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Controle de constitucionalidade

Art. 27, da Lei 9.868/99.

Cabe esclarecer que em regra, a decisão possui efeito ex tunc (retroativo), tendo em
vista que a lei inconstitucional, no Direito brasileiro, é considerada um ato nulo. O
Tribunal declara que a lei já nasceu morta, incompatível com a CF. Contudo, é
possível fazer a modulação dos efeitos da decisão, a fim de conceder uma eficácia
ex nunc ou pro futuro.

Nesse sentido preceitua o art.27:

" Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista


razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá
o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros,
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir
de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado".

Assim para que seja possível a modulação de efeitos, é necessário o preenchimento


de certos requisitos, são eles:

 Quórum de 2/3;

 Razões de segurança jurídica ou razões de excepcional interesse social.

controle difuso com efeitos inter partes.

No controle difuso, incidental ou concreto, em regra, os efeitos da decisão são


válidas somete entre as partes envolvidas no processo, ou seja, o feito é  inter
partes.

Lembrando que, caso o controle difuso seja realizado pelo STF, os efeitos
serão erga omnes, sinalizando que o ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria
da abstrativização do controle difuso, conforme boa parcela da doutrina.

Em uma explicação bem simples, a teoria da abstrativização do controle difuso


preconiza que, se o Plenário do STF decidir a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle difuso,
essa decisão terá os mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, eficácia erga
omnes e vinculante.
– O ajuizamento da ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL rege-se pelo princípio da subsidiariedade, previsto no art. 4º, § 1º,
da Lei 9.882/99, a significar que a admissibilidade desta ação constitucional
pressupõe a inexistência de qualquer outro meio juridicamente idôneo apto a sanar,
com efetividade real, o estado de lesividade do ato impugnado.

– ADPF - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei


ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à
Constituição.

Trata-se de controle difuso de constitucionalidade via incidental, feito dentro do


processo (questão traz a expressão que tira essa conclusão: "na causa de pedir") ,
pedindo pela inconstitucionalidade de uma lei que gera fundamento ao ato lesivo
contra o patrimônio público, entretanto, controle de constitucionalidade a ser feita
será em concreto, sendo que os efeitos, diferentemente do que ocorre no controle
concentrado abstrato de constitucionalidade, será efeito inter partes e vincula
apenas as partes do processo, sendo competente o juízo que se encontra a ação
civil pública para apreciar a inconstitucionalidade.

LEGITIMADOS PARA ADI, ADC E ADPF (3 MESAS + 3 PESSOAS + 3


ENTIDADES):

Mesa da Câmara dos Deputados;

Mesa do Senado Federal;

Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

Presidente da República;

Procurador-Geral da República;

Governador de Estado ou do Distrito Federal ;

Partido político com representação no Congresso Nacional;

Conselho Federal da OAB;

Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional .


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Os sublinhados são chamados de legitimados especiais pois devem apresentar


pertinência temática para ingressarem com as referidas ações.

Efeitos da ADI, ADC e ADPF: EFEITO EX TUNC E ERGA OMENES

CPC/2015:

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na ,
serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em
petições distintas que conterão:

I - a exposição do fato e do direito;

II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;

III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

(...)

§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá


desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção,
desde que não o repute grave

Percebe-se que o examinador misturou os conceitos de mutação constitucional e


interpretação conforme, pois este recai sobre normas infraconstitucionais das quais
possam ser extraídas mais de uma interpretação possível e não a norma
constitucional com mais de uma interpretação, ao contrário da mutação
constitucional que diz respeito a uma nova interpretação de norma constitucional de
acordo com os novos padrões sociais.

INTERPRETAÇÃO CONFORME: Incide sobre normas infraconstitucionais,


plurissignificativas (com duas ou mais interpretações possíveis).
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: Altera-se a interpretação. É a alteração informal da
Constituição. A transformação não está no texto em si, mas na interpretação
daquela regra enunciada, logo, o texto permanece inalterado.

REFORMA CONSTITUCIONAL: É a alteração formal do texto constitucional.

Controle Abstrato de Constitucionalidade de norma municipal só pode ser


realizado de duas formas: 

Ação Direta de Inconstitucionalidade em Tribunal de Justiça do Estado ou  

Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental no STF. 

