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Por Carolina Diniz (visual), Samuel Rodrigues (ilustrações) e Vera Kovacs (texto)
Samuel Rodrigues
Quer dividir um ambiente sem perder espaço? Precisa de uma solução para isolar o barulho dos vizinhos, embutir a
iluminação no teto sem grandes reformas ou montar uma estante para a TV? Esses configuram apenas alguns
exemplos da versatilidade do drywall. Maleável, ele embasa trabalhos arrojados, com recortes, curvas e desníveis. O
melhor: seus componentes são recicláveis, e a matéria-prima do gesso (gipsita) não gera descartes tóxicos. Trata-se
de uma tecnologia limpa, que apresenta somente 5% de resíduos na obra, contra até 30% dos métodos tradicionais.
Além disso, custa menos para transportar, pois é mais leve. Em relação à segurança, possui embasamento na norma
técnica NBR 15.758, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e suas composições se encaixam em
todos os níveis da norma chamada Desempenho de Edificações, a NBR 15.575. Ambas asseguram a maneira correta
de uso e instalação.
Há três tipos de chapa, que se diferenciam pelo tom da cobertura de papel-cartão. A face branca deve voltar-se
sempre para o lado do acabamento:
Samuel Rodrigues
Verde (RU): com silicone e aditivos fungicidas misturados ao gesso, permite a aplicação em áreas úmidas
(banheiro, cozinha e lavanderia).
Rosa (RF): resiste mais ao fogo por causa da presença de fibra de vidro na fórmula. Por isso, vai bem ao redor de
lareiras e na bancada do cooktop.
Branco (ST): é a variedade mais básica (Standard), amplamente empregada em forros e paredes de ambientes secos.
Saiba o que existe no interior de uma parede retilínea composta de chapas duplas.
Samuel Rodrigues
3. Quais os tipos de instalação?
Fixação do forro: os painéis específicos para o teto são parafusados na estrutura de aço, e o forro fica suspenso por
tirantes sob a laje (ou presos no telhado). Isso ajuda a absorver os movimentos naturais da construção, o que evita
trincas.
Painéis prontos: lançamento recente, já vem com revestimento (cartão melamínico ou de PVC em vários padrões
ou cores), que dispensa a etapa de acabamento
Parede sobre parede: essa técnica nivela superfícies originalmente tortas e aumenta o conforto termoacústico do
ambiente. Perfis são instalados sobre apoios fixos na alvenaria com massa de colagem, espaçados a cada 12 cm. A
espessura mínima é de 3,5 cm.
- Parede: a placa Standard (de 12,5 mm), com montantes de 70 mm e espessura de 95 mm, vale R$ 70 o m². Com
recheio de lã mineral, passa para R$ 80 o m². Já o modelo verde (RU) custa R$ 100 o m², e o rosa (RF), R$ 130 o
m².
- Forro: a Standard, com 12,5 mm, incluindo acessórios, sai por R$ 55 o m². Com lã mineral, cresce para R$ 65 o
m². As versões rosa e verde quase não são utilizadas para esse fim.
- Prateleiras e nichos: as empresas cobram por virada – termo para o encontro das placas, formando quadrados ou
retângulos. Na Infnity Revestimentos, um trabalho recente com 13 viradas sobre um painel com quatro nichos
custou R$ 1 mil. Usaram-se placas Standard, de 12,5 mm com montantes de 70 mm.
Em apenas um dia de trabalho, dois especialistas dão conta de erguer cerca de 30 m².
Samuel Rodrigues
- Estrutura de base: primeiro, colocam-se guias metálicas no piso e no teto. Elas sustentarão os montantes verticais
de aço galvanizado (distantes até 60 cm uns dos outros). As chapas são parafusadas nesses perfis.
- Cobertura das divisões: a seguir, faz-se o tratamento das juntas – região mais suscetível a fissuras. Por isso,
aplicam-se nesses pontos massa e fitas específcas, duas vezes. O objetivo é deixar a superfície totalmente plana.
- Finalização caprichada: como a massa talvez retraia com a secagem, espera-se um dia antes de partir para o
acabamento, que pode ser pintura, cerâmica, madeira... Se a junta estiver funda, melhor repetir a dose. Caso
contrário, basta lixar.
