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Índices
Indicadores
Dados Analisados
Dados Primários
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Com a aceitação dos princípios básicos do ‘desenvolvimento sustentável’, a gestão do
meio ambiente ganhou outra dimensão, que implica na adoção de novas práticas e na
reorientação das políticas públicas buscando adequá-las às diretrizes do ‘desenvolvimento
sustentável’. A sustentabilidade se tornou a meta a ser alcançada. Neste sentido existe a
necessidade de que as metas e medidas de progresso fiquem explícitos. Indicadores,
podem fornecer tais medidas permitindo o diagnóstico da situação e a tomada de decisão.
INDICADORES
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
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Alguns atributos desejáveis associados aos indicadores:
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ATRIBUTOS DOS INDICADORES
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FINALIDADE DA ESTRUTURA FPCIR
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- Deve-se considerar, também, que sistemas socioeconômicos e sistemas naturais são, em
uma extensão variável, atualmente vistos de uma maneira co-evolucionária, caracterizada
por uma conjunção de complexos efeitos que se retroalimentam. Exercícios de avaliação
e modelagem desta conjunção, devem ser orientados no sentido de capturar corretamente
as causas e conseqüências das mudanças observadas nas áreas concernadas (Turner et al.,
1998).
Para qualquer área (p.ex., uma bacia hidrográfica), existirá uma distribuição espacial das
atividades econômicas e o uso relacionado dos recursos naturais. Esta distribuição
espacial das atividades humanas reflete a demanda final por uma variedade de bens e
serviços (medidos pelo PIB) mas, também, geram diferentes tipos e quantidades de
resíduos. Pressões ambientais são geradas via estas forçantes socioeconômicas
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(urbanização, indústrias, agricultura, pesca, comércio, obras de infra-estrutura como
transportes, barragens etc.) causando mudanças no condicionamento (i.e., na qualidade e
quantidade/disponibilidade) dos sistemas ambientais (p.ex., incremento dos fluxos de
substâncias contaminantes nas águas fluviais, na atmosfera etc.).
Neste sentido, pode ser utilizada em diferentes situações: simplesmente para avaliar a
situação atual (i.e., cenário de referência) e, eventualmente, construir cenário
considerando a projeção das condições vigentes (i.e., sem planejamento); construção de
cenários alternativos com planejamento da alocação de recursos (em ações, medidas,
investimentos em obras, etc.), visando a consecução de políticas públicas.
Considerando o exposto, a estrutura FPCIR pode ser, também, uma útil ferramenta
metodológica para a realização de Avaliação Ambiental Estratégica (Strategic
Environmental Assessment - SEA).
“SEA: a systematic, on-going process for evaluating, at the earliest appropriate stage of
publicly accountable decision-making, the environmental quality, and consequences, of
alternative visions and development intentions incorporated in policy, planning or
programme initiatives, ensuring full integration of relevant biophysical, economic, social
and political considerations”, Partidário (2001).
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Forçantes Socioeconômicas
Respostas Mudanças no
(políticas, sociais Condicionamento
e econômicas) Ambiental
Impactos
O contexto de análise das Forçantes Socioeconômicas e das Pressões por elas geradas
sobre o meio ambiente e os recursos naturais, constitui um domínio metodológico
essencialmente descritivo.
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e identificação das principais fontes de degradação ambiental (pontuais e difusas) e dos
ecossistemas e/ou setores espaciais mais atingidos.
TERMOS-CHAVE
Com exceção dos dois primeiros termos (delimitação da unidade territorial e de suas
características fisiográficas), os demais exercem função de ‘nível de base atual’
referencial da distribuição espacial das atividades humanas (i.e., forçantes
socioeconômicas) e o uso relacionado dos recursos naturais (i.e., pressões sobre os
sistemas naturais).
