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COLÉGIO FAG-COC
3ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO – 2º BIMESTRE
APOSTILA DE SOCIOLOGIA - JOSÉ VINICIUS
Aluno: Data:

IDADE CONTEMPORÂNEAORIENTE MÉDIO

1 - IMPORTÂNCIA DA REGIÃO:

 Maiores reservas de petróleo do mundo.

 Origem das primeiras grandes civilizações.

 Berço das três maiores religiões monoteístas do mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo.

 Característica do conflito:

 APARÊNCIA: diferença étnica - religiosa – disputa pela terra santa - Jerusalém: cidade sagrada para
judeus, cristãos e muçulmanos;

 ESSÊNCIA: questão espacial (“luta pela terra”) – questão de localização estratégica, recursos hídricos e
Petróleo ;

 ISRAEL tem apoio das potências capitalistas: EUA e INGLATERRA desde sua formação

2 - O SIONISMO:

 Movimento nacionalista judaico.

 Theodor Herzl (1897)

 Criação do Estado para os judeus.

 Situação dos judeus:

 Dispersos desde a tomada da Palestina pelos romanos em 70 d.C.

 Sem direitos civis plenos

 Sujeitos a constantes perseguições.

 Sionistas de esquerda compram terras na Palestina e instalam primeiros Kibutzim (comunidades agrícolas onde a
propriedade da terra é coletiva).

3 - CENÁRIO PÓS - 1ª GUERRA:

 Declaração de Balfour (1917): apoio inglês à

construção de um Estado judeu na palestina.

 Fortalecimento do sionismo.

 Ampliação da política migratória e estabeleci-

mento de novos Kibutzim


INICIAM-SE OS CONFLITOS

JUDEUS  ALEGAM DIREITOS HISTÓRICOS SOBRE A PALESTINA

PALESTINOS  ALEGAM DIREITOS ADQUIRIDOS, POIS NUNCA SAÍRAM DA PALESTINA

4 - A CRIAÇÃO DE ISRAEL (1948):

 Massacres nazistas para com os judeus (comoção internacional).

 Enfraquecimento das antigas potências colonialistas européias (França e Inglaterra).

 Apoio das novas potências à criação de Israel (posição estratégica).

 1947: ONU partilha a Palestina com o projeto de criação de um Estado Árabe e um Estado Judeu.

 Comunidade árabe recusa a partilha.

 14/5/1948: David Ben Gurion proclama a criação do Estado de Israel. A área de Jerusalém seria
internacionalizada.

 ESTADO JUDEU (ISRAEL)  56,7% DA ÁREAS

ESTADO PALESTINO  42,6% DA ÁREA

JERUSALÉM  ÁREA INTERNACIONAL SOB ADMINISTRAÇÃO DA ONU

5 - A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA (1948):

 Após a criação do Estado de Israel:

 EGT + SIR + LIB + IRQ + JOR (Liga árabe) X ISR

 desunião das tropas árabes .

 apoio dos EUA e da URSS - embargo econômico aos árabes.

 Conseqüências:

 ISR anexou grande parte dos territórios destinados ao Estado Palestino.

 EGT encampou a Faixa de Gaza;

 Transjordânia (atual Jordânia) anexou Cisjordânia e parte de Jerusalém.

 Palestinos sem país, dispersos sob a administração do Egito e Trasjordânia.

6 - A GUERRA DO SUEZ (1956):

 Lideranças nacionalistas árabes chegam ao poder.

 Gamal Abdel Nasser (EGT) - principal.

 Reformas de Nasser:
 Nacionalização de empresas e serviço bancário.

 Facilidades para o acesso a terra.

 Proposta de construção da represa de Assuã,

 Nacionalização do Canal de Suez (administrado por uma coligação franco-britânica).

 ING + FRA + ISR invadem a península do Sinai e o Egito.

 EUA e URSS, exigem a sua retirada das tropas invasoras.

 Conseqüências:

 Derrota militar de Nasser;

 Vitória política de Nasser (ING + FRA + ISR retiraram-se do país, o Canal de Suez passa definitivamente
para o controle do Egito, com a condição deste permitir a livre navegação tanto no canal quanto no Mar
Vermelho)

 Nasser transforma-se na maior liderança do mundo Árabe.

7 - A GUERRA DOS SEIS DIAS (1967):

 1967: Nasser interdita o Golfo de Akaba aos navios israelenses.

 Israel ataca de surpresa e antecipadamente seus principais inimigos (Síria, Jordânia e Egito).

 Força aérea israelense ataca a aviação egípcia ainda no chão.

 Vitória fulminante de Israel.

 Conseqüências:

 ISR ocupa Faixa de Gaza, Península do Sinai (EGT), Cisjordânia (JOR) e as Colinas de Golã (SIR)
- origem dos atuais problemas territoriais com os palestinos.

 Enfraquecimento de lideranças árabes

 Prestígio político e militar para Israel.

PÓS – GUERRA DOS SEIS DIAS: AUMENTO DO SIONISMO (ISRAEL INCENTIVA A CRIAÇÃO DE
ASSENTAMENTOS JUDAICOS NA FAIXA DE GAZA E NA CISJORDÂNIA

Nesta região vivem praticamente 1.800.000 palestinos contra 180.000 israelenses, que por si só é um incentivo aos
conflitos.

OLP (Organização pela Libertação da Palestina), criada em 1964 se desvincula da interferência de outros países
árabes passando a agir de forma autônoma a partir de 1969.

9 - A GUERRA DO YOM KIPPUR (1973):

 Yom Kippur = Dia do Perdão em Israel (mais importante feriado religioso do país).

 EGT + SIR atacam Israel.


 Inicialmente vitória árabe.

 Israel consegue expulsar os invasores com muitas baixas.

 Este conflito foi mediado pelos EUA e ONU (1º Acordo de Camp David – 1979)

1975 – Israel expulsa militantes da OLP da Cisjordânia e da Faixa de Gaza

Novo QG da OLP:

Beirute - Líbano

 Conseqüências:

 OPEP utiliza petróleo como arma política, quadruplicando o preço do barril, provocando uma crise
mundial inédita (Crise do Petróleo).

 OBJ: pressionar a comunidade internacional para que Israel devolvesse os territórios ocupados
em 1967;

10- OPERAÇÃO DE PAZ NA GALILÉIA (1982):

• Tropas israelenses invadem o sul do Líbano para garantir a segurança de Israel.

• Líder da operação: Ariel Sharon (atual primeiro ministro de Israel).

• Avanço de tropas até Beirute.

• Grande parte das milícias palestinas retiram-se do Líbano às pressas, rumando para a Tunísia.

• Sharon permitiu a entrada de milícias Líbano - cristãs (Falanges) nos campos de refugiados palestinos de
Sabra e Chatila, promovendo um imenso massacre.

 Opinião pública internacional posiciona-se contra Israel e o governo de Menachem Beguin cai.

 1983: tropas israelenses se retiram parcialmente do país, preservando apenas uma faixa de segurança, entregue ao
Exército do Sul do Líbano (organização militar cristã autônoma).

 Os conflitos no Líbano só diminuíram no final da década de 80 com a formação de um governo de maioria cristã
pró-Síria.

OPERAÇÃO DE PAZ NA GALILÉIA: Massacre de Sabra e Chatila

11 - OS ACORDOS DE CAMP DAVID (1979):

 Primeiro acordo de paz firmado entre uma liderança árabe e Israel.

 Anuar Sadat (Egito) e Menachem Begin (Israel) firmaram um acordo definitivo de paz.

 Termos: o Egito reconhecia a soberania de Israel; Israel devolveria ao Egito a Península do Sinai. O acordo foi
cumprido de ambas as partes.

 1981: Sadat é assassinado por extremistas muçulmanos contrários ao acordo.

 1982: Israel retira suas últimas tropas do Sinai, que passa definitivamente ao Egito.
12 - A INTIFADA (1987):

 Movimento espontâneo dos palestinos que refletia sua falta de perspectiva quanto a resolução de seus problemas.

 Protestos e apedrejamentos contra as tropas israelenses nos territórios ocupados.

 Intifada (“sobressalto” em árabe):

 Apoio do Hamas (organização terrorista apoiada pelo Irã e pela Síria), e da OLP de Yasser Arafat
(prestígio político junto aos palestinos).

 Conseqüência: opinião pública internacional favorável a causa palestina, revertendo a imagem de Israel como a
nação oprimida.

13 - A QUASE PAZ DE 1993:

 13 de setembro de 1993:

 judeus e palestinos assinam um acordo de paz.

 Itzhak Rabin (ISR), e Yasser Arafat (OLP), selam um acordo de autonomia gradativa para as áreas de
Gaza e Cisjordânia.

 Grupos radicais de ambos os lados não aceitam o acordo.

 Hamas patrocinava atentados terroristas em Israel.

 4 de novembro de 1995: Itzhak Rabin é assassinado por estudante extremista judeu de 27 anos, Ygal Amir,
contrário ao acordo.

 Problemas entre Israel e os palestinos não conseguiram mais encontrar uma solução pacífica.

14 - CRONOLOGIA RECENTE:

 1996:

 Partido Likud (direita conservadora de Israel) vence eleições para o parlamento. O primeiro ministro
passa a ser Benjamin Netanyahu.

 Talibãs afegãos implantam regime fundamentalista no Afeganistão.

 1999:

 Morre o Rei Houssein, da Jordânia.

