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Trabalho de Campo de Contabilidade Geral

Estudo do Património, Conta, Inventario e Balanço

Estudante: Safrina Marcelino Joaquim Nacudinguila

Curso: Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, 1º Ano

Nampula, Outubro de 2021


Estudante: Safrina Marcelino Joaquim Nacudinguila

Trabalho de Campo de Contabilidade Geral

Estudo do Património, Conta, Inventario e Balanço

Trabalho de campo apresentado ao Curso de Licenciatura em


Gestão de Recursos Humanos, no Instituto Superior de
Ciências e Educação à Distancia na Cadeira de Contabilidade
Geral, orientado por:

dr. Erasmo Gatomo

Nampula, Outubro de 2021

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Índice

1.Introdução................................................................................................................................4
1.1. Objectivo geral: ....................................................................................................................4
1.2. Objectivos específicos:.........................................................................................................4
1.3. Metodologia .........................................................................................................................4
2.0. Estudo do Património, Conta, Inventario e Balanço ..........................................................5
2.1. Património: Conceito e definições.......................................................................................5
2.2. Componentes patrimoniais e a sua representação gráfica ...................................................5
2.3. Equação patrimonial ............................................................................................................6
3.1. Conceito e definições de Conta ...........................................................................................7
3.2. Teorias das contas................................................................................................................7
4.0. Inventário.............................................................................................................................8
4.1. O conceito e definição de inventário ...................................................................................8
4.2. Finalidade do inventário ......................................................................................................9
4.3. As fases do inventario .........................................................................................................9
4.4. Classificação do inventário..................................................................................................9
5.0. Balanço ..............................................................................................................................10
5.1. O conceito e definição de balanço.....................................................................................10
5.2. Objectivos do balanço .......................................................................................................10
5.3. Requisitos essenciais para a elaboração de Balanço..........................................................10
5.4. Classificação do balanço ...................................................................................................11
5.5. Exemplo de um balanço ....................................................................................................12
6. Conclusão..............................................................................................................................13
7. Bibliografia ...........................................................................................................................14

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1.0. Introdução

O presente trabalho intitulado “Estudo do Património, Conta, Inventario e Balanço” é


resultado de uma pesquisa desenvolvida no contexto de preenchimento dos requisitos da
avaliação na cadeira de Contabilidade Geral.

1.1. Objectivo geral:

 Interpretar os conceitos básicos da contabilidade.

1.2. Objectivos específicos:

 Analisar os elementos patrimoniais;

 Interpretar a equação fundamental da contabilidade;


 Classificar e caracterizar as contas;
 Elaborar o Inventário e o Balanço.

1.3. Metodologia

Para a realização deste trabalho recorreu – se a consulta bibliográfica como base de


obtenção do conhecimento e as obras revisadas estão devidamente discriminadas na
bibliografia final.

De forma simples, procuramos mostrar que os conceitos de patrimónios, contas,


inventários, contas, activos e passivos são conceitos fáceis de entender e de grande praticidade,
constituindo – se em informações úteis para a prática da Contabilidade como Ciência Social e
para tomada de decisões nas actividades empresariais.

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2.0.Estudo do Património, Conta, Inventario e Balanço
2.1.Património: Conceito e definições

Património significa, a princípio, o conjunto de bens e os valores a receber, pertencente


tanto a pessoas físicas (seres humanos) quanto a pessoas jurídicas (empresas). Em
contabilidade esses valores a receber são chamados de direitos.

O património é o conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros,


vinculados a uma entidade (pessoa física, sociedade, empresa ou instituição de
qualquer natureza) que tenha ou não fins lucrativos, independentemente de sua
finalidade (LUIZ & MISSAGIA, 2011, p.19).

Vamos, de seguida, estudar cada um desses elementos que compõem o Património:

2.1.1. Bens
Qualquer coisa que possa satisfazer uma necessidade do homem e que seja susceptível
de avaliação económica, denomina-se bem. Os bens se classificam em tangíveis (que tem
existência física. Exemplos: Automóvel, imóvel, dinheiro, etc.) e intangível (Considerados os
bens abstractos ou imateriais. Exemplos: Marcas e patentes, direito autoral, etc.).
2.1.2. Direitos

São bens sobre os quais exercemos domínio, mas que estão sob a posse de terceiros.
Aparecem no património como valores a receber. Exemplos: Clientes, Duplicatas a receber,
Títulos a receber, etc.

