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CAICÓ- RN
2020
FRANCISCA SUÊNDIA BEZERRA
CAICÓ-RN
2020
FRANCISCA SUÊNDIA BEZERRA
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________
Professora Dra. Kátia Regina Costa Lopes Freire (Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
______________________________________________________________
Professora Dra. Francileide Batista de Almeida Vieira (Examinadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
______________________________________________________________
Professora Dra. Jacicleide Ferreira da Cruz Melo (Examinadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
CAICÓ – RN
2020
A Deus, que me colocou onde eu deveria estar,
segundo a sua boa, perfeita e agradável
vontade. Que me livrou dos meus medos e
realizou o que era impossível aos meus olhos.
A minha família, alicerce inabalável em minha
caminhada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que foi meu suporte e esteve comigo em todos os
momentos, cuidando e me ensinando por meio das situações, além de tornar possível “trazer a
memória tudo aquilo que me traz esperança” (Lamentações 3.21).
Ao meu pai Francisco, que me fez compreender que nada pode nos afligir, mas que tudo
podemos superar.
A minha mãe Sebastiana, que esteve em constante oração por minha vida e sei que foi
por meio dessas que estou concluindo mais uma etapa.
Aos meus sobrinhos Nycolle, Levy, Pérola e Yasmim, que são a razão de um viver mais
belo e alegre.
Ao meu esposo Joaquim, que com ações demonstrava todos os dias que estava ao meu
lado.
Society found itself alien to the individual with Autism Spectrum Disorder for decades, until
public policies, decrees and laws were instituted to support this public. Such individuals present,
in their development, stereotyped movements and impairments in communication, social
interaction and in some cases intellectual disability, so that the intensity of these deficits
changes according to the degree of involvement. The person with ASD needs a different
methodology for learning, since traditional teaching methods are not able to reach the areas
affected by the disorder. Therefore, ABA is presented as a teaching approach addressed to this
audience. The theoretical framework was based on the concepts of APA (2014), Brazil (2019),
Brazil (2020), Gaiato (2018), Lear (2004) and Klin (2019), among other theorists. The work is
based on the principles of a bibliographic review that takes place through research in documents
and printed and electronic works, aiming at surveying the conceptions of other authors about
the theme, allowing a familiarization with the theme in a way that allows the interpretation.
Given this, we sought to analyze the contributions that ABA has provided for the learning and
independence of the person with ASD. Thus, the objectives of this monographic work are: To
analyze the specific laws that guarantee the rights of the person with Autism Spectrum Disorder;
Investigate the expansion of ABA and its relevance to therapies for people with ASD; To
present the theoretical and methodological procedures used in the Analysis of Applied Behavior
towards the person with the disorder; and Discuss other methodologies aimed at people with
ASD in order to compare with ABA. The teaching procedures used by the Applied Behavior
Analysis were discussed and why this methodology was directed to the person with the disorder,
in addition to exposing other methodologies directed to the individual with ASD and the
relevance of these regarding the availability of a scientific basis reliable, which appropriates
the methodology with credibility. And it is through this evidence, as well as the procedures that
take into account the areas that need support, the differentiation in methodology and the
intensity in the application for learning to occur, that the Applied Behavior Analysis is based
on supporting the people with Autism Spectrum Disorder.
Keywords: Applied Behavior Analysis; Teaching and learning; Autism Spectrum Disorder.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................9
1 OS CAMINHOS METODOLÓGICOS...........................................................................12
2.1 COMORBIDADES.......................................................................................................16
3.1.2 Programas................................................................................................................29
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................36
REFERÊNCIAS
9
INTRODUÇÃO
podem ser: brinquedos, atividades, elogios ou itens comestíveis e é devido a este último que
alguns estudiosos assemelham essa abordagem à domesticação de animais. Partindo do
princípio de reforçamento, podemos afirmar que estamos constantemente vivenciando
situações que nos reforçam, ou seja, fazemos algo em benefício de consequências positivas.
De acordo com algumas avaliações de Howlin (2010), as intervenções comportamentais
são as que podem ser mensuradas, pois tornam possível analisar o comportamento antes e
depois dos procedimentos de intervenção, de forma que possibilita observar se este foi ou não
modificado, além de serem ainda mais eficientes devido à sua precocidade e acentuada
aplicação. Baseado nesta especificidade da ABA, temos que as questões comportamentais se
constituem em entraves ao aprendizado do sujeito com TEA, seja em família ou na escola,
justificando, assim, a utilização da metodologia que tenha como foco a regulação destes
comportamentos.
Diante disso, buscou-se analisar as contribuições que a ABA tem proporcionado para o
aprendizado e a independência da pessoa com TEA. Com isso, os objetivos do presente
trabalho monográfico são: Analisar as leis específicas que asseguram os direitos da pessoa com
Transtorno do Espectro do Autismo; Investigar a expansão da ABA e sua relevância para as
terapias da pessoa com TEA; Apresentar os procedimentos teórico-metodológicos utilizados na
Análise do Comportamento Aplicada para com a pessoa com o transtorno; e Discutir sobre
outras metodologias direcionadas a pessoa com TEA de forma a comparar com a ABA.
