O AVANÇO TECNOLÓGICO, O APARECIMENTO DAS CIDADES E O

DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO E DA ACTIVIDADE FINANCEIRA

A vida económica na sociedade medieval era sustentada pela actividade agrícola.

Os feudos eram autos-suficientes e quase nunca produziam um excedente
exportável.

A partir do século XI, mudanças tecnológicas aumentaram significativamente a

produtividade na agricultura e com isso pôde-se gerar um excesso de produção
destinado ao comércio.

A actividade comercial dá origens a uma nova classe de homens enriquecidos sem

vínculos fortes com a antiga ordem social.

São os portadores do elemento que iria dissolver lentamente as relações feudais: a

substituição dos vínculos medievais que existiam entre as pessoas, legitimados pela fé,
por relações de mercado.

Contudo, não foi urna transição linear; muitas guerras, revoltas e retrocessos
ocorreram até que o capitalismo comercial substituísse o feudalismo nos países
mais adiantados da Europa.

O início das transformações sociais ocorre com as inovações tecnológicas que

ocorreram no seculo XI.

Verifica-se primeiramente uma mudança no sistema de rodízio (rotação das culturas)

das culturas.

A repercussão dessa prática na produtividade agrícola representou um aumento de

50% no rendimento das lavouras.

O aumento na produção de aveias e outras forragens permitiu a expansão da

pecuária, pois mais animais poderiam ser alimentados.

Sorna-se a isso a utilização do cavalo em substituição do boi que se generaliza tanto

na aragem da terra como no transporte.

A maior agilidade do cavalo impulsionou a produtividade agrícola.

Os arados de osso foram substituídos por equipamentos de madeira e depois reforçados

com pontas metálicas pelo desenvolvimento da metalurgia.

Novos tipos adubos são inventados aproveitando-se os excrementos e restos orgânicos.

A primeira "Revolução Agrícola" corresponde ao período de intensas inovações

tecnológicas na agricultura europeia nos seculos XI a XIII.
O excedente de produção permitiu a expansão dermográfica na Europa cuja população
cresceu cerca de três vezes no período, gerando-se assim um excedente de mão-de-
obra.

O enriquecimento de parte da população possibilitou mercado consumidor para as

manufaturas, cuja produção estabeleceu-se em núcleos urbanos em torno dos feudos ou
que se formaram nas feiras ao longo de rotas comerciais pelo interior do
continente.

Tais aglomerações eram os burgos que viviam à mercê dos senhores feudais.

O aperfeiçoamento das carroças, a melhoria das estradas e a navegação costeira e dos

rios permitiram o comércio de longa distancia.

As grandes feiras comerciais até o seculo XIV permaneceram sob a tutela do senhor
feudal.

As transações comerciais e financeiras foram então regulamentadas por urna

legislação comercial específica. Tal legislação, permitiu incremento do comércio,
pelas leis de
Contrato legalização das representações comerciais e das vendas em leilão, e criar
novos instrumentos e operações financeiras, tais como letras de câmbio
e outros papeis negociáveis, camaras de liquidação de dívidas etc.