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CENTRO UNIVERSITÁRIO ARAGUAIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO


TRABALHO

ANÁLISE DO USO E CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE


PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) – EM EMPREENDIMENTO DE
ENERGIA FOTOVOLTAICA EM GOIÂNIA – GO

ROSANE CRISTINA DE B. ROCHA NOGUEIRA

Goiânia
2021
ROSANE CRISTINA DE B. ROCHA NOGUEIRA

ANÁLISE DO USO E CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE


PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) – EM EMPREENDIMENTO DE
ENERGIA FOTOVOLTAICA EM GOIÂNIA – GO

Trabalho de Conclusão de Curso como parte do exigido


para obtenção do título de Pós-graduação em Engenharia
De Segurança do Trabalho apresentado ao Centro
Universitário Araguaia - UniAraguaia.

Orientador: Prof. Me. Luiz Eurípedes Ferreira Rosa.

Goiânia
2021
ROSANE CRISTINA DE BRITO ROCHA NOGUEIRA

ANÁLISE DO USO E CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE


PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) – EM EMPREENDIMENTO DE
ENERGIA FOTOVOLTAICA EM GOIÂNIA – GO

Trabalho de Conclusão de Curso DEFENDIDO e APROVADO em __ de Junho de 2021,

pela Banca Examinadora do Curso de inserir o nome do curso, constituída pelos membros:

______________________________

Prof. Me Luiz Eurípedes Ferreira Rosa

- Orientador -

______________________________

Profa. Ma. Isabelle Rocha Arão


DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a todos que acreditaram na minha


capacidade em especial aos meus pais, marido e filhos.
AGRADECIMENTOS

O meu agradecimento inicial vai para aquele que nos deu


o dom da vida e que me capacitou a concluir meu
objetivo, Deus.
Obrigada ao meu querido amigo e marido Hugo pela
paciência e apoio em todas as minhas escolhas. Obrigada
aos parentes, colegas e amigos que através de conversas
e conselhos, me incentivando a continuar minha jornada.
“O segredo não está na pavimentação do caminho,
mas onde você vai chegar se continuar nele.”

(Roberto Matheus da Costa)


ANÁLISE DO USO E CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL (EPI) – EM EMPREENDIMENTO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA EM
GOIÂNIA – GO
Rosane Cristina B. Rocha Nogueira¹
rosanevhg@gmail.com
Luiz Eurípedes Ferreira Rosa²
luizrosa.gyn@gmail.com

RESUMO
O uso de energia solar no Brasil vem crescendo rapidamente. São vários os benefícios
econômicos e ambientais que promovem a expansão dessa energia renovável. Esse setor da
construção civil desenvolve de maneira efetiva e devido as suas características própias requer
especiais cuidados na proteção coletiva e individual de seus colaboradores. Considerando que
o uso incorreto e a má conservação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), podem
impedir que esses equipamentos cumpram a sua função de evitar acidentes e/ou doenças do
trabalho. Este estudo procurou levantar dados relacionados a utilização e conservação dos EPIs,
em uma empresa especializada em instalação e manutenção de energia fotovoltaica, com sede
na cidade de Goiânia – GO. Analisando os dados coletados nas pesquisas de campo e na
literatura, foi possível constatar o percentual de colaboradores que não empregam corretamente
as técnicas de uso e conservação dos EPIs, colocando em risco a sua integridade fisica por
acidentes e ou doenças relacionadas ao trabalho.

Palavras-chave: Energia Fotovoltaica, Utilização e Conservação EPI, Segurança.

ABSTRACT
The use of solar energy in Brazil has been growing rapidly. There are several economic and
environmental benefits that promote the expansion of this renewable energy. This civil
construction sector develops effectively and, due to its own characteristics, requires special care
in the collective and individual protection of its employees. Considering that the incorrect use
and poor conservation of Personal Protective Equipment (PPE), can prevent this equipment
from fulfilling its function of preventing accidents and/or work-related illnesses. This study
sought to raise data related to the use and conservation of PPE, in a company specialized in
installation and maintenance of photovoltaic energy, headquartered in the city of Goiânia – GO.
Analyzing the data collected in field surveys and in the literature, it was possible to see the
percentage of employees who do not correctly use the techniques of use and conservation of
PPE, putting their physical integrity at risk due to accidents and/or work-related illnesses.