A relevância dessa pesquisa se deu por oportunizar a consolidação de conhecimentos na
área da Educação Especial além de proporcionar o estudo exaustivo da temática tendo em vista
que o interesse por esta se deu por já utilizar algumas das metodologias apresentadas pela
ciência ABA. Esse trabalho proporcionou uma apreciação do tema a luz de estudiosos da área
a fim de enriquecer e ampliar o intelecto.
Além disso, o trabalho pode contribuir para a expansão da temática de modo a
possibilitar que a população compreenda as individualidades acarretadas pelo transtorno e possa
se sensibilizar com respeito às dificuldades que a pessoa com o TEA enfrenta perante a
sociedade, assim como, obter conhecimento a respeito de uma intervenção efetiva capaz de
promover resultados positivos para o indivíduo com o Transtorno do Espectro do Autismo.
Com o objetivo de apresentar resumidamente o conteúdo que compõe o trabalho,
exibiremos sua estrutura a seguir: a introdução, apresenta o Autismo e suas características, bem
como, a aproximação e vínculo desse transtorno com a ABA, com isso, já enfatizando os
objetivos do trabalho. No capítulo1 seguimos com a metodologia que pontua os procedimentos
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1 OS CAMINHOS METODOLÓGICOS
Portanto, a pesquisa cientifica é o processo pelo qual se busca encontrar respostas para
indagações, e este ato possui, como consequência, a construção e aquisição de novos
conhecimentos por meio da exploração, com o fim de compreender a veracidade dos problemas
existentes. Para Demo (2000) apud Prodanov e Freitas a
Ainda de acordo com Selltiz (1965) et al apud Marconi e Lacatos (2002, p. 16) “A
finalidade da pesquisa é descobrir respostas para questões, mediante a aplicação de métodos
científicos", e é por meio de cada procedimento aplicado à metodologia da pesquisa que os
objetivos traçados, serão alcançados.
Assim, os procedimentos que serão utilizados baseiam-se a princípio em uma pesquisa
de natureza básica pura, cuja finalidade é “unicamente a ampliação do conhecimento, sem
qualquer preocupação com seus possíveis benefícios” (GIL, 2010, p. 27), com isso, não
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deixando de ser tão relevante quanto as demais pesquisas, pois estas se apropriam desse mesmo
processo para serem realizadas. De acordo com Trujillo (1974) apud Marconi e Lacatos (2002,
p. 17), a pesquisa pura proporciona a produção de métodos tão eficazes que os resultados se
tornam progressivamente completos.
Esta pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa, que objetiva a interpretação e
análise dos fatos, na qual o autor é a própria ferramenta da pesquisa e este examina os dados de
forma subjetiva. Segundo Mazzotti e Gewandsznajder (s/d p. 148), as pesquisas de carácter
qualitativo são mais flexíveis e, por esse motivo, são adaptáveis as mais variadas especificações
de cada estudo, ou seja, não possuem grande grau de estruturação prévia. Ainda afirmam que
“a coleta sistemática de dados deve ser precedida por uma imersão do pesquisador no contexto
a ser estudado” (MAZZOTTI e GEWANDSZNAJDER, s/d p. 148).
No entanto, à medida em que se investiga, pesquisa e explora, mais se granjeia
conhecimentos necessários a resolução de problemáticas. Por meio dessa aproximação será
possível vislumbrar, de um ângulo, diferentes aspectos que antes não se observava.
O método utilizado para o desenvolvimento do projeto fundamenta-se em uma pesquisa
de cunho bibliográfico que se constitui por meio da análise de materiais já desenvolvidos e
formulados por outros autores visando explorá-los de forma a compreender e explicar os
problemas a luz desses pesquisadores. De acordo com as concepções de Gil (2002),
No século XX, mais precisamente no ano de 1911, foi utilizado pela primeira vez o
termo “autismo” pelo psiquiatra Eugen Breuler, considerando ser esse uma característica
advinda ou herdada da esquizofrenia, fato que, com o passar dos anos, não prosperou diante da
comunidade científica. Acreditava-se que o indivíduo perdia o contato com a realidade,
acarretando consequências em sua comunicação (SCHMIDT, 2012, p. 1).
Em 1943, o psiquiatra austríaco Leo Kanner retomou o estudo do tema e apresentou o
termo que denominou de “distúrbios autísticos do contato afetivo” e, por meio de seus estudos
e análises, considerou que as características como déficits na interação social e comunicação,
além dos movimentos estereotipados e interesses restritos observados em 11 casos,
assemelhavam-se às mesmas características que Breuler já havia afirmado (TAMANAHA et
al, 2008, s.p). Em 1944 Hans Asperger, a partir de seus estudos, designou de Psicopatia
Autística um distúrbio que apresentava as mesmas características já citadas.
