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BREVE MANUAL DA

Liderança
Diária com
Virtudes
F D Amaral Ramalho, MsC
Líderes devem antes, liderar a si mesmos. Por isso, o primeiríssimo
passo que deve ser dado no início desta jornada é:

TER CONSCIÊNCIA:
- de si: mentalidade (mindset), pontos fortes, pontos fracos, virtudes e vícios e
temperamento, o que lhe dá segurança, o que lhe atrai; o que temer e o que evitar.
Portanto, ter um autoconhecimento mais pleno possível. Usamos as ferramentas
SWOT e IKIGAI.

- do ambiente: família, mercado profissional e do comportamento da sociedade


(política, econômico, consumo e cultura [valores]). Usamos as ferramentas
Inteligência Competitiva (também encontrado como Business Inteligence ou ainda
Inteligência de Mercado ou Inteligência Comercial) e Strategic Foresight (previsão de
futuros possíveis e análise de tendências).

Tendo conhecimento de si e de onde vivemos podemos ir modificando o que


podemos e aceitando o que não podemos modificar, buscando discernir
prudentemente entre um e outro.
BUSCAR
PRIMEIRO
Quem se pretende lançar à liderança plena, servidora, não pode cair na tentação
de olhar apenas para o lado profissional, pois este é um dos pés que mantém o
líder na vertical.

O outro pé – que vem antes! – é o desenvolvimento da liderança de si, significando


que antes de ser um grande profissional, um líder, em seu ambiente profissional,
político e de estudo, precisa ser um grande ser humano. Isto vem em primeiro
plano. Daí porque nosso alicerce são as virtudes humanas.

Pela lógica, ao ir nos formando grandes seres humanos será inevitável a passagem
para se tornar o grande líder. Muitas escolas focam no líder profissional e não
tocam no líder pessoal. É um erro com resultados que conhecemos em nossa
sociedade.
LIDERANÇA É A CAPACIDADE CONSTRUÍDA
EM VOCÊ DE ENTREGAR O SEU MELHOR
PARA CONSTRUÇÃO DO MELHOR NO OUTRO.

ESTA REALIDADE NÃO CAI DO CÉU E NEM


BROTA DA TERRA, DEVE SER BUSCADA.

COMBATER
Liderar a si, é algo constante, não termina nunca. Somos um vaso, não quebrado,
mas rachado, o que nos torna imperfeitos. A melhor constatação para esta
afirmação é olhar para si e não haverá como negar.

Portanto, o combate deve ser constante contra os vícios e as desordens que


carregamos e, conhecer nossos inimigos é condição para vencermos. Cada época
parece que tem preferência quanto a estes vícios e desordens.
Líder combate diariamente os males desta geração:

1.Hedonismo, ou seja, fazer da vida uma busca excessiva por todas as formas de
prazer;
2.Tibieza, ou seja, a mornidão preguiçosa das atitudes diante dos desafios;
3.Pusilanimidade, ou seja, a moleza diante daquilo que devemos fazer como nossas
obrigações pessoais e profissionais;
4.Relativismo, ou seja, acreditar que a verdade depende das opiniões;
5.Indiferentismo, ou seja, acreditar que nada é importante suficiente que mereça
estudo e reflexão.

As armas contra os inimigos acima são: prudência, justiça, fortaleza e temperança.


Contra os vícios, as virtudes humanas já pensadas por Platão e aperfeiçoadas pelo
cristianismo, em pessoas como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino.

Acrescente-se a elas a humildade e a magnanimidade, além de tantas outras. As


quatro primeiras são o alicerce da liderança. As duas últimas, colunas do líder,
construídas sobre o mesmo alicerce.
PRATICAR
Virtudes são hábitos bons. Hábitos são ações que repetimos diariamente e, por
serem repetidos vão se tornando parte de nós, como que uma impressão é parte
do papel.

