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DESTINADO AOS

OABEIROS DO
XXXII EXAME
DE ORDEM

PACOTE

ANTICRIME
– Comparativo de antes e depois
– Breve anotações das principais mudanças

#timedosaprovadosdavicio
@viciodeumaestudante
Material elaborado por Ana Clara Fernandes
Instagram: @viciodeumaestudante

ALTERAÇÕES NO CÓDIGO PENAL



LEGÍTIMA DEFESA
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 25 - Entende-se em legı́tima defesa quem, Art. 25 - Entende-se em legı́tima defesa quem, usando
usando moderadamente dos meios necessá rios, moderadamente dos meios necessá rios, repele injusta
repele injusta agressã o, atual ou iminente, a direito agressã o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos do caput
deste artigo, considera-se também em legítima
defesa o agente de segurança pública que repele
agressão ou risco de agressão a vítima mantida
refém durante a prática de crimes.

PENA DE MULTA
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenató ria,
condenató ria, a multa será considerada dı́vida de a multa será executada perante o juiz da execução
valor, aplicando-se-lhes as normas da legislaçã o penal e será considerada dı́vida de valor, aplicáveis as
relativa à dı́vida ativa da Fazenda Pú blica, inclusive normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública,
no que concerne à s causas interruptivas e inclusive no que concerne à s causas interruptivas e
suspensivas da prescriçã o. suspensivas da prescriçã o.
OBS: A multa não paga é considerada sanção penal,
portanto será executada pelo MP perante o juiz da
OBS: Jurisprudência do STF: Multa não paga é dívida
execução penal. Portanto, em direito processual, irá
de valor E sanção penal, portanto, o MP teria
prevalecer o rito da execução penal.
legitimidade para executar a multa no juízo de
execução penal no prazo de 90 dias, seguindo o Entretanto, em direito material, irá prevalecer o rito da
procedimento da LEP. Caso decorrido o prazo e Execução fiscal, pois também é considerada dívida de
permanecido inerte, a Fazenda Pública passaria a ter valor.
legitimidade de executar no juízo da Execução fiscal.
RESUMO:
Quem executa a pena de multa?
• Prioritariamente: o MP, na vara de execução
penal, aplicando-se a LEP.
• Caso o MP se mantenha inerte por mais de 90 dias
após ser devidamente intimado: a Fazenda Pública
irá executar, na vara de execuções fiscais,
aplicando-se a Lei no 6.830/80.

TEMPO DE CUMPRIMENTO DE PENA
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas
privativas de liberdade nã o pode ser superior a 30 de liberdade nã o pode ser superior a 40 (quarenta)
(trinta) anos. anos.
§ 1o - Quando o agente for condenado a penas §1o Quando o agente for condenado a penas privativas
privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 de liberdade cuja soma seja superior a 40 (quarenta)
(trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite
ao limite má ximo deste artigo má ximo deste artigo.
OBS: Trata-se de norma novatio legis in pejus (maléfica
ao réu) e, por isso, somente poderá ser aplicada para os
crimes ocorridos a partir da entrada em vigor da lei.

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REQUISITOS DO LIVRAMENTO
CONDICIONAL
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional
condicional ao condenado a pena privativa de ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde superior a 2 (dois) anos, desde que:
que:
III – comprovado:
III - comprovado comportamento satisfató rio
a) bom comportamento durante a execuçã o da pena;
durante a execuçã o da pena, bom desempenho no
trabalho que lhe foi atribuı́do e aptidã o para prover b) não cometimento de falta grave nos últimos 12
à pró pria subsistê ncia mediante trabalho honesto; (doze) meses;
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuı́do; e,
d) aptidã o para prover à pró pria subsistê ncia mediante
trabalho honesto;

CONFISCO ALARGADO
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Sem previsão Art. 91-A. Na hipó tese de condenaçã o por infraçõ es à s
quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis)
anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como
produto ou proveito do crime, dos bens
correspondentes à diferença entre o valor do
patrimônio do condenado e aquele que seja
compatível com o seu rendimento lícito.
OBS: juiz determina a perda da diferença entre os
valores/bens declarados e os bens efetivos do condenado.
§ 1o Para efeito da perda prevista no caput deste artigo,
entende-se por patrimô nio do condenado todos os bens:
I - de sua titularidade, ou em relaçã o aos quais ele tenha
o domı́nio e o benefı́cio direto ou indireto, na data da
infraçã o penal ou recebidos posteriormente; e
II - transferidos a terceiros a tı́tulo gratuito ou mediante
contraprestaçã o irrisó ria, a partir do inı́cio da atividade
criminal.
§ 2o O condenado poderá demonstrar a inexistê ncia da
incompatibilidade ou a procedê ncia lı́cita do
patrimô nio.
OBS: A lei aqui faz uma presunção em favor do Estado de
que essa diferença é proveniente do crime. Cabe o agente
provar que os valores/bens não são proveitos do crime.
Há, portanto, inversão do ônus da prova.
§ 3o A perda prevista neste artigo deverá ser requerida
expressamente pelo Ministé rio Pú blico, quando do
oferecimento da denú ncia, com indicaçã o da diferença
apurada.
§ 4o Na sentença condenató ria, o juiz deve declarar o
valor da diferença apurada e especificar os bens cuja
perda for decretada.
§ 5o Os instrumentos utilizados para a prática de
crimes por organizações criminosas e milícias
deverã o ser declarados perdidos em favor da União
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ou do Estado, dependendo da justiça onde tramita a


açã o penal, ainda que nã o ponham em perigo a
segurança das pessoas, a moral ou a ordem pú blica, nem
ofereçam sé rio risco de ser utilizados para o
cometimento de novos crimes.

PRESCRIÇÃO
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a
final, a prescriçã o nã o corre: prescriçã o nã o corre:
II- enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. II- enquanto o agente cumpre pena no exterior;
III- na pendência de embargos de declaração ou de
recursos aos Tribunais Superiores, quando
inadmissíveis;
OBS: objetivo de repudiar a interposição de recurso de
caráter protelatório, para retardar o início do
cumprimento de pena.
A lei não mencionou a má-fé, o que a torna
discriminatória, visto que somente deveriam ser
penalizados os recursos interpostos de má-fé.
IV– enquanto não cumprido ou não rescindido o
acordo de não persecução penal.

ROUBO
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 157 - § 2o A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) Art. 157 - § 2o A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até
até metade: metade:
VII – se a violência ou grave ameaça é exercida com
emprego de arma branca;
§ 2o-B Se a violência ou grave ameaça é exercida
com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no
caput deste artigo.
Resumindo:
Roubo com emprego de arma branca – pena aumentada
de 1/3 a metade/
Roubo com emprego de arma de fogo – pena aumentada
de 2/3;
Roubo com emprego de arma de uso proibido ou restrito
– pena dobrada
OBS: a alteração se trata de novatio legis in pejus, pois
traz novas causas de aumento. Por isso, não deve
retroagir para alcançar fatos pretéritos.







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ESTELIONATO
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilı́cita,
ilı́cita, em prejuı́zo alheio, induzindo ou mantendo em prejuı́zo alheio, induzindo ou mantendo algué m em
algué m em erro, mediante artifı́cio, ardil, ou erro, mediante artifı́cio, ardil, ou qualquer outro meio
qualquer outro meio fraudulento: fraudulento:
§ 5o Somente se procede mediante representação,
salvo se a vítima for:
I– a Administração Pública, direta ou indireta;
II– criança ou adolescente;
III– pessoa com deficiência mental; ou
IV – maior de 70 (setenta) anos ou incapaz.

OBS: a regra geral passa a ser que ação penal é
OBS: a regra era ser de ação pública incondicionada. pública CONDICIONADA a representação, salvo nas
hipóteses dos incisos, em que a ação vai ser pública
incondicionada.

OBS: norma processual penal mista (engloba
aspectos penais e processuais penais), portanto,
somente retroage se for mais benéfica ao réu.
Aqui como a ação passa, em regra, a ser condicionada a
representação, se torna mais benéfica ao réu. Por isso,
deve atingir em investigações criminais e processos em
andamentos.

CONCUSSÃO
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da funçã o ou antes de indiretamente, ainda que fora da funçã o ou antes de
assumi-la, mas em razã o dela, vantagem indevida: assumi-la, mas em razã o dela, vantagem indevida:
Pena - reclusã o, de dois a oito anos, e multa. Pena – Reclusã o, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
OBS: novatio legis in pejus – prejudicial ao réu – não
retroage!






















