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Goiânia
2021
ROSANE CRISTINA DE B. ROCHA NOGUEIRA
Goiânia
2021
ROSANE CRISTINA DE BRITO ROCHA NOGUEIRA
pela Banca Examinadora do Curso de inserir o nome do curso, constituída pelos membros:
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- Orientador -
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RESUMO
O uso de energia solar no Brasil vem crescendo rapidamente. São vários os benefícios
econômicos e ambientais que promovem a expansão dessa energia renovável. Esse setor da
construção civil desenvolve de maneira efetiva e devido as suas características própias requer
especiais cuidados na proteção coletiva e individual de seus colaboradores. Considerando que
o uso incorreto e a má conservação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), podem
impedir que esses equipamentos cumpram a sua função de evitar acidentes e/ou doenças do
trabalho. Este estudo procurou levantar dados relacionados a utilização e conservação dos EPIs,
em uma empresa especializada em instalação e manutenção de energia fotovoltaica, com sede
na cidade de Goiânia – GO. Analisando os dados coletados nas pesquisas de campo e na
literatura, foi possível constatar o percentual de colaboradores que não empregam corretamente
as técnicas de uso e conservação dos EPIs, colocando em risco a sua integridade fisica por
acidentes e ou doenças relacionadas ao trabalho.
ABSTRACT
The use of solar energy in Brazil has been growing rapidly. There are several economic and
environmental benefits that promote the expansion of this renewable energy. This civil
construction sector develops effectively and, due to its own characteristics, requires special care
in the collective and individual protection of its employees. Considering that the incorrect use
and poor conservation of Personal Protective Equipment (PPE), can prevent this equipment
from fulfilling its function of preventing accidents and/or work-related illnesses. This study
sought to raise data related to the use and conservation of PPE, in a company specialized in
installation and maintenance of photovoltaic energy, headquartered in the city of Goiânia – GO.
Analyzing the data collected in field surveys and in the literature, it was possible to see the
percentage of employees who do not correctly use the techniques of use and conservation of
PPE, putting their physical integrity at risk due to accidents and/or work-related illnesses.
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
que chamava a atenção para a ventilação diluidora que tinha como objetivo tirar partículas
contaminantes suspensas no ar. Na mesma época na Alemanha foi criada a “Lei Operária”
abrindo espaço para a Segurança no Trabalho dos operários.
Segundo Dias (2020), a Inglaterra foi o berço da revolução industrial e foi crucial para
o surgimento dos direitos laborais e estruturou a relação entre empregado e empregador
figurando na linha do tempo como um dos principais países acerca da evolução do direito do
trabalhador.
Se a Inglaterra é o berço da evolução do direito do trabalhador a França é a mãe da
revolução. Ainda segundo Dias (2020) a França configura um dos países mais emblemáticos na
humanização das relações de trabalho e sociais de um modo geral. A Revolução Francesa, teve
um papel essencial na evolução dos direitos trabalhistas e contagiou diversos países.
Tanto a Inglaterra quanto a França segundos os especialistas na área de Segurança
Ocupacional exportaram esses conceitos para vários países inclusive para o Brasil.
Portanto, as leis de proteção ao trabalhador surgiram, inicialmente, em 1802 na
Inglaterra. Na França foi em 1862, com a regulamentação da segurança e higiene do trabalho.
Em 1865, na Alemanha, e em 1921 nos Estados Unidos, conforme Campos (2001).
No Brasil o processo de industrialização começou lento e gradativo. Nos três primeiros
séculos, as atividades industriais ficaram restritas ao engenho de açúcar e a mineração. Só em
1840 que surgiram os primeiros estabelecimentos fabris no Brasil. Em 1869 surgiu no Brasil na
Província de São Paulo, numa fábrica têxtil a primeira máquina a vapor, 89 anos depois do
surgimento da primeira máquina a vapor na Inglaterra. A primeira lei criada no Brasil com
relação a segurança do trabalho foi em 1830, segundo Neto (2012), que regulava sobre a
prestação de serviços, e era direcionada a brasileiros e estrangeiros.