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EXEMPLOS DE INDICADORES DE PRESSÃO
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naturais’ (sobretudo no caso das contaminações de corpos hídricos, ar, solos etc.); áreas
controle ou testemunho dos sistemas naturais originais e/ou com baixa
intervenção/ocupação humana; mesma área/sistema natural em diferentes períodos.
TERMOS-CHAVE
O ‘nível de base atual’ da qualidade e quantidade ambiental não deve ser confundido com
o ‘nível de base natural’ (NBN), o qual reflete as características de um sistema natural
não submetido à ação humana. Este, como foi visto no sub-capítulo 2.5, tem grande
importância estratégica para a estimativa da depreciação física do capital natural (DCN).
A sua determinação é elemento importante a ser considerado no presente contexto
analítico. Por exemplo, a qualidade (original) dos recursos naturais (águas, ar, solos,
florestas) pode ser mensurada em setores não submetidos à ação humana na unidade
territorial sendo avaliada; e/ou em áreas-controle das características originais, de mesmas
ou similares características, situadas na região; ou, ainda, em um período precedente à
ocupação humana mais intensa, evidentemente desde que registros para isso sejam
disponíveis.
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EXEMPLOS DE INDICADORES DE CONDICIONAMENTO
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Exercícios de modelagem matemática, visando a interação de
parâmetros indicadores, é um caminho adequado para tecer-se
considerações relacionadas à evolução das pressões, exercidas
pelas forçantes socioeconômicas, e das resultantes mudanças
sobre o condicionamento dos sistemas ambientais. Esta
modelagem constitui uma ferramenta essencial na construção
de cenários de desenvolvimento, o qual é intrinsecamente
dependente das relações entre as atividades humanas e o
substrato de sua sustentação constituído pelos recursos
naturais.
Na região do Baixo rio Jacuí, principal contribuinte do lago Guaíba, se situa a região
carbonífera tradicional do Estado do Rio Grande do Sul (Figura 3.3). O presente estudo
de caso baseia-se em Bidone et al (1999).
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de Energia Elétrica, PAC = produção anual de carvão, com vocação termelétrica, por
tipo, em toneladas; VUM = vida útil da UM em anos; HaUTE = horas/ano disponíveis
para operação da UTE (8760 horas); VUTE = vida útil da UTE (30 anos); FcUTE = fator
de capacidade da UTE (0,5 ou 50%); CeC = consumo específico de carvão (em t/MWh).
Por isso, estão previstos a implantação de vários projetos de unidades mineiras (UM) na
área do Médio e Baixo Jacuí que, no seu conjunto, são capazes de implementar a
produção do carvão com potencial termelétrico em ~ 4 milhões de toneladas anuais, ou
seja, segundo a fórmula, ~1060 MW de potencial carbonífero para geração de energia
elétrica.
Tomando-se por base que ~ 11% da área da bacia do Arroio do Conde (~ 40 km2 de sua
área total de 370 Km2), onde se encontram, principalmente, as minas em funcionamento
na área do estudo, estão diretamente impactadas atualmente; considerando, ainda, uma
potência instalada atualmente de 92 MW, tem-se uma tAIatual (taxa de área impactada
atualmente relacionada a potência instalada de energia termelétrica) de ~ 0,5 Km2/MW.
Este valor nos fornece uma medida preliminar da intensificação dos efeitos potenciais
passíveis de vir a ocorrer sobre os solos e águas fluviais da região estudada. A AIP para
1060 MW seria de ~ 530 Km2.
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atividades mineradoras de carvão e termelétricas previstas, se não houver uma real
preocupação com o aporte de tecnologias ambientais apropriadas, talvez o modelo esteja
apenas subestimando os impactos futuros. Em todo caso, presta-se como uma ferramenta
no planejamento e estudos de viabilidade técnico-econômica relacionados a estas
atividades.