 Partido Trabalhista (esquerda de Israel) vence eleições para o parlamento. O primeiro ministro passa a ser
Ehud Barak.

 2000:

 General israelense Ariel Sharon (responsável pela campanha que provocou os massacres dos campos de
refugiados palestinos de Sabra e Chatila no Líbano em 1982) visita a esplanada das mesquitas, em
Jerusalém, Israel.

 Início de uma segunda e violenta Intifada, em Israel.


 2001:

 Atentados ao WTC e Pentágono, nos EUA, pelos quais são responsabilizados o regime Talibã do
Afeganistão e o líder saudita supostamente lá refugiado Osama Bin Laden.

 Operação “Liberdade Duradoura” como resposta aos atentados do WTC tem início no Afeganistão.

 Cai o regime Talibã no Afeganistão.

 Partido Likud vence eleições para o parlamento. O primeiro ministro passa a ser Ariel Sharon.

 2002:

 George Bush cita como representantes do “Eixo do Mal” os seguintes países: Iraque, Irã, Líbia e Coréia
do Norte.

 ONU aprova resolução de apoio a criação do Estado Palestino.

 Síria retira-se da região central do Líbano.

 Israel começa a construção de muro para separar israelenses e palestinos na Cisjordânia.

 Iniciam inspeções da ONU no Iraque para verificar a produção de armas químicas.

 2003:

 EUA invade o Iraque com auxílio da Inglaterra sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU.

 2004:

 Morre o líder palestino Yasser Arafat.

 2005:

 Síria retira-se do Líbano.

 Israel desocupa colônias judaicas na Faixa de Gaza e inicia desocupação também na Cisjordânia.

2008 – 60 anos de criação do

Estado de Israel

 Após 60 anos da criação do Estado de Israel, comemorados nesta quarta-feira, as conseqüências desta conquista
ainda dividem opiniões de moradores da região. Se para muitos israelenses ter seu próprio Estado significa
reconhecimento, é nítida a impressão de exílio do palestinos, que ainda se sentem estrangeiros dentro de seu
próprio território.

 Palestinos fazem passeatas para marcar 60 anos de "tragédia"

MOVIMENTO OPERÁRIO

LUDISMO; CARTISMO; SOCIALISMO UTÓPICO; SOCIALISMO CRISTÃO; SOCIALISMO CIENTÍFICO;


ANARQUISMO; SINDICALISMO.
LUDISMO

movimento do século XIX de contestação a nova ordem social e econômica surgida após a revolução industrial. O termo
ludismo deriva de Ned Ludd, seu líder. O movimento ludita focou sua revolta nas máquinas culpando-as pelo desemprego
dos trabalhadores manuais dispensados com a mecanização.

CARTISMO

O Cartismo recebeu esse nome porque as reivindicações dos trabalhadores eram feitas por carta como a famosa Carta do
Povo de 1838 que reivindicava sufrágio universal, Voto secreto, Elegibilidade dos não proprietários, Igualdade dos
distritos eleitorais, Renovação anual do parlamento, etc...

Socialismo Utópico

Durante o século XIX, as primeiras teorias do pensamento socialista começaram a ser desenvolvidas. Alguns chamavam
os primeiros pensadores socialistas de utópicos, por acreditarem ser possível a concepção de uma sociedade onde as
classes sociais estariam em harmonia.

Na obra “Cartas de um habitante de Genebra”, o conde francês Claude de Saint-Simon, acreditava que uma sociedade
estaria dividia entre os ociosos e produtores. Para que o desequilíbrio social fosse superado todos os indivíduos deveriam
contribuir com trabalho, mantendo assim o progresso. No entanto, ele se opunha a qualquer tipo de exploração entre as
classes.

Charles Fourier (1772 – 1837) era filho de comerciantes e acreditava que o indivíduo era bom, mas acabava sendo
pervertido pela sociedade e as instituições. A sociedade poderia organizar-se por meio de falanstérios, que consistiam em
unidades agroindustriais articuladas pelo trabalho coletivo e organização cooperativa.

Robert Owen (1771 – 1858). Trabalhando em uma fábrica de algodão em Manchester, ele pôde observar de perto o
cotidiano da classe trabalhadora.

Enxergando o comunismo como fim máximo do trabalho, Owen reduziu a carga horária de seus trabalhadores e
incentivou a instrução de seus empregados. O modelo por ele empreendido alcançou sucesso, porém suas críticas à
propriedade privada e à religião o obrigaram a mudar-se para os Estados Unidos. Chegando ao continente americano,
criou uma comunidade chamada New Harmony. A falência de suas cooperativas na Inglaterra e nos Estados Unidos o fez,
no fim da vida, dedicar-se à formação de cooperativas de trabalho chamadas trade-unions Foram o embrião dos
sindicatos).

Socialismo Cristão

O termo socialismo cristão foi apropriado primeiramente ao redor de 1830 por um grupo de teólogos britânicos,
incluindo Frederick Denison Maurice, o novelista Charles Kingsley, e outros, que fundaram um movimento que ganhou
forma na Inglaterra imediatamente depois do fracasso da agitação Cartista de 1848. A finalidade geral desse movimento
era reivindicar para "o reino de Cristo" sua autoridade verdadeira sobre os "domínios da indústria e do comércio", e "para
o socialismo seu caráter verdadeiro como a grande revolução cristã do século 19."

SOCIALISMO CIENTÍFICO

O socialismo científico iniciou-se no século XIX, com Karl Marx e Friedrich Engels, e foi chamado de socialismo
marxista.
Rompeu com os socialistas "Utópicos", que não apresentavam na prática o caminho para combater o capitalismo, apesar
de reconhecerem a importância da análise crítica da realidade política e econômica de toda a história das sociedades e do
capitalismo.

Ele acreditava que só uma revolução internacional poria fim a burguesia e o capitalismo e implantaria o comunismo.
Acabou sendo expulso de Paris.

ANARQUISMO

Movimento político que defende uma organização social baseada em consensos e na cooperação de indivíduos livres e
autônomos, mas onde à partida sejam abolidas entre eles todas as formas de poder. A Anarquia seria assim uma sociedade
sem poder e auto-organizariam de tal forma que garantiriam que todos teriam em todas as circunstâncias a mesma
capacidade de decisão. Esta sociedade, objeto de inúmeras configurações, apresenta-se como uma "Utopia" (algo sem
tempo ou espaço determinado). É um ideal a atingir.

As origens do anarquismo, entroncam diretamente na concepção individualista dos direitos naturais defendida por John
Locke. A sociedade para este filósofo inglês era o resultado de um contrato voluntário acordado entre indivíduos iguais
em direito e em deveres. No entanto foi só a partir do final do século XVIII que o anarquismo se veio a estruturar como
uma corrente política autônoma, com seguidores em toda a parte do mundo. Entre os seus teóricos contam-se pensadores
tão diversos como William Godwin (1773-1836), P.J.Proudhon (1809-1865), Bakunine (1814-1870), Kropotkin (1842-
1921) ou o português Silva Mendes.

Sindicalismo

Sindicalismo é o movimento social de associação de trabalhadores assalariados para a proteção dos seus interesses. Ao
mesmo tempo, é também uma doutrina política segundo a qual os trabalhadores agrupados em sindicatos devem ter um
papel ativo na condução da sociedade.

O movimento sindical no Brasil iniciou-se em São Paulo, onde os imigrantes integravam a massa de trabalhadores das
fábricas e indústrias. Os sindicalistas ativos eram os anarquistas italianos que, surpreendendo os governantes,
desencadearam uma onda de rebeliões, que foi contida por uma violenta repressão policial.

ANARQUISMO

O QUE É ANARQUISMO?

É a teoria baseada na ausência do Estado. Afirma que tudo o que limita a liberdade do ser humano deve ser
suprimido.Pretende destruir igrejas, estado, propriedade privada, lei.

O QUE ELE DEFENDE?

- Ausência de um governo nocivo

-População organizada em harmonia

-Sociedade sem hierarquia

-Descentralismo
-Em sua maioria são contra a violência

"As liberdades não se concedem, conquistam-se."

(Piotr Kropotkin)

DE ONDE SURGIU?

-Teve início na metade do séc.XIX, na França.

-Seu desenvolvimento foi paralelo ao do movimento socialista. Foi criado pela luta do oprimido pela liberdade. Criado
por uma classe trabalhadora e sua resistência à exploração. Nasceu com o advento do capitalismo.

“o movimento Anarquista se renova cada vez que recebe as impressões de uma grande lição prática: ele deriva sua origem
dos ensinamentos da vida em si mesma“ (Kropotkin)

-O 1° homem a dizer-se anarquista foi o francês Joseph Proudhon.

"Assim, anarquismo não se deriva de reflexões abstratas de um intelectual ou de um filósofo, o anarquismo nasce a partir
da luta direta dos trabalhadores contra o capitalismo, nasce a partir do necessario e das necessidades dos
trabalhadores, nasce a partir de suas aspirações por liberdade e igualdade, aspirações que tornam-se particularmente
incisivas nos melhores períodos heróicos da vida e da luta das massas trabalhadoras” (Movimento Makhnovista)

PROPOSTAS ANARQUISTAS:

-Formação de comunidades livres

-Extinção de propriedades privadas

-Término da “instituição igreja”, mas não como um templo de fé.

-A violência é inevitável como legítima defesa à instituições coercivas.

-Busca por um mundo Livre, Igualitário, Fraterno e Solidário.

-O homem é capaz de viver em Paz com seus semelhantes, sem um Estado superior.