A partir das diversas pesquisas e segundo a concepção desses autores, os estudos foram
apresentando características semelhantes entre si, o que contribuiu para chegarem à conclusão
de que os indivíduos com o transtorno apresentam características semelhantes, porém com
distintos graus de intensidade, embora cada pesquisador apresentasse denominações distintas
umas das outras.
Os estudos foram se aprofundando e disseminando-se e a ânsia pela descoberta da
natureza do Autismo se expandiu de tal forma que diversas suposições foram levantadas para
definir sua etiologia. Entre os anos de 50 e 60 surgiu a hipótese equivocada de que a causa do
Autismo se dava por meio de pais que eram considerados, segundo Klin (2006, s.p), “não
emocionalmente responsivos a seus filhos (a hipótese da ‘mãe geladeira’)”. A partir desse
pensamento, além da dificuldade na aceitação do diagnóstico, a família se tornava diretamente
responsável pela condição da criança tornando esse processo demasiadamente doloroso.
Além dessa suposição, em 1998 disseminou-se também a falsa afirmação de que a
vacina utilizada para a prevenção do sarampo, rubéola e caxumba causava o Autismo, o que era
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apenas uma hipótese na época, acabou por gerar um forte impacto na sociedade que, por falta
de informações, mais precisas e seguras, tomaram a decisão drástica de abster-se de algumas
vacinas e por meio dessa tomada de decisão ocorreram graves consequências como grandes
surtos de doenças devido à falta de imunização da população. Ao final dos estudos e pesquisas
relacionadas à vacina, foi comprovado que essa informação era ilegítima e aquela não poderia
causar o transtorno de acordo com o site “Autismo e realidade”.
Houve, inclusive, o surgimento do mito de que haveria uma suposta epidemia de
Autismo, devido ao aumento do número de diagnósticos, explicada por Klin (2006) da seguinte
forma:
2.1 COMORBIDADES
Além disso, se faz necessário conhecer suas características de forma que sejam
compreendidos tanto seu diagnóstico quanto suas comorbidades, tendo como exemplo o que
Silva et al (2012) afirma, quando diz que uma comorbidade considerada relevante para os
indivíduos com TEA é a epilepsia que acomete cerca de 70 a 75%, sendo que esses podem
apresentar crises convulsivas, com início ainda na infância ou na adolescência. Nesse
seguimento suponhamos que somos profissionais de uma instituição escolar e repentinamente
um indivíduo passa a apresentar crises epilépticas em sala ou em outro ambiente da escola.
Como reagiríamos a essa circunstância? Qual seria o procedimento mais adequado diante dessa
eventualidade? Para tanto, se faz indispensável que o profissional, ao se deparar com uma
situação de crises convulsivas, seja capaz de prestar os atendimentos básicos e necessários à
segurança do aluno, da mesma maneira que possa estar preparado para dá suporte a outras
possíveis circunstâncias que possam envolver outros tipos de transtornos, bem como, seus
diversificados sintomas.
Para isso, torna-se imprescindível que sejam conhecidas as comorbidades que podem
ser causadas pelo transtorno, tais “como transtornos ansiosos, transtornos depressivos e
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtornos de aprendizagem, entre
outros.” (SILVA et al, 2012, p. 50). Dessa forma, será possível assistenciar os indivíduos em
suas diferenças, preservando a integridade física e consequentemente proporcionar a expansão
de seu conhecimento.
A pessoa com TEA esteve à margem da sociedade e inclusive de suas próprias famílias
por longos anos de carência de conhecimentos acerca dos direitos desse público e falta de
posicionamentos familiares e políticos sobre o Transtorno do Espectro do Autismo. Na medida
em que o tempo passou, esta população encontrou apoio em instituições filantrópicas,
instituições criadas por familiares de pessoas com o transtorno e nas Associações de Pais e
Amigos dos Excepcionais (APAEs) até que políticas públicas fossem desenvolvidas para o
atendimento desse público no quesito saúde mental. Até então, as leis que garantiam direitos
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aos indivíduos com TEA, englobavam as deficiências mentais1 de modo geral, ou seja, não
existia uma lei específica para as pessoas com TEA.
Aqueles com a deficiência ou transtorno eram acolhidos em instituições que até então,
não disponibilizavam de ações que possibilitassem a inclusão desses indivíduos na sociedade.