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floresta tropical (tendo como indicadores a perda de fertilidade e erosão dos solos, as
emissões de gases do efeito estufa para a atmosfera devido às queimadas, as alterações na
qualidade das águas fluviais, a perda de biodiversidade, entre outros). Para simplificar,
neste exemplo, será considerado como indicador da mudança de condicionamento
ambiental, apenas o desmatamento para atividades agropecuárias, tendo em vista que os
demais indicadores de condicionamento estão diretamente a ele relacionados.
O Estado do Acre com 153.000 km2 está localizado na parte sudoeste da Amazônia tendo
como limites os estados de Rondônia e Amazonas no Brasil e, internacionalmente, o Peru
e a Bolívia. No Acre a vegetação original é classificada como do tipo floresta tropical
úmida densa (57%) e aberta (43%). A partir de 1970 a estratégia de inserção da
Amazônia à economia nacional foi baseada na construção de grandes obras de infra-
estrutura (sobretudo rodovias e usinas hidrelétricas), na expansão da agropecuária e na
mobilização humana através da migração incentivada. A frente agropecuária chega ao
Acre em meados da década de 70. A agropecuária, sua principal atividade econômica (em
substituição ao extrativismo tradicional), está baseada na pecuária extensiva e na
agricultura itinerante, praticadas através do sistema de ‘derruba e queima’ da floresta, se
expande através dos eixos rodoviários BR-317 e BR-364. No rastro das grandes rodovias
a expansão da fronteira agropecuária provocou grandes mudanças na cobertura original.
No período de 1970-2000 o Estado Acre duplicou a sua população, passando de 216.999
habitantes para 567.636 habitantes, com 66% da população residindo atualmente em
áreas urbanas.
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de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1974. Sua utilização, em conjunção com dados
de monitoramento via satélite, além da ampliação espacial e temporal do universo
amostral, permite a integração de indicadores socioeconômicos e ambientais para a
gestão da Amazônia.
Nos estudos citados é proposto um modelo baseado em uma formulação que relaciona o
desmatamento com os parâmetros econométricos produção e produtividade dos principais
produtos agropecuários, que mostrou-se capaz de realizar o histórico evolutivo e o
prognóstico do incremento da área desmatada para fins agropecuários.
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Figura 3.4. Estado do Acre e rodovias.
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c) Terceiro exemplo: o caso da contaminação dos rios afluentes da Baía de
Guanabara no Estado do Rio de Janeiro.
A título de exemplo neste item é considerada a contaminação das águas fluviais dos rios
afluentes da Baía de Guanabara (Figura 3.5). O presente estudo de caso baseia-se em
Bidone et alli (1999), Bidone e Lacerda (2001) e Bidone e Lacerda (2003).
A bacia da Baía de Guanabara (4.000 km2) é compartimentada por altos relevos (1000 m a
1500m) do complexo geológico Serra do Mar. Ela é caracterizada por um grande número
de pequenas bacias hidrográficas afluentes (mais de 40), no geral menores do que 100
km2. O perfil característico dos rios apresenta uma forte mudança na declividade
(passagem rápida entre os altos relevos e a planície costeira). A descarga média dos rios
varia de 10-2 a 10-1 m3.s-1. Em áreas densamente povoadas, as descargas podem, mesmo,
aumentar devido ao lançamento in natura de efluentes domésticos. Por causa de suas
pequenas áreas, as bacias apresentam um baixo tempo de retenção hidráulica. Durante
grandes chuvas (80 mm ou mais), os efeitos sobre as descargas fluviais são quase
instantâneos e estas podem alcançar vários m3.s-1. Em áreas urbanas os efeitos podem ser
catastróficos.
Com base no critério de ocupação e uso dos solos estas bacias variam de bem preservadas
em suas características originais a fracamente impactadas com preservação de Mata
Atlântica ou vegetação similar abundante nas cabeceiras e encostas, até altamente
impactadas, densamente povoadas e industrializadas.
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Razão N:P (mol : mol) para diferentes intensidades de ocupação de pequenas bacias
hidrográficas drenando para a Baía de Guanabara.