Município............ X constituição estadual...... TJ do Estado 

Municipio............ X dispositivo da CF de reprodução na Cons. Do estado....... ADI no


TJ OU RE no STF.  

Município.............X dispositivo da CF sem ser de reprodução obrigatória na CE....


Controle difuso   

1 - É pacífica a jurisprudência do STF, antes e depois de 1988, no sentido de


que não cabe a tribunais de justiça estaduais exercer o controle de
constitucionalidade de leis e demais atos normativos municipais em face da
CF. 

[ADI 347, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 20-10-2006, P, DJ de 20-9-2006.] 

  

2 - Tribunais de justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de


leis municipais utilizando como parâmetro normas da CF, desde que se trate de
normas de reprodução obrigatória pelos Estados. 

[RE 650.898, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 1º-2-2017, P, DJE de 24-8-2017,
Tema 484.] 

  

3 - Em se tratando de lei municipal, o controle de constitucionalidade se faz


pelo sistema difuso e não concentrado, ou seja, apenas no julgamento de casos
concretos, com eficácia inter partes, e não erga omnes, quando confrontado o ato
normativo local com a CF. O controle de constitucionalidade concentrado, nesse
caso, somente será possível, em face da Constituição dos Estados, se ocorrente a
hipótese prevista no § 2º do art. 125 da CF. 

[ADI 209, rel. min. Sydney Sanches, j. 20-5-1998, P, DJ de 11-9-1998.] 

D) ADC não cabe para norma estadual.

Declarando-se a INCONSTITUCIOLANIDADE, ação perderá o objeto. Declarando-


se a Constitucionalidade, eventual rediscussão deverá prosseguir.

Salvo situações excepcionais, a Administração Pública tem o dever de absoluta


transparência na condução dos negócios públicos, sob pena de desrespeito aos
arts. 37, caput, e 5º, XXXIII e LXXII, da CF/88, pois “o modelo político-jurídico,
plasmado na nova ordem constitucional, rejeita o poder que oculta e o poder que
se oculta”.

A redução da transparência dos dados referentes à Covid-19 viola o direito de


acesso à informação, os princípios da publicidade e transparência da Administração
Pública e o direito à saúde. STF. Plenário. ADPF 690/DF, ADPF 691/DF e ADPF 692
/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 13/03/2021 (Info 1009).

Normas de reprodução obrigatória Vs. Normas de imitação

Não confundir norma de reprodução obrigatória com NORMA DE IMITAÇÃO. No


primeiro caso, temos uma verdadeira limitação ao poder constituinte decorrente,
reflexo do federalismo centrífugo. Por sua vez, na norma de imitação, o constituinte
estadual até poderia inovar, mas não o fez, por opção política, preferindo copiar
(imitar) a disposição da Constituição da República, que, não fora isto, não incidiria
na ordem local. Logo, para norma de imitação não há se falar em Recurso
Extraordinário.

• para normas de reprodução obrigatória → cabível RE;

• para normas de imitação → não cabe RE por se tratar de mera liberalidade do


poder decorrente. Assim, a decisão fica “confinada no TJ local” (Lenza)

#JURIS: Se assim é em relação às normas de reprodução (normas constitucionais


federais de observância obrigatória reproduzidas na Carta local), com maior razão
será para as normas de imitação (normas constitucionais federais não obrigatórias
imitadas pelo constituinte estadual). Presentes na Constituição do Estado-membro
por mera liberalidade do órgão constituinte decorrente, que o faz no exercício e
dentro dos limites de sua autonomia constitucional, a impugnação de leis e atos
normativos locais em face dessas normas de imitação não serve de pretexto para se
deslocar a competência para processar e julgar a ação ao Supremo Tribunal
Federal. É que tais normas "são frutos da autonomia do Estado-membro, da qual
deriva a sua validade e, por isso, para todos os efeitos, são normas constitucionais
estaduais" (STF, Rcl 370, Rel. Min. Octavio Gallotti, Ementário 2037-1, p. 56)."

#Complementando sobre o cabimento da ADPF:

*Cabe a ADPF para impugnação de comportamento concreto da Administração


Pública.