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ALTERAÇÕES NO CÓDIGO PROCESSO PENAL



JUIZ DAS GARANTIAS
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 3-A. O processo penal terá estrutura acusató ria,
vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e
a substituição da atuação probatória do órgão de
acusação.
OBS: Pacifica a discussão do sistema adotado no processo
penal. O adotado é o sistema ACUSATÓRIO.
Esse dispositivo vai gerar nova interpretação de alguns
artigos do CPP, afastando os requisitos do sistema
inquisitivo. Ex: Art 156 do CPP (poderes instrutórios do
juiz é uma exceção).
Juiz das garantias é o juiz que vai atuar somente na etapa
das investigações. Posteriormente, teremos outro juiz
atuando, agora na instrução e julgamento. O marco
divisório é o RECEBIMENTO DA DENÚNCIA.
Art. 3-B. O juiz das garantias é responsá vel pelo
controle da legalidade da investigação criminal e
pela salvaguarda dos direitos individuais cuja
franquia tenha sido reservada à autorizaçã o pré via do
Poder Judiciá rio (claúsula de reserva de jurisdição),
competindo-lhe especialmente:
Rol é EXEMPLIFICATIVO!
I - receber a comunicaçã o imediata da prisã o, nos termos
do inciso LXII do art. 5° da Constituiçã o da Repú blica
Federativa do Brasil;
II - receber o auto da prisã o em flagrante para o controle
da legalidade da prisã o, observado o disposto no artigo
310 deste Có digo;
III - zelar pela observâ ncia dos direitos do preso,
podendo determinar que este seja conduzido à sua
presença, a qualquer tempo;
IV - ser informado sobre a instauraçã o de qualquer
investigaçã o criminal;
OBS: o juiz das garantias deve ser informado da
instauração, mas não necessariamente vai precisar atuar
em todas as investigações criminais. Só vai atuar em
matérias de reserva de jurisdição.
V - decidir sobre o requerimento de prisã o provisória ou
outra medida cautelar, observado o disposto no §1o;
OBS: inclui a prisão preventiva e a prisão temporária.
OBS: conclui-se que somente o juiz das garantias pode
decretar a prisão temporária, pois ela só pode ser
decretada durante a investigação.
VI- prorrogar a prisão provisória ou outra medida
cautelar, bem como substituı́-las ou revogá -las,
assegurado, no primeiro caso, o exercício do
contraditório em audiência pública e oral, na forma
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do disposto neste Có digo ou em legislaçã o especial


pertinente;
OBS: inclui a prisão preventiva e a prisão temporária.
VII - decidir sobre o requerimento de produçã o
antecipada de provas consideradas urgentes e nã o
repetı́veis, assegurados o contraditó rio e a ampla defesa
em audiê ncia pú blica e oral;
VIII -prorrogar o prazo de duraçã o do inqué rito, estando
o investigado preso, em vista das razõ es apresentadas
pela autoridade policial e observado o disposto no §2o
deste artigo;
IX- determinar o trancamento do inquérito policial
quando nã o houver fundamento razoá vel para sua
instauraçã o ou prosseguimento;
X- requisitar documentos, laudos e informaçõ es ao
delegado de polı́cia sobre o andamento da investigaçã o;
XI - decidir sobre os requerimentos de:
a) interceptação telefônica, do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e
telemática ou de outras formas de comunicação;
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados
e telefônico;
c) busca e apreensão domiciliar;
d) acesso a informações sigilosas;
e) outros meios de obtenção da prova que
restrinjam direitos fundamentais do investigado;
XII -julgar o habeas corpus impetrado antes do
oferecimento da denú ncia;
XIII - determinar a instauraçã o de incidente de
insanidade mental;
XIV – decidir sobre o recebimento da denú ncia ou
queixa, nos termos do art. 399 deste Có digo;
XV- assegurar prontamente, quando se fizer necessá rio,
o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de
acesso a todos os elementos informativos e provas
produzidos no â mbito da investigaçã o criminal, salvo no
que concerne, estritamente, à s diligê ncias em
andamento;
XVI - deferir pedido de admissã o de assistente té cnico
para acompanhar a produçã o da perı́cia;
XVII – decidir sobre a homologaçã o de acordo de nã o
persecuçã o penal ou os de colaboraçã o premiada,
quando formalizados durante a investigaçã o;
XVIII - outras maté rias inerentes à s atribuiçõ es
definidas no caput deste artigo.
§1o (VETADO)
§2o Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias
poderá , mediante representação da autoridade
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policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar,


uma única vez, a duração do inquérito por até 15
(quinze) dias, apó s o que, se ainda assim a investigaçã o
nã o for concluı́da, a prisã o será imediatamente relaxada.
OBS: os prazos da Justiça Federal e Justiça Estadual para
a conclusão do inquérito agora são iguais:
JF: 15 + renovável por + 15
JE: 15 + renovável por + 15
Art. 3-C. A competê ncia do juiz das garantias abrange
todas as infrações penais, exceto as de menor
potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da
denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Có digo.
OBS: esse artigo não trata sobre o recebimento de
denúncia ou queixa. Erro grave! O correto seria o art. 396
CPP.
OBS: Situações em que o juiz das garantias NÃO atua:
1) INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
2) LEI 8038/90
3) LEI 12694/12
§ 1o Recebida a denú ncia ou queixa, as questõ es
pendentes serã o decididas pelo juiz da instruçã o e
julgamento.
§ 2o As decisõ es proferidas pelo juiz das garantias não
vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, apó s
o recebimento da denú ncia ou queixa, deverá
reexaminar a necessidade das medidas cautelares em
curso, no prazo má ximo de 10 (dez) dias.
§ 3° Os autos que compõem as matérias de competência
do juiz das garantias ficarã o acautelados na secretaria
deste juı́zo, à disposiçã o do Ministé rio Pú blico e da
defesa, e nã o serã o apensados aos autos do processo
enviados ao juiz da instruçã o e julgamento, ressalvados
os documentos relativos à s provas irrepetı́veis, medidas
de obtençã o de provas ou de antecipação de provas, que
deverã o ser remetidos para apensamento em apartado.
§4o Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos
acautelados na secretaria do Juı́zo das garantias.
Art. 3-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar
qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4 e
5 ficará impedido de funcionar no processo.
OBS: os arts 4 e 5 não possuem nenhuma decisão a ser
proferida pelo juiz. Grave erro!
Pará grafo ú nico. Nas comarcas em que funcionarem
apenas um juiz, os Tribunais criarão um sistema de
rodízio de magistrados, a fim de atender à s
disposiçõ es deste Capı́tulo. normas de organizaçã o
judiciá ria da Uniã o, dos Estados e do Distrito Federal,
observando crité rios objetivos a serem periodicamente
divulgados pelo respectivo tribunal.
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Art. 3-E. O juiz das garantias será designado conforme as


normas de organizaçã o judiciá ria da Uniã o, dos Estados
e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a
serem periodicamente divulgados pelo respectivo
tribunal.
OBS: a implementação do juiz das garantias vai depender
da regulamentação de cada Tribunal. Norma de eficácia
limitada.
Art. 3-F. O juiz das garantias deverá assegurar o
cumprimento das regras para o tratamento dos presos,
impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade
com ó rgã os da imprensa para explorar a imagem da
pessoa submetida à prisã o, sob pena de
responsabilidade civil, administrativa e penal.
Pará grafo ú nico. Por meio de regulamento, as
autoridades deverã o disciplinar, em 180 (cento e
oitenta) dias, o modo pelo qual as informaçõ es sobre a
realizaçã o da prisã o e a identidade do preso serã o, de
modo padronizado e respeitada a programaçã o
normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à
imprensa, asseguradas a efetividade da persecuçã o
penal, o direito à informaçã o e a dignidade da pessoa
submetida à prisã o.
ADI 6299 MC / DF: O Ministro Luiz Fux entendeu que
o juiz das garantias possui vício de
inconstitucionalidade formal e material,
suspendendo a eficácia por prazo INDETERMINADO.
1) vicio de iniciativa – matéria de organização judiciaria
- iniciativa privativa do judiciário)
2) sem previsão orçamentária

Art. 11, § 2 da Lei n 9868/95 – se for concedida


medida cautelar em sede de ADI, volta a ter eficácia
a lei anterior!

DIREITO DE DEFESA
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 14-A Nos casos em que servidores vinculados à s
instituiçõ es dispostas no art. 144 da Constituiçã o
Federal figurarem como investigados em inqué ritos
policiais, inqué ritos policiais militares e demais
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a
investigação de fatos relacionados ao uso da forca
letal praticados no exercício profissional, de forma
consumada ou tentada, incluindo as situaçõ es dispostas
no art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Có digo Penal), o indiciado poderá constituir
defensor.
OBS: A regra é que no inquérito policial não há direito ao
contraditório e a ampla defesa (é inquisitivo), entretanto,
em alguns pontos específicos existiria o direito de defesa,
exercido por advogado/defensor.
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OBS: conferir mais proteção aos agentes de segurança


pública e agentes das forças armadas.
§ 1o Para os casos previstos no caput deste artigo, o
investigado deverá ser citado da instauraçã o do
procedimento investigató rio, podendo constituir
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas
a contar do recebimento da citaçã o.
§ 2o Esgotado o prazo disposto no § 1o com ausê ncia de
nomeaçã o de defensor pelo investigado, a autoridade
responsá vel pela investigação deverá intimar a
instituição a que estava vinculado o investigado à
época da ocorrência dos fatos, para que esta, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique
defensor para a representação do investigado.
§ 3o (VETADO)
§ 4o (VETADO)
§ 5o (VETADO)
§ 6o As disposiçõ es constantes deste artigo se aplicam
aos servidores militares vinculados à s instituiçõ es
dispostas no art. 142 da Constituiçã o Federal, desde que
os fatos investigados digam respeito a missõ es para a
Garantia da Lei e da Ordem.

ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 28. Se o ó rgã o do Ministé rio Pú blico, ao invé s de Art. 28. Ordenado o arquivamento do inqué rito policial
apresentar a denú ncia, requerer o arquivamento ou de quaisquer elementos informativos da mesma
do inquérito policial ou de quaisquer peças de natureza, o ó rgã o do Ministé rio Pú blico comunicará à
informaçã o, o juiz, no caso de considerar vı́tima, ao investigado e à autoridade policial e
improcedentes as razõ es invocadas, fará remessa do encaminhará os autos para a instância de revisão
inqué rito ou peças de informaçã o ao procurador- ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
geral, e este oferecerá a denú ncia, designará outro
OBS: quem promove o arquivamento do inquérito
ó rgã o do Ministé rio Pú blico para oferecê -la, ou
policial é o MP!!! Acabou o controle judicial do
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só
arquivamento do inquérito policial (o juiz não é mais
entã o estará o juiz obrigado a atender.
comunicado).
OBS: quem promove o arquivamento do inquérito
Quem faz o controle:
policial é o juiz, mediante requerimento do MP!
Controle interno: órgão de revisão ministerial
Controle externo: principalmente a vítima.
OBS: se não existe mais decisão judicial, também não
existe mais coisa julgada. É possível, portanto, o
desarquivamento em qualquer hipótese.
§1o Se a vı́tima, ou seu representante legal, nã o
concordar com o arquivamento do inqué rito policial,
poderá , no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento
da comunicaçã o, submeter a matéria à revisão da
instância competente do órgão ministerial, conforme
dispuser a respectiva lei orgâ nica.
OBS: se o órgão de revisão ministerial NÃO concordar com
o arquivamento? O dispositivo não previu.
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§2o Nas açõ es penais relativas a crimes praticados em


detrimento da Uniã o, Estados e Municı́pios, a revisã o do
arquivamento do inqué rito policial poderá ser
provocada pela chefia do ó rgã o a quem couber a sua
representaçã o judicial.

ADI 6299 MC / DF: O Ministro Luiz Fux entendeu que


o novo procedimento de arquivamento do inquérito
policial é inconstitucional – material – por não haver
previsão orçamentária para a implementação.
Suspensão por prazo indeterminado.

Art. 11, § 2 da Lei n 9868/95 – se for concedida


medida cautelar em sede de ADI, volta a ter eficácia
a lei anterior!

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Incorporado no nosso ordenamento jurídico pelo Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o
Resolução 181 CNMP. Agora, com o pacote investigado confessado formal e
anticrime, foi disciplinado em lei em sentido circunstancialmente a prática de infração penal sem
estrito. violência ou grave ameaça e com pena mínima
inferior a 4 (quatro) anos, o Ministé rio Pú blico poderá
A Resolução não foi revogada pelo pacote propor acordo de nã o persecuçã o penal, desde que
anticrime. Se houver conflito, prevalece o previsto necessá rio e suficiente para reprovaçã o e prevençã o do
no CPP. Se houver lacuna, pode aplicar as normas crime, mediante as seguintes condiçõ es ajustadas
da Resolução 181 CNMP. cumulativa e alternativamente:
OBS: mitiga o princípio da obrigatoriedade do MP.
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vı́tima, exceto
impossibilidade de fazê -lo;
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos
indicados pelo Ministé rio Pú blico como instrumentos,
produto ou proveito do crime;
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades
pú blicas por perı́odo correspondente à pena mı́nima
cominada ao delito diminuı́da de um a dois terços, em
local a ser indicado pelo juı́zo da execuçã o, na forma do
art. 46 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Có digo Penal);
IV - pagar prestaçã o pecuniá ria, a ser estipulada nos
termos do art. 45 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Có digo Penal), a entidade pú blica ou
de interesse social, a ser indicada pelo juı́zo da execuçã o,
que tenha, preferencialmente, como funçã o proteger
bens jurı́dicos iguais ou semelhantes aos aparentemente
lesados pelo delito; ou
V - cumprir, por prazo determinado, outra condiçã o
indicada pelo Ministé rio Pú blico, desde que
proporcional e compatı́vel com a infraçã o penal
imputada.
§ 1o Para aferiçã o da pena má xima cominada ao delito a
que se refere o caput, serã o consideradas as causas de
aumento e diminuiçã o aplicá veis ao caso concreto.
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§ 2o O disposto no caput deste artigo nã o se aplica nas


seguintes hipó teses:
I - se for cabı́vel transação penal de competência dos
Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;
II - se o investigado for reincidente ou se houver
elementos probatórios que indiquem conduta
criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto
se insignificantes as infraçõ es penais preté ritas;
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos
anteriores ao cometimento da infração, em acordo de
nã o persecuçã o penal, transaçã o penal ou suspensã o
condicional do processo; e
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência
doméstica ou familiar, ou precitado contra a mulher
por razões da condição de sexo feminino, em favor do
agressor.
§ 3o O acordo de nã o persecuçã o penal será formalizado
por escrito e será firmado pelo membro do Ministé rio
Pú blico, pelo investigado e por seu defensor.
§ 4o Para a homologaçã o do acordo de nã o persecuçã o
penal, será realizada audiê ncia na qual o juiz deverá
verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do
investigado na presença do seu defensor, e sua
legalidade.
§ 5o Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou
abusivas as condiçõ es dispostas no acordo de nã o
persecuçã o penal, devolverá os autos ao Ministério
Público para que seja reformulada a proposta de
acordo, com concordâ ncia do investigado e seu
defensor.
§ 6o Homologado judicialmente o acordo de nã o
persecuçã o penal, o juiz devolverá os autos ao
Ministério Público para que inicie sua execução
perante o juízo de execução penal.
OBS: crítica dura a escolha do juízo da execução penal,
visto que o investigado não foi condenado!
§ 7o O juiz poderá recusar homologaçã o à proposta que
nã o atender aos requisitos legais ou quando nã o for
realizada a adequaçã o a que se refere o § 5o deste artigo.
§ 8o Recusada a homologaçã o, o juiz devolverá os autos
ao Ministé rio Pú blico para a aná lise da necessidade de
complementaçã o das investigaçõ es ou o oferecimento
da denú ncia.
§ 9o A vı́tima será intimada da homologaçã o do acordo
de nã o persecuçã o penal e de seu descumprimento.
OBS: a não celebração do acordo de persecução penal
NÃO permite o oferecimento da ação penal privada
subsidiária da pública. Aqui o MP não foi inerte, pois
ofereceu o acordo.
§ 10. Descumpridas quaisquer das condiçõ es
estipuladas no acordo de nã o persecuçã o penal, o
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Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para


fins de sua rescisão e posterior oferecimento de
denúncia.
§ 11. O descumprimento do acordo de nã o persecuçã o
penal pelo investigado també m poderá ser utilizado
pelo Ministé rio Pú blico como justificativa para o
eventual nã o oferecimento de suspensã o condicional do
processo.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não
persecução penal não constarão de certidão de
antecedentes criminais, exceto para os fins previstos
no inciso III do § 2o deste artigo.
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de nã o
persecuçã o penal, o juı́zo competente decretará a
extinção de punibilidade.
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministé rio Pú blico,
em propor o acordo de nã o persecuçã o penal, o
investigado poderá requerer a remessa dos autos a
ó rgã o superior, na forma do art. 28 deste Có digo.
Art. 581. XXV – que recusar homologação à proposta
de acordo de não persecução penal, previsto no art.
28-A.
OBS: cabe o RESE diante da recusa da homologação a
proposta de acordo de não persecução penal.

MEDIDAS ASSECURARÓRIAS
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 122. Sem prejuı́zo do disposto nos arts. 120 e Art. 122. Sem prejuı́zo do disposto no art. 120, as coisas
133, decorrido o prazo de 90 dias, apó s transitar em apreendidas serã o alienadas nos termos do disposto no
julgado a sentença condenató ria, o juiz decretará , se art. 133.
for caso, a perda, em favor da Uniã o, das coisas
Pará grafo ú nico. (Revogado)
apreendidas (art. 74, II, a e b do Có digo Penal) e
ordenará que sejam vendidas em leilã o pú blico. OBS: não há a menção do prazo de 90 dias entre o trânsito
em julgado e o perdimento dos bens.
Pará grafo ú nico. Do dinheiro apurado será recolhido
ao Tesouro Nacional o que nã o couber ao lesado ou a
terceiro de boa-fé .