2.1.3. Obrigações

São valores a pagar em função de dívidas ou compromissos de qualquer natureza,


assumidos perante terceiros, ou por bens de terceiros que se encontrem em posse da entidade,
sobre os quais esta possui uma responsabilidade, quer pela devolução (empréstimo), quer pela
indemnização ou pelo pagamento.

2.2.Componentes patrimoniais e a sua representação gráfica

Os elementos patrimoniais classificam – se em elementos do activo (elementos


positivos) e elementos dos passivos (elementos negativos).

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O Activo e o Passivo deverão ser divididos da seguinte maneira:

 Activo Corrente  Passivo Corrente


Activo   Passivo  
 Activo Nao Corrente  Passivo Nao Corrente

Esses componentes patrimoniais são dispostos na demonstração contável chamada


balanço patrimonial, de forma simplificada, num gráfico em forma de “T”, como segue:

Além do Activo e do Passivo, há ainda um terceiro componente patrimonial, o


património líquido, correspondendo exactamente à diferença entre Activo e Passivo. Este é
também denominado de investimento próprio por alguns autores, ou capital próprio, e até
mesmo de situação líquida.

2.3.Equação patrimonial

O património líquido é a diferença entre o activo e o passivo da empresa. Assim,


podemos, representar o Património Líquido, através da seguinte sentença (expressão),
matemática:

ó í =( + )– çõ

Exemplo de aplicação: Uma empresa possui capital alheio no valor de 6.000,00 MT.
Sabendo que este corresponde a 40% do total de recursos à disposição da empresa, calcule o
valor dos recursos aplicados e o património líquido.

Resolução: O capital alheio ou de terceiros equivale ao passivo (P). Já o total de


recursos à disposição da empresa é o capital de terceiros (P) somado ao capital próprio (PL)
que, pela equação fundamental do património (A = P + PL), é igual ao activo (A), que
equivale ao total de recursos aplicados. Assim:
= 6000
40% × = 6000 ⟹ = 15000
Sabe – se que = + ⟹ 15000 = 6000 + ⟹ = 15000 − 6000 = 9000
Resposta: PL = 9000,00 MT e A = 15000,00 MT
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3.0.Contas
3.1.Conceito e definições de Conta

Conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações
e Património Líquido) e aos elementos de resultado (Despesas e Receitas).

Segundo LUIZ & MISSAGIA (2011, p.98), “a conta é o instrumento de registo que tem
por finalidade reunir fatos contáveis da mesma natureza, sendo aberta para encerrar os valores
de realização passada, presente ou futura, e recebendo um título que a identifica”.

Portando, conta é o título que qualifica um componente do património ou uma variação


patrimonial. A sua função é de acumular de forma ordenada, os débitos e créditos da mesma
natureza, de maneira que seu saldo represente, no momento considerado, a situação do
elemento patrimonial ou da variação patrimonial a que se refere.

3.2.Teorias das contas


3.2.1. Teoria personalista

Esta teoria atribuía às pessoas a responsabilidade para cada conta, de forma que o
responsável pelo caixa devia à empresa o equivalente ao valor registado nessa conta. Os
terceiros de quem a empresa tinha valores a receber eram os devedores e, por fim, os terceiros
a quem a entidade devia eram os seus credores.

Essa teoria classificava as contas em dois grandes grupos, a saber: Contas dos agentes;
e Contas dos proprietários

As contas dos agentes, por sua vez, são subdividas em contas dos agentes consignatários
e contas dos agentes correspondentes. Cada um desses grupos (e subgrupos) compreende o
seguinte:

a) Contas dos Agentes Consignatários: essas contas representavam os bens da empresa.


Existiam pessoas que recebiam em consignação os bens da entidade, sobre os quais eram os
responsáveis e, portanto, os devedores (note que, como veremos, as contas representativas de
bens são de natureza devedora).
b) Contas dos Agentes Correspondentes: representavam os direitos e as obrigações da
entidade com terceiras pessoas, ou seja, os correspondentes eram os devedores e os credores
da empresa.

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c) Contas dos Proprietários: eram as contas do património líquido e suas variações,
inclusive as receitas e as despesas, por interferirem directamente no património líquido.

3.2.2. Teoria materialista

Conforme o próprio nome nos diz, essas contas representavam uma relação com a
materialidade, ou seja, só deveriam existir enquanto houvesse também os elementos materiais
por ela representados na entidade. As contas, por essa teoria, eram classificadas em:

a) Contas Integrais: eram aquelas representativas de bens, direitos e obrigações


(com terceiros), ou seja, activo e passivo exigível.

b) Contas Diferenciais: eram as representativas de receitas, despesas e património


líquido.