De acordo com a Associação dos Amigos dos Autistas (AMA) (s/d), em 1983, surgiu em São
Paulo a primeira associação voltada para a pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo,
sem fins lucrativos e empenhados na busca das metodologias mais atuais e aplicáveis a pessoa
com o transtorno, a AMA. A partir dessa entidade com objetivos comuns, outras instituições
foram sendo criadas e propagadas, e por defenderem a causa do Autismo,
Mais conhecida como Lei Berenice Pianca, faz relação à mãe que, a partir do momento
que seu filho foi diagnosticado com TEA, não mediu esforços na luta por benefícios e leis que
pudessem reconhecer e assegurar as pessoas com TEA perante a sociedade.
Dispõe de todos os direitos cabíveis aos mesmos, sendo estes, cidadãos dignos e
merecedores de requisitos que a Lei determina, como: vida digna, integridade física e moral,
livre desenvolvimento da personalidade, segurança, lazer, proteção contra qualquer forma de
abuso e exploração, direito à saúde, diagnóstico precoce, deveres dos planos de saúde,
privacidade, nutrição adequada, medicamentos, direito à Educação e ao ensino
profissionalizante, transporte escolar, direito ao auxiliar nas escolas, direito à moradia, direito
ao mercado de trabalho e direito a previdência e assistência. De acordo com Brasil (2012, n.p),
a pessoa com TEA é considerada como pessoa com deficiência pelo qual apresentam
características como: “[...] deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para
interação social, padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades”.
1
Termo utilizado na época, atualmente, deficiência intelectual.
21
Assim, a carteira deverá conter informações essenciais como: nome da pessoa, data de
nascimento, filiação ou responsável, “número da carteira de identidade civil, número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e tipo sanguíneo” (Brasil, 2020, s.p). Além
disso, as carteiras possuirão uma numeração que possibilitará o conhecimento da dimensão do
transtorno no país.
Uma das alterações determina que todos os estabelecimentos públicos e privados
devem apresentar a fita com quebra-cabeças colorido, de forma a assegurar que a pessoa com
TEA possua “prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em
especial nas áreas de saúde, educação e assistência social” (Brasil, 2020, s.p).
Para tanto, muitas vitórias já foram alcançadas por essa causa, porém ainda há muito
trabalho para ser feito, a luta não deve ser somente de pessoas que lidam diretamente com o
Autismo, mas de toda a sociedade, de educadores, de pais de crianças típicas, de governantes,
pois a causa deve tocar a todos.
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[...] vem sendo cada dia mais consolidada por ser uma intervenção baseada
em evidência científica, ou seja, uma prática que possui anos de muitas
pesquisas, desde 1980 se recomenda Terapia ABA para os indivíduos dentro
do Transtorno do Espectro Autista (FREITAS, s/d).
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Foi considerada, no Brasil, de acordo com Freitas (s/d), como sendo a terapia para os
indivíduos com autismo devido ao elevado índice registrado desse transtorno no país.
Recomenda-se que, quanto mais cedo houver o diagnóstico e a aplicação dessa intervenção
precocemente, mais possibilidades de resultados virão.
A ABA baseia-se em procedimentos de ensino estruturado de forma intensiva, na qual
é necessário de 30 a 40 horas de terapia semanais, cujo atendimento ocorre de forma
individualizada, ou seja, apenas o profissional e o indivíduo. No decorrer da intervenção a
interação social vai sendo promovida. É necessário que a pessoa esteja sempre motivada para a
realização das atividades, de forma que são utilizados alguns itens motivacionais chamados de
reforçadores, ou seja, elementos que podem estimular e favorecer uma resposta desejada.
A ABA propõe esse sistema de reforçamento e estabelece níveis de ajuda (dicas), que
serão detalhados no tópico seguinte, objetivando que o indivíduo possua o mínimo de contato
possível com o erro quando for direcionado a fazer algo. Na medida em que seu aprendizado
vai sendo consolidado, as dicas vão sendo esvanecidas até que o indivíduo realize a atividade
com independência, ou seja, sem necessitar de ajuda.
Ao analisarmos, acordaremos que a ABA utiliza uma metodologia comum, pois se
engaja numa espécie de premiação para algo que foi realizado adequadamente. Além disso, é
extremamente contrária a punições e considera indispensável que além dos profissionais que
atendem a criança/ jovem/ adulto, a família esteja integralmente envolvida nesse processo
sempre comemorando as mais simples evoluções.
Para que os procedimentos da ABA sejam realizados nas instituições escolares, é
fundamental que haja profissionais que reconheçam a necessidade de atendimento educacional
especializado para alunos com TEA por meio dessa metodologia, a necessidade do professor
titular ter na sala de aula um acompanhante especializado que uma forças na busca e
planejamento de estratégias pedagógicas que possibilite o ensino dos conteúdos escolares por
meio da ABA, além da disposição de um espaço que propicie o atendimento de um para um,
ou seja, a criança e o profissional.
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menor do que se tivesse feito a ação independente. As dicas são aplicadas das que oferecem
mais apoio (ajuda) para aquelas que oferecem menos apoio ao indivíduo, portanto, sendo
esvanecidas ao longo das sessões para não gerar dependência de ajuda no indivíduo, ou seja,
para que o indivíduo realize algo com independência, sem esperar pela ajuda do profissional.