Dens. Pop. (hab.km-2) N:P Condicionamento das Águas Fluviais
10-1 100 ou mais Rios em florestas
10 10 – 100 Rios não poluídos
102 1 – 10 Rios fracamente poluídos
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10 0,1 – 1 Rios poluídos
104 0,01 – 0,1 Rios altamente poluídos
A partir da estimativa dos fluxos de materiais nas águas fluviais, é possível derivar as
cargas de substâncias (fatores de emissão) relacionadas aos efluentes domésticos. Para a
bacia da Baía de Guanabara, as cargas per capita de DBO, N e P foram estimadas em
0,03 kgDBO.hab-1.dia-1, 0.01 kgN.hab-1.dia-1 e 0.002 kgP.hab-1.dia-1.
Por outro lado, as pressões sobre os ecossistemas geradas pela urbanização nas bacias
hidrográficas estão diretamente relacionadas ao perfil socioeconômico da população. No
caso da Baía de Guanabara, os níveis de renda da população expressam bastante bem a
falta de condições adequadas de saneamento básico responsável direto pela qualidade do
meio ambiente em que vive grande parte desta população.
Nas áreas críticas do entorno da baia (sobretudo o seu setor NW) menos de 60% da
população possui acesso a instalações adequadas de esgoto doméstico. Além disso,
mesmo nas áreas com instalações adequadas de esgoto doméstico, apenas
aproximadamente 10% do volume total de esgoto coletado é tratado antes de ser lançado
na baia. Portanto, aproximadamente 90% do esgoto total é lançado diretamente nos rios
tributários da baia. Nestes setores o Índice de Desenvolvimento Humano é próximo ou
inferior a 0,500.
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Figura 3.5. Baía de Guanabara
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3.3.4. Contexto analítico dos indicadores de ‘Impacto’ e de
‘Resposta’
Conforme exposto naquele capítulo, estratégias baseadas nos custos das medidas de
proteção ambiental, i.e., custos de medidas/investimentos (de caráter preventivo ou
corretivo) visando a conservação das funções/usos dos recursos naturais, não necessitam
da valoração de bens e serviços ambientais sendo, assim, mais favoráveis para a operação
de ACB.
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contrastado com os resultados derivados de um ou mais cenários alternativos futuros. As
diferentes situações conflituosas identificadas podem ser avaliadas através de métodos de
análise multi-critérios. Ela tem a vantagem de envolver tanto procedimentos de valoração
monetária quanto não-monetários para um amplo espectro de efeitos ambientais,
socioeconômicos e políticos (Pearce e Turner, 1992).
Em linhas gerais, o primeiro passo neste tipo de análise é definir da melhor maneira
possível o problema atual (i.e., a degradação do recurso considerado), idealmente através
de medidas discretas de indicadores (p.ex., tamanho da área envolvida). Uma série de
alternativas (cenários) possíveis para recuperar/melhorar a qualidade do recurso deve ser
identificada e, para cada uma, é realizado o prognóstico de seus efeitos potenciais
(considerando critérios que reflitam os diferentes aspectos socioeconômicos – ‘forçantes’
– relevantes para a área). Cada cenário é, então, medido ou valorado segundo os critérios
estabelecidos (efeitos potenciais). Para ranquear os cenários alternativos, a
importância/relevância dos critérios precisa ser ponderada, tanto para cada critério (p.ex.,
diferentes impactos econômicos) quanto entre critérios (p.ex., impacto econômico versus
impacto ambiental), Turner et al (1998).
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recursos supera de muito aqueles destinados às medidas preventivas visando a
conservação.
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avaliada por processos macrossociais. Da mesma forma, do ponto de vista da
‘sustentabilidade institucional’, por ter característica multisetorial é preciso que o
planejamento seja efetivamente intersetorial, com a efetiva integração de todos os
organismos envolvidos.
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CONTEXTO ANALÍTICO DE ‘IMPACTO’ E DE ‘RESPOSTA’
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