3.2.3. Teoria patrimonialista

É a teoria que actualmente tem repercussão mundial e se baseia no facto de que o


património é o objecto da Contabilidade, sendo sua finalidade o seu controlo. É a teoria aceita
pelos doutrinadores contemporâneos, por entenderem que se amolda à Contabilidade como
ciência. Por essa teoria, as contas são classificadas em dois grandes grupos:

a) Contas Patrimoniais: representam os Bens, os Direitos, as Obrigações e o


Património Líquido. Dividem-se em Activas e Passivas e são elas que representam o
Património da empresa num dado momento, através do Balanço Patrimonial.

b) Contas de Resultado: são as contas que representam somente as receitas e as


despesas.

4.0.Inventário
4.1. O conceito e definição de inventário

É um documento no qual se faz a relação escrita de todos elementos patrimoniais (bens,


direitos e obrigações) pertencentes a uma determinada entidade, com a indicação das
quantidades e valores.

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4.2.Finalidade do inventário

O inventário é elaborado com a finalidade de apresentar a composição do património,


ficando – se a conhecer em um determinado momento do exercício económico o conjunto dos
elementos patrimoniais (bens, direitos e obrigações) de uma entidade.

4.3. As fases do inventario

Na elaboração de um inventário devemos considerar três fases:

I. Fase do arrolamento: é o alistamento dos bens patrimoniais;


II. Fase da classificação: consiste na atribuição desses bens pelas diferentes contas ou
classes de valores;
III. Fase da descrição: tem por fim dar indicação da sua natureza, qualidade e
características.
4.4.Classificação do inventário

O inventario pode ser classificado em:

4.4.1. Quanto ao momento da elaboração


 Inventário inicial: aquele que é feito no inicio do ano;
 Inventário final: aquele que é feito no final do exercício económico.
4.4.2. Quanto à extensão ou conteúdo
 Inventário geral: quando engloba todos os elementos patrimoniais;
 Inventário parcial: quando engloba apenas uma parte dos elementos patrimoniais.
4.4.3. Quanto à disposição
 Inventario Horizontal: quando aparece em forma horizontal, ou seja, quando o
passivo (ou obrigações) aparece lado do activo ou (bens e direitos);
 Inventario Vertical: quando o passivo ou obrigações vem por baixo do activo ou (bens
e direitos).
4.4.4. Quanto à apresentação
 Inventario corrido ou empírico: quando os elementos patrimoniais não seguem
nenhuma ordem;
 Inventario classificado ou selectivo: quando todos os elementos patrimoniais estão
organizados obedecendo uma certa ordem.

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5.0.Balanço
5.1.O conceito e definição de balanço

De acordo com Pereira cit em Franco (1991, p.97), “balanço é a comparação entre o
activo e o passivo de um património de uma entidade evidenciando a sua respectiva situação
líquida”.

O balanço é a demonstração financeira que tem por objectivo evidenciar a situação


patrimonial da entidade em um dado momento, após a contabilização de todos os actos e fatos
consignados na escrituração contável, sendo por este motivo chamado de balanço patrimonial.

O balanço patrimonial é destinado a evidenciar em uma determinada data a real situação


financeira de uma empresa. A possibilidade de evidenciar a situação líquida é que distingue o
balanço do inventário.

5.2.Objectivos do balanço

Em geral, os balanços são elaborados tendo em conta dois objectivos fundamentais:

I. Apurar a situação patrimonial de uma empresa em um determinado momento


(aspecto estático);
II. Determinar os resultados em um determinado período (aspecto dinâmico).

Tabela 01: Expressão geral do balanço.


Casos Situação líquida Balanço
Designação Símbolo Valor Expressão Género
A>P Activa Sa S>0 A=P+Sa 1º
A=P Nula So S=0 A=P 2º
A<P passiva Sp S<0 A=P-Sp 3º
Fonte: ASSAF NETO – Adaptada.

Onde: Sa, So e Sp são saldos activo, nulo e passivo respectivamente.

5.3.Requisitos essenciais para a elaboração de Balanço

Os requisitos essenciais para a elaboração de um Balanço são: clareza; exactidão;


integridade; consistência uniformidade e sinceridade.