São peças desenhadas especialmente para esse método. A rede distribuidora informa qual modelo usarem cada caso.
Samuel Rodrigues
7. Qual é o limite de peso que o drywall aguenta?
Samuel Rodrigues
Qualquer objeto de até 10 kg pode se prender diretamente na chapa de drywall. Até 18 kg, a instalação ocorre nos
perfis. Acima disso, deve-se adicionar um reforço ou distribuir a carga. Atenção para peças com mais de 30 kg: o
drywall consegue suportar bancadas de pedra ou grandes TVs com a distribuição da carga em reforços, como mostra
o desenho acima. Eles podem ser de madeira seca e tratada em autoclave (com 22 mm de espessura) ou de chapa de
aço galvanizado (com 0,95 mm de espessura). Sua colocação se dá entre os montantes metálicos, cujo espaçamento
é elaborado de acordo com o projeto.
Samuel Rodrigues
- 10 kg: bucha de expansão, fixada na placa.
Ainda que a tarefa pareça simples, os fabricantes recomendam contratar um profissional especializado.
Samuel Rodrigues
Trincas e fissuras: comece limpando a área a ser recuperada e aplique massa específica para juntas. Em seguida,
coloque a fita de papel microperfurado, pressionando com uma espátula. Passe outra camada de massa e espere
secar. Com a superfície lisa e uniforme, já é possível lixar e pintar.
Buracos pequenos: limpe o local e preencha o furo com massa adesiva MAP utilizando uma espátula pequena.
Deixe secar. Se necessário, repita o processo até o defeito ficar imperceptível. Depois de seca a superfície, sinal
verde para lixar e pintar.
Buracos grandes: normalmente, surgem quando se retira uma parte da placa para acessar as tubulações. Por dentro
da área exposta, parafuse pedaços de perfis metálicos. O trecho novo deve ser fixado neles. Aplique massa para
tratamento de juntas na superfície, além de fita de papel com a espátula e mais massa. Lixe e pinte.
Samuel Rodrigues
Banheiro, cozinha e lavanderia podem, sim, receber o material, desde que adotados os painéis verdes,
principalmente nas paredes da tubulação e do chuveiro. O boxe, o piso e a faixa de 15 cm junto ao chão demandam
impermeabilização com manta asfáltica ou polimérica. Isso serve para qualquer método construtivo. Caso ocorram
vazamentos, a troca dos canos atingidos é uma tarefa rápida e com pouca sujeira, ao contrário do que ocorre em
paredes de alvenaria. Na área afetada, abre-se um recorte na chapa com um serrote. Depois do conserto, coloca-se
uma nova placa e se tratam as juntas. Por fim, secagem e acabamento.
Zé Gabriel
O efeito decorativo da parede atrás do vaso sanitário foi obtido com drywall de chapas verdes. “Os registros ficaram
ocultos nos nichos, que ganharam iluminação com fita de led”, conta a arquiteta Cristina Lembi, autora da reforma
em São Paulo.
Proteção extra
Apesar de mais resistentes à água, as placas verdes devem ser cobertas de revestimentos (cerâmica, pastilha,
porcelanato), instalados com argamassa colante flexível e rejunte (a ser refeito sempre que apresentar
irregularidades). Não é preciso instalar chapa verde no forro, já que a Standard (branca) se mostra sufciente. Em
locais sujeitos ao vapor (boxe de banheiros),ela pede tinta antimofo.
Por si só, o sistema oferece proteção contra barulho e calor, já que forma um colchão de ar. Se necessário, é possível
incrementar seu desempenho com enchimento de lã mineral.
Samuel Rodrigues
O poder dos forros especiais: eles dispensam acabamento e vêm com recortes capazes de alcançar altos índices de
absorção acústica. Podem embutir lâmpadas de led, e há modelos tratados para diminuir odores no ambiente.
Samuel Rodrigues
Barreira reforçada: a lã mineral, de rocha ou de vidro, é indicada para a melhoria da acústica. O material,
recortado na extensão entre os dois montantes, preenche todo o vão entre a parte de trás e o fechamento.
- 44 dB é a capacidade de isolamento acústico de uma parede de drywall de 95 mm (com chapas de12,5 mm e vão
de 70 mm recheado de lã mineral).
Samuel Rodrigues