Keywords: Photovoltaic Energy, PPE Use and Conservation, Security.


1 Engenheira Civil – Universidade Paulista - UNIP. Pós-graduanda em Engenharia de Segurança do Trabalho – Faculdade Araguaia/GO.
2 Engenheiro Civil - Instituto Politécnico de Ribeirão Preto/SP - UML. Engenheiro de Segurança do Trabalho – UFG. Mestre em Engenharia
de Produção – UFSC. Gestor de Responsabilidade Social Empresarial – UFRJ. Graduado em Gestão Ambiental – UNIP. Professor e Consultor
na área de Segurança e Higiene Ocupacional.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 10


3. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 15
4 RESULTADOS E DISCUSÃO ........................................................................................... 16
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 19
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 20
APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO APLICADO ................................................................. 21
9

1. INTRODUÇÃO

A sustentabilidade ambiental encontra-se diretamente ligada ao respeito e preocupação com


o meio ambiente, aplicando novas tecnologias para minimização de impactos, bem como a
melhoria da qualidade de vida das pessoas, com a redução das possíveis consequências negativas
ás gerações atuais e futuras. Diante do cenário de escassez de energia hidrelétrica, passou-se a
buscar novas formas de gerar e utilizar fontes de energias renováveis como: eólica, solar
fotovoltaica, híbrida (fotovoltaica/eólica), biomassa, hidráulica e biogás. Nesse cenário a
utilização da energia fotovoltaica tem avançado cada vez mais em nosso país, quer pela intensa
luz solar durante o ano, quer pela flexibilidade na geração e distribuição. Segundo a Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), em 2019 houve um crescimento de 212% do mercado de
energia solar brasileira, atingindo 2,4 GW instalados.
O setor de energia solar fotovoltaica tem aumentado os seus campos de geração, com grandes
áreas de placas de captação da luz solar. A transmissão dessa energia é feita por meio da rede
elétrica convencional, e a distribuição feita pelas redes urbanas entrega no ponto de consumo aos
consumidores finais do sistema.
Esse sistema de energia gera serviços de instalação e manutenção envolvendo engenheiros,
técnicos, auxiliares e demais profissionais necessários. Mesmo sendo novo ramo de atividade, e
portanto moderno, não se mostra organizado com relação à segurança do trabalho, sendo
constatado considerável número de acidentes com quedas de altura, choques elétricos e lesões
diversas, requerendo uma gestão cuidadosa das proteções coletivas e das individuais.
No setor energético estudado as peculiaridades dos seus processos produtivos, os aspectos de
segurança e saúde (SST) dos trabalhadores, devem ser promovidas por meio da capacitação e
treinamento visando garantir o trabalho seguro, juntamente com a aplicação de medidas de ordem
administrativa, coletiva e individual. O empregador deve cumprir e fazer cumprir as
especificações, as ordens de serviço e os procedimentos de segurança em cada projeto, conforme
exigências das normas regulamentadoras do trabalho. Também deve informar aos colaboradores a
forma correta de utilização e manutenção dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), na
execução de todas as atividades. Em cada projeto os técnicos, instaladores e auxiliares devem estar
sob supervisão de profissional legalmente habilitado e qualificado na área de SST, e contar com a
orientação de profissional especifico da área.
Em geral a gestão do uso e conservação do EPI é complexa e envolve múltiplos fatores, que
dificultam a aplicação de métodos de pesquisa e a obtenção de dados. Este estudo objetiva
pesquisar e analisar a especificação, utilização e manutenção dos Equipamentos de Proteção
10

Individual (EPIs), verificando: a conformidade com as especificações e atividades desenvolvidas;


a utilização e conservação dos equipamentos, considerando o perfil dos trabalhadores pesquisados;
a visão destes sobre a proteção oferecida o uso e conservação.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A importância do EPI

