Saiba mais sobre a Carteira de trabalho de Trabalho e
Previdência Social (CTPS)
Um direito de todo o trabalhador
A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é o documento do
trabalhador, no qual consta seu histórico de trabalho, atualmente ela é emitida preferencialmente em meio eletrônico identificando o trabalhador pelo seu CPF (art. 14, caput e 16 CLT). Note que o meio eletrônico não é obrigatório, mas ele busca facilitar e deixar de lado aquele formato caderneta e que se degradava com o tempo, dificultando a vida do trabalhador que muitas vezes perdia informações.
A CTPS é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, ainda que
este seja rural ou temporário (art. 13 CLT). Quando o trabalhador informar o CPF ao empregador, nos casos da Carteira de Trabalho eletrônica, equivale a “entrega” da CTPS digital, dispensando o empregador da emissão de recibo (art. 29, § 6º CLT).
O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS
do trabalhador admitido (art. 29 CLT, caput) e o trabalhador deverá ter acesso às informações da sua CTPS no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a partir de sua anotação (art. 29, § 8º CLT).
Essas anotações devem conter: a data de admissão, a remuneração e as
condições especiais e serão feitas: a) na data-base; b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador; c) no caso de rescisão contratual; ou d) necessidade de comprovação perante a Previdência Social. Já as anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta. (art. 29, § 1º e 2º CLT)
O descumprimento do registro na CTPS, acarreta ao empregador a
lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá comunicar de imediato a falta de anotação ao órgão competente, para o fim de instaurar o processo de anotação. (art. 29, § 3º CLT)
É importante esclarecer que é proibido ao empregador fazer qualquer
anotação prejudicial ao empregado na CTPS, todavia é obrigatória a anotação relacionada a acidentes de trabalho, que é feita pelo INSS. Caso o empregador descumpra essa proibição e faça uma anotação prejudicial, será submetido a multa (art. 29, § 4º e 5º CLT).
Recusando-se a empresa em fazer às anotações necessárias na CTPS,
ou a devolver a Carteira de Trabalho física, poderá o empregado comparecer, pessoalmente ou intermédio de seu sindicato perante a Delegacia Regional ou órgão autorizado, para apresentar reclamação, que poderá resultar em processo e aplicação de multa ao empregador (art. 36 e ss, CLT).
Por fim, importante destacar que a CTPS devidamente emitida e
anotada servirá de prova nos casos de dissídio na Justiça do Trabalho entre a empresa e o empregado por motivo de salário, férias ou tempo de serviço, bem como para cálculo de indenização por acidente do trabalho ou moléstia profissional (art. 40 CLT).
Referência:
BRASIL. DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943.
Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília-DF, 1943. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em 19 abr. 2021. Disponível em: https://costaematsubayaci.jusbrasil.com.br/artigos/1194572880/saiba-mais- sobre-a-carteira-de-trabalho-de-trabalho-e-previdencia-social-ctps