"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o
governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Essa minoria, porém, dizem os
marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou
representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais
representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza
humana.” (Mikhail Aleksandrovitcj Bakunin)

O ANARQUISMO NO MUNDO:

-Se iniciou na metade do séc. XIX, na França

-Por Pierre-Joseph Proudhon

-O movimento anarquista deixou de ser um movimento de massas após a II Guerra Mundial, e perdeu a grande
influência que exercia sobre os movimentos operários dos vários países europeus. Continuou influenciando revoltas
populares na segunda metade do séc. XX.
"As pessoas vão à igreja pelos mesmos motivos que vão à taverna: para estupefazerem-se, para esquecerem-se de sua
miséria, para imaginarem-se, de algum modo, livres e felizes.“ (Mikhail Aleksandrovitcj Bakunin)

O ANARQUISMO NO BRASIL:

-Iniciou-se em 1889, com a criação da Colônia Cecília, em Palmeiras- PR, criada por Giovanni Rossi. Era baseada no
trabalho, vida, no “amor livre”. Teve pequena duração. Mas foi em SP que surgiram os primeiros Anarquistas
Revolucionários. Ganhou força com a imigração de trabalhadores europeus, nos primeiros anos de industrialização. A
imprensa anarquista teve início em 1898. Predominou na luta pelas reivindicações operárias. Formou-se o partido
Comunista (1922). As grandes greves de 1917(SP), 1918(RJ) e 1919(SP e RJ) obedeceram a comandos de uniões
anarquistas.

ANARQUISTAS CONHECIDOS:

Pyotr Alexeyevich Kropotkin

(09/12/1842 - 08/02/1921)

Pierre-Joseph Proudhon

(15/01/1809 - 19/01/1865)

Henry David Thoreau

(12/07/1817 - 06/05/1862)

ANARQUISTAS BRASILEIROS:

Maria Lacerda de Moura

(16/05/1887 - 20/03/1945)

Domingos Passos

(Data desconhecidas)

Edgard Leuenroth

(1881-1968)

"Aquele que botar as mão sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano.
Eu o declaro meu inimigo"

Pierre-Joseph Proudhon

"A anarquia é a ordem."

Mazelas da cultura política brasileira


As práticas do populismo, personalismo (messianismo), clientelismo, patrimonialismo e coronelismo são
recorrentes na cultura política brasileira.
Brasil: período colonial

Dependência política e econômica da Metrópole

A relação de dependência com Portugal não permitiu formar uma identidade própria, nem edificar uma nação
propriamente dita.

A primeira manifestação de nossa nacionalidade ocorreu, segundo Carvalho (2000), apenas em 1865, na Guerra
do Paraguai: A luta contra o inimigo externo, a formação de uma liderança política (chefe inspirador), o culto ao
símbolo nacional (a Bandeira), a união dos voluntários de todo o Brasil possibilitaram o advento de um
sentimento comum: o orgulho nacional e a criação da primeira idéia de identidade nacional: “não vejo
consciência nacional no Brasil antes da Guerra do Paraguai” (p. 11).

A “Independência”

Os principais fatos políticos do Brasil ocorreram para atender interesses individuais, ou de pequenos grupos
hegemônicos. Assim foi na Independência, como nos diz Costa (1981): “as coisas vão simplesmente
acontecendo: no jogo das circunstâncias e das vontades individuais, no entrechoque de interesses pessoais, de
paixões mesquinhas e de sonhos de liberdade, faz-se a independência do país” (p. 65).

A “República”

Da mesma forma, a Proclamação da República brasileira apresentou características sui generis ao ser instituída,
haja vista que o povo, por sua vez, não só não participou, como foi tomado de surpresa com a proclamação do
novo regime. A frase de Aristides Lobo é bastante elucidativa, neste sentido: “O povo assistiu àquilo bestializado,
atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditavam sinceramente estar vendo uma parada
militar”.[

A não-participação do povo

O processo eleitoral (participação política) da população durante os períodos imperial e republicano foi
insignificante. De 1822 até 1881 votavam apenas 13% da população livre. Em 1881 privou-se o analfabeto de
votar. De 1881 até 1930 - fim da Primeira República -, os votantes não passaram de 5,6% da população. Foram
cinqüenta anos de governo, imperial e republicano, sem povo.[1]

[1] Quanto à participação política dos brasileiros no processo eleitoral, tem-se os seguintes dados: em 1950 –
16%; 1960 – 18%; 1970 – 24%; 1986 – 47%; 1989 - 49%; 1998 – 51% (CARVALHO, 2000, p.17).

O populismo e o messianismo

Vivemos ainda esperando que algum “herói sagrado”, ou um “salvador da pátria” desça do Olimpo e resolva os
problemas que estamos enfrentando.[1] Dependemos sempre de um líder: “Já que somos incapazes de construir
nossa grandeza, quem sabe se um novo Dom Sebastião não o pode fazer por nós” (CARVALHO, 2000, p.24).
Este autor insiste na herança lusitana, que achou terreno fértil por estas paragens para crescer e proliferar: o
exemplo mais evidente foi, e continua sendo, a promiscuidade entre o público e o privado; assim, corrupção,
clientelismo e patrimonialismo parecem se perpetuar na terra brasilis.[2]

[2] “O Estado português delegou poderes da metrópole, preferiram manter a vinculação patrimonial a rebelar-se
[... ]. O patrimonialismo também não sofreu contestação no momento da independência, graças à natureza do
processo de transição” (CARVALHO, In: CORDEIRO e COUTO, 2000, p.24).
“Modernização” e “Independência”

A vinda da família real para o Brasil, em 1808, não passou de uma manobra política (com a abertura dos portos)
beneficiando os ingleses e franceses. Alguns anos mais tarde, as condições se mostravam favoráveis para a
independência do Brasil, o que veio a ocorrer em 7 de setembro de 1822; porém, à revelia do povo.[1]
[1]

Caio Prado Júnior procurou entender o país sob o enfoque da interpretação marxista, com o materialismo
histórico tendo servido de fundamento teórico para explicar o Brasil.

Já Sérgio Buarque de Holanda faz sua análise em Raízes do Brasil, partindo da Economia e da sociedade, de
Weber. Celso Furtado, Nestor Duarte e Raymundo Faoro herdam a vertente do patrimonialismo de Weber.

Para Faoro, a formação do Estado Português está na origem do Brasil, que é, essencialmente, estadocêntrico,
centralizado no poder da autoridade, é dela a distribuição do mesmo.

Os analfabetos e os “doutores”

A maioria da população era composta por analfabetos

É importante mencionar que somente os advogados e médicos receberam o título de doutores, “que podia referir-
se tanto a médico como a doutores em direito” (p.90). Os cargos políticos ocupados na esfera estatal pertenciam à
elite, principalmente os proprietários rurais. Essa mesma elite circulava pelo país e por postos no Judiciário,
Legislativo e Executivo, buscando assegurar vantagens pessoais. A burocracia foi a vocação da elite imperial
brasileira (p.129).

O coronelismo

: “O governo estadual garantia, para baixo, o poder do coronel sobre seus dependentes e seus rivais, sobretudo
cedendo-lhe o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel
hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de votos. Para cima, os governadores dão seu apoio ao
presidente da República em troca do reconhecimento deste de seu domínio no estado. O coronelismo é a fase de
processo mais longo de relacionamento entre os fazendeiros e o governo” (LEAL, apud CARVALHO, 1997).

O insolidarismo de Oliveira Vianna

Para o autor, o espírito insolidarista tem sua origem nos primórdios da “colonização”.[1] Dessa maneira, criou-se
no Brasil o homo colonialis, tendo como características fortes traços de individualismo e desconfiança: um
amante da solidão, do deserto, rústico e anti-urbano... O bandeirante paulista é citado como um exemplo clássico:
“Os paulistas são de ânimos ferozes, porque a criação que quase todos eles tem lhes fez um hábito de ferocidade;
são de gênio áspero e desconfiado, pronto a internar-se pelos matos” (p.145-146).

[1] Vianna (1955) discute longamente as doações das sesmarias em que todos os membros da família ganhavam a
terra, até mesmo os filhos que ainda estavam por nascer: “Famílias há inteiras – dizia o governador Paulo da
Gama, da Capitania do RS – que estão possuindo 15 a 18 léguas de terra. Os pais conseguem 3 léguas e os filhos,
cada um outro tanto. Do mesmo modo se tem dado sesmarias de 3 léguas a irmãos e irmãs, e cada um por cabeça,
cedendo depois todos em benefício de um só” (p.140).

O ‘homem cordial’ de Sérgio Buarque de Holanda


O tema central de Raízes do Brasil é a análise do homem cordial, que se opõe ao ritualismo e à polidez. O homem
cordial presta culto sem obrigação e rigor. É a predominância do sentimento – contradição entre o racional e o
afetivo. Para Dias (1998), “a figura do homem cordial representou este aspecto conciliador das elites,
preocupados em atrair simpatias pessoais, em reforçar alianças de interesse particulares, familiares, oligárquicas.
Através da metáfora da cordialidade referia-se à preocupação das elites dirigentes brasileiras de manter uma
aparente harmonia, assim como à sua capacitação de reagir com violência, quando os conchavos pessoais não
bastavam” (p.26).