Dada a fragilidade do homem segundo Ocana (2012), o homem quase que


instintivamente desde os primórdios dos tempos busca meios de se proteger. A utilização de
objetos para a proteção do corpo foi registrada ainda com os homens das cavernas que usavam
vestimentas com o intuito de se protegerem contra as intempéries do clima e materiais como
pedras e lanças para se protegerem contra os predadores.
Hipócrates (460 a 370 a. C.) que é considerado o “pai da medicina” fez o primeiro relato
mais profundo a respeito da Segurança do Trabalho quando documentou a enfermidade dos
trabalhadores nas minas de estanho.
Com o passar o tempo a humanidade evoluiu. Vieram a revolução industrial e as duas
grandes guerras. Segundo especialistas da área de Segurança e Saúde no Trabalho, as guerras
contribuíram muito para a evolução das proteções individuais. As proteções dos combatentes
de guerra serviram para aplicação na indústria. Atividades que antes eram artesanais deram
espaço para as mineradoras, metalúrgicas e fundições. Desde de então a qualidade e eficácia
dos equipamentos de proteção evoluem continuamente.
Publicações a respeito do tema as guerras e a revolução industrial, verifica-se que os
danos aos trabalhadores são maiores que os danos nas guerras. Inicia então uma mudança de
mentalidade que viria a mudar as relações que direcionam o trabalho e ações de segurança no
local de trabalho no mundo todo.
De acordo com Rosen (1994), em 1802 o parlamento da Inglaterra aprovou a “Lei de
Peel” estabelecendo proteção para aprendizes, fixou um limite máximo de 12 horas de trabalho
por dia e proibiu o trabalho noturno. A lei também obrigava os empregadores a lavarem as
paredes 2 vezes por ano e tornava a ventilação obrigatória no local. Começava aí um grande
avanço de fato com relação a saúde e segurança no trabalho.
Várias outras leis foram criadas com o intuito de minimizar as perdas de vidas e os
acidentes oriundos do trabalho como a criação da “Lei das Fábricas” em 1833 na Inglaterra,
11

que chamava a atenção para a ventilação diluidora que tinha como objetivo tirar partículas
contaminantes suspensas no ar. Na mesma época na Alemanha foi criada a “Lei Operária”
abrindo espaço para a Segurança no Trabalho dos operários.
Segundo Dias (2020), a Inglaterra foi o berço da revolução industrial e foi crucial para
o surgimento dos direitos laborais e estruturou a relação entre empregado e empregador
figurando na linha do tempo como um dos principais países acerca da evolução do direito do
trabalhador.
Se a Inglaterra é o berço da evolução do direito do trabalhador a França é a mãe da
revolução. Ainda segundo Dias (2020) a França configura um dos países mais emblemáticos na
humanização das relações de trabalho e sociais de um modo geral. A Revolução Francesa, teve
um papel essencial na evolução dos direitos trabalhistas e contagiou diversos países.
Tanto a Inglaterra quanto a França segundos os especialistas na área de Segurança
Ocupacional exportaram esses conceitos para vários países inclusive para o Brasil.
Portanto, as leis de proteção ao trabalhador surgiram, inicialmente, em 1802 na
Inglaterra. Na França foi em 1862, com a regulamentação da segurança e higiene do trabalho.
Em 1865, na Alemanha, e em 1921 nos Estados Unidos, conforme Campos (2001).
No Brasil o processo de industrialização começou lento e gradativo. Nos três primeiros
séculos, as atividades industriais ficaram restritas ao engenho de açúcar e a mineração. Só em
1840 que surgiram os primeiros estabelecimentos fabris no Brasil. Em 1869 surgiu no Brasil na
Província de São Paulo, numa fábrica têxtil a primeira máquina a vapor, 89 anos depois do
surgimento da primeira máquina a vapor na Inglaterra. A primeira lei criada no Brasil com
relação a segurança do trabalho foi em 1830, segundo Neto (2012), que regulava sobre a
prestação de serviços, e era direcionada a brasileiros e estrangeiros.
Em 1919 a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) deu novo impulso
com a criação das normas de procedimentos seguros no trabalho no mundo. O Brasil foi um
dos membros fundadores da OIT. No mesmo ano foi criada a Lei 3724 que regula as obrigações
resultantes dos acidentes no trabalho, sendo o ponto de partida da intervenção do Estado no que
tange a força de trabalho industrial no país.
Em 1934 amplia-se o conceito de doença profissional com o surgimento da segunda lei
de acidentes do trabalho, com o decreto nº. 24.637, que modificou a legislação anterior. Em
1944 a lei de acidentes é reformada dando início à criação do capítulo V da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT). Em 1960 o uso do EPI foi regulamentado pela Portaria 319 de
dezembro de 1960.
12