Em 1919 a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) deu novo impulso
com a criação das normas de procedimentos seguros no trabalho no mundo. O Brasil foi um
dos membros fundadores da OIT. No mesmo ano foi criada a Lei 3724 que regula as obrigações
resultantes dos acidentes no trabalho, sendo o ponto de partida da intervenção do Estado no que
tange a força de trabalho industrial no país.
Em 1934 amplia-se o conceito de doença profissional com o surgimento da segunda lei
de acidentes do trabalho, com o decreto nº. 24.637, que modificou a legislação anterior. Em
1944 a lei de acidentes é reformada dando início à criação do capítulo V da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT). Em 1960 o uso do EPI foi regulamentado pela Portaria 319 de
dezembro de 1960.
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A evolução dos EPIs em solo brasileiro foi lenta, ao longo do tempo, e departamentos e
associações voltadas para esses equipamentos foram surgindo. Entre os anos 1940 e 1950
iniciou-se a utilização dos EPIs na execução do trabalho, em empresas brasileiras, ainda
importados da Europa. Entretanto, além das dificuldades de importação houve dificuldades de
adaptação desses equipamentos de proteção individual criando uma cultura negativa.
O uso de EPIs evoluiu muito com a vinda de empresas multinacionais se instalarem no
país, trazendo com elas o conhecimento, as novidades tecnológicas e os métodos de utilização
dos equipamentos de proteção individual.
Com a publicação da Portaria 3.214, em 1978, foram estabelecidas as Normas
Regulamentadoras do Trabalho (NRs), emanadas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
relativas à segurança e medicina do trabalho. Nos dias atuais são 36 Normas Regulamentadoras
que passam por frequentes alterações. Essas alterações são fundamentadas no equilíbrio social
e econômico, nos avanços tecnológicos e legais visando garantir segurança dos trabalhadores.
Este trabalho está fundamentado na NR-6 (BRASIL, 2018) e suas atualizações, e trata
acerca dos equipamentos de proteção individual, uso correto e conservação dos mesmos,
analisando fatores que podem afetar a prática da segurança e a saúde dos trabalhadores.
Portanto, os empregadores devem considerar que não basta somente o fornecimento dos
EPIs, mas também prover o necessário o treinamento para uso, conservação e a troca quando
os mesmos se encontram danificados ou desgastados. Também os empregadores devem levar
em consideração o que fica claro na afirmação seguinte:
“Apenas o fornecimento de EPIs e a exigência de seu uso não podem evitar
acidentes se utilizados isoladamente, porque um eficaz sistema de segurança é
caracterizado não apenas pelo simples cumprimento de exigências legais, mas
principalmente, pela preocupação em fornecer aos empregados um ambiente seguro,
equipamentos de proteção individual adequado, treinamentos eficientes, minimização
dos custos e especialmente um plano de monitoramento de uso dos EPIs eficiente”.
Grohmann (1997)
Por outro lado, cabe ao trabalhador de acordo com o disposto na norma regulamentadora
NR-06 (BRASIL, 2018), o dever de utilizar o equipamento de acordo com a finalidade de uso,
bem como a guarda e conservação, devendo informar ao empregador sobre quaisquer defeitos
ou impossibilidade de uso para que possa substituí-lo. Com relação à fabricação e importação
dos EPIs a NR-06 (BRASIL, 2018) dispõe que só poderá ser posto à venda ou utilizado com a
indicação do número do Certificado de Aprovação (CA), dentro do prazo de validade
controlado pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda. Recomenda-se o uso
simultâneo do EPI com as demais medidas necessárias de segurança do trabalho, como base de
proteção dos trabalhadores aos riscos que existam no ambiente de trabalho.