Por aqui se estabeleceram as relações de compadrio e os laços afetivos e pessoais: “Corresponde à atitude natural
aos grupos humanos que, aceitando de bom grado uma disciplina da simpatia, da ‘concórdia’, repelem as do
raciocínio abstrato ou que não tenham como fundamento, para empregar a terminologia de Tönnies, as
comunidades de sangue” (p.27).

O Público e o privado

A “promiscuidade” entre o público e o privado prevaleceu por muito tempo na vida política brasileira, ou melhor,
sempre houve a usurpação do público pelo interesses privados. Sérgio Buarque de Holanda afirma que a
“entidade privada precede, sempre, a entidade pública, [assim] o resultado era predominarem, em toda a vida
social, sentimentos próprios à comunidade doméstica, naturalmente particularista e antipolítica, uma invasão do
público pelo privado, do Estado pela família” (apud Esteves, 1998, p.60).

O coronelismo rio-grandense

Já para Loiva Otero Félix (1987), o coronelismo gaúcho traz consigo duas variáveis próprias que o diferenciam
do coronelismo brasileiro: a pecuária e o aspecto fronteiriço, e o elemento ideológico do positivismo castilhista-
borgista: “o coronelismo gaúcho é produto da soma de semelhanças e diferenças, isto é, de situações que o
aproximam dos demais casos de poder local do Estado brasileiro com os elementos oriundos das condições
históricas peculiares do surgimento e formação do estado sulino.

Duas variáveis nos parecem ser determinantes neste conjunto: a tradição militar de fronteira ligada à atividade
pecuária e o componente ideológico do positivismo castilhista-borgista, com tudo que cada uma destas traz em
decorrência” (FÉLIX, 1987, p.11).[1]

Coronelismo ou caudilho

O estancieiro foi também chamado de caudilho, pois exercia a dominação local, além de garantir meios
econômicos especiais junto aos líderes políticos. O caudilho era proprietário de terra e exercia relações de
compadrio (fidelidade) com pessoas influentes a fim de obter proveitos pessoais (p.33-37).

A Revolução Federalista rio-grandense (1893-1895): uma guerra intraclasse

A cisão da elite econômica e política rio-grandense entre conservadores liberais (também chamados de
federalistas e libertadores - latifundiários estancieiros da campanha) e conservadores republicanos (positivistas e
legalistas urbanos: Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande), ou seja: as disputas entre as oligarquias regionais pelo
controle do poder

Maragatos versus Pica-paus

A Revolução Federalista é popularmente conhecida como a guerra entre maragatos e pica-paus.[1]


Os conservadores liberais (federalistas) eram adeptos do sistema parlamentar, e foram chamados de maragatos
por utilizar em suas fileiras soldados uruguaios provenientes da região espanhola chamada Maragatería (Província
de Leon, de origem cigana), que migraram para o interior do Uruguai.[2]

Muitos deles tornaram-se peões nas estâncias uruguaias e saíam para combater a mando dos seus patrões. O
apelido “maragato” era pejorativo, indicava eles serem estrangeiros, não-brasileiros, cuja conotação foi dada
pelos republicanos quando do levante de Gumercindo Saraiva no início da Revolução em fevereiro de 1893.[3]

Os maragatos usavam lenços vermelhos para se identificar.[4] As principais lideranças dos maragatos foram
Gaspar da Silveira Martins, um ex-monarquista, Gumercindo Saraiva e João Nunes da Silva Tavares.

Degolas...

[1] A Revolução Federalista (1893-1895) causou aproximadamente 10 mil mortes em dois anos de luta. Em 1923,
novamente as tropas opositoras voltaram a se enfrentar. Mais de mil pessoas tombaram no conflito (TREZZI,
2003).

[4] Vermelha é a cor tradicionalmente usada para quem quer se identificar como revolucionário. Também os
liberais iluministas usavam essa cor.

A prática mais comum de assassinato...

O Populismo na América Latina

 O poder político dominado por elites cafeeiras a partir da década de 30 países como México, Peru, Bolívia, Chile
e Argentina foram perdendo o perfil oligárquico para tornarem-se repúblicas populistas;

 Populismo: prática política predominante na América Latina entre as décadas de 30 e 50.

Principais Características do populismo

 Governos comandados por políticos de muito carisma e liderança popular;

 Apoio de diferentes segmentos e classes sociais do governo;

 Defesa dos interesses nacionais e exaltação e valorização do país (nacionalismo);

 Intenso uso da propaganda política;

Modelo Argentino

 Denominado peronismo em razão do presidente que esteve no poder de 1946-1955 e 1973-1974: Juan Domingo
Peron;

 Chegou ao poder como candidato do PL (partido Laborista)- governou o país com amplo apoio popular,
principalmente da classe trabalhadora;

 Projeto político: defendia a realização da reforma agrária, fim dos latifúndios e ainda investimentos na indústria;
 Principal característica: trabalhismo – cria benefícios para atender as reivindicações operárias ;

 Criação de leis trabalhistas contribuiu para que conseguisse apoio popular;

Realidade do Brasil

 Getúlio Vargas criou leis trabalhistas para garantir o prestígio popular;

 As duas práticas: getulismo e peronismo tinham discursos voltados para classe trabalhadora e defesa do
nacionalismo;

 Os trabalhadores eram incentivados a filiarem-se em sindicatos, mas estes eram comandados pelo governo,
qualquer questionamento ou oposição era duramente reprimido.

O Peronismo e a Guerra Fria

 Nacionalismo pretendia alcançar o meio termo na Argentina (nem capitalista, nem socialista);

 Acreditava romper com o capitalismo internacional e tornar o país o país independente do domínio de grandes
potências;

 Peron queria fazer uma “Revolução Social” pacífica, antes que o povo fizesse a radical como ocorreu nos países
socialistas;

 Peron em seu mandato em 1952 foi perdendo apoio do exército, da igreja, após a euforia industrial até a burguesia
fez oposição a Peron;

 Projeto nacionalista cria um inimigo: o capital estrangeiro;

 Em 1955 renuncia após ter sido vítima de um golpe do exército argentino;

 1973 – Perón vence as eleições, porém foi vítima de uma ataque cardíaco e faleceu, em seu lugar assumiu sua 3ª
esposa Isabelita Perón, porém em 1976 foi deposta em meio a uma grave crise econômica – novamente os
militares assumem o poder;

A Propaganda Política

 Discursos nacionalistas influenciados por Mussolini e Hitler marcaram os governos argentinos e brasileiros;

 Vargas e Perón – utilizaram da comunicação e da propaganda para fortalecerem suas imagens e mobilizarem as
massas populares para realização de seus projetos;

 Perón, além da propaganda utiliza a repressão para evitar qualquer crítica ou manifestação de oposição política;

 1948 – conjunto de ações para controlar a oposição: fechamento de jornais, compra das principais rádios privadas
pelo governo argentino, impediu a liberdade de imprensa;

 As rádios eram utilizadas para reforçar a imagem do presidente perante os mais pobres, sendo que Eva Perón
(primeira dama) teve um importante papel neste contexto;

 Evita Perón – realizou programa de assistência social, com a distribuição de roupas, medicamentos;

 Através da propaganda o peronismo consolidou-se numa verdadeira ideologia, mantendo-se presente na


atualidade para muitos;
 Após a Primeira Guerra Mundial e a Crise de 1929, países que dependiam de nações capitalistas iniciaram
investimentos na produção nacional, cujo objetivo era não dependerem das importações dos produtos que naquele
momento nem EUA, nem Europa estavam em condição de fazer;

 Crise de 1929 – diminuição da importações de produtos da América Latina;

 Principais produtos afetados: Café (Brasil), Erva-mate (Paraguai), Carne (Argentina, Uruguai), Açúcar (Cuba) e o
Cacau (Colômbia);

 Solução: investimento em modernização da indústria, rompendo com as antigas estruturas ;

 Apesar do nacionalismo pregado pelos populistas não houve distribuições de riqueza ou melhoria na qualidade de
vida da população;

Organização dos Estados Americanos

 OEA – Instituição com sede nos EUA fundada em 1948, é uma espécie de ONU das Américas;

 Objetivo: garantir a paz, a segurança e a democracia nos países-membros e promover o crescimento


econômico e o desenvolvimento dos países da América Latina;

 Participantes: 35 países das Américas, exceto Cuba, desligada após a tomada do poder pelos comunistas;

 OEA – atualmente desenvolve um trabalho de combate ao narcotráfico no continente americano

Populismo no Brasil

 O sucesso do populismo no Brasil associa-se ao baixo nível de institucionalização da sociedade civil


(incapacidade de representação associada a certa passividade das massas) e assim é aceito por oprimidos e
opressores.

 Governo Vargas: “Governo popular, Ministério reacionário”. Eis a fórmula da manipulação que presidiria as
relações entre o governo e as classes sociais. Esse populismo reflete a falta de legitimidade do Estado e opera
como mecanismo de adesão e aceitação de um governo.

 De maneira geral, o populismo no Brasil está, historicamente, alicerçado no discurso do desenvolvimento,


sobretudo, industrial. E esse discurso é, ao mesmo tempo, o sucesso e o fracasso de um governo populista. Já que
o progresso do capital vem acompanhado de desigualdades, pobreza e outras mazelas. Assim, são postos os
limites da manipulação populista:

Pois enquanto a economia cresceu, houve acumulação e pôde o Estado atender, no interesse dessa mesma
acumulação e de sua sustentação política, a demanda dos trabalhadores. Contudo, tão logo se esgota o ciclo de expansão
da economia brasileira, essa demanda extrapola a capacidade de atendimento do Estado, abrindo as portas para uma
verdadeira mobilização política popular. (Weffort.1978)

[1].