Essa técnica é utilizada para novos procedimentos de ensino, pois permite que a criança não
perca a motivação por ainda não realizar o comportamento de forma independente, com isso,
impede que aja comportamentos inadequados como a tentativa de se esquivar daquela situação.
Para compreendermos melhor, Borba e Barros apresentam o seguinte exemplo,
Imagine, por exemplo, que você queira ensinar a criança a sentar. Nas
primeiras tentativas, pode ser necessário não apenas dizer à criança o que ela
precisa fazer (“senta”), mas também fornecer uma ajuda física, por exemplo,
pegando a criança pela mão levando até a cadeira e auxiliando-a a sentar-se.
Quando a criança começar a demonstrar mais independência na tarefa essa
ajuda será, vamos dizer, uma ajuda leve. Neste caso, você deve fornecer a
instrução “senta” e apenas indicar, com um toque, por exemplo, o que ela deve
fazer. Esse processo de [sic] vai sendo continuado até que a criança emita
respostas independentes, ou seja, nesse caso a crianças [sic] sentaria na
cadeira, sem ajuda, quando ouvisse a instrução “senta” (BORBA E BARROS,
2018, n.p, grifo do autor).
Diante disso, podemos apresentar os tipos de dicas que podem ser disponibilizadas para
auxiliar no desempenho do indivíduo durante sua intervenção ABA. Detalharemos a seguir.
Dica física – constitui-se pelo apoio físico que o profissional dará a criança para que esta
execute um comportamento, podendo ser uma ajuda de nível total, quando o profissional o
conduz de maneira completa, ou de nível parcial, quando há uma sutil ação física sobre a
criança. Segundo Duarte et al (2018, p.75), “[...] diante da demanda de ‘Dar tchau’ para o
interlocutor que está cumprimentando o aluno, o professor posiciona sua mão sobre do aluno e
realiza o movimento de ‘tchau’ estendendo a mão aberta e balançando de um lado pra outro”.
Nesse caso, a criança precisou de apoio total para realizar a ação.
Dica gestual – essa se constitui pelo gesto (apontar, olhar, acenar) que se faz para levar a
realização de uma resposta, o aplicador não faz contato físico com a criança ou com os
estímulos. Por exemplo: o aplicador coloca uma bola e um lego sobre a mesa e pede que a
criança o entregue a bola, já tendo o conhecimento prévio que a criança ainda não sabe
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identificá-los de forma independente, o aplicador fornece a dica quando aponta ou olha para a
bola, então a criança a entrega ao aplicador.
Modelação – este tipo de dica é utilizado para a obtenção de habilidades motoras e verbais, se
divide em total e parcial. O aplicador realiza e/ou fala a instrução que deve ser repetida na forma
de imitação motora ou vocal. Por exemplo: em uma dança, o aplicador solicita que a criança
“coloque a mão na cabeça” e emite esta ação. Quando a modelação é parcial, apenas uma das
dicas é fornecida, vocal ou motora.
Dica verbal – são dicas apresentadas vocalmente em forma de perguntas ou instrução. Estas
são mais utilizadas com indivíduos que já dominam a vocalização. Exemplificando, segundo
Duarte et al (2018, p. 77), “[...] diante do cartão com a imagem de uma galinha, o aluno deve
dizer o nome do animal, o professor deve fornecer pistas verbais, dizendo [...] ‘começa com
ga...’, ou ‘começa com a mesma sílaba do gato’.”
Dica visual ou textual – são tipos de ajuda que podem ser expressas por meio de imagens ou
textos, como cartas impressas que informam por meio de imagens ou frases a rotina que será
seguida no dia.
Dica contextual – são dicas que alteram ao ambiente de forma a estimular o indivíduo a
responder corretamente as instruções. O terapeuta pode mudar objetos de lugar de forma a
favorecer uma resposta correta do indivíduo.
Para estabelecer o tipo e o nível de dica essencial para dá suporte ao cliente, será
necessário sondar suas habilidades e dificuldades e então, aplicá-las com todo o conhecimento
construído acerca das mesmas e esperar, pois, os progressos virão.
A ABA estabelece que, para cada comportamento, existe uma respectiva função, para
isso, se faz necessário dispor da observação para então compreendê-lo e caso haja necessidade,
modificá-lo, como os chamados “comportamentos-problema” por Sella e Ribeiro (2018, p.