A evolução dos EPIs em solo brasileiro foi lenta, ao longo do tempo, e departamentos e
associações voltadas para esses equipamentos foram surgindo. Entre os anos 1940 e 1950
iniciou-se a utilização dos EPIs na execução do trabalho, em empresas brasileiras, ainda
importados da Europa. Entretanto, além das dificuldades de importação houve dificuldades de
adaptação desses equipamentos de proteção individual criando uma cultura negativa.
O uso de EPIs evoluiu muito com a vinda de empresas multinacionais se instalarem no
país, trazendo com elas o conhecimento, as novidades tecnológicas e os métodos de utilização
dos equipamentos de proteção individual.
Com a publicação da Portaria 3.214, em 1978, foram estabelecidas as Normas
Regulamentadoras do Trabalho (NRs), emanadas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
relativas à segurança e medicina do trabalho. Nos dias atuais são 36 Normas Regulamentadoras
que passam por frequentes alterações. Essas alterações são fundamentadas no equilíbrio social
e econômico, nos avanços tecnológicos e legais visando garantir segurança dos trabalhadores.
Este trabalho está fundamentado na NR-6 (BRASIL, 2018) e suas atualizações, e trata
acerca dos equipamentos de proteção individual, uso correto e conservação dos mesmos,
analisando fatores que podem afetar a prática da segurança e a saúde dos trabalhadores.

2.2 Aspectos legais do EPI

De acordo com a Norma Regulamentadora NR-6 (BRASIL, 2018), Anexo II:


“Considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo
ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O seu uso sempre foi
um desafio no convencimento, por parte da força de trabalho seja ela da construção
civil, indústria, operação química, portuária, aeroportuária, tecelagem, e outras tantas
que padecem de uma fiscalização adequada e da disseminação da cultura
prevencionista, por parte de profissionais destas áreas, do corpo gerencial e
principalmente dos trabalhadores que já vêm viciados com conceitos falhos e
equivocados acerca deste e de outros temas.”

De acordo com a referida Norma, os Equipamentos de Proteção Individual tem caráter


secundário, uma vez que só será necessário ser utilizado se as medidas de proteção coletivas
não forem possíveis, eficazes e suficientes para a redução dos riscos ocupacionais.
De acordo com a Lei 6.514 de 1977, da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), a
NR6 (BRASIL, 2018) da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda, todos os
empregados devem receber o EPI gratuitamente e em perfeito estado de conservação e
funcionamento.
13

“A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,


equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados”.
(CLT, 1977, p. 03)

Portanto, os empregadores devem considerar que não basta somente o fornecimento dos
EPIs, mas também prover o necessário o treinamento para uso, conservação e a troca quando
os mesmos se encontram danificados ou desgastados. Também os empregadores devem levar
em consideração o que fica claro na afirmação seguinte:
“Apenas o fornecimento de EPIs e a exigência de seu uso não podem evitar
acidentes se utilizados isoladamente, porque um eficaz sistema de segurança é
caracterizado não apenas pelo simples cumprimento de exigências legais, mas
principalmente, pela preocupação em fornecer aos empregados um ambiente seguro,
equipamentos de proteção individual adequado, treinamentos eficientes, minimização
dos custos e especialmente um plano de monitoramento de uso dos EPIs eficiente”.
Grohmann (1997)

Por outro lado, cabe ao trabalhador de acordo com o disposto na norma regulamentadora
NR-06 (BRASIL, 2018), o dever de utilizar o equipamento de acordo com a finalidade de uso,
bem como a guarda e conservação, devendo informar ao empregador sobre quaisquer defeitos
ou impossibilidade de uso para que possa substituí-lo. Com relação à fabricação e importação
dos EPIs a NR-06 (BRASIL, 2018) dispõe que só poderá ser posto à venda ou utilizado com a
indicação do número do Certificado de Aprovação (CA), dentro do prazo de validade
controlado pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda. Recomenda-se o uso
simultâneo do EPI com as demais medidas necessárias de segurança do trabalho, como base de
proteção dos trabalhadores aos riscos que existam no ambiente de trabalho.