[1] WEFFORT, F - O populismo na política brasileira. São Paulo: Paz e Terra, 1989.

 Heterogeneidade de interesses, alianças policlassistas e conflitos inter e intra classes é o resultado desse
fenômeno brasileiro que termina por revelar o populismo como uma falsa solução.
 O populismo no Brasil é datado por vários estudiosos a partir do governo de Getúlio Vargas em 1930, sobretudo
no “Estado Novo”, com a Constituição de 1946, chamada de democracia populista. Contudo, com o passar do
tempo, esse populismo vai ganhando com outros governantes/líderes novos contornos e caracterizando o
“populismo brasileiro”.

 No Brasil o momento de transição se deu com a mudança de um sistema agrário para um urbano-industrial e se
caracterizou pelo apelo à imagens simbólicas de um povo subalternizado, utilizando em vários discursos palavras
de orem como "povo".

[...] o Populismo tende a permear ideologicamente os períodos de transição, particularmente na fase aguda dos
processos de industrialização. É no ponto de coesão e de sutura e, ao mesmo tempo, de referencia e solidificação, que
apresenta grande capacidade de mobilização.

 A condição de sobrevida do populismo está diretamente relacionada à sua capacidade de lidar com a pluralidade.

 O populismo varguista pode ser definido com um jogo ambíguo de concessões e limitações. Fizeram-se algumas
concessões ao povo e aos aliados, mas manteve-se o poder centralizador. Deram-se direitos aos trabalhadores,
mas atrelaram-se seus sindicatos ao Estado. Queimou-se o café excedente, mas o lucro, que porventura
aparecesse, iria para o desenvolvimento das fábricas

 . Getúlio toma as rédeas do poder e, ora jogando com a vontade do povo, ora jogando com a vontade da
oligarquia cafeeira e, principalmente, com a burguesia industrial proeminente, mantém o poder em suas mãos por
15 anos. Para isso, ele procurou "obscurecer" as lutas de classe, através do atrelamento dos órgãos representativos
- os sindicatos - ao Estado, e dissolvendo os partidos[1].

 O líder populista procura atingir como estratégia, muitas vezes, o emocional da população. Nesse sentido temos o
exemplo recente do presidente Lula que a partir de sua história de vida de retirante nordestino assolado pela seca,
pela fome e outros problemas iniciou-se na vida política como militante esquerdista e sindicalista: tornado-se um
verdadeiro símbolo do trabalhador comprometido com sua categoria.

PLURIPARTIDARISMO
CONCEITO DE PARTIDO POLÍTICO

a) “O partido político é uma forma de agremiação de um grupo social que se propõe organizar, coordenar e
instrumentar a vontade popular com o fim de assumir o poder para realizar seu programa de governo”.

(José Afonso da Silva)

b) “São associações de pessoas com uma ideologia ou interesses comuns que, mediante uma organização estável
(Partei – Apparat), miram exercer influência sobre a determinação da orientação política do país”
(Pietro Virga).

PLURIPARTIDARISMO

É o sistema dominante na grande maioria das sociedades contemporâneas.

Nesse sistema não há limite à constituição dos partidos políticos.


ITÁLIA – mais de 30 partidos

RÚSSIA – quase 60 regulares

BRASIL – mais 27 partidos

Em março de 1964 João Goulart foi deposto, assumindo o Marechal Humberto de Alencar Castello Branco.

Era a “Revolução de 64”.

O GOLPE DE 64.

A chamada “Revolução de 64” interrompeu a vida político–partidária brasileira de forma tão drástica quanto a
ditadura de Vargas entre 1937 e 1945 (Estado Novo).

Foram fechados pelo Ato Institucional Nº 2 todos os partidos existentes em 1965

Partido Social Democrático (PSD)

União Democrática Nacional (UDN)

Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)

Partido Trabalhista Nacional (PTN)

Partido Social Trabalhista (PST)

Partido Republicano Trabalhista(PRT)

Movimento Trabalhista Renovador (MTR)

Partido Republicano (PR)

Partido Social Progressista (PSR)

Partido Democrata Cristão (PDC)

Partido de Representação Popular (PRP)

Partido Libertador (PL)

Partido da Boa Vontade (PBV) – Alziro Zarur

A Imitação Germânica

A partir do AI 2, a vida partidária brasileira passou a ser feita exclusivamente no âmbito do partido revolucionário
– a ARENA – Aliança Renovadora Nacional – e do MDB (os “contras”) Movimento Democrático Brasileiro.

O povo começou a ironizar os dois partidos artificiais, chamando os “PARTIDO DO SIM, SENHOR” (à
ARENA) e PARTIDO DO SIM (ao MDB).
A imprensa censurada, os partidos políticos amarrados, as eleições indiretas e a privação das liberdades são a
marca desse período. Com o AI – 5 (dezembro de 68) a vida político-partidária passou a obedecer ao comando dos
quartéis.

As lideranças partidárias foram cassadas

Juscelino (PSD)

Jânio Quadros (PSP)

Ademar de Barros (PRP)

João Goulart e Leonel Brizola (PTB)

Carlos Lacerda (UDN) entre tantos outros, foram para o exterior.

O FIM DA QUINTA REPÚBLICA: A VOLTA DO PLURIPARTIDARISMO (1979 – 1985)

Com o desgaste do modelo econômico da “Revolução” (que durante algum tempo teve sucesso em fazer crescer a
economia e na redução do desemprego) o modelo político bipartidário estava condenado. Veio a Lei da Anistia (1979) e
com ela o retorno dos exilados.

A imprensa respirava algo mais livre. Em 1979/80, os sindicatos foram liberados, depois de 15 anos de proibição.
A pressão por eleições diretas começava a tomar corpo. A vitória eleitoral do PMDB nas eleições para o Senado em 1974
e 1976, levaram ao “PACOTE DE ABRIL” em 1977.

O General Ernesto Geisel, temeroso de que o seu Partido, a ARENA, perdesse o controle do Senado, criou a figura dos
“Senadores Biônicos”, indicados diretamente pelo Executivo.

Como nem essa medida impedisse o crescimento do partido da oposição, os militares decidiram acabar com o
bipartidarismo. Controlando a Arena, esperavam ver o MDB dividido em vários partidos pequenos.

GEISEL e MAQUIAVEL

Em 1985, a ARENA já não conseguiria eleger o sucessor do General Figueiredo, último presidente de plantão. O
governador Paulo Maluf, de São Paulo, tinha o controle da legenda, e queria ser o indicado pela ARENA como candidato
do partido nas eleições indiretas para Presidente da República.

Parte do MDB queria eleições “DIRETAS JÁ”, parte preferia um candidato que enfrentasse Maluf no Colégio
Eleitoral.

A proposta de eleições diretas – Emenda Dante de Oliveira – foi derrotada no Congresso por falta de quorum (a
Arena retirou-se do Plenário).

No Colégio Eleitoral, o MDB precisava de apoio de parte do governo para enfrentar Maluf. Nasceu então uma
dissidência da ARENA, o PFL (Partido da Frente Liberal), com Sarney, Bornhausen, Marco Maciel e outros que, aliado
ao PMDB, garantiu a eleição de Tancredo Neves, com Sarney como vice – presidente.

A re-democratização do Brasil veio, pois, dos partidos políticos, principalmente da união PMDB – PFL.

A “NOVA REPÚBLICA” (1985 – 1990)

O Governo Tancredo não houve, já que o presidente eleito morreu sem tomar posse. Assumiu seu vice, José
Sarney, fundador do PFL e que, por acordo, filiou-se ao PMDB antes de assumir a presidência.
O Governo Sarney realizou a Assembléia Nacional Constituinte de 1986; a Constituição de 1988, chamada
“CONSTITUIÇÃO CIDADÔ adotou o modelo pluripartidário, iniciando o quadro político que ora vivemos, com os
atuais Partidos Políticos.

O PLURIPARTIDARISMO É MANDAMENTO CONSTITUCIONAL

Art.17 É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I – caráter nacional;

II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governos estrangeiros ou de subordinação


a estes;

III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º E assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento,
devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias.

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
Tribunal Superior Eleitoral.

§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma
da lei.

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

CONCLUSÕES

A vocação brasileira é PLURIPARTIDÁRIA

O bipartidarismo, no Brasil, foi sempre imposição de ditaduras:

Revolução de 64(1966/1980)

Os governantes sem base partidária forte não se mantêm no poder.

Jânio Quadros

Fernando Collor

As grandes democracias são PLURIPARTIDÁRIAS:

ITÁLIA

FRANÇA

INGLATERRA

EUA

ALEMANHA
O Mono partidarismo é sistema em extinção, limitado hoje a nações com escassa dose de liberdades:

CHINA

CORÉIA DO NORTE

CUBA

Os partidos artificiais ou personalistas têm vida curta:

PRN – Fernando Collor

PSP – Jânio Quadros

Os partidos de programas nítidos são os únicos de vida longa:

PT - 23 ANOS

PFL – 20 ANOS

PMDB - (38 ANOS, CONTADO O TEMPO EM QUE FOI MDB)

PSDB (dissidência do PMDB)

PCB E PC DO B (82 ANOS).

OS PARTIDOS BRASILEIROS ESTÃO AOS POUCOS ADQUIRINDO SOLIDEZ DE PROGRAMAS E


DE “PRAXIS”.