28
213). Segundo Lear (2004, p. 50), “[...] o comportamento que está acontecendo tem alguma
função para a pessoa, ou não estaria acontecendo” Com isso, seria preciso atentar para o
(Antecedent – Behaviour – Consequence) ou Antecedente – Comportamento – Consequência,
ou seja, o que ocorreu antes (antecedente) da emissão do comportamento e como este foi
fortalecido ou reforçado (consequência), visando identificar qual seria a real função do mesmo,
por exemplo, para aqueles com TEA que ainda não desenvolveram a linguagem verbal, o que
teria motivado seu choro intenso? A título de exemplo o quadro a seguir:
Nesse caso, a função do comportamento seria fuga de demanda que logo após, será mais
detalhada. Ainda de acordo com essa tabela é possível observar que o comportamento
inadequado da criança será enfraquecido caso a terapeuta continue procedendo do mesmo modo
diante de outras ocorrências e, para que este fosse fortalecido, a terapeuta liberaria a criança da
mesa para um tempo livre, com isso, a criança iria repetir esse mesmo comportamento para
conseguir esquivar-se de tais situações.
A seguir, será apresentada uma breve descrição das funções do comportamento.
Razões tangíveis – realiza alguns comportamentos buscando retirar algo negativo, Lear (2004,
p. 51) apresenta o exemplo de “A criança que tira a roupa pode estar tentando reduzir o
desconforto por estar quente ou molhada”.
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Essas funções possuem extrema relevância para compreensão dos comportamentos, assim
como, o procedimento que será realizado após o comportamento que trará possibilidades de
fortalecimento ou enfraquecimento e até extinção.
3.1.2 Programas
Habilidades específicas são introduzidas na terapia da pessoa com TEA com objetivos
a serem conquistados de acordo com os déficits que a mesma apresenta nas variadas áreas e
estas visam minimizá-los. As habilidades podem ser de atenção, comunicação, linguagem,
imitação, dentre outros, para cada uma dessas há um programa específico que visa desenvolvê-
las ou aprimorá-las. A seguir uma sutil apresentação de alguns programas.
Programa Mando - Este programa baseia-se no ato de pedir algo. Segundo Lear (2004, p. 74),
“trata-se de pedir itens reforçadores que se desejam, tais como objetos, atividades ou
informação”. O programa é altamente motivador, pois assim que o item é solicitado,
automaticamente é entregue a quem o pediu. Ainda de acordo com Lear (2004, p. 74) “é
considerado de fundamental importância no ensino de comportamento verbal”. De acordo com
Klin (2019, n.p) cerca de 20 a 30% daqueles diagnosticados com TEA, não vão se apropriar da
linguagem verbal, para isso, foi desenvolvido o Sistema de Comunicação por Troca de Imagens
(PECS), isto é, um sistema de comunicação alternativa que contém figuras impressas com
diversas atividades rotineiras como: café da manhã, almoço, jantar, tomar banho, ir ao banheiro,
hora de dormir, brincar, descansar, além de brinquedos e comidas preferidas, atividades de lazer
como ir a piscina, assim como, acadêmicas. Estas podem ser selecionadas pelo indivíduo pela
ação de apontar ou pegar e ser entregue ao aplicador ou membro familiar demonstrando a
solicitação de algum item.
Em 1987, houve a primeira publicação de um estudo realizado por Ivar Lovaas que
aplicou os princípios da ABA com crianças com TEA, tal estudo apresentou notáveis progressos
no desenvolvimento dessas, em relação a crianças que não receberam o mesmo tratamento.
Resultados
Recuperados Razoáveis Ruins
Crianças tratadas com ABA 47% 40% 10%
Crianças NÃO tratadas com ABA 2% 45% 53%
Fonte: Lear, 2004.
Esta publicação contribuiu de forma emblemática para alavancar uma série de outras
pesquisas na área, que também evidenciaram progressos e uma nova perspectiva para a
aprendizagem desse público. De certa forma, essa metodologia contemporânea acarretou um
elevado grau de esperança para o ensino daqueles que convivem com o transtorno, pois de
acordo com Khoury (2014, p. 26)
Para isso, e de acordo com Gaiato (2018, p. 75-76), quanto mais o cérebro for estimulado
com técnicas e atividades eficazes, mais ele pode desenvolver novos caminhos para o
aprendizado, dessa forma, garantido evoluções significativas para os indivíduos.
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Contudo, o ambiente da sala de aula propicia obstáculos para esse atendimento, alguns
deles são: professores que descordam da metodologia dessa abordagem, superlotação das salas
de aula e ruídos produzidos pelos alunos podendo inviabilizar a aplicação da intervenção, além
de tornar o ambiente aversivo para a criança com TEA, bem como, a possibilidade de desvio
da atenção dos outros alunos durante a aplicação da ABA. Esses são alguns dos impedimentos
que desafiam a aplicação dessa abordagem na sala de aula regular.
Pode-se observar que essa avaliação visa compreender as habilidades que o indivíduo
já possui, em detrimento das que são necessárias adquirir.