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5.4.Classificação do balanço

O balanço pode ser classificado em:

a) Quanto ao momento da elaboração

 Balanço inicial: é aquele que é elaborado no início de cada período económico;

 Balanço de fundação: elaborado no momento em que a empresa é criada ou fundada


(Certidão de nascimento);

 Balanço extraordinário: é aquele que é elaborados acidentalmente, em qualquer


momento da vida da empresa e por motivos diversos (cessão de quotas, roubo,
incêndio, falecimento do sócio, etc.)

 Balanço Final: é aquele que é elaborado no final de cada exercício económico;

 Balanço de liquidação: é aquele que é elaborado no momento da sua extinção


(Certidão de óbito), também designado final;

b) Quanto a descrição

 Balanço horizontal: quando aparece em forma horizontal, ou seja, quando o passivo


(ou obrigações) aparece ao lado do activo ou (bens e direitos);

 Balanço vertical: quando o passivo ou obrigações vem por baixo do activo ou (bens e
direitos).

c) Quanto a apresentação ou disposição dos elementos patrimoniais


 Balanço corrido ou empiricos: quando os elementos patrimoniais não seguem
nenhuma ordem;
 Balanço classificado ou selectivo: os elementos patrimoniais aparecem agrupados,
segundo classes, natureza, ou função.

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5.5.Exemplo de um balanço

Tabela 02: Exemplo de um balanço de uma empresa X


Notas e Moedas 20.000,00
Dinheiro e bancos 15.000,00
Activo tangíveis 320.000,00
Dividas de clientes 12.000,00
Fornecedores 2.000,00
Impostos 120.000,00
Fonte: ASSAF NETO – Adaptada.

Tabela 03: balanço da empresa X no dispositivo horizontal


Activos Valores Passivo e capital valores
próprio
3.2. Activos 320.000,00 Fornecedores 2.000,00
tangíveis
4.1. Clientes 12.000,00 Estado 120.000,00
1.2. Bancos 15.000,00 Total do passivo 142.000,00
1.1.Caixa 20.000,00 Situação liquida/capital 225.000,00
próprio
Total do activo 367.000,00 Total do passivo e Cap. 367.000,00
Próprio
Fonte: ASSAF NETO – Adaptada.

Tabela 04: balanço da empresa X no dispositivo vertical


Activo Valores
3.2. Activos tangíveis 320.000,00
4.1. Clientes 12.000,00
1.2. Bancos 15.000,00
1.1.Caixa 20.000,00
Total do activo, passivo e Cap. próprio 367.000,00
Fornecedores 2.000,00
Estado 120.000,00
Total 142.000,00
Situação liquida/capital próprio 225.000,00
Total do passivo e SL 367.000,00
Fonte: ASSAF NETO – Adaptada.

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6.0. Conclusão

Atento aos objectivos, previamente traçados, constatou – se que da definição de


património, o primeiro aspecto a ser comentado é que o conceito de património envolve uma
parte “positiva” (bens e direitos) e outra “negativa” (obrigações ou dívidas). Portanto, há que
se ter cuidado quando se fala que uma determinada pessoa possui um grande património, pois,
apesar de ela possuir carros, imóveis, dinheiro, pode ser que possua também enorme
quantidade de dívidas a serem pagas a terceiros. É importante ressaltar também que o
montante das dívidas pode superar o total dos bens e direitos.

Para controlar o património e fornecer informações úteis e confiáveis, a Contabilidade


precisa registar todos os factos que ocorrem na entidade, utilizando-se das contas. As contas
podem ser abertas para quantidades monetárias ou não monetárias. O que é imprescindível
para que se origine uma conta é a existência do facto patrimonial.

No que tange ao balanço, constatou – se que ele representa a estrutura económica e


financeira da empresa num dado momento. Segundo esta óptica, ele é uma síntese de origens
e aplicações de fundos postos a disposição da empresa. As aplicações de fundos são
representadas pelos activos (investimentos totais) e as origens pelo passivo e situação líquida.

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7.0. Bibliografia

ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque económico financeiro. São


Paulo: Atlas.

FRANCO Hilário. (1991). Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços. S.P: Editora Atlas.

LUIZ, Francisco Velter & MISSAGIA, Roberto. (2011). Manual de Contabilidade. R.J.:
Elsevier Ltda.

NEVES, Silvério das & VICECONTI, Eduardo. (1996). Contabilidade Básica (2ª ed.). São
Paulo: Atlas.

PURIFICAÇÃO, Carlos Alberto.(2004). Contabilidade Bancária. São Paulo: Ed. Atlas.

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