Repetindo, por exemplo, a virtude da prudência, em algum momento vou me


tornando prudente em minhas decisões. A prudência é um hábito. As outras
virtudes gozam da mesmíssima realidade, ou seja, frutificam em nós pela repetição,
pelo hábito.

De novo: se repito diariamente a fortaleza (não me deixo levar por pressões e


erros, mantendo-me firme em minhas convicções, mesmo desagradando a muitos),
com o tempo me torno cada vez mais forte, incorruptível. Assim se forma o caráter,
que, como palavras impressas numa folha de papel, o caráter bom (hábitos bons)
vai sendo impresso em nós.
Um líder vai moldando seu caráter e ajuda os outros a fazerem o mesmo.

Assim, quando menos percebemos, nos tornamos virtuosos e os outros também.


Isso demanda tempo (virtude da paciência) e força de vontade (virtude da fortaleza)
porque, como já foi escrito acima, requer repetição.

Praticar, praticar e praticar leva ao aperfeiçoamento.

Sabemos bem que é assim e não pode ser diferente, porque está na natureza das
coisas, portante é uma das verdades da vida. Uma ferramenta interessante para
aplicar isso, ou seja, a busca pelo aperfeiçoamento constante – porque não termina
nunca – é o Ciclo PDCA.
DOPAMINA
Um líder tem que ser consciente de seu universo interior e de seu universo
exterior. Falando deste último, vale falar de nossa relação com situações que
desestabilizam a construção de nossa liderança e assim, também de nossos
liderados. Poderíamos escolher várias, como a insegurança, o consumismo, o
hedonismo, as inúmeras ideologias idiotizantes, mas vamos falar das onipresentes
redes sociais e sua relação com o neurotransmissor dopamina.

Dopamina está relacionada com a sensação de recompensa e prazer. Quando


busco momentos de prazer para meu cérebro e corpo, na verdade, estou
buscando uma dose de dopamina. Ela ocorre nas sinapses dos neurônios. Não
vamos além destas explicações. Procure mais sobre isso, pois vale a pena. O que
nos interessa é como isso tudo – redes sociais, recompensa, prazer e dopamina –
pode influenciar nossa liderança e de outros.
A equação é deveras simples. Quando vou às redes sociais, busco momentos de
prazer, ao me ver, ao ver outros, ao constatar likes e comentários recebidos e ao
fazer o mesmo com outros perfis. Sim, porque ninguém vai às redes abarrotadas
de imagens, vídeos e áudios para ficar mal.

Seguindo o raciocínio: ao me deparar com os feeds do Instagram (imagens) ou do


Tik Tok (vídeos), por exemplo, sendo um sistema de alimentação de conteúdo
simplesmente infinito, o que você acredita que vai acontecer com o cérebro do
usuário? Sim, teremos em segundos um cérebro encharcado de dopamina,
prendendo-o àquela ação tão peculiar atualmente, ficar subindo a telinha do
smartphone com o polegar ou indicador.
Agora vem a melhor parte, ou seja, com uma mente totalmente voltada para
momentos de prazerosas navegações onlines, enxergando o mundo (universo
exterior) sob os filtros das redes sociais, com a dopamina (e outros
neurotransmissores, como adrenalina e noradrenalina) saindo pelos ouvidos de
tanto prazer, tão relaxado que se está, você pensa que vai conseguir refletir sobre
algo, sobre seus universos interior e exterior e assim, fazer um dos papéis de um
líder excelente que é estar consciente e alerta para a vida?

Um líder conduz a si e aos seus liderados para a realidade da vida e verdade das
coisas: a vida não é feita de dopamina/prazer, sempre, mas também de
sofrimentos. Disfarçar isto com placebos, como consumismo, hedonismo e
também internet e redes sociais em excesso é cegar pessoas para realidade que as
cerca e que cedo ou tarde serão suas companheiras de jornada, como as tristezas,
derrotas, fracassos e solidão.
O problema não está nas redes, mas no uso. O líder precisa saber dosar, usar, se
conscientizar dos riscos e ensinar. Em muitos lugares o perigo é potencializado,
porque se acessa a rede no fundo de outra rede.
IR ALÉM DAS OBRIGAÇÕES:
A RECUSA DO JOVEM RICO
Uma das minhas passagens favoritas dos Evangelhos é quando Jesus aborda um
jovem rico. Acredito que o impacto maior da passagem não é o que foi, mas o que
poderia ter sido. Veja lá no Capítulo 19, do Evangelho de Mateus.