2.3 Tipos de EPIs

O tipo de EPI, de uso obrigatório, exigido pela NR 6 (BRASIL, 2018), dependerá das
características e riscos existentes no local de trabalho e do tipo de tarefa a ser executada. No
caso da instalação e manutenção de painéis solares, envolvendo o trabalho em altura e a
intervenção em instalação elétrica, faz-se necessário o cumprimento de exigências das NR-35
(BRASIL, 2019) e NR-10 (BRASIL, 2019). De acordo com o Quadro 01 a seguir, tem-se a
relação de EPIs e suas finalidades na instalação de painéis solares, os quais detalharemos na
abordagem sobre Materiais e Métodos a seguir.
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Quadro 01 – EPIs para a atividade conforme as normas NR-35 e NR-10.

TIPO DE EPI FINALIDADE


Serve para proteger a cabeça do trabalhador contra choques ou
objetos que venham a cair de altura superior. Esse
Capacete com jugular equipamento conta também com uma fita que se dá o nome de
jugular que prende o equipamento junto a cabeça do
colaborador evitando a queda do mesmo e proporcionando
maior conforto e liberdade de movimento do colaborador,
eliminando preocupação que o capacete venha a cair.
Cinto de segurança tipo
paraquedista Proteção contra quedas a altura superior a 2m.

Mais seguro que o talabarte simples, pois possui três pontos de


Talabarte Y ancoragem. É um elemento de conexão entre o cinto de
segurança e o ponto de ancoragem.
Atua em conjunto com o cinto de segurança e o talabarte,
Trava-Quedas proporcionando maior mobilidade quando o trabalho exige
grande movimentação. Age como uma “presilha travadora”
caso o trabalhador sofra uma queda ou movimento brusco.
Esses equipamentos são de fundamental importância para a
Botina de segurança proteção dos pés dos colaboradores contra quedas de objetos,
contra batidas em obstáculos e escorregões no piso ou
estruturas próximas ao local de trabalho.
Os óculos de proteção têm papel importante contra raios
Óculos de segurança solares e a entrada excessiva de luminosidade assim como
grande variedade de partículas e corpos estranhos.
São responsáveis por proteger as mãos dos colaboradores
Luva de segurança contra ferimentos por agentes externos assim como por alta
temperatura.
Mesmo não sendo considerado um EPI por não possuir o CA
(Certificado de Aprovação), o uso do protetor é de
Protetor solar fundamental importância para atividades que são realizadas a
sol pleno para prevenir doenças de pele causada pelas
radiações solares.
Esse equipamento é responsável por proteger a cabeça e o
Balaclava pescoço dos colaboradores contra riscos de origem térmica,
respingos de produtos químicos e agentes abrasivos e
escoriantes.
Fonte: Própria autora.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Lakatos e Marconi (1991), p. 186 definem uma pesquisa de campo como:


“Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem
espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que
se presume relevantes, para analisá-los”.

Neste trabalho, a coleta de dados e levantamento de informações serão realizados com


trabalhadores do setor da construção civil, em empresa especializada na instalação e
manutenção de painéis solares para a geração de energia fotovoltaica, na cidade de Goiânia/GO.
Será aplicado um questionário que segundo Marconi (1991), “é um dos instrumentos essenciais
para a investigação social, cujo sistema de coleta de dados consiste em obter informações
diretamente do entrevistado (...)”. Pretende-se identificar o perfil de cada trabalhador dessa área
específica de montagem e manutenção de sistema fotovoltaico, bem como identificar a sua
visão sobre as proteções oferecidas. O questionário já mencionado foi embasado nas normas
NR 6 (BRASIL, 2018) e NR 35 (BRASIL, 2019) e será aplicado junto a equipe de trabalhadores
de um empreendimento de montagem e manutenção de energia fotovoltaica. Espera-se levantar
dados que possibilitem a análise e a estruturação de informações sobre os EPIs utilizados na
rotina da obra. As questões formuladas abordam: a idade, gênero, grau de escolaridade,
treinamentos recebidos na empresa, uso e conservação dos equipamentos de proteção
individual.
Além do questionário serão realizadas perguntas informais sem roteiro definido, pois
dependerá do tipo de obra executada, com os colaboradores visando compreender como
utilizam e conservam os EPIs nas suas atividades laborais. As perguntas serão realizadas com
diálogos informais, sobre o entendimento e aceitação da utilização e conservação dos EPIs.
Outras informações técnicas serão levantadas em artigos, normas técnicas, monografias, livros
e em outros materiais que possam elucidar as análises sobre o assunto. As informações obtidas
nas atividades de pesquisa serão apresentados no item resultados e considerações a seguir.
16