Sem partidos fortes é mais fácil o surgimento de regimes totalitários, como por exemplo o Estado Novo (1937
/1945).

Os partidos políticos são a visão especular da sociedade: refletem a nossa própria qualidade.

O QUE FOI A DITADURA?

O regime do medo, das atrocidades , do não respeito aos direitos humanos, do autoritarismo, do abuso do poder.

Período do medo de perder o poder, por parte daqueles que lá estavam.

Medo de desaparecer, morrer, se “pensasse” algo ameaçador para o poder.

Episódios que não passaram despercebidos

1975 – Wladimir Herzog – Jornalismo TV Cultura São Paulo : Depoimento junto ao DOI-CODI – Morto em um
dos quartéis do Segundo Exército.

1976 – Manoel Fiel Filho – Operário – Morto durante interrogatório

Gal. Frota Tenta Um Golpe. Enviou a todos os quartéis do país um violento manifesto, acusando Geisel de
favorecer a infiltração comunista nos altos escalões governamentais e, em seguida, convocou uma reunião dos
principais comandos militares do país em Brasília, para preparar um golpe. SNI comunica ao Presidente os
movimentos do Gal. Frota. Geisel ordena o deslocamento de tropas para o aeroporto brasiliense, sob o comando
do Gal. Hugo Abreu. A medida que os comandantes militares iam chegando, eram colocados diante de duas
opções: Ministério do Exército para conspirar com Frota ou Palácio do Planalto para reafirmar fidelidade a
Geisel. Gal. Frota fica só e é demitido. A vitória de Geisel propiciou a abertura política.

A Abertura (1977/1985)

1978 – Geisel anistiou os exilados políticos.

A Lei de Segurança Nacional, instrumento jurídico do autoritarismo do regime foi modificada e abrandada. 1979
– Revogado o AI-5 Cronograma da Abertura Previa eleição direta de um sucessor militar para o presidente em
exercício, seguido de um sucessor civil, porém ligado aos militares. Só depois haveria eleições diretas. A lentidão
do cronograma desagradava a oposição.

Foi lançado o pacote de abril – conjunto de leis que estabeleceu a nomeação dos “senadores biônicos” para um
terço do Senado. 1978 – Gal. João Batista Figueiredo eleito Presidente da República. Assume em março de 1979 ,
dando prosseguimento ao processo de abertura política. Gal. Golbery do Couto e Silva foi o principal colaborador
do presidente.

Acontecimentos Relevantes

1978/1979 – a grande insatisfação com o regime militar verificada entre os trabalhadores mais organizados,
operários dos setores automobilístico e metalúrgico, iniciaram uma onda de greves. Foram liderados por Luis
Inácio da Silva (Presidente do Sindicato dos metalúrgicos do ABC paulista). Congresso aprovou a Lei da Anistia

Formação dos Novos Partidos. Final de 1979 – início da organização de novos partidos no lugar da ARENA e
MDB, visando as eleições diretas para governadores dos estados.

O MDB na condição de oposição tinha como seu principal líder Ulysses Guimarães.

A proposta da reforma partidária objetivava o enfraquecimento do MDB para as eleições de 1982. A ARENA,
partido do governo, transforma-se em Partido Democrático Social (PDS). O MDB transforma-se em Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Surgem ainda o PTB, PDT, PT

DIRETAS JÁ

1983 – Mobilização popular, liderada pelo PT, objetivando fazer com que o Congresso (PDS) efetuasse a reforma
constitucional que possibilitava as eleições diretas para a sucessão presidencial.

A campanha das Diretas-Já ganha apoio do PMDB e do PDT.

A emenda constitucional não foi aprovada – Frustração em todo o país.

Eleições Indiretas

Tancredo Neves do PMDB é eleito Presidente da República.

Morre antes de assumir o governo.

Assume o vice presidente José Sarney.

Dessa foma, encerra-se 21 anos de regime militar

Constituição de 1988
Promulgada em 5 de outubro depois de um ano e meio de debates.

Democracia liberal com a separação dos três poderes e eleição direta para todos os cargos do executivo e
legislativo.

Fim da censura prévia, garantia do direito de greve, liberdade sindical

Amplo assistencialismo social, garantindo-se o direitos trabalhistas.

Descentralização administrativa e financeira , afetando estados e municípios.

Fernando Collor de Mello

Candidato que se dizia apolítico, que reconhecendo o poder da imprensa e valorizando a imagem, soube
moldá-la de acordo com as expectativas populares.

Discurso era uma falácia.

Contava com o disfarçado apoio de figuras ligadas àquilo que de mais arcaico existia na política brasileira
(coronelismo).

Seu partido – Partido da reconstrução Nacional (PRN) foi criado especialmente para propiciar sua candidatura.
Recebia grandes doações dos empresários interessados na vitória do conservadorismo.

Vence o segundo turno contra Lula.

Governo Collor de Mello 1990/1992

Promessa de campanha:

Adequação do Brasil à nova realidade do neoliberalismo mundial:

Diminuição do papel do Estado

Livre mercado

Abertura para as importações

Fim das privatizações e dos subsídios

Ao assumir:

Implantou o Plano Collor:

Confisco de todas as contas correntes, poupanças e investimentos que excedessem cinqüenta mil
cruzeiros.

Corte nos gastos públicos – demissão de funcionários públicos.

Aumento de impostos.

Iniciou as privatizações

Redução do imposto de importação

A Queda de Um MITO
O “caçador de marajás“ revela-se o maior de todos eles.

Denúncias de corrupção em todos os níveis.

O povo brasileiro pede o impeachment

Em 29/09/1992, a Câmara dos Deputados decidiu pelo afastamento: 441 votos “sim” e 38 votos “não”.

Itamar Franco (1992/1995)

Assume o vice com apoio do PSDB.

Fevereiro de 1994 – Anuncia o Plano

Real idealizado por uma equipe de economistas da PUC/RJ.

Puxando o “carro chefe” o Ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso.

Aspecto positivo do plano

Queda da inflação

Aspectos negativos do plano

Falências e desemprego

Fernando Henrique Cardoso 1995/1999 e 1999/2002

Sucesso eleitoral em função das composições com grupos políticos (oligarquias).

Apoio popular em função do sucesso da estabilidade econômica.

Remodelação nas estruturas públicas.

Programa de Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro (Proer), que socorreu os bancos privados.

MERCOSUL Mercado Comum do Sul: queda das barreiras alfandegárias entre Brasil, Argentina, Uruguai e
Paraguai.

Intensificação das privatizações a partir de 1997 (entreguismo).

Programa de demissão voluntária do funcionalismo federal (PDV)

Fim do efeito corrosivo da inflação galopante.

1996 – preocupação do executivo com a emenda constitucional que permitiria a reeleição de FHC.

Supremacia do executivo (o presidente como figura central, especialmente em relação ao legislativo).

Uso progressivo das medidas provisórias (MPs)

Melhoras ínfimas no quadro social.

Metade da população brasileira formada por pobres.Parcela significativa vivendo na indigência. Um apartheid
social.
Pior distribuição de renda do mundo.

Movimento do MST – grave crise fundiária.

UDR reage à invasões.

Até 1998 o Plano Real continuou garantindo uma inflação baixa, apesar dos custos sociais.

Popularidade alta garantiu sua reeleição.

Inflação baixa no início de 2000.

Na área da saúde , em 2000, o Brasil foi apontado pela OMS como pior que Paraguai, El Salvador e Butão. Ficou
em 125º lugar entre 191 países. Na América entre 35 países ficou em 30º lugar.

Elevada taxa de desemprego

Péssima distribuição de renda

Baixos salários e indigência geraram tensão social sem precedentes.

Violência descontrolada nas grandes cidades.

No início do século XXI, com a aceleração da concentração de riquezas e da exclusão social no mundo todo,
somente a organização social e a atuação política podem criar espaços para a ampliação da cidadania, o
aprimoramento educacional e a mobilização de trabalhadores e excluídos, visando a um verdadeiro enfrentamento
e resolução das grandes questões sociais nacionais e mundiais.

TAYLORISMO E FORDISMO

TAYLORISMO

 AUTOR: FREDERIC WINSLOW TAYLOR

1º FASE:

Problemas de salário, estudos dos tempos e movimentos e administração de tarefas

2º FASE:

- O homem precisa de motivação. Uma boa administração deve pagar salários altos e ter baixos custos de produção. A
administração deveria aplicar métodos de pesquisas, para determinar a melhor maneira de executar tarefas. Os
empregados deveriam ser selecionados e treinados

3º FASE:

Taylor sintetiza os objetivos da administração científica: Estudos de tempos e movimentos. Padronização de


ferramentas, instrumentos e movimentos.
Criação de um departamento de planejamento. · Sistema de pagamento de acordo com o desempenho. Cálculo de
custos.

Críticas à Administração Científica:

 Com o mecanismo, não houve preocupação com o elemento humano.


· Com a super especialização do operário, e o fracionamento das tarefas, a execução tornou-se totalmente
padronizada. Com a visão microscópica do homem, considerava-se o empregado individualmente, esquecendo
que ele é um ser social.

FORDISMO

• Henry Ford, praticou à risca os projetos de padronização e simplificação criados por Taylor e promoveu novas
tecnologias para o período. Criação do automóvel modelo T. Criação de linha de montagem de automóveis.
Adaptação dos modelos estudados por Taylor. Criação de mercado para uso de automóveis. Programa Cinco
Dólares / dia. Criação do Departamento Sociológico

 Frase importante de Ford: “Quanto ao meu automóvel, às pessoas podem tê-lo em qualquer cor, desde que seja
preta!”.

