem instituiçoes democraticas e outras nao? Por que certas democracias sao estaveis,
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Recentemente, Easton reviu alguns trabalhos marxistas sobre a teoria do Estado, contrastando
estes com sua propria contribuiçao para a teoria de sistemas. Observou que o conceito de
Estado na ciencia social contemporanea foi ressuscitado nao so pelos trabalhos marxistas, em
particular a teoria de Nicos Poulantzas, mas por “academicos” interessados em estudar o poder
autoritario, liberalismo economico e analise política (policy analysis). Porem Easton continua a
expressar preocupaçao sobre a imprecisao conceitual de um termo como Estado. Reconhecendo
que o interesse renovado sobre este vem representando “um desafio necessario a
BRAGA, Sérgio. “Poder, formas de dominação e MARENCO DOS SANTOS, André. “Quando
Estado no diálogo entre Nicos Poulantzas e a comparamos para explicar: desenhos de pesquisa e
sociologia política norte-americana” Revista sequências temporais na investigação de
Brasileira de Ciência Política, nº 5, pp. 109-137, instituições políticas” Revista Brasileira de
2011 Disponível em Ciências Sociais, vol. 27, nº 80, pp. 203-217, 2012.
<http://dx.doi.org/10.1590/S0103- Disponível em <https://dx.doi.org/10.1590/S0102-
33522011000100005> Acesso em 17.jul.2018. 69092012000300012> Acesso em 17.jul.2018.
CANO, Ignacio. “Nas trincheiras do método: o ensino PERISSINOTTO, Renato. “Comparação, história e
da metodologia das ciências sociais no Brasil” interpretação: por uma ciência política histórico-
Sociologias, vol. 14, nº 31, pp. 94-119, 2012. interpretativa”. Revista Brasileira de Ciências
Disponível em <http://dx.doi.org/10.1590/S1517- Sociais, São Paulo, v. 28, n. 83, p. 151-165, outubro,
45222012000300005> Acesso em 17.jul.2018. 2013. Disponível em
<http://dx.doi.org/10.1590/S0102-
69092013000300010> Acesso em 17.jul.2018.