4 RESULTADOS E DISCUSÃO

O referencial teórico levantado e apresentado deu embasamento a este estudo, cujos


resultados serão apresentados a seguir. As perguntas formuladas no questionário foram
redigidas em linguem informal para melhor compreensão dos envolvidos na pesquisa,
abordando os EPIs utilizados durante as atividades da empresa. Uma criteriosa análise das
informações obtidas e estruturadas nos gráficos seguintes, pode elucidar dúvidas suscitadas
antes da realização da pesquisa e garantir um bom grau de certeza.
Tanto a autorização da empresa para a aplicação da pesquisa, quanto a sua colaboração
para a viabilização do estudo foi fundamental para a concretização deste trabalho. Por questões
éticas e empresariais não será revelado o nome da empresa nem dos entrevistados e
pesquisados, cabendo penas um agradecimento formal pela oportunidade concedida.
A seguir são apresentados os gráficos resultantes da pesquisa bem como a interpretação
dos dados resultantes.

Gráfico 1 – Faixa etária dos pesquisados

3,5 37,5%
3
2,5 25% 25%
2
1,5 12,5%
1
0,5 0
0
entre 20 e 25 entre 25 e 30 entre 30 e 35 entre 35 e 40 entre 40 e 45
anos anos anos anos anos

Fonte: Pesquisa da autora em 2021.

No gráfico l, observa-se que a faixa etária dos colaboradores apresenta-se entre os 20 e


45 anos. A maior faixa situa-se entre 30 e 35 anos, seguida pelas faixas iguais de 35 a 40 e de
40 a 45 anos, a menor faixa etária apresenta-se entre jovens de 20 a 25 anos.
17

O gráfico 2 – Idade e escolaridade dos pesquisados.

6 62,5%
5
4
3 25,0%
2 12,5%
1 0% 0%
0
Sem instrução Ensino Ensino médio Ensino superior Ensino superior
fundamental incompleto completo

Fonte: Pesquisa da autora em 2021.

No gráfico 2, observa-se os percentuais referentes ao grau de instrução dos


colaboradores: 62,5% com ensino médio completo; 25% com ensino superior incompleto e
12,5% com ensino fundamental. Isso demonstra que na atividade de instalação e manutenção
de painéis solares para energia fotovoltaica predomina trabalhadores com ensino médio.

O gráfico 3 - Escolaridade e ocorrência de acidentes.

Fonte: Pesquisa da autora em 2021.

O gráfico 3, demonstra que com relação a escolaridade dos trabalhadores acidentados


no período avaliado, a metade com o ensino médio e a outra metade com ensino superior
incompleto. Esse resultado demonstra uma escolaridade satisfatória para essa atividade, o que
pode facilitar a implantação de medidas de controle com textos e mensagens escritas ou verbais.
Também demonstra que mesmo empregando trabalhadores com escolaridade desejável há a
necessidade de implantação de política corporativa de SST.
18

O gráfico 4 - Sobre ouso dos EPIs.

Equipamentos fornecidos

0%
29% usam todos
usam alguns
71% não usam

Fonte: Pesquisa da autora em 2021.

O gráfico 4, demonstra que 71% dos colaboradores utiliza todos os equipamentos


disponibilizados. 29% utiliza alguns equipamentos e informalmente disseram que se não fosse
obrigatório não usariam. Outros colaboradores entrevistados, argumentaram que não usam os
equipamentos por que nunca sofreram acidentes e são muito cuidadosos. Nota-se nestas
respostas indícios de imprudência, negligência ou excesso de confiança,

Gráfico 5 – Uso dos equipamentos e manutenção.

Equipamentos fornecidos

SABE QUE PRECISA CONSERVAR O EPI 100%

FAZ A LIMPEZA DOS EPI'S 33,3%

ARMAZENA DE MANEIRA CORRETA 12,5%

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0%100,0%120,0%

Fonte: Pesquisa da autora em 2021.