O ensinamento maior é este: saia do básico, daquilo que são suas obrigações se
seu objetivo for mesmo crescer, se desenvolver, conseguir fazer coisas que hoje
você não consegue.

É ir além do que esperam de você ou, se preferir, é ir além porque é exatamente


isso que esperam de você, afinal, ninguém espera que um líder excelente fique
fazendo apenas aquilo que qualquer outro poderia fazer.
Guardando as devidas proporções, líder não é qualquer um. Líderes são
incansáveis e vão sempre além.

Mas, não se engane com esta disposição de ir além das obrigações. Assim como
tudo na liderança, esta disposição deve ser construída, formada no dia a dia, ao
lado das virtudes da constância, da perseverança e da fortaleza.

Como está sendo dito incansavelmente por aqui, de tanto fazer, de tanto repetir o
“ir além” vai se tornar algo natural no líder.
O SERVIR Líder, veja a si e a liderança desta
forma e tudo sairá bem em seu
EA processo de desenvolvimento.

CARIDADE Siga o raciocínio a seguir.


Caridade é amor. Nada a ver com o amor romântico, sentimental e coisas do tipo.
Amor aqui e nas questões teológicas, filosóficas e de liderança. Significa servir,
sacrificar-se, seja qual for o nível deste sacrifício.

Pense nas pessoas que verdadeiramente amaram ou dizem que amam você e vais
lembrar de muitas situações de sofrimentos, de entrega, de sacrifícios e de doação
delas para com você. Não há exemplo mais próximo disto do que os pais. Pais são
sempre sinônimos de amor, porque são sinônimos de sacrifício, doação de si e, não
muito raro, de sofrimentos por nós.

Treina-se pessoas para liderar a si e a outros. Ora, se liderar é servir, serve-se a


alguém, no caso, o próximo, que pode ser quem você quiser, onde estiver: família,
escola, empresas, igrejas, política etc.
Podemos então
resumir assim: o líder
deve ser líder para
servir onde for
chamado para tal.
Servir, como líder, é
amar as pessoas,
pouco importando
que se as conheça ou
não, simplesmente
porque amar é
sacrificar-se, doar-se e
servi-las, todos verbos
conjugados pelo líder.
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS
Vou mergulhar com você nas diversas fontes que julgo importantes para
alimentar nossa liderança quotidiana. É claro que não se esgota aqui esta
busca por conteúdo, pois é infinito o acúmulo de conhecimento a respeito do
assunto liderança, seja nos negócios ou na vida do dia a dia. Mas, temos que
limitar o escopo, aprumar as lentes, fixar mira e partir de algum lugar. Pois
bem, este lugar chegou como início propriamente dito de uma verdadeira
jornada para a liderança.

Lembre-se do aforisma que diz que muitas vezes é a viagem mais importante que a
chegada. É bem possível isso, afinal, como já percebemos, nunca se chega ao
término quando o assunto é liderança, quando o assunto é o aperfeiçoamento.

Nos tempos medievais se ensinava para que o homem se tornasse santo, ou seja,
íntimo de Deus, seu Criador, ou seja, que alcançasse a perfeição, a virtude plena
ainda nesta vida, nos parâmetros, claro, da perfeição humana manchada pelo
pecado original.

Mas, como também sabemos, para Deus não há limitação. Tudo Ele pode, inclusive,
transformar um pecador em santo. Ou, se você me permite, em líder, porque, tal
como o santo, o líder busca seu aperfeiçoamento constante, sempre.