Art. 133. Transitada em julgado a sentença
Art. 133. Transitada em julgado a sentença
condenató ria, o juiz, de ofı́cio ou a requerimento do
condenató ria, o juiz, de ofı́cio ou a requerimento do
interessado, determinará a avaliaçã o e a venda dos
interessado ou do Ministério Público, determinará a
bens em leilã o pú blico.
avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo
Pará grafo ú nico. Do dinheiro apurado, será recolhido perdimento tenha sido decretado.
ao Tesouro Nacional o que nã o couber ao lesado ou a
§ 1o Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres
terceiro de boa-fé .
pú blicos o que nã o couber ao lesado ou a terceiro de
boa- fé .
§ 2o O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo
Penitenciário Nacional, exceto se houver previsã o
diversa em lei especial.
Art. 124-A. Na hipó tese de decretaçã o de perdimento de
obras de arte ou de outros bens de relevante valor
cultural ou artístico, se o crime nã o tiver vı́tima
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determinada, poderá haver destinaçã o dos bens a


museus públicos.
Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o
interesse pú blico, a utilização de bem sequestrado,
apreendido ou sujeito a qualquer medida
assecuratória pelos ó rgã os de segurança pú blica
previstos no art. 144 da Constituiçã o, do sistema
prisional, do sistema socioeducativo, da Força Nacional
de Segurança Pú blica e do Instituto Geral de Perı́cia,
para o desempenho de suas atividades.
OBS: a previsão de utilização de bens particulares pelos
órgãos públicos já existia na Lei de Drogas.
§ 1o O ó rgã o de segurança pú blica participante das
açõ es de investigaçã o ou repressã o da infraçã o penal
que ensejou a constriçã o do bem terá prioridade na sua
utilizaçã o.
§ 2o Fora das hipó teses anteriores, demonstrado o
interesse pú blico, o juiz poderá autorizar o uso do bem
pelos demais ó rgã os pú blicos.
§ 3o Se o bem a que se refere o caput for veı́culo,
embarcaçã o ou aeronave, o juiz ordenará à autoridade
de trâ nsito ou ao ó rgã o de registro e controle a
expediçã o de certificado provisó rio de registro e
licenciamento em favor do ó rgã o pú blico beneficiá rio, o
qual estará isento do pagamento de multas, encargos e
tributos anteriores à disponibilizaçã o do bem para a sua
utilizaçã o, que deverã o ser cobrados de seu responsá vel.
§ 4o Transitada em julgado a sentença penal
condenató ria com a decretaçã o de perdimento dos bens,
ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé , o
juiz poderá determinar a transferência definitiva da
propriedade ao órgão público beneficiário ao qual
foi custodiado o bem.

PROVAS ILÍCITAS
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 157. Sã o inadmissı́veis, devendo ser Art. 157. Sã o inadmissı́veis, devendo ser
desentranhadas do processo, as provas ilı́citas, assim desentranhadas do processo, as provas ilı́citas, assim
entendidas as obtidas em violaçã o a normas entendidas as obtidas em violaçã o a normas
constitucionais ou legais. constitucionais ou legais.
§ 5o O juiz que conhecer do conteúdo da prova
declarada inadmissível não poderá proferir a
sentença ou acórdão.
OBS: pode interferir na imparcialidade do julgador.
O pacote anticrime amplia o rol de hipóteses de
IMPEDIMENTO do juiz.
ADI 6299 MC / DF: O Ministro Luiz Fux entendeu que
é inconstitucional, por violar o princípio da
razoabilidade. Suspensão por prazo indeterminado.
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Art. 11, § 2 da Lei n 9868/95 – se for concedida


medida cautelar em sede de ADI, volta a ter eficácia
a lei anterior!

CADEIA DE CUSTÓDIA
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custó dia o conjunto
de todos os procedimentos utilizados para manter e
documentar a história cronológica do vestígio
coletado em locais ou em vítimas de crimes, para
rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
reconhecimento até o descarte.
Visa evitar a contaminação das provas.
OBS: Se houver a quebra da cadeia de custódia, as provas
vão ser ilícitas – Renato Brasileiro. Mas para alguns
autores, essas provas não vão ser ilícitas, mas terão menos
valor probatório – Rogério Sanches,
§ 1o O inı́cio da cadeia de custó dia se dá com a
preservaçã o do local de crime ou com procedimentos
policiais ou periciais nos quais seja detectada a
existê ncia de vestı́gio.
§ 2o O agente pú blico que reconhecer um elemento
como de potencial interesse para a produçã o da prova
pericial fica responsá vel por sua preservaçã o.

§ 3o Vestı́gio é todo objeto ou material bruto, visı́vel ou
latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à
infraçã o penal.
Art. 158-B. A cadeia de custó dia compreende o
rastreamento do vestı́gio nas seguintes etapas:
I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como
de potencial interesse para a produçã o da prova pericial;
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das
coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato,
mediato e relacionado aos vestı́gios e local de crime;
III – fixaçã o: descriçã o detalhada do vestı́gio conforme
se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a
sua posiçã o na á rea de exames, podendo ser ilustrada
por fotografias, filmagens ou croqui, sendo
indispensá vel a sua descriçã o no laudo pericial
produzido pelo perito responsá vel pelo atendimento;
IV – coleta: ato de recolher o vestı́gio que será submetido
à aná lise pericial respeitando suas caracterı́sticas e
natureza;
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual
cada vestı́gio coletado é embalado de forma
individualizada, de acordo com suas caracterı́sticas
fı́sicas, quı́micas e bioló gicas, para posterior aná lise,
com anotaçã o da data, hora e nome de quem realizou a
coleta e o acondicionamento;
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VI – transporte: ato de transferir o vestı́gio de um local


para o outro, utilizando as condiçõ es adequadas
(embalagens, veı́culos, temperatura, etc.), de modo a
garantir a manutençã o de suas caracterı́sticas originais,
bem como o controle de sua posse;
VII – recebimento: ato formal de transferê ncia da posse
do vestı́gio que deve ser documentado com, no mı́nimo,
informaçõ es referentes ao nú mero de procedimento e
unidade de polı́cia judiciá ria relacionada, local de
origem, nome de quem transportou o vestı́gio, có digo de
rastreamento, natureza do exame, tipo do vestı́gio,
protocolo, assinatura e identificaçã o de quem recebeu;
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulaçã o
do vestı́gio de acordo com a metodologia adequada à s
suas caracterı́sticas bioló gicas, fı́sicas e quı́micas, a fim
de se obter o resultado desejado que deverá ser
formalizado em laudo produzido por perito;
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda,
em condiçõ es adequadas, do material a ser processado,
guardado para realizaçã o de contra perı́cia, descartado
ou transportado, com vinculaçã o ao nú mero do laudo
correspondente;
X - descarte: procedimento referente à liberaçã o do
vestı́gio, respeitando a legislaçã o vigente e, quando
pertinente, mediante autorizaçã o judicial.
Art. 158-C. A coleta dos vestı́gios deverá ser realizada
preferencialmente por perito oficial, que dará o
encaminhamento necessá rio para a central de custó dia,
mesmo quando for necessá ria a realizaçã o de exames
complementares.
§ 1o Todos vestı́gios coletados no decurso do inqué rito
ou processo devem ser tratados como descrito nesta Lei,
ficando ó rgã o central de perı́cia oficial de natureza
criminal responsá vel por detalhar a forma do seu
cumprimento.
§ 2o Eq proibida a entrada em locais isolados bem como
a remoçã o de quaisquer vestı́gios de locais de crime
antes da liberaçã o por parte do perito responsá vel,
sendo tipificada como fraude processual a sua
realizaçã o.
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do
vestı́gio será determinado pela natureza do material.
§ 1o Todos os recipientes deverã o ser selados com
lacres, com numeraçã o individualizada, de forma a
garantir a inviolabilidade e idoneidade do vestı́gio
durante o transporte.
§ 2o O recipiente deverá individualizar o vestı́gio,
preservar suas caracterı́sticas, impedir contaminaçã o e
vazamento, ter grau de resistê ncia adequado e espaço
para registro de informaçõ es sobre seu conteú do.
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§ 3o O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que


vai proceder à aná lise e, motivadamente, por pessoa
autorizada.
§ 4o Apó s cada rompimento de lacre, deve se fazer
constar na ficha de acompanhamento de vestı́gio o nome
e matrı́cula do responsá vel, a data, o local, a finalidade,
bem como as informaçõ es referentes ao novo lacre
utilizado.
§ 5o O lacre rompido deverá ser acondicionado no
interior do novo recipiente.
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalı́stica deverã o
ter uma central de custó dia destinada à guarda e
controle dos vestı́gios, e sua gestã o deve ser vinculada
diretamente ao ó rgã o central de perı́cia oficial de
natureza criminal.
§ 1o Toda central de custó dia deve possuir os serviços
de protocolo, com local para conferê ncia, recepçã o,
devoluçã o de materiais e documentos, possibilitando a
seleçã o, classificaçã o e distribuiçã o de materiais
devendo ser um espaço seguro e apresentar condiçõ es
ambientais que nã o interfiram nas caracterı́sticas do
vestı́gio.
§ 2o Na central de custó dia, a entrada e a saı́da de
vestı́gio deverã o ser protocoladas, consignando-se
informaçõ es sobre a ocorrê ncia no inqué rito que a eles
se relacionam.
§ 3o Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestı́gio
armazenado deverã o ser identificadas e deverã o ser
registradas a data e hora do acesso.
§ 4o Por ocasiã o da tramitaçã o do vestı́gio armazenado,
todas as açõ es deverã o ser registradas, consignando-se
a identificaçã o do responsá vel pela tramitaçã o, a
destinaçã o, a data e o horá rio da açã o.
Art. 158-F. Apó s a realizaçã o da perı́cia o material
deverá ser devolvido à central de custó dia, devendo nela
permanecer.
Pará grafo ú nico. Caso a central de custó dia nã o possua
espaço ou condiçõ es de armazenar determinado
material, deverá a autoridade policial ou judiciá ria
determinar as condiçõ es de depó sito do referido
material em local diverso, mediante requerimento do
diretor do ó rgã o central de perı́cia oficial de natureza
criminal.