O gráfico 5, demonstra que 12,5% dos pesquisados guarda o EPI conforme recomenda
o manual do fabricante. 33,3% faz a limpeza periódica do equipamento. 100% afirma ter
conhecimento sobre o manuseio e conservação dos equipamentos.
Sobre a conservação do EPI, disseram que guardam no porta malas do carro e não
limpam com frequência porque vai sujar de novo. Sobre fornecimento disseram que a empresa
fornece os EPIs e os treinamentos para o uso e conservação. Alegaram que evitam usar o cinto
de segurança por ser pesado e o capacete em atividades no solo por ser desconfortável.
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5. CONCLUSÃO

Este estudo foi proposto com o objetivo de levantar e analisar informações sobre a gestão
da proteção individual, de trabalhadores em empresas do setor de energias renováveis,
notadamente em grande expansão no Brasil. Na aplicação da pesquisa, após delineado e
problematizado o tema, foi escolhida uma empresa que presta serviço na instalação e
manutenção de sistema de energia solar fotovoltaica.
Na revisão bibliográfica levantou-se o histórico e a fundamentação sobre a segurança do
trabalho (ST), visitando trabalhos escritos de vários autores. Também buscou-se referências na
legislação e literaturas técnicas sobre a prática das proteções individuais dos trabalhadores.
Na metodologia proposta além do estudo teórico, aplicou-se pesquisa de campo com a
equipe operacional em uma pequena empresa do ramo de energia fotovoltaica. Foi aplicado um
questionário estruturado, entrevistas e conversas informais buscando as respostas do problema.
Foram obtidos resultados relacionados ao perfil dos entrevistados e sobre o conhecimento
dos mesmos em segurança do trabalho em altura e utilização das proteções, conforme as
exigências das normas regulamentadoras NR 06 (BRASIL, 2018), sobre EPIs e NR 35
(BRASIL, 2019), sobre trabalho em altura. Os resultados levam à várias conclusões e propostas
de solução das deficiências detectadas. O perfil dos entrevistados apresentou alta escolaridade,
bom apoio empresarial sobre fornecimento das proteção individuais e o treinamentos para uso
e manutenção.
Por outro lado as pesquisas indicaram que os trabalhadores demonstram não dar muita
importância à necessidade de utilização efetiva dos EPIs, não procedem a correta guarda e
manutenção dos mesmos. Comportamento que indica a necessidade de esforço empresarial na
implantação de políticas de gestão de SST no uso das proteções. Os resultados também indicam
que, não basta apenas comprar e entregar os equipamentos de proteção, mas, necessariamente
convencer os trabalhadores a assumirem a sua responsabilidade na sua efetiva proteção.
Conclui-se afirmando que o objetivo do estudo foi atingido e obtidas as respostas ao
problema proposto. Indica a possibilidade de inferências sobre o comportamento dos
trabalhadores. Os resultados também indicam a necessidade de continuidade dos estudos,
aplicando a metodologia utilizada, buscando envolver mais empreendimentos e pessoas em
vários níveis hierárquicos. Uma pesquisa mais ampla certamente trará mais luz e apontará
alternativas, de aprimoramento da gestão empresarial em SST.
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BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR-35 – SESMT. Manuais de Legislação


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CAMPOS. Armando. Cipa – Comissão interna de prevenção de acidentes: uma nova


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GROHMANN, Márcia Zampieri. Segurança no trabalho através do uso de EPIs: Estudo


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MARCONI, Marina de Andrade. Cultura e sociedade. In: LAKATOS, Eva Maria.


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ROSEN, George. Uma História da saúde pública. São Paulo: Hucitec, 1994.
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APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO APLICADO


1. Nome:
2. Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )
3. Idade: 4. Escolaridade 5. Profissão:
6. Quais EPIs você usa no dia a dia de trabalho?
7. Onde guarda o seu EPI? Costuma tomar algum cuidado para conservar seu EPI?
8. Você já sofreu algum tipo de acidente de trabalho? Se sim, o que causou o acidente?
9. Se não fosse obrigatório o uso do EPI você usaria? Justifique:

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