O tipo de EPI, de uso obrigatório, exigido pela NR 6 (BRASIL, 2018), dependerá das
características e riscos existentes no local de trabalho e do tipo de tarefa a ser executada. No
caso da instalação e manutenção de painéis solares, envolvendo o trabalho em altura e a
intervenção em instalação elétrica, faz-se necessário o cumprimento de exigências das NR-35
(BRASIL, 2019) e NR-10 (BRASIL, 2019). De acordo com o Quadro 01 a seguir, tem-se a
relação de EPIs e suas finalidades na instalação de painéis solares, os quais detalharemos na
abordagem sobre Materiais e Métodos a seguir.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
4 RESULTADOS E DISCUSÃO
3,5 37,5%
3
2,5 25% 25%
2
1,5 12,5%
1
0,5 0
0
entre 20 e 25 entre 25 e 30 entre 30 e 35 entre 35 e 40 entre 40 e 45
anos anos anos anos anos
6 62,5%
5
4
3 25,0%
2 12,5%
1 0% 0%
0
Sem instrução Ensino Ensino médio Ensino superior Ensino superior
fundamental incompleto completo
Equipamentos fornecidos
0%
29% usam todos
usam alguns
71% não usam
Equipamentos fornecidos
O gráfico 5, demonstra que 12,5% dos pesquisados guarda o EPI conforme recomenda
o manual do fabricante. 33,3% faz a limpeza periódica do equipamento. 100% afirma ter
conhecimento sobre o manuseio e conservação dos equipamentos.
Sobre a conservação do EPI, disseram que guardam no porta malas do carro e não
limpam com frequência porque vai sujar de novo. Sobre fornecimento disseram que a empresa
fornece os EPIs e os treinamentos para o uso e conservação. Alegaram que evitam usar o cinto
de segurança por ser pesado e o capacete em atividades no solo por ser desconfortável.
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5. CONCLUSÃO
Este estudo foi proposto com o objetivo de levantar e analisar informações sobre a gestão
da proteção individual, de trabalhadores em empresas do setor de energias renováveis,
notadamente em grande expansão no Brasil. Na aplicação da pesquisa, após delineado e
problematizado o tema, foi escolhida uma empresa que presta serviço na instalação e
manutenção de sistema de energia solar fotovoltaica.
Na revisão bibliográfica levantou-se o histórico e a fundamentação sobre a segurança do
trabalho (ST), visitando trabalhos escritos de vários autores. Também buscou-se referências na
legislação e literaturas técnicas sobre a prática das proteções individuais dos trabalhadores.
Na metodologia proposta além do estudo teórico, aplicou-se pesquisa de campo com a
equipe operacional em uma pequena empresa do ramo de energia fotovoltaica. Foi aplicado um
questionário estruturado, entrevistas e conversas informais buscando as respostas do problema.
Foram obtidos resultados relacionados ao perfil dos entrevistados e sobre o conhecimento
dos mesmos em segurança do trabalho em altura e utilização das proteções, conforme as
exigências das normas regulamentadoras NR 06 (BRASIL, 2018), sobre EPIs e NR 35
(BRASIL, 2019), sobre trabalho em altura. Os resultados levam à várias conclusões e propostas
de solução das deficiências detectadas. O perfil dos entrevistados apresentou alta escolaridade,
bom apoio empresarial sobre fornecimento das proteção individuais e o treinamentos para uso
e manutenção.
Por outro lado as pesquisas indicaram que os trabalhadores demonstram não dar muita
importância à necessidade de utilização efetiva dos EPIs, não procedem a correta guarda e
manutenção dos mesmos. Comportamento que indica a necessidade de esforço empresarial na
implantação de políticas de gestão de SST no uso das proteções. Os resultados também indicam
que, não basta apenas comprar e entregar os equipamentos de proteção, mas, necessariamente
convencer os trabalhadores a assumirem a sua responsabilidade na sua efetiva proteção.
Conclui-se afirmando que o objetivo do estudo foi atingido e obtidas as respostas ao
problema proposto. Indica a possibilidade de inferências sobre o comportamento dos
trabalhadores. Os resultados também indicam a necessidade de continuidade dos estudos,
aplicando a metodologia utilizada, buscando envolver mais empreendimentos e pessoas em
vários níveis hierárquicos. Uma pesquisa mais ampla certamente trará mais luz e apontará
alternativas, de aprimoramento da gestão empresarial em SST.
REFERÊNCIAS
ROSEN, George. Uma História da saúde pública. São Paulo: Hucitec, 1994.
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