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Propedêutica ginecológica e citologia oncológica (joinmyquiz.

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1. História clínica

● Anamnese;
● Identificação;
● História da doença atual: Início, sinais e sintomas; tratamentos efetuados.
● História ginecológica e obstétrica – função menstrual; atividade sexual; uso de
métodos contraceptivos; infecções; e antecedentes obstétricos.
❖ Antecedentes menstruais: Menarca; data da última menstruação;
menopausa.
❖ Alterações menstruais: A) Duração: Hipomenorréia; hipermenorréia (aumento
da quantidade ou duração da menstruação / > 5dias). B) Quantidade:
Menorragia; oligomenorréia. C) Intervalo: poli, proio, opso ou
espaniomenorréia. D) Menóstase; metrorragia (sangramento vaginal fora do
período da menstruação / Causa orgânica mais frequente – mioma). E)
Dismenorréia: Menstruação acompanhada de sintomas como cólica, edema e
mastalgia.
❖ Antecedentes sexuais: início da atividade sexual; frequência; libido / orgasmo;
dispareunia (dor durante o ato sexual, seja superficial ou profunda 🡪 Pode
possuir causa orgânica importante, como endometriose); número de
parceiros; sangramento ao coito, o qual pode indicar ectopia (ferida no colo do
útero), infecção ou neoplasia; esterilidade conjugal; método anticoncepcional.
❖ Antecedentes obstétricos: ano da gravidez; duração; tipo de parto; condições
de nascimento; complicações; tempo de amamentação; abortamentos;
gestação ectópica ou molar.
● História patológica pregressa: DST's; infecções vaginais e pélvicas; tratamento
realizado; patologias clínicas e cirúrgicas; complicações e sequelas.
● História familiar e psicossocial: neoplasias; doenças hereditárias; HAS, diabetes e
obesidade; história de tromboembolismo; nível socioeconômico; tabagismo,
alcoolismo e drogas; situação conjugal.

2. Exame físico

2.1 Geral: observar aspectos como Peso/ altura; sinais vitais; avaliação cardio-pulmonar;
palpação de cadeias ganglionares; pulsos periféricos e extremidades; e exame abdominal.
2.2 Exame das mamas:
A) Inspeção estática (analisar abaulamentos, depressões e outras alterações
visíveis) e dinâmica (solicitar a paciente para realizar a movimentação dos braços, e
observar alterações durante a realização desse movimento).
B) Palpação (mama e linfonodos). Lembrar de palpar os 5 quadrantes da mama
(superior interno; superior externo; inferior interno; inferior externo; retro-aureolar),
fazendo-o de modo bimanual. É importante comparar também a consistência entre as
mamas, verificando a presença de espessamentos. A palpação de linfonodos deve se
dar nas cadeias supraclaviculares, axilares e mamilares internos.
C) Expressão mamilar: não é realizada de rotina, mas consiste na ordenha da
mama para coleta e análise de secreção.

3. Detecção precoce de câncer de mama

❖ Anamnese;
❖ Exame clínico;
❖ Mamografia:
o Mulheres com fatores de risco: realização a partir dos 35 anos.
o Mulheres sem fatores de risco: realização a partir dos 40 anos.
o Fatores de risco: História familiar positiva antes dos 50 anos, especialmente
em parentes de primeiro grau; idade (aumento da incidência); menarca
precoce; menopausa tardia (após os 50 anos de idade); primeira gravidez após
os 30 anos; nuliparidade; ingestão regular de álcool; uso de contraceptivos por
longo período; exposição à radiação ionizante.

