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12 de Outubro de 2021

Saiba mais sobre a Carteira de trabalho de Trabalho e


Previdência Social (CTPS)

Um direito de todo o trabalhador

A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é o documento do


trabalhador, no qual consta seu histórico de trabalho, atualmente ela é
emitida preferencialmente em meio eletrônico identificando o
trabalhador pelo seu CPF (art. 14, caput e 16 CLT). Note que o meio
eletrônico não é obrigatório, mas ele busca facilitar e deixar de lado
aquele formato caderneta e que se degradava com o tempo,
dificultando a vida do trabalhador que muitas vezes perdia
informações.

A CTPS é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, ainda que


este seja rural ou temporário (art. 13 CLT). Quando o trabalhador
informar o CPF ao empregador, nos casos da Carteira de Trabalho
eletrônica, equivale a “entrega” da CTPS digital, dispensando o
empregador da emissão de recibo (art. 29, § 6º CLT).

O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS


do trabalhador admitido (art. 29 CLT, caput) e o trabalhador deverá ter
acesso às informações da sua CTPS no prazo de até 48 (quarenta e oito)
horas a partir de sua anotação (art. 29, § 8º CLT).

Essas anotações devem conter: a data de admissão, a remuneração e as


condições especiais e serão feitas: a) na data-base; b) a qualquer
tempo, por solicitação do trabalhador; c) no caso de rescisão
contratual; ou d) necessidade de comprovação perante a Previdência
Social.
Já as anotações concernentes à remuneração devem especificar o
salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja ele em
dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta. (art. 29, §
1º e 2º CLT)

O descumprimento do registro na CTPS, acarreta ao empregador a


lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá
comunicar de imediato a falta de anotação ao órgão competente, para o
fim de instaurar o processo de anotação. (art. 29, § 3º CLT)

É importante esclarecer que é proibido ao empregador fazer qualquer


anotação prejudicial ao empregado na CTPS, todavia é obrigatória a
anotação relacionada a acidentes de trabalho, que é feita pelo INSS.
Caso o empregador descumpra essa proibição e faça uma anotação
prejudicial, será submetido a multa (art. 29, § 4º e 5º CLT).

Recusando-se a empresa em fazer às anotações necessárias na CTPS,


ou a devolver a Carteira de Trabalho física, poderá o empregado
comparecer, pessoalmente ou intermédio de seu sindicato perante a
Delegacia Regional ou órgão autorizado, para apresentar reclamação,
que poderá resultar em processo e aplicação de multa ao empregador
(art. 36 e ss, CLT).

Por fim, importante destacar que a CTPS devidamente emitida e


anotada servirá de prova nos casos de dissídio na Justiça do Trabalho
entre a empresa e o empregado por motivo de salário, férias ou tempo
de serviço, bem como para cálculo de indenização por acidente do
trabalho ou moléstia profissional (art. 40 CLT).

Referência:

BRASIL. DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943.


Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília-DF, 1943. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>.
Acesso em 19 abr. 2021.
Disponível em: https://costaematsubayaci.jusbrasil.com.br/artigos/1194572880/saiba-mais-
sobre-a-carteira-de-trabalho-de-trabalho-e-previdencia-social-ctps

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