O TEACCH utiliza o mesmo Sistema de Comunicação por Troca de Imagens (PECS),
já citado como meio de comunicação alternativa para amenizar o comprometimento na
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linguagem verbal e até mesmo desenvolvê-la. A imagem a seguir ilustrará cartinhas contendo
atividades, lugares, comidas e uma rotina representada pelos dias da semana que permitirá
apresentar as atividades que deverão ser realizadas em cada dia, sendo este um modelo visual
de comunicação. Por exemplo, o indivíduo solicitará seu pedido quando entrega a carta, dirá
que quer suco quando retira a carta com a imagem do suco e entrega ao pai que, para estabelecer
a comunicação, imediatamente entrega o suco, esse processo pode aumentar seu grau de
dificuldade quando o indivíduo passa a discriminar imagens e formular frases.
figura 1: Sistema de Comunicação por Troca de Imagens
Já o Programa Son-Rise ou SRP criado por pais de criança com TEA, também
desenvolvido nos Estados Unidos, muito embora na década de 1970, geralmente é aplicado
pelos pais da criança que são orientados e capacitados por profissionais habilitados, assim
como, por “facilitadores” que podem compor a equipe juntamente com os pais.
O programa é realizado na casa da criança em um espaço organizado especificamente
para a execução do atendimento, chamado de “quarto do brincar”, sendo que este é estruturado
de forma a evitar distrações para que haja o máximo de interações possíveis entre os aplicadores
e a criança (SCHMIDT et al, 2015, p. 416).
Para que o Son-Rise seja aplicado, é necessário que o indivíduo seja observado e
avaliado em suas habilidades, tanto as que já possui quanto as que podem ser adquiridas, a partir
disso, monta-se um currículo com programas e metas e assim, o programa poderá ser iniciado.
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Nesse programa é a criança quem direciona o adulto a fazer algo, ou seja, a iniciativa é
tomada por ela, o procedimento utilizado é a interação por meio da imitação por parte do adulto
para com a criança em seus movimentos, ecolalias e inclusive nas estereotipias de forma que se
torna possível se aproximar da criança, reconhecendo quem ela é e como se comporta, afastando
qualquer tipo concepção acerca desta (SCHMIDT et al, 2015, p. 416). Quando a criança a
partir de seus movimentos começar a interagir e se aproximar do facilitador por meio de um
olhar ou toque, então chega o momento deste redirecionar a atividade para algo social e tão
estimulante quanto o que realizava.
A ABA e o TEACCH são modelos de intervenção com princípios comportamentalistas
que podem inclusive serem aplicados paralelamente um ao outro pois possuem semelhanças
entre si e são direcionados pelo aplicador. Já o Son-Rise possui princípios desenvolvimentistas
e é a criança quem dá início para que os procedimentos sejam aplicados. No entanto, esses três
modelos de intervenção apresentam como finalidade, a apropriação e desenvolvimento de
novos aprendizados e habilidades que vão desde o autocuidado a habilidades acadêmicas, além
de concordarem na utilização do procedimento de premiação como um princípio da aplicação.
O programa Son-Rise afirma que os interesses restritos da criança acometida pelo
transtorno são os “portais” que transportam o adulto para o mundo dela de forma que se torna
possível se conectarem. Já a ABA busca oferecer funcionalidades para estes, de modo que o
indivíduo não realize o movimento pelo movimento.
O que embasa os modelos comportamentalistas são sua base de evidências científicas
com pesquisas e estudos aprofundados que trazem dados que comprovam sua eficácia, mas
ainda há aqueles que não são adeptos desses métodos por considerarem que são formas de
adestramento. Entretanto, ressalto a importância de intervenções no comportamento dos
indivíduos com TEA, em específico, devido ao comprometimento que os comportamentos
desregulados e estereotipados trazem para sua socialização e aprendizagem.
O programa Son-Rise não apresenta relevantes literaturas e as pesquisas sobre o método
são escassas, mas possui um leque de relatos informais de pessoas que utilizaram e apontam
ganhos significativos, muito embora, tais relatos não possam ser considerados como fonte de
pesquisa. Este método é apresentado como uma espécie de “cura” ou “milagre” para indivíduos
com TEA, dando ênfase aos progressos como sendo apenas resultados de sua aplicação,
deixando a parte o desenvolvimento natural da criança e outros fatores relevantes.
Os métodos apresentados são, consideravelmente recentes, porém apresentam
resultados positivos em suas aplicações. O Son-Rise requer uma maior disposição de literatura
com evidências confiáveis na aplicação para com o indivíduo com Transtorno do Espectro do
Autismo. Contudo, indiscutivelmente afirmamos que as intervenções aqui apresentadas não são
“milagrosas”, possuindo então, suas fragilidades e limitações.