MEDIDAS CAUTELARES
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 282. § 2o As medidas cautelares serã o Art. 282. § 2o As medidas cautelares serã o decretadas
decretadas pelo juiz, de ofı́cio ou a requerimento das pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso
partes ou, quando no curso da investigaçã o criminal, da investigaçã o criminal, por representaçã o da
por representaçã o da autoridade policial ou autoridade policial ou mediante requerimento do
mediante requerimento do Ministé rio Pú blico. Ministé rio Pú blico.
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OBS: Não há mais autorização para a decretação das


medidas cautelares de ofício pelo juiz. Violação do sistema

acusatório.
§ 3o Ressalvados os casos de urgê ncia ou de perigo
§ 3o Ressalvados os casos de urgê ncia ou de perigo de
de ineficá cia da medida, o juiz, ao receber o pedido
ineficá cia da medida, o juiz, ao receber o pedido de
de medida cautelar, determinará a intimaçã o da
medida cautelar, determinará a intimaçã o da parte
parte contrá ria, acompanhada de có pia do
contrá ria, para se manifestar no prazo de 5 (cinco)
requerimento e das peças necessá rias,
dias, acompanhada de có pia do requerimento e das
permanecendo os autos em juı́zo.
peças necessá rias, permanecendo os autos em juı́zo, e os
casos de urgência ou de perigo deverão ser
justificados e fundamentados em decisão que

contenha elementos do caso concreto que
justifiquem tal medida excepcional.
§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das § 4o No caso de descumprimento de qualquer das
obrigaçõ es impostas, o juiz, de ofı́cio ou mediante obrigaçõ es impostas, o juiz, mediante requerimento do
requerimento do Ministé rio Pú blico, de seu Ministé rio Pú blico, de seu assistente ou do querelante,
assistente ou do querelante, poderá substituir a poderá substituir a medida, impor outra em cumulaçã o,
medida, impor outra em cumulaçã o, ou, em ú ltimo ou, em ú ltimo caso, decretar a prisã o preventiva, nos
caso, decretar a prisã o preventiva (art. 312, termos do pará grafo ú nico do art. 312 deste Có digo.
pará grafo ú nico).
OBS: O juiz não pode mais atuar de ofício no
descumprimento das medidas cautelares.
OBS: erro de menção do parágrafo único do art. 312 do
CPP. O parágrafo único foi extinto pelo pacote anticrime.

Deve considerar o §1.
§ 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou
§ 5o O juiz poderá , de ofício ou a pedido das partes,
substituı́- la quando verificar a falta de motivo para
revogar a medida cautelar ou substituı́-la quando
que subsista, bem como voltar a decretá -la, se
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como
sobrevierem razõ es que a justifiquem.
voltar a decretá -la, se sobrevierem razõ es que a
justifiquem.
§ 6o A prisã o preventiva será determinada quando § 6o A prisã o preventiva somente será determinada
nã o for cabı́vel a sua substituiçã o por outra medida quando nã o for cabı́vel a sua substituiçã o por outra
cautelar (art. 319). medida cautelar, observado o art. 319 deste Có digo e o
não cabimento da substituição por outra medida
cautelar deverá ser justificado de forma
fundamentada nos elementos presentes do caso
concreto, de forma individualizada.

PRISÃO E AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 283. Ningué m poderá ser preso senã o em Art. 283. Ningué m poderá ser preso senã o em flagrante
flagrante delito ou por ordem escrita e delito ou por ordem escrita e fundamentada da
fundamentada da autoridade judiciá ria competente, autoridade judiciá ria competente, em decorrê ncia de
em decorrê ncia de sentença condenató ria transitada prisão cautelar ou em virtude de condenação
em julgado ou, no curso da investigaçã o ou do criminal transitada em julgado.
processo, em virtude de prisã o temporá ria ou prisã o

preventiva.
Art. 287. Se a infraçã o for inafiançá vel, a falta de exibiçã o
Art. 287. Se a infraçã o for inafiançá vel, a falta de
do mandado nã o obstará a prisã o, e o preso, em tal caso,
exibiçã o do mandado nã o obstará à prisã o, e o preso,
será imediatamente apresentado ao juiz que tiver
em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz
expedido o mandado, para a realização de audiência
que tiver expedido o mandado.
de custódia.

OBS: quem realiza a audiência de custódia é o juiz das
garantias.
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Art. 310. Ao receber o auto de prisã o em flagrante, o Art. 310. Apó s receber o auto de prisã o em flagrante, no
juiz deverá fundamentadamente: prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após
a realização da prisão, o juiz deverá promover
Pará grafo ú nico. Se o juiz verificar, pelo auto de
audiência de custódia com a presença do acusado,
prisã o em flagrante, que o agente praticou o fato nas
seu advogado constituído ou membro da defensoria
condiçõ es constantes dos incisos I a III do caput do
pública e o Membro do Ministério Público e, nessa
art. 23 do Decreto- Lei no 2.848, de 7 de dezembro
audiência, o juiz deverá fundamentadamente:
de 1940 - Có digo Penal, poderá ,fundamentadamente,
conceder ao acusado liberdade provisó ria, mediante OBS: Audiência de custódia é prevista no Pacto de San
termo de comparecimento a todos os atos José da Costa Rica e no Tratado de Direitos Civis e
processuais, sob pena de revogaçã o. Políticos, ou seja, era prevista e aceita no
ordenamento jurídico, mas ainda não tinha previsão

no CPP – lei em sentido estrito.
A Resolução 213 CNJ disciplinava o procedimento, mas
alguns não aplicam a audiência de custódia pois não era
prevista em lei em sentido estrito.
O CPP trouxe menção a audiência de custódia, mas
não detalhou todo o procedimento. Dessa forma, a
Resolução 213 CNJ ainda está valida!
§ 1o Se o juiz verificar, pelo auto de prisã o em flagrante,
que o agente praticou o fato em qualquer das condiçõ es
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei no 2.848, de 1940 (Có digo Penal), poderá ,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de
revogaçã o.
§2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que
integra organização criminosa armada ou milícia,
ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá
denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas
cautelares.
Será que viola o princípio da individualização da pena?
Aqui existe a proibição em abstrato da liberdade
provisória. A tendência é que seja considerado
inconstitucional.
§ 3o A autoridade que deu causa, sem motivaçã o idô nea,
à nã o realizaçã o da audiê ncia de custó dia no prazo
estabelecido no caput deste artigo, responderá
administrativa, civil e penalmente pela omissã o.
§ 4o Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas apó s o
decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a
não realização de audiência de custódia, sem
motivação idônea, ensejará também a ilegalidade da
prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem
prejuı́zo da possibilidade de imediata decretaçã o de
prisã o preventiva.

PRISÃO PREVENTIVA
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 311. Em qualquer fase da investigaçã o policial Art. 311. Em qualquer fase da investigaçã o policial ou do
ou do processo penal, caberá a prisã o preventiva processo penal, caberá a prisã o preventiva decretada
decretada pelo juiz, de ofı́cio, se no curso da açã o pelo juiz a requerimento do Ministé rio Pú blico, do
penal, ou a requerimento do Ministé rio Pú blico, do
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querelante ou do assistente, ou por representaçã o da querelante ou do assistente, ou por representaçã o da


autoridade policial autoridade policial.
OBS: sem previsão de decretação da prisão preventiva de
ofício pelo juiz.
Art. 312. A prisã o preventiva poderá ser decretada
como garantia da ordem pú blica, da ordem Art. 312. A prisã o preventiva poderá ser decretada como
econô mica, por conveniê ncia da instruçã o criminal, garantia da ordem pú blica, da ordem econô mica, por
ou para assegurar a aplicaçã o da lei penal, quando conveniê ncia da instruçã o criminal ou para assegurar a
houver prova da existê ncia do crime e indı́cio aplicaçã o da lei penal, quando houver prova da
suficiente de autoria. existê ncia do crime e indı́cio suficiente de autoria e de
perigo gerado pelo estado de liberdade do

imputado.

OBS: Aumentou os requisitos para a decretação da prisão
preventiva: perigo gerado pelo estado de liberdade do
imputado.

§2° A decisã o que decretar a prisã o preventiva deve ser

motivada e fundamentada em receio de perigo e
existência concreta de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da

medida adotada.



Art. 313. § 2° Nã o será admitida a decretaçã o da prisã o
preventiva com a finalidade de antecipação de
cumprimento de pena ou como decorrência
imediata de investigação criminal ou da
apresentação ou recebimento de denúncia.
Art. 315. A decisã o que decretar, substituir ou Art. 315. A decisã o que decretar, substituir ou denegar a
denegar a prisã o preventiva será sempre motivada. prisã o preventiva será sempre motivada e
fundamentada.