*STF: a ADPF é instrumento eficaz de controle da inconstitucionalidade por


omissão. Com efeito, a ADPF pode ter por objeto as omissões do poder
público, quer totais ou parciais, normativas ou não normativas, nas mesmas
circunstâncias em que ela é cabível contra os atos em geral do poder público, desde
que essas omissões se afigurem LESIVAS A PRECEITO FUNDAMENTAL, a ponto
de obstar a efetividade de norma constitucional que o consagra STF. Plenário. ADPF
272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).

Resumindo REPERCUSSÃO GERAL (RG):

1. A RG é um pressuposto de admissibilidade (último requisito) do recurso


extraordinário - (art. 323 do RISTF).

2. Para que o RE seja conhecido, é necessário que o recorrente demonstre a


repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso.

3. Previsão: § 3º do art. 102 da CF/88, no art. 1.035 CPC/2015 e no Regimento


Interno do STF (RISTF):

4. A exigência da RG surgiu com a EC 45/04.

5. O sentido da RG é a discussão de questões relevantes sob o ponto de vista


econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassam os interesses
subjetivos da causa.

6. Finalidade: evitar que o STF julgue recursos extraordinários de menor


relevância.

 *RG como sinônimo de casos repetitivos:  algumas vezes o STF, por meio de


seu Plenário, julga um recurso extraordinário repetitivo e fixa uma tese que vale para
todos os casos semelhantes que estavam aguardando a posição da Corte. Na
prática, diz-se que o STF julgou um recurso extraordinário "sob o rito da repercussão
geral" (ou sob a sistemática da repercussão geral). O mais "correto" seria dizer que
foi julgado um recurso extraordinário repetitivo, mas esta não é a nomenclatura
empregada na prática. Portanto, não confunda:*

·       repercussão geral é um pressuposto de admissibilidade de todo RE. Isso


significa que todo RE, para ser conhecido, deve ter repercussão geral. Como regra,
tais recursos são julgados por uma das Turmas do STF.

·       alguns recursos extraordinários tratam de matérias que também estão


presentes em inúmeros outros processos (recursos extraordinários
repetitivos). Neste caso, deve-se adotar o procedimento do art. 1.036 e ss do CPC
e quem irá julgar o recurso é o Plenário do STF, fixando uma tese que irá valer para
todos os demais feitos. Na prática, fala-se em recurso extraordinário julgado sob a
sistemática da repercussão geral.

*Exige-se RG em recursos extraordinários que versem sobre matéria


criminal? SIM. (STF. Plenário. AI 664567 QO, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgado em 18/06/2007).

*Quem deverá demonstrar a existência da repercussão geral? O recorrente. O


CPC/1973 exigia que o recorrente demonstrasse a repercussão geral em forma de
preliminar do recurso. O CPC/2015 dispensou esta exigência e, por isso, o
recorrente poderá demonstrar a repercussão geral sem maiores formalidades, em
qualquer parte do recurso. Nesse sentido: Enunciado 224-FPPC: A existência de
repercussão geral terá de ser demonstrada de forma fundamentada, sendo
dispensável sua alegação em preliminar ou em tópico específico. OBS: RISTF
possui previsão que exige manifestação formal e fundamentada do recorrente (art.
327).

Em síntese, a inconstitucionalidade, quanto ao vício, pode


ser MATERIAL (nomoestática) ou FORMAL (nomodinâmica).

1.MATERIAL- verifica-se na hipótese de o CONTEÚDO DA LEI (ou do ato


normativo) violar o CONTEÚDO DA CONSTITUIÇÃO. Ex: emenda constitucional
tendente a abolir as cláusulas pétreas.

2.FORMAL- é a hipótese de não observância das REGRAS do processo legislativo,


sendo que, ainda, divide-se em:

 i) Orgânica (subjetiva)- é a inobservância da competência legislativa. Ex.


município elaborar norma de competência da união;

 ii) Propriamente Dita-Aqui é relacionado ao desrespeito do


procedimento. Ex. emenda constitucional ser aprovado com quórum de 1/3; 
 iii) Objetiva (por violação aos pressupostos objetivos)- Ex. medida provisória
elaborada sem a observância dos requisitos constitucionais, quais sejam,
a relevância e a urgência; 

 iv) Vício de Decoro Parlamentar- leis ou atos administrativos aprovados


decorrente no abuso das prerrogativas. Ex. do mensalão, onde muito se falou
sobre compra de votos para que votassem em "certo sentido";

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