4. Exame das mamas

Deve-se examinar os quadrantes súpero-lateral; súpero-medial; ínfero-lateral; ínfero-


medial; e central ou retro-aureolar. Além desses quadrantes, deve-se examinar o
prolongamento axilar das mamas, que contém tecido mamário e pode ser sede de doenças.
❖ Inspeção estática: As mamas devem apresentar-se simétricas, sendo a presença de
circulação venosa superficial simétrica um achado normal. Deve-se atentar para
presença de abaulamentos; retrações; alterações de pele (como hiperemia, edema ou
ulceração); alterações das papilas (como descamação ou erosão) e também dos
mamilos (se salientes ou invertidos).
❖ Inspeção Dinâmica: solicitar que a paciente faça as manobras e observar se ficam
evidentes abaulamentos ou retrações.
❖ Palpação: A paciente deve permanecer em decúbito dorsal horizontal, sem travesseiro
e com as mãos atrás da nuca. É importante palpar todos os quadrantes
detalhadamente, pesquisando a presença de nódulos. Realizar palpação bimanual para
comparar as densidades.
❖ Dos linfonodos: com a paciente sentada, palpar os linfonodos cervicais,
supraclaviculares, infra-claviculares e axilares.
❖ Expressão: fazer a expressão suave da mama, da base até o complexo aréolo-papilar.
Ocorrendo a saída de fluxo, observar se é uni ou bilateral e monoductal ou poliductal.
Para verificar adequadamente a cor do fluxo, esse último deve ser absorvido em uma
gaze.
O exame clínico das mamas pode detectar tumores de até 1 cm, se superficiais. Para a
análise e descoberta de lesões ainda em fase inicial, o exame mais indicado é a mamografia.

5. Exame ginecológico

❖ Inspeção das mucosas: vulva, períneo e ânus.


❖ Inspeção ao esforço: manobra de valsava;
❖ Toque vaginal;
❖ Toque retal.
❖ Exame especular: possui como finalidade a visualização do colo do útero e coleta de
material para detecção de infecções.

6. Exames complementares

Os principais exames realizados são: citologia oncótica; citologia à fresco/


bacteriosccopia; colposcopia; ecografia; histeroscopia; mamografia; laparoscopia; culturas
específicas; imunofluorescência; PCR.

7. Coleta de secreções

❖ Teste de aminas: é utilizado na detecção de infecções.


❖ Citologia à fresco;
❖ Citologia oncológica.

Exame ginecológico e coleta de Papa Nicolau

1. Exame dos órgãos genitais externos


Com a utilização de luvas, realiza-se a inspeção dos órgãos genitais externos, que
consiste inicialmente na observação da forma do períneo, disposição dos pelos e conformação
externa da vulva (grandes lábios). Afastam-se os grandes lábios para inspeção do intróito
vaginal. Com o polegar e o indicador prendem-se as bordas dos dois lábios, que deverão ser
afastadas e puxadas ligeiramente para a frente. Desta forma, visualizamos a face interna dos
grandes lábios e o vestíbulo, hímen ou carúnculas himenais, pequenos lábios, clitóris, meato
uretral, glândulas de Skene e a fúrcula vaginal.

Realiza-se a palpação da região das glândulas de Bartholin e do períneo, para avaliação


da integridade perineal. Solicitar à paciente a realização da manobra de Valsalva, no intuito de
identificar prolapsos genitais e incontinência urinária.

🡪 Exame especular: Os espéculos articulados são os mais utilizados, podendo ser metálicos ou
de plástico, descartáveis, apresentando quatro tamanhos: mínimo (espéculo de virgem),
pequeno (nº 1), médio (nº 2) ou grande (nº3). Deve-se escolher o menor espéculo que
possibilite o exame adequado, de forma a não provocar desconforto na paciente.
2. Coleta de material para citopatologia cervicovaginal (Papa Nicolau)
❖ O que é? Método desenvolvido para identificação de células neoplásicas, sejam elas
malignas ou pré-malignas.
❖ Quando realizar o exame? Toda a mulher que tem ou já teve atividade sexual deve
submeter-se a um exame preventivo, sendo a indicação do ministério da saúde realizá-
lo a partir dos 25 anos de idade. A periodicidade preconizada para a realização desse
exame é, inicialmente, 1 exame /ano. No caso de 2 exames normais seguidos (com
intervalo de 1 ano entre eles), o exame deverá ser feito a cada 3 anos. Em caso de
exames com resultados alterados – encaminhar para Colposcopia/Biópsia.