§ 1° Na motivaçã o da decretaçã o da prisã o preventiva ou
de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar
concretamente a existê ncia de fatos novos ou
contemporâ neos que justifiquem a aplicaçã o da medida
adotada.
§ 2° Nã o se considera fundamentada qualquer decisã o
judicial, seja ela interlocutó ria, sentença ou acó rdã o,
que:

I – se limitar à indicaçã o, à reproduçã o ou à pará frase de
ato normativo, sem explicar sua relaçã o com a causa ou
a questã o decidida;
II – empregar conceitos jurı́dicos indeterminados, sem
explicar o motivo concreto de sua incidê ncia no caso;

III – invocar motivos que se prestariam a justificar
qualquer outra decisã o;
IV – nã o enfrentar todos os argumentos deduzidos no
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusã o
adotada pelo julgador;

V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
sú mula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta à queles fundamentos;

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VI – deixar de seguir enunciado de sú mula,


jurisprudê ncia ou precedente invocado pela parte, sem

demonstrar a existê ncia de distinçã o no caso em
julgamento ou a superaçã o do entendimento.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisã o preventiva Art. 316. O juiz poderá , de ofício ou a pedido das
se, no correr do processo, verificar a falta de motivo partes, revogar a prisã o preventiva se, no correr da
para que subsista, bem como de novo decretá -la, se investigação ou do processo, verificar a falta de
sobrevierem razõ es que a justifiquem. motivo para que subsista, bem como de novo decretá -la,
se sobrevierem razõ es que a justifiquem.

Pará grafo ú nico. Decretada a prisã o preventiva, deverá
o ó rgã o emissor da decisã o revisar a necessidade de sua
manutenção a cada 90 (noventa dias), mediante
decisã o fundamentada, de ofı́cio, sob pena de tornar a
prisã o ilegal.

EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE –
PROCEDIMENTO DO JURI
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Art. 492, I, e) mandará o acusado recolher-se ou Art. 492, I, e) mandará o acusado recolher-se ou
recomendá -lo-á à prisã o em que se encontra, se recomendá -lo-á à prisã o em que se encontra, se
presentes os requisitos da prisã o preventiva; presentes os requisitos da prisã o preventiva, ou, no caso
de condenaçã o a uma pena igual ou superior a 15
(quinze) anos de reclusã o, determinará a execução
provisória das penas, com expedição do mandado de
prisão, se for o caso, sem prejuı́zo do conhecimento de
recursos que vierem a ser interpostos;
OBS: O STJ julgou que em 2019 que a execução provisória
da pena era inconstitucional. Entretanto, nada falou
sobre a execução provisória no rito do Tribunal do Júri.
Aproveitando essa lacuna, o pacote anticrime legislou
permitindo a execução provisória de prisão aplicada a
julgamentos do Júri.
OBS: É bem provável que seja impugnado por meio de ADI,
violando a presunção de inocência.
§ 3o O presidente poderá , excepcionalmente, deixar de
autorizar a execuçã o provisó ria das penas de que trata a
alı́nea e do inciso I do caput deste artigo, se houver
questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao
qual competir o julgamento possa plausivelmente
levar à revisão da condenação.
§ 4o A apelaçã o interposta contra decisã o condenató ria
do Tribunal do Jú ri a uma pena igual ou superior a 15
(quinze) anos de reclusã o não terá́ efeito suspensivo.
§ 5o Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito
suspensivo à apelaçã o de que trata o § 4o deste artigo,
quando verificado cumulativamente que o recurso:
I – não tem propósito meramente protelatório; e
II – levanta questão substancial e que pode resultar
em absolvição, anulação da sentença, novo
julgamento ou redução da pena para patamar
inferior a 15 (quinze) anos de reclusão.
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§6o O pedido de concessã o de efeito suspensivo poderá


ser feito incidentalmente na apelação ou por meio de
petição em separado dirigida diretamente ao relator,
instruı́da com có pias da sentença condenató ria, das
razõ es da apelaçã o e de prova da tempestividade, das
contrarrazões e das demais peças necessá rias à
compreensão da contrové rsia.


RECURSOS
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 638. O recurso extraordiná rio será processado e Art. 638. O recurso extraordiná rio e o recurso especial
julgado no Supremo Tribunal Federal na forma serã o processados e julgados no Supremo Tribunal
estabelecida pelo respectivo regimento interno. Federal e no Superior Tribunal de Justiça na forma
estabelecida por leis especiais, pela lei processual
civil e pelos respectivos regimentos internos.











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ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE



LEI DE EXECUÇÃO PENAL
IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 9-A. Os condenados por crime praticado Art. 9-A. (VETADO)
dolosamente, com violê ncia de natureza grave
§ 1o-A A regulamentaçã o deverá fazer constar
contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos
garantias mı́nimas de proteçã o de dados gené ticos,
no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990,
observando as melhores prá ticas da gené tica forense.
serã o submetidos, obrigatoriamente, à identificaçã o
do perfil gené tico, mediante extraçã o de DNA - á cido § 3o Deve ser viabilizado ao titular de dados gené ticos
desoxirribonucleico, por té cnica adequada e indolor. o acesso aos seus dados constantes nos bancos de
perfis gené ticos, bem como a todos os documentos da

cadeia de custó dia que gerou esse dado, de maneira
que possa ser contraditado pela defesa.
§ 4o O condenado pelos crimes previstos no caput
deste artigo que nã o tiver sido submetido à
identificaçã o do perfil gené tico por ocasiã o do
ingresso no estabelecimento prisional deverá ser
submetido ao procedimento durante o cumprimento
da pena.
§ 5o (VETADO)
§ 6o (VETADO)
§ 7o (VETADO)
§ 8o Constitui falta grave a recusa do condenado
em submeter-se ao procedimento de identificação
do pefil genético.


RDD
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 52. A prá tica de fato previsto como crime doloso Art. 52. A prá tica de fato previsto como crime doloso
constitui falta grave e, quando ocasione subversã o da constitui falta grave e, quando ocasionar subversã o da
ordem ou disciplina internas, sujeita o preso ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso
provisó rio, ou condenado, sem prejuı́zo da sançã o provisó rio, ou condenado, nacional ou estrangeiro,
penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as sem prejuı́zo da sançã o penal, ao regime disciplinar
seguintes caracterı́sticas: diferenciado, com as seguintes caracterı́sticas:
I - duraçã o má xima de trezentos e sessenta dias, sem I – duraçã o má xima de até 2 (dois) anos, sem prejuı́zo
prejuı́zo de repetiçã o da sançã o por nova falta grave de repetiçã o da sançã o por nova falta grave de mesma
de mesma espé cie, até o limite de um sexto da pena espé cie;
aplicada;
II – recolhimento em cela individual;
II - recolhimento em cela individual;
III – visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as serem realizadas em instalaçõ es equipadas para
crianças, com duraçã o de duas horas; impedir o contato físico e a passagem de objetos,
por pessoa da famı́lia ou, no caso de terceiro,
IV - o preso terá direito à saı́da da cela por 2 horas
autorizado judicialmente, com duraçã o de 2 (duas)
diá rias para banho de sol.
horas;
IV – o preso terá direito à saı́da da cela por 2 (duas)
horas diá rias para banho de sol, em grupos de até 4
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(quatro) presos, desde que nã o haja contato com


presos do mesmo grupo criminoso;

V– entrevistas sempre monitoradas, exceto com seu
defensor, em instalaçõ es equipadas para impedir o
contato fı́sico e a passagem de objetos, salvo expressa
autorizaçã o judicial em contrá rio;
VI– fiscalização do conteúdo da correspondência;
VII – participaçã o em audiê ncias judiciais
preferencialmente por videoconferê ncia, garantindo-
se a participaçã o do defensor no mesmo ambiente do
preso.

§ 1o O regime disciplinar diferenciado també m será
aplicado aos presos provisó rios ou condenados,
nacionais ou estrangeiros:

I – que apresentem alto risco para a ordem e a
§ 1o O regime disciplinar diferenciado també m
segurança do estabelecimento penal ou da
poderá abrigar presos provisó rios ou condenados,
sociedade;
nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco
para a ordem e a segurança do estabelecimento II – sob os quais recaiam fundadas suspeitas de
penal ou da sociedade. envolvimento ou participaçã o, a qualquer tı́tulo, em
organização criminosa, associação criminosa ou

milícia privada, independentemente da prá tica de
falta grave.

§ 2o (Revogado).