Deixemos de retórica para demonstrar o que já foi explicado e vamos avante!


ABSORVENDO O ESTUDO
São muitos os caminhos do aprendizado. Falo disso porque
quem busca a liderança deve saber que estudar é como
respirar, se parar morre. Então, vale dizer que
racionalmente vamos nos deparar com estes três aspectos
práticos do ato de estudar:
1. pensar
2. meditar
3. contemplar

Tudo é simples. Veja só:

1. Quando nos deparamos com algum conhecimento que soa como novidade para
nós, praticamos o pensar, ou seja, aquela lâmpada imaginária acende sobre nossa
cabeça. É o pensamento sobre algo que aprendemos que ficará guardado.

Guardado por quê? Para quê?


2. Para o próximo estágio prático: a meditação ou especulação. Ao conhecer algo
que nos fez pensar é natural que queiramos saber mais, nos aprofundar, clarear
mais e mais o obscuro, ou seja, especular sobre. E então, trazemos o que estava
guardado em nosso pensamento para que, com instrumentos certos (livros e
cursos, por exemplo) possamos clarear ainda mais o nosso pensamento sobre
algo. Estamos buscando mais respostas... Estamos a meditar.

3. E, nos resta ainda a contemplação, que é a fase prática da alma – que contém o
intelecto e a vontade – a refinar e ampliar tudo que se meditou e pensou sobre
algo.

É ficar “viajando”, com a "cabeça nas nuvens", se é que podemos popularizar desta
forma.
Andando com o intelecto, como já vimos, está a vontade, um dos compostos de
nossa alma. Mais à frente teremos algo mais aprofundado sobre ela, tal
importância tem na construção da liderança – na verdade de quase tudo na vida.

Quando nossa vontade é fraca nossas conquistas são igualmente fracas.

A vontade é passível de treino para se tornar forte e robusta. Unida a outras


virtudes, como a magnanimidade, o líder se forma em rocha poderosa.

Falemos aqui ainda da memória, tão unida que está com o pensar, meditar e
contemplar. Ela também, como a vontade, é passível de treino. Uma das regras é,
de tempos em tempos, revisitar o baú do que estudamos, mantendo fresco o
aprendizado. E, para fazer isto, basta ensinar.
Sim. Quem ensina sempre retém na memória conteúdos que lhe são importantes.

Daí porque professores, palestrantes, jornalista, políticos, por exemplo, parecem


saber tanto. A fórmula é simples: repetem tantas vezes – atualizações e adaptações
são necessárias – que trazem sempre na memória as coisas importantes.

Repita, ensine e faça novamente e novamente e aquilo que você preza não sairá de
sua memória.

E, finalmente, para que saber esta teoria toda? Para poder ordená-la, manipulá-la
para torna-la mais eficaz. Para também saber em qual das fases estamos e assim
utilizar os instrumentos próprios a cada uma delas: um livro, uma aula, um curso,
uma dinâmica, uma mentoria, um simples bate-papo etc.
Quer liderar? Saiba onde você e seus liderados estão e aja conforme a necessidade,
deles e sua, a respeito do estudo.
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até aqui :) Clique aqui e fale
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do contéudo
Avante para LIDERAR!
Liderança se ensina, se
aprende e se vive!
O professor Francisco Danilo Amaral Ramalho é
formado em comunicação social (Unifanor),
especialista em gestão (UFC), pós-graduado em
Marketing (FBUni) e mestre em Gestão de Negócios
(UECE).

Especialista em produção de conteúdo acadêmico e


digital, há 15 anos transita com desenvoltura em
salas de aula (graduação, pós e ensino técnico), web,
imprensa e consultoria de comunicação e liderança
política.

Suas áreas de estudo giram em torno da


comunicação, marketing, gestão, inovação,
jornalismo, história, teologia, filosofia e liderança.
Obrigado
por chegar
até aqui!

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