Portanto, quanto mais os métodos forem estudados e aprimorados, mais trarão novas
oportunidades e possibilidades de aprendizado e desenvolvimento pleno da pessoa com o
transtorno considerando sua posição diante do espectro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Transtorno do Espectro do Autismo ainda não possui causa definida, mas muitas são
as pesquisas que visam alcançar esse objetivo de forma a compreender o transtorno de maneira
mais precisa e tornar esse conhecimento acessível. Sabe-se que a pessoa com TEA além de
apresentar estereotipias e comprometimento na comunicação e interação social, pode apresentar
algumas comorbidades como: deficiência intelectual, epilepsia, hiperatividade e ansiedade,
encontrando-se desamparada até que políticas públicas e leis fossem criadas para assegurá-la.
Os indivíduos com TEA carecem de uma metodologia capaz de amenizar os impactos
que o transtorno impõe sobre o comportamento e os prejuízos na aprendizagem. Assim,
apresentamos a ABA, um procedimento de ensino recomendado no país a cerca de 40 anos que
propõe precocidade e intensidade nas horas dedicadas a terapia para o ensino-aprendizagem
desses.
No decorrer do trabalho foi possível analisar os objetivos, de forma a empenhar-se no
desenvolvimento até que estes fossem atingidos. O trabalho teve o propósito de verificar as leis
que dão suporte ao indivíduo com TEA, além de analisar as que asseguram o indivíduo com
TEA, assim como, apresentar a ABA e seus princípios metodológicos como agentes no
processo de desenvolvimento da pessoa com TEA e outras metodologias direcionadas a este
público.
Sendo assim, foi possível apresentar as adversidades enfrentadas e as décadas que se
passaram para que os direitos dos indivíduos com o Transtorno do Espectro do Autismo fossem
garantidos por lei, assim como, debruçou-se sobre as bases que fundamentam a metodologia
comportamental da ABA, que visa modificar o comportamento, tornando-o funcional e a partir
de suas metas e programas, aprimorar e desenvolver habilidades de comunicação, imitação
motora fina e ampla, acadêmicas, atenção, linguagem receptiva, autocuidado, dentre outras. Tal
metodologia utiliza a premiação como fundamento e, dessa forma, tornou-se possível notar que
esse princípio é tão habitual quanto vemos em nosso cotidiano, pelo qual, um comportamento
é fortalecido na medida em que obtêm consequências positivas, da mesma forma que, este é
enfraquecido quando obtêm resultados negativos.
Devido aos dados com legitimidade científica, a ABA torna-se uma abordagem validada
para o ensino de pessoas com TEA pela intensidade de horas que devem ser dedicadas para que
o aprendizado seja consolidado e pelo direcionamento precoce tendo em vista que os indivíduos
com TEA também carecem de diagnóstico e tratamento para que as possibilidades de avanços
venham ser aumentadas diante do transtorno, bem como, de uma metodologia diferenciada,
pois na maioria do casos, os métodos tradicionais de ensino não são capazes de conduzi-los ao
aprendizado levando em consideração as áreas que o Autismo afeta.
Para que essa abordagem seja aplicada com a pessoa com TEA, é necessário que o
profissional seja capacitado e habilitado para tal, com isso, realiza-se uma avaliação com o
indivíduo visando realizar o levantamento das habilidades que este já possui e as que
necessitarão ser apreendidas. Com isso, monta-se um currículo essencialmente individual
(partindo do princípio de que as pessoas possuem graus de desenvolvimento diferenciado) com
metas para serem alcançadas e, na medida em que estas são atingidas, outras vão sendo
acrescidas com um grau de dificuldade mais elevado.
No desenvolvimento do trabalho deparamos com dificuldades como a de encontrar
bibliografias em fontes confiáveis que abordassem a temática proposta, entretanto, a
apropriação do conhecimento tenha se sobressaído de forma a proporcionar o aprendizado sobre
o processo para se chegar à elaboração das políticas e leis, assim como, inteirar-se sobre outras
metodologias destinadas a pessoa com o Transtorno de Espetro do Autismo e a relevância
dessas na área.
Foi possível perceber as dificuldades para aplicar essa abordagem na sala de aula
regular, como a falta de conhecimento dos profissionais sobre a mesma, de forma que esta pode
não ter aceitação no meio escolar, salas com demandas excessivas de alunos ocasionando
descontrole e ruídos que podem incomodar a pessoa com TEA, além de possibilitar o desvio de
atenção dos demais alunos.
Devido a esses entraves, seria importante o desenvolvimento de literaturas na área que
vislumbrassem estratégias de superação ou amenização das situações descritas, além da
temática ser conhecida superficialmente e precisar de aprofundamento para ser compreendida.
Consideramos que essa pesquisa contribuirá para a expansão do conhecimento de modo
que proporcionará o desenvolvimento de novas pesquisas e produções científicas que abordarão
esse conteúdo e suas variáveis, assim como, possibilitará que pais, professores e a sociedade
como um todo ampliem o pensamento a respeito do indivíduo com TEA, conheçam sua
trajetória e compreendam os progressos que a ABA proporciona como uma abordagem de
ensino para este.
REFERÊNCIAS