§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar § 3o Existindo indı́cios de que o preso exerce
diferenciado o preso provisó rio ou o condenado sob liderança em organizaçã o criminosa, associaçã o
o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento criminosa ou milı́cia privada, ou que tenha atuaçã o
ou participaçã o, a qualquer tı́tulo, em organizaçõ es criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federaçã o,
criminosas, quadrilha ou bando o regime disciplinar diferenciado será
obrigatoriamente cumprido em estabelecimento
prisional federal.
§ 4o Na hipó tese dos pará grafos anteriores, o regime
disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado
sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano,
existindo indı́cios de que o preso:
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a
segurança do estabelecimento penal de origem ou da
sociedade;
II - manté m os vı́nculos com organizaçã o criminosa,
associaçã o criminosa ou milı́cia privada, considerado
també m o perfil criminal e a funçã o desempenhada
por ele no grupo criminoso, a operaçã o duradoura do
grupo, a superveniê ncia de novos processos criminais
e os resultados do tratamento penitenciá rio;
§ 5o Na hipó tese do § 3o deste artigo, o regime
disciplinar diferenciado deverá contar com alta
segurança interna e externa, principalmente no que
diz respeito à necessidade de se evitar contato do
preso com membros de sua organizaçã o criminosa,
associaçã o criminosa ou milı́cia privada, ou de grupos
rivais.
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§ 6o A visita de que trata o inciso III do caput deste


artigo será gravada em sistema de á udio ou de á udio e
vı́deo e, com autorizaçã o judicial, fiscalizada por
agente penitenciá rio.
§ 7o Apó s os primeiros 6 (seis) meses de regime
disciplinar diferenciado, o preso que nã o receber a
visita de que trata o inciso III caput deste artigo
poderá , apó s pré vio agendamento, ter contato
telefô nico, que será gravado, com uma pessoa da
famı́lia, 2 (duas) vezes por mê s e por 10 (dez) minutos.

PROGRESSÃO DE REGIME
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 112. A pena privativa de liberdade será Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada
executada em forma progressiva com a transferê ncia em forma progressiva com a transferê ncia para regime
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o
juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um preso tiver cumprido ao menos:
sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
I – 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado
comportamento carcerá rio, comprovado pelo
for primá rio e o crime tiver sido cometido sem
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas
violê ncia à pessoa ou grave ameaça;
que vedam a progressã o.
II – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for

reincidente em crime cometido sem violê ncia à pessoa
ou grave ameaça;
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o
apenado for primá rio e o crime tiver sido cometido

com violê ncia à pessoa ou grave ameaça;

IV – 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado
for reincidente em crime cometido com violê ncia à
pessoa ou grave ameaça;

V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado

for condenado pela prá tica de crime hediondo ou
equiparado, se for primá rio.
VI – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o
apenado for:

a) condenado pela prá tica de crime hediondo ou

equiparado, com resultado morte, se for primá rio,
sendo vedado o livramento condicional;
b) condenado por exercer o comando, individual ou
coletivo, de organizaçã o criminosa estruturada para a
prá tica de crime hediondo ou equiparado; ou
c) condenado pela prá tica do crime de constituição
de milícia privada;

VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o
apenado for reincidente na prá tica de crime hediondo
ou equiparado.
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado
for reincidente em crime hediondo ou equiparado com
resultado morte, sendo vedado o livramento
condicional.
§ 1o Em todos os casos, o apenado só terá direito à
progressã o de regime se ostentar boa conduta
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carcerária, comprovada pelo diretor do


estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
progressã o.
§ 1o A decisã o será sempre motivada e precedida de § 2o A decisã o do juiz que determinar a progressã o de
manifestaçã o do Ministé rio Pú blico e do defensor. regime será sempre motivada e precedida de
manifestaçã o do Ministé rio Pú blico e do defensor,
procedimento que també m será adotado na concessã o
de livramento condicional, indulto e comutaçã o de
penas, respeitados os prazos previstos nas normas
vigentes.
§ 5o Nã o se considera hediondo ou equiparado, para
os fins deste artigo, o crime de trá fico de drogas
previsto no § 4o do art. 33 da Lei no 11.343, de 23 de
agosto de 2006.
OBS: não é considerado hediondo o crime de tráfico
privilegiado.
§ 6o O cometimento de falta grave durante a execuçã o
da pena privativa de liberdade interrompe o prazo
para a obtenção da progressão no regime de
cumprimento da pena, caso em que o reinı́cio da
contagem do requisito objetivo terá como base a pena
remanescente.
§ 7o (VETADO)

SAIDA TEMPORÁRIA
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 122 Art. 122 §2o Nã o terá direito à saı́da temporá ria que se
refere o caput deste artigo o condenado que cumpre
pena por praticar crime hediondo com resultado
morte.

CRIMES HEDIONDOS

Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 1. Art. 1.
I – homicı́dio (art. 121), quando praticado em I – homicı́dio (art. 121), quando praticado em
atividade tı́pica de grupo de extermı́nio, ainda que atividade tı́pica de grupo de extermı́nio, ainda que
cometido por um só agente, e homicı́dio qualificado cometido por um só agente, e homicı́dio qualificado
(art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII).
II - latrocı́nio (art. 157, § 3o, in fine); II – roubo:
III – extorsã o qualificada pela morte (art. 158, §2o); a) circunstanciado pela restriçã o de liberdade da
vı́tima (art. 157, § 2o, inciso V);

b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo
Pará grafo ú nico. Consideram-se també m hediondos (art. 157, § 2o-A, inciso I) ou pelo emprego de arma
o crime de genocı́dio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2o-B);
Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse
ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, c) qualificado pelo resultado lesã o corporal grave ou
previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de morte (art. 157, § 3o);
dezembro de 2003, todos tentados ou consumados.

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II – extorsã o qualificada pela restriçã o da liberdade


da vı́tima, ocorrê ncia de lesã o corporal ou morte (art.
158, § 3o);
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou
de artefato aná logo que cause perigo comum (art.
155, § 4o- A).
Pará grafo ú nico. Consideram-se també m hediondos,
tentados ou consumados:
I – o crime de genocı́dio, previsto nos arts. 1o, 2o e 3o
da Lei n. 2.889, de 1o de outubro de 1956;
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo
de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 10.826,
de 22 de dezembro de 2003;
III – o crime de comé rcio ilegal de armas de fogo
previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de
dezembro de 2003;
IV – o crime de trá fico internacional de arma de fogo,
acessó rio ou muniçã o, previsto no art. 18 da Lei n.
10.826, 22 de dezembro de 2003;
V – o crime de organizaçã o criminosa, quando
voltado para a prá tica de crime hediondo ou
equiparado.

LEI DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
CAPTAÇÃO AMBIENTAL
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Sem previsão. Art. 8-A. Para investigaçã o ou instruçã o criminal,
poderá ser autorizada pelo juiz a requerimento da
autoridade policial ou do Ministé rio Pú blico a
captaçã o ambiental de sinais eletromagné ticos,
ó pticos ou acú sticos, quando:
Cláusula da reserva de jurisdição: depende de
autorização judicial.
Captação ambiental é captar conversa mantida
entre presentes (som do ambiente).
I - a prova não puder ser feita por outros meios
disponı́veis e igualmente eficazes; e
II - houver elementos probatórios razoáveis de
autoria e participação em infrações criminais
cujas penas máximas sejam superiores a 4
(quatro) anos ou em infraçõ es penais conexas.
§ 1o O requerimento deverá descrever
circunstanciadamente o local e a forma de instalaçã o
do dispositivo de captaçã o ambiental.
§ 2o (VETADO)
§ 3o A captaçã o ambiental não poderá exceder o
prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão
judicial por iguais períodos, se comprovada a
indispensabilidade do meio de prova e quando
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presente atividade criminal permanente, habitual ou


continuada.
§ 4o (VETADO)
§ 5o Aplicam-se subsidiariamente à captaçã o
ambiental as regras previstas na legislaçã o especı́fica
para a interceptaçã o telefô nica e telemá tica.
Art. 10-A. Realizar captaçã o ambiental de sinais
eletromagné ticos, ó pticos ou acú sticos para
investigaçã o ou instruçã o criminal sem autorizaçã o
judicial, quando esta for exigida.
Pena - reclusã o, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1o Não há crime se a captação é realizada por
um dos interlocutores.
§ 2o A pena será aplicada em dobro ao funcioná rio
pú blico que descumprir determinaçã o de sigilo das
investigaçõ es que envolvam a captaçã o ambiental ou
revelar o conteú do das gravaçõ es enquanto mantido
o sigilo judicial.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CIVEL
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 17 Art. 17
§ 1o Eq vedada a transaçã o, acordo ou conciliaçã o nas § 1o As açõ es de que trata este artigo admitem a
açõ es de que trata o caput. celebraçã o de acordo de nã o persecuçã o cı́vel, nos
termos desta Lei.

§ 10-A. Havendo a possibilidade de soluçã o
consensual, poderã o as partes requerer ao juiz a
interrupçã o do prazo para a contestaçã o, por prazo
nã o superior a 90 (noventa) dias.

LAVAGEM DE DINHEIRO
AGENTE INFILTRADO
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 1 Art.1

§ 6o Para a apuraçã o do crime de que se trata este


artigo, admite-se a utilizaçã o da açã o controlada e da
infiltraçã o de agentes.
OBS: Agente disfarçado é uma pratica LÍCITA, assim
como o agente infiltrado.
Agente infiltrado: é um agente do Estado. Ele se
envolve na conduta em apuração. Se envolve com os
autores do crime. Previsto na Lei de Drogas, Lei de
Lavagem de capitais, e Lei de organização criminosa.
Agente disfarçado: a sua atuação é instantânea,
imediata. Não há relação de confiança. Ele se passa
por outra pessoa somente por um momento. Costuma
atuar no flagrante CONTROLADO. Inserido pelo
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Pacote Anticrime no Estatuto do desarmamento e


na Lei de Drogas.
PREVISÃO NO ESTATUTO DO DESARMAMENTO:
Art. 18.
Pena - reclusã o, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e
multa.
Pará grafo ú nico. Incorre na mesma pena quem vende
ou entrega arma de fogo, acessó rio ou muniçã o, em
operaçã o de importaçã o, sem autorizaçã o da
autoridade competente, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos
probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.
PREVISÃO NA LEI DE DROGAS
Art. 33 §1º
IV - vende ou entrega drogas ou maté ria-prima,
insumo ou produto quı́mico destinado à preparaçã o
de drogas, sem autorizaçã o ou em desacordo com a
determinaçã o legal ou regulamentar, a agente
policial disfarçado, quando presentes elementos
probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.