Principais críticas ao fordimo:

• Automatismo da Produção. Desqualificação profissional devido a automação de processos. Processo produtivo


entediante.

 Esgotamento do modelo fordista de produção: O modelo baseado na exploração excessiva dos princípios da
padronização e divisão do trabalho foram questionados pela rigidez e incapacidade de responder as novas
características do mercado global.

Pós-fordismo

 Competição Global

 Sistemas flexíveis de produção/pequenos mercados de nicho

 Estruturas organizacionais flexíveis e horizontais

 Competição pela inovação, diversificação e subcontratação.

Teoria do Estado Contemporâneo

Nepotismo
Definição: Nepotismo: (do latim nepos, neto ou descendente). Forma de corrupção. Alto funcionário público utiliza de
sua posição para entregar cargos públicos a pessoas ligadas a ele por laços familiares, de forma que outras, que
possuem uma qualificação melhor, fiquem lesadas.

Origem: Expressar as relações de concessão de privilégios entre o Papa e seus parentes. No período do Renascimento,
os papas e outras autoridades da Igreja Católica, por não terem filhos, protegiam seus sobrinhos, nomeando-os a cargos
importantes dentro da Igreja.

Nepotismo e a Democracia

O nepotismo é amplamente condenado na esfera política mundial, sendo associado à corrupção e considerado um
empecilho à democracia. Alguns biólogos defendem que o nepotismo pode ser uma forma de seleção familiar.

O grande Nepotista

O maior nepotista da história talvez tenha sido Napoleão Bonaparte, uma vez que o imperador francês nomeou três de
seus irmãos como reis nos países por ele conquistados.

O que diz a Constituição Federal

Artigo 37: prega que os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência devem ser
seguidos na contratação de funcionários no serviço público.

Nepotismo é crime?

É importante ressaltar que nepotismo não é crime.

Conseqüências

Comprovado o nepotismo, o agente público fica sujeito à ação civil pública por ato de improbidade administrativa, isso
inclui desde o ressarcimento integral do dano ao erário público até a perda da função e dos direitos políticos de três a
cinco anos.

Não é possível vencer um problema cultural com leis

por Roberto Wanderley Nogueira:

“Sobre o tema “Nepotismo” a ser vedado por meio de Emenda Constitucional (PEC 334/96), observa-se, que essa
questão tem gerado embates ideológicos muito incisivos que não se confundem com a moldura ética que deveriam
revelar e, bem por isso, acabam camuflando emulações de todo tipo, inclusive pessoais, que nada têm de republicanas.”

“Depois de mais de 500 anos de existência formal do Brasil chega-se à invariável conclusão de que não é possível
vencer um problema de ordem cultural por meio de leis e decretos.”

1.Sociedade 2.Instituição Social 3. Família 4. Escola 5. Educação e Ensino


Reflexão:

• “A educação deve fortalecer o desejo de verdade e não a convicção de que determinado credo particular é a
verdade.”

• “O gosto da aventura mental é muito mais comum nos jovens do que nos adultos. Nas crianças é muito comum e
brota naturalmente da fase do faz-de-conta e da fantasia. Torna-se raro na vida posterior porque tudo se faz para
mata-lo pela educação. Os homens temem o pensamento como nada mais no mundo – mais do que a ruína e até
mesmo do que a morte. O pensamento é subversivo e revolucionário, destrutivo e terrível. Não tem contemplação
para com o privilégio, as instituições estabelecidas e os hábitos confortáveis. É anárquico e sem lei, indiferente à
autoridade, negligente em relação à sabedoria provada dos tempos. O pensamento olha para o inferno e não se
atemoriza. Vê o homem, esse ponto insignificante, rodeado por insondáveis profundezas de silêncio, e, contudo,
mantém-se orgulhosamente inamovível como se fosse o senhor do universo. O pensamento é grande, é veloz, é
livre. É a luz do mundo, a glória máxima do homem.”

(Bertrand Russell, Princípios de Reconstrução Social, Cia Editora Nacional, 1958,


p.111 e 120)

1. Sociedade

• Definição1: 1. Agrupamento de seres que vivem em estado gregário. Grupo de indivíduos que vivem por vontade
própria sob normas comuns; comunidade. Grupo de pessoas que, submetidas a um regulamento, exercem
atividades comuns ou defendem interesses comuns; grêmio, associação, agremiação. Meio humano em que o
indivíduo está integrado. Contrato pelo qual pessoas se obrigam a reunir esforços ou recursos para a consecução
dum fim comum.

• Definição 2. Segundo o Sociólogo Pérsio Santos de Oliveira, sociedade é a “Coletividade organizada e estável de
pessoas que ocupam um mesmo território, falam a mesma língua, compartilham a mesma cultura, são geridas por
instituições políticas e sociais aceitas de forma consensual e desenvolvem atividades produtivas e culturais
voltadas para a manutenção da estrutura que sustenta o todo social. A sociedade apresenta-se geralmente dividida
em classes sociais ou em camadas sociais nem sempre harmônicas. Entretanto, mesmo quando há oposição e
conflito entre essas classes ou camadas, verifica-se também complementaridade entre elas, e é essa
complementaridade que mantém de pé a sociedade como um todo.”

2. Instituição Social

• Definição 1 (Pérsio Santos de Oliveira, Mt. em Sociologia pela FFLCH-USP): Forma de organização, ou
organismo social, que tende a durar independentemente da vontade de seus integrantes. É também definida como
um conjunto de regras e procedimentos produzidos, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade e que têm
grande valor social; são os modos de pensar, de sentir, e de agir que a pessoa encontra preestabelecidos na
sociedade e cuja mudança se faz muito lentamente, com dificuldade.

• Definição 2 (Cristina Costa, Dr em Ciências Sociais pela FFLCH-USP): O comportamento humano tem por
característica a padronização, isto é, sempre que um agente social obtém aquilo que deseja, tende a repetir o
comportamento adotado em novas situações, assim como tende a ser imitado pelos que o cercam. A gratificação
ou a punição decorrente das diversas ações leva à padronização e à formação de usos e costumes, e à cristalização
das formas de comportamento social, ou à sua institucionalização.

• As instituições sociais são entidades que congregam várias dessas formas de comportamento estabelecidas,
organizando-as de forma recíproca, hierárquica e com um objetivo comum.
• A família, a igreja, o exército e a burocracia do Estado são as mais antigas e fortes instituições sociais, dentre as
quais a família se destaca por seu caráter universal. As instituições econômicas – em especial a propriedade – são
de fundamental importância no capitalismo e responsável em grande parte pela estrutura de classes existente.

• ... apesar de sua função de manutenção da sociedade, de manifestação direta da estrutura social, as instituições
são passíveis de mudança e transformação. Exemplo disso é o que vem ocorrendo com a família nas últimas
décadas.

3. Família

• Definição 1: Pessoas aparentadas que vivem, geralmente na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos.
Pessoas do mesmo sangue. Origem, ascendência... Família elementar ou família nuclear. A que é constituída pelo
casal e seus filhos.

• Definição 2 (Pérsio Santos de Oliveira): Primeiro grupo social a que pertencemos; é uma instituição social
constituída pelo conjunto de pessoas unidas por vínculos de parentesco e consangüinidade.

• Definição 3 (John Scotson, Introdução à Sociedade, Zahar editores, 1976): Não há melhor forma de estudar a
interação dos grupos humanos do que através da análise das funções da família. A maior parte das pessoas
cresceu em alguma forma de estrutura familiar e aprendeu a se ajustar às demandas feitas pelos pais, irmãos e
irmãs, avós e tios e tias.

• A família não é só a primeira forma de vida em grupo que a maioria das pessoas experimenta, ela também serve
de mediadora entre o indivíduo e a sociedade, ajudando-o a ocupar seu lugar no mundo maior (...) Em toda
sociedade, o parentesco foi, em algum momento, a unidade-chave da organização social, mantendo sua influência
na economia, na vida política, na religião e até mesmo na guerra.

• A palavra família é tão comumente usada que se torna necessário utiliza-la com precisão ao estudar a sociedade.
Para nos ajudar a definir mais claramente o significado do termo família, os sociólogos geralmente concordam em
usar as seguintes definições:

• · Família nuclear = uma unidade composta por um marido, uma esposa e seus filhos.

• · Família consangüínea = a família de parentes pelo sangue.

• · Parentesco = o padrão de relações resultantes do desenvolvimento das famílias nuclear e consangüíneas.

• · Monogamia = casamento de um homem com uma mulher.

• · Poligamia = casamento com mais de duas pessoas.

• · Família patriarcal = o pai como figura dominante.

• · Família matriarcal = a mãe como figura dominante.

O que a Instituição família faz ?

• 1- Ela regula o comportamento sexual através do sistema de relacionamentos.

• 2- Provê uma estrutura reconhecida para a educação das crianças.

• 3- Desenvolve um padrão de sistemas de parentesco.

Aspectos da estrutura social que se inter-relacionam com a vida familiar:


• 1- As crenças e valores de uma sociedade.

• 2- A influência do sistema educacional.

• 3- O ambiente físico e econômico.

• 4- A influência da estrutura de classes sociais.

4. Escola

• 1. Estabelecimento público ou privado onde se ministra ensino coletivo. Os alunos, professores e pessoal duma
escola. Sistema ou doutrina de pessoa notável em qualquer dos ramos do saber.

