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PSICANÁLISE X PSICOFARMACOLOGIA

Professora:
Mirelly Cristiany

GRUPO: 2
Aidé A. Menezes -201803059249
Adna Juliana S. do Nascimento -201703181191.
Larissa Y.Morais Silva -201804068896.
Leide Laura N.dos Santos -201804068421
Marcos Gabriel da S. Rosa - 201809017661.
Beatriz de L. Gomes 201808378679.
Mª Eduarda F. Moreno -201703170784

Através do uso da medicação, favoreceu a desospitalização, onde a Psiquiatria


veio também para a cidade, não se restringindo aos hospitais psiquiatria veio também
para a cidade, não se restringindo aos hospitais psiquiátricos.
A prática Psiquiátrica adquiriu uma estética similar às outras especialidades
médicas. Os poderes do fármaco estão distantes do que é prometido e o benefício que
traz ao sujeito é parcial, mesmo quando não marcado pelos constantes efeitos colaterais
e tende a diminuir com a cronificação do uso.
A medicação teve um importante papel no que tange a evolução do tratamento
de transtornos mentais mais grave. Diferente dos tratamentos com práticas de
estimulação magnética, transcranial e psicocirurgias, a medicação aparece como uma
alternativa menos prejudicial a outros fatores biológicos e emocionais que estão
envolvidos no funcionamento dos seres humanos. A medicação psicoativa é apontada
por Widlocher (1997) como uma substância que não desequilibra o psiquismo, não
compromete o nível de percepção da realidade do sujeito e não acelera o fluxo dos
pensamentos a ponto de descontrolar a vida da pessoa que está fazendo uso desse
tratamento farmacológico.
Entretanto, ao mesmo tempo o texto levanta uma questão importante: o
tratamento medicamentoso não é capaz de substituir as terapêuticas com base nos
entrelaçamentos sociais e o laço mais forte que o compõe, que é a linguagem. Laurente
(2002) comenta o fenômeno do reconhecimento dos efeitos das drogas: “se o
significante corta o corpo à sua maneira, o saber contido no medicamento corta-o de
outra forma. Ele faz o sujeito conhecer o gozo... absolutamente desconhecido” (p.32).
Nesse primeiro momento ele não teve a intenção de desenvolver uma
psicofarmacologia psicanalítica. Porém, a referência feita por Laurente aparece como
base ao discurso proposto pela psicanálise no seu entendimento das drogas
terapêuticas e drogas que estavam classificadas como drogas de abuso, sendo essas
terapêuticas ou não.
O uso de medicamentos pode trazer consequências diretas e indiretas para a
clínica psicanalítica. Se faz necessário analisar os fatores e os prejuízos que o efeito da
medicação pode implicar uma desordem no discurso do sujeito, mas isso não aparece
como um impeditivo, bem como não demarca o fim do processo da análise. Magalhães
(2001) ao tocar neste ponto deixa bem transparente que quando a ação de um
determinado fármaco é responsável pelo desaparecimento de um delírio, essa ausência
do delírio não vai romper a análise psicanalítica do sujeito psicótico. Em contrapartida o
discurso de Freud tem o delírio como uma maneira do psicótico ordenar o furo no
simbólico, sem o delírio o paciente não apresenta um comportamento de
desorganização total do conteúdo que é trazido.
O ponto alto das ideias trazidas no texto é a sua finalização indicativa a uma
participação estratégica psicanalítica, entendendo que os fármacos proporcionam um
benefício parcial, diante de tudo que é prometido. Por fim, o fármaco é colocado como
um modulador de gozo, fazendo uma cisão no campo do gozo, com um viés diferente
do significante. A psicanálise aparece como uma fundamentação teórica que vai dar
lugar a mobilização do desejo e articular os elementos desse desejo a demanda do
sujeito. A leitura do texto levanta a necessidade constante do analista observar como a
medicação está se movimentando no corpo do analisando, os efeitos farmacológicos
dos medicamentos nas ações e demandas criadas a partir desse elemento.
O grande desenvolvimento dos psicofármaco tem seduzido os pacientes, que
optam pelas tentadoras e mágicas “curas químicas”, em vez de se depararem com sua
angústia e seu desejo num tratamento psicanalítico.

Recife

Novembro/2021

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