Coilócitos. Halo branco = patognomônico de infecção pelo HPV.


❖ Condições ideais para uma amostra de qualidade: 1. Não estar menstruada.
Preferencialmente, aguardar o 5º dia após o término da menstruação. A presença de
pequeno sangramento de origem não menstrual, não é impeditivo para a coleta,
principalmente nas mulheres na pós-menopausa. 2. Não usar creme vaginal nem
submeter-se a exames intravaginais (ultra-sonografia) por 2 dias antes do exame. 3.
Não realizar ducha vaginal no dia do exame somente lavar por fora. 4. Não manter
relações sexuais 2 dias antes do exame. ** Mulheres na menopausa deve usar creme
de estrogênio para não falsear o resultado do exame.
❖ Material usado para coleta: Espéculo; lâmina com uma extremidade fosca; espátula
de Ayre; escova cervical; par de luvas para procedimento; formulário de requisição do
exame; lápis e borracha; fixador; recipiente para acondicionar as lâminas; lençol para
cobrir a paciente.
❖ Identificação da lâmina: É obrigatório o uso de lâmina com extremidade fosca para
facilitar a identificação, que deve ser feita com lápis (e não caneta) preto. Na parte
fosca anotar o número de registro da mulher e as iniciais de seu nome.
❖ Iniciando a coleta: A) Escolha o espéculo mais adequado. B)  Introduza o espéculo,
procedendo da seguinte forma: Não lubrifique o espéculo com qualquer tipo de óleo,
glicerina, creme ou vaselina. No caso de pessoas idosas com vaginas extremamente
ressecadas, recomenda-se molhar o especulo com soro fisiológico ou solução salina.
❖ Introduzindo o espéculo: Uma vez introduzido totalmente na vagina, abra-o
lentamente e com delicadeza. Se ao visualizar o colo houver grande quantidade de
muco ou secreção, segue-o delicadamente com uma gaze sem esfregar. A coleta é
realizada no ectocérvice (com a espátula) e canal cervical (com a escova, na JEC –
Junção escamo-colunar).
❖ Fixação do material: A fixação do esfregaço deve ser procedida imediatamente após a
coleta, sem nenhuma espera. Visa conservar o material colhido, mantendo as
características originais das células, preservando-as de dessecamento.
❖ Conclusão do procedimento: Feche o espéculo; Retire-o delicadamente; Auxilie a
paciente a descer da mesa; Oriente a paciente para que venha receber o exame; Envie
as lâminas ao laboratório.
❖ Coleta em grávidas: pode ser feita em qualquer período da gestação,
preferencialmente até o 7° mês. A coleta deve ser feita com a espátula de Ayre. Não
usar escova de coleta endocervical.

3. Resultado do exame preventivo


❖ Negativo para câncer (células malignas): se é o primeiro resultado negativo, a mulher
deverá fazer novo exame preventivo em um ano. Se tiver um resultado negativo no
ano anterior, o exame deverá ser repetido a cada 3 anos.
❖ Alteração tipo NIC I: repetir o exame em 6 meses;
❖ Alterações tipo NIC II e NIC III: o médico deverá decidir a melhor conduta. Novos
exames, como a colposcopia, deverão ser realizadas;
❖ Infecção pelo HPV: o exame deverá ser repetido em 6 meses;
❖ ASCUS e ASGUS (alteração atípica com significado incerto): Pode ser a repetição do
exame em 12 meses ou tratamento de infecção ou fazer uma colposcopia (exame em
que se visualiza o colo do útero com lente de aumento de 10 vezes ou mais).
❖ Amostra insatisfatória: a quantidade de material não foi suficiente para fazer o
exame. O exame deve ser repetido logo que for possível.

QUESTÃO - Paciente com 35 anos veio para consulta ginecológica sem queixas. Descreva
sucintamente as etapas do exame físico a serem realizadas.

QUESTÃO – Descreva as condições ideais e quando realizar a coleta de citologia oncótica.

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