• Definição 2 (Pérsio Santos de Oliveira): Instituição social especificamente organizada para transmitir aos jovens
os conhecimentos, as normas de comportamento e a herança cultural, de modo a integrá-los na sociedade em que
vivem; é a instituição social destinada a transmitir a educação de forma sistemática.

A origem da escola

• No início, as escolas aparecem para satisfazer os anseios e os interesses da aristocracia. Não é sem razão que a
palavra escola significava “lazer”. O vocábulo escola vem do grego skole, que quer dizer ócio, isto é, tempo livre
das ocupações; latinizando, o termo ficou schola. Originalmente, a escola era o lugar onde as pessoas de posse
davam-se ao luxo de fazer exercícios intelectuais, sem visar a outros resultados que não o enriquecimento mental,
para mais fácil separação das pessoas com posição social mais baixa.

• A escola tendeu, então, para uma educação sistemática. A diferenciação econômica, a divisão do trabalho e o
comércio entre os grupos e povos criaram certos instrumentos culturais necessários para a sustentação de todos
(...) Aqueles elementos da classe dirigente que se dedicavam ao serviço do culto e das práticas religiosas
organizaram os primeiros cursos intencionais para transmitir essas novas técnicas culturais. Estava fundada,
assim, a escola. Seus fundadores: os sacerdotes.

• A educação sistemática era privilégio de poucos. No entanto, a situação mudou depois que os ideais democráticos
da Revolução Francesa (1789) foram, difundidos. A escola passou a ser direito de todos.

5. Educação e Ensino

• Definição de educação 1: Ato ou efeito de educar(-se). Processo de desenvolvimento da capacidade física,


intelectual e moral do ser humano. Civilidade, polidez.

• Definição 2 (Pércio Santos de Oliveira): Processo pelo qual as gerações adultas transmitem às mais jovens, de
maneira informal ou formal, seus padrões de comportamento, seus valores, sua herança cultural e seus
conhecimentos, de modo a integrá-los produtivamente na sociedade.

• Definição 3 (Nicola Abbagnano) :Pode-se distinguir duas formas fundamentais de Educação: 1. a que propõe
simplesmente transmitir as técnicas de trabalho e de comportamento que já estão em poder do grupo social e
garantir a sua relativa imutabilidade; 2. a que se propõe, através da transmissão das técnicas já em poder da
sociedade, formar nos indivíduos a capacidade de corrigir e aperfeiçoar as próprias técnicas.
6. Status quo

• Expressão em latim que significa o estado atual em que se encontram as coisas. Em certos contextos, pode
designar também a ordem social estabelecida. Algumas dicas para reflexão do assunto. Um ponto chave para
entendermos melhor a Sociologia e o assunto estudado é pensarmos que estamos envolvidos em uma grande teia
de relações; estamos conectados uns aos outros e por isso mesmo o que fazemos gera uma repercussão social – o
mesmo acontece quando outros fazem certas coisas. Na verdade somos dependentes uns dos outros.

• Lembre-se que a sociedade é formada por grupos de pessoas(classes sociais) que se unem por semelhanças de
pensamento, idéias, quantidade de bens acumulados, mas que também se separam pelas mesmas razões. Lembre-
se do advento do Capitalismo e a Revolução Industrial, produto da ação de um determinado grupo
social(burguesia), que modificou e fez surgir novas formas de organização social e política – a organização dos
trabalhadores(sindicatos) para lutar por melhores condições de trabalho e contra a exploração exercida pelos
donos das fábricas. Lembre-se que o surgimento da própria Sociologia está fincada nesse contexto de avanço
tecnológico e aumento dos problemas que esse mesmo avanço desencadeou na sociedade européia.

• Pense em como as instituições sociais: família, escola, igreja etc. foram afetadas a partir desse “desconcertante
mundo novo”.

Cidadania e Políticas - Origens

“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do
governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões,
ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.

A CIDADANIA NA ANTIGUIDADE

Por volta do século VIII a.c. os Profetas Isaías e Amós pregavam em favor do povo e contra os opressores:

“cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido. Fazei justiça ao órfão, defendei a
viúva”.

“Portanto, já que explorais o pobre e lhe exigis tributo de trigo, edificareis casas de pedra, porém não habitareis nelas,
plantareis as mais excelentes vinhas, porém não bebereis do seu vinho. Porque eu conheço as vossas inúmeras
transgressões e os vossos grandes pecados: atacais o justo, aceitais subornos e rejeitais os pobres à sua porta”.

Na Grécia de Platão e Aristóteles, eram considerados cidadãos todos aqueles que estivessem em condições de opinar
sobre os rumos da sociedade. Entre tais condições, estava a de que fosse um homem totalmente livre, isto é, não tivesse a
necessidade de trabalhar para sobreviver, uma vez que o envolvimento nos negócios públicos exigia dedicação integral.

A cidadania grega era compreendida apenas por direitos políticos, identificados com a participação nas decisões sobre a
coletividade.

“A cidadania era para os gregos um bem inestimável. Para eles a plena realização do homem se fazia na sua participação
integral na vida social e política da Cidade-Estado”. “...só possuía significação se todos os cidadãos participassem
integralmente da vida política e social e isso só era possível em comunidades pequenas”.
A igualdade resulta da organização humana, que é o meio de igualizar as diferenças por intermédio das instituições. É o
caso da polis, que tornava os homens iguais através da lei. Perder o acesso à esfera pública equivalia a privar-se da
igualdade.

Os cidadãos formavam o corpo político da cidade, daí a faculdade de tomarem parte das Assembléias, exercerem a
magistratura e proporcionarem a justiça.

A CIDADANIA ROMANA

Em Roma, se encontra a idéia de cidadania como capacidade para exercer direitos políticos e civis e a distinção entre os
que possuíam essa qualidade e os que não a possuíam.

A cidadania romana era atribuída somente aos homens livres, mas nem todos os homens livres eram considerados
cidadãos.

O Direito Romano regulava as diferenças entre cidadãos e não-cidadãos. O direito civil (ius civile) regulamentava a vida
do cidadão, e o direito estrangeiro (ius gentium) era aplicado a todos os habitantes do império que não eram considerados
cidadãos.

A CIDADANIA NA IDADE MÉDIA

O período medieval é marcado pela sociedade caracteristicamente estamental, com rígida hierarquia de classes sociais:
clero, nobreza e servos (também os vilões e os homens livres).

A Igreja cristã passou a constituir-se na instituição básica do processo de transição para o tempo medieval. As relações
cidadão-Estado, antes reguladas pelo Império, passam a controlar-se pelos ditames da Igreja cristã. A doutrina cristã, ao
alegar a liberdade e igualdade de todos os homens e a unidade familiar, provocou transformações radicais nas concepções
de direito e de estado. Relação de dependência pessoal de obrigações mútuas originava-se de ato sacramental e solene e
que apresentava duas vertentes: o vassalo, em troca de proteção e segurança, inclusive econômica, oferecia fidelidade,
trabalho e auxílio ao suserano, que, reciprocamente, investia o vassalo no benefício, elemento real e econômico dessa
relação feudal.

A CIDADANIA NA IDADE MODERNA

Idade Moderna, observa-se um sério questionamento das distorções e privilégios que a nobreza e clero insistiam em
manter sobre o povo.

É aí que começam a despontar figuras que marcariam a História da cidadania, como Rousseau, Montesquieu, Diderot,
Voltaire e outros.

Esses pensadores passam a defender um governo democrático, com ampla participação popular e fim de privilégios de
classe e ideais de liberdade e igualdade como direitos fundamentais do homem e tripartição de poder. Essas idéias dão o
suporte definitivo para a estruturação do Estado Moderno.

Política e Poder

A política, como forma de atividade ou de práxis humana, está estreitamente ligada ao de poder.

O poder político é o poder do homem sobre outro homem, descartados outros exercícios de poder, sobre a natureza ou os
animais, por exemplo. Poder que tem sido tradicionalmente definido como "consistente nos meios adequados à obtenção
de qualquer vantagem" (Hobbes) ou, como "conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados" (Russell).
Concepção Aristotélica

Para Aristóteles a distinção é baseada no interesse de quem se exerce o poder: o paterno se exerce pelo interesse dos
filhos; o despótico, pelo interesse do senhor; o político, pelo interesse de quem governa e de quem é governado, tratando-
se das formas corretas de Governo, nas demais o característico é que o poder seja exercido em benefício dos governantes.

Tipos de poder

a. Poder econômico

É o que se vale da posse de certos bens, necessários ou considerados como tais, numa situação de necessidade, para
controlar aqueles que não os possuem, consistente na realização de um certo tipo de trabalho.

b. Poder Ideológico

O poder ideológico se baseia na influência que as idéias da pessoa

Exemplo: o poder dos intelectuais e cientistas emerge na modernidade quando as ciências ganham um estatuto
preponderante na vida política da sociedade, influenciando enormemente o comportamento das pessoas. A ciência se
propõe a responder pelos mistérios da vida, o que na Idade Média era "mistério da fé".

c. Poder político

O poder político se baseia na posse dos instrumentos com os quais se exerce a força física: é o poder coator no sentido
mais estrito da palavra.

A possibilidade de recorrer à força distingue o poder político das outras formas de poder.

A característica mais notável é que o poder político detém a exclusividade do uso da força em relação à totalidade dos
grupos sob sua influência.

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