LEI DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
MATERIAL GENÉTICO
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 7-A. A exclusã o dos perfis gené ticos dos bancos Art. 7-A A exclusã o dos perfis gené ticos dos bancos
de dados ocorrerá no té rmino do prazo estabelecido de dados ocorrerá :
em lei para a prescriçã o do delito.
I - no caso de absolvição do acusado; ou

II - no caso de condenação do acusado, mediante
requerimento, após decorridos 20 (vinte) anos
do cumprimento da pena.
Art. 7-C Fica autorizada a criaçã o, no Ministé rio da
Justiça e Segurança Pú blica, do Banco Nacional
Multibiomé trico e de Impressõ es Digitais.
§ 1o A formaçã o, a gestã o e o acesso ao Banco
Nacional Multibiomé trico e de Impressõ es Digitais
serã o regulamentados em ato do Poder Executivo
Federal.
§ 2o O Banco Nacional Multibiomé trico e de
Impressõ es Digitais tem como objetivo armazenar
dados de registros biomé tricos, de impressõ es
digitais e, quando possı́vel, de ı́ris, face e voz, para
subsidiar investigaçõ es criminais federais, estaduais
ou distritais.
§ 3o O Banco Nacional Multibiomé trico e de
Impressõ es Digitais será integrado pelos registros
biomé tricos, de impressõ es digitais, ı́ris, face e voz
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colhidos em investigaçõ es criminais ou por ocasiã o


da identificaçã o criminal.
§ 4o Poderã o ser colhidos os registros biomé tricos,
de impressõ es digitais, ı́ris, face e voz dos presos
provisó rios ou definitivos quando nã o tiverem sido
extraı́dos por ocasiã o da identificaçã o criminal.
§ 5o Poderã o integrar o Banco Nacional
Multibiomé trico e de Impressõ es Digitais, ou com ele
interoperar, os dados de registros constantes em
quaisquer bancos de dados geridos por ó rgã os dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciá rio das
esferas federal, estadual e distrital, inclusive pelo
Tribunal Superior Eleitoral e pelos Institutos de
Identificaçã o Civil.
§ 6o No caso de bancos de dados de identificaçã o de
natureza civil, administrativa ou eleitoral, a
integraçã o ou o compartilhamento dos registros do
Banco Nacional Multibiomé trico e de Impressõ es
Digitais será limitado à s impressõ es digitais e à s
informaçõ es necessá rias para identificaçã o do seu
titular.
§ 7o A integraçã o ou a interoperaçã o dos dados de
registros multibiomé tricos constantes em outros
bancos de dados com o Banco Nacional
Multibiomé trico e de Impressõ es Digitais ocorrerá
por meio de acordo ou convê nio com a unidade
gestora.
§ 8o Os dados constantes do Banco Nacional
Multibiomé trico e de Impressõ es Digitais terã o
cará ter sigiloso, e aquele que permitir ou promover
sua utilizaçã o para fins diversos dos previstos nesta
Lei ou em decisã o judicial responderá civil, penal e
administrativamente.
§ 9o As informaçõ es obtidas a partir da coincidê ncia
de registros biomé tricos relacionados a crimes
deverã o ser consignadas em laudo pericial firmado
por perito oficial habilitado.
§ 10. Eq vedada a comercializaçã o, total ou parcial, da
base de dados do Banco Nacional Multibiomé trico e
de Impressõ es Digitais.
§ 11. A autoridade policial e o Ministé rio Pú blico
poderã o requerer ao juiz competente, no caso de
inqué rito ou açã o penal instauradas, o acesso ao
Banco Nacional Multibiomé trico e de Impressõ es
Digitais.








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LEI DAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS


ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA
Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 3-A O acordo de colaboraçã o premiada é
negócio jurídico processual e meio de obtenção

de prova, que pressupõ e utilidade e interesse
pú blicos.
Art. 3-B O recebimento da proposta para
formalizaçã o de acordo de colaboraçã o demarca o

início das negociações e constitui també m marco
de confidencialidade, configurando violaçã o de
sigilo e quebra da confiança e da boa-fé a divulgaçã o

de tais tratativas iniciais ou de documento que as
formalize, até o levantamento de sigilo por decisã o
judicial.

§ 1o A proposta de acordo de colaboraçã o premiada
poderá ser sumariamente indeferida, com a devida
justificativa, cientificando-se o interessado.
§ 2o Caso nã o haja indeferimento sumá rio, as partes
deverã o firmar Termo de Confidencialidade para
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os
ó rgã os envolvidos na negociaçã o e impedirá o
indeferimento posterior sem justa causa.

§ 3o O recebimento de proposta de colaboraçã o para
aná lise ou o Termo de Confidencialidade nã o implica,
por si só , na suspensã o da investigaçã o, ressalvado
acordo em contrá rio quanto à propositura de
medidas processuais penais cautelares e
assecurató rias, bem como medidas processuais
cı́veis admitidas pela legislaçã o processual civil em
vigor;
§ 4o O acordo de colaboraçã o premiada poderá ser
precedido de instruçã o, quando houver necessidade
de identificaçã o ou complementaçã o de seu objeto,
dos fatos narrados, sua definiçã o jurı́dica, relevâ ncia,
utilidade e interesse pú blico.

§ 5o Os Termos de recebimento de proposta de


colaboraçã o e de confidencialidade serã o elaborados
pelo celebrante e assinados por ele, pelo colaborador
e advogado, ou defensor pú blico com poderes
especı́ficos.

§ 6o Na hipó tese de nã o ser celebrado o acordo por
iniciativa do celebrante, esse nã o poderá se valer de
nenhuma das informaçõ es ou provas apresentadas
pelo colaborador, de boa-fé , para qualquer outra
finalidade.
Art. 3o-C A proposta de colaboraçã o premiada deve
estar instruı́da com procuraçã o do interessado com
poderes especı́ficos para iniciar o procedimento de
colaboraçã o e suas tratativas, ou firmada

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pessoalmente pela parte que pretende a colaboraçã o


e seu advogado ou defensor pú blico.

§ 1o Nenhuma tratativa sobre colaboraçã o premiada

deve ser realizada sem a presença de advogado
constituı́do ou Defensor Pú blico.
§ 2o Em caso de eventual conflito de interesses, ou
de colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá

solicitar a presença de outro advogado ou a
participaçã o de Defensor Pú blico.
§ 3o No acordo de colaboraçã o premiada, o
colaborador deve narrar todos os fatos ilı́citos em
relaçã o aos quais concorreu e que tenham relaçã o
direta com os fatos investigados.
§ 4o Incumbe à defesa instruir a proposta de
colaboraçã o e os anexos com os fatos
adequadamente descritos, com todas as suas
circunstâ ncias, indicando as provas e os elementos
de corroboraçã o

Art. 4 § 4o Nas mesmas hipó teses do caput deste
Art. 4o § 4o Nas mesmas hipó teses do caput, o artigo, o Ministé rio Pú blico poderá deixar de
Ministé rio Pú blico poderá deixar de oferecer oferecer denú ncia se a proposta de acordo de
denú ncia se o colaborador: colaboraçã o referir-se a infraçã o de cuja existê ncia
nã o tenha pré vio conhecimento, e o colaborador:
§ 4o-A. Considera-se existente o conhecimento
pré vio da infraçã o quando o Ministé rio Pú blico ou a
autoridade policial competente tenha instaurado
inqué rito ou procedimento investigató rio para
apuraçã o dos fatos apresentados pelo colaborador.

§ 7o. Realizado o acordo na forma do § 6o, serã o
§ 7o Realizado o acordo na forma do § 6o, o remetidos ao juiz para aná lise o respectivo termo, as
respectivo termo, acompanhado das declaraçõ es do declaraçõ es do colaborador e có pia da investigaçã o,
colaborador e de có pia da investigaçã o, será devendo ouvir sigilosamente o colaborador,
remetido ao juiz para homologaçã o, o qual deverá acompanhado de seu defensor, oportunidade em que
verificar sua regularidade, legalidade e analisará os seguintes aspectos na homologaçã o:
voluntariedade, podendo para este fim,
sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de I – regularidade e legalidade;
seu defensor. II – adequaçã o dos benefı́cios pactuados à queles
previstos no caput e nos §§ 4o e 5o deste artigo,
sendo nulas as cláusulas que violem o critério de
definição do regime inicial de cumprimento de
pena do art. 33 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Có digo Penal), as regras de cada
um dos regimes previstos no Có digo Penal e na Lei
no 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execuçã o
Penal) e os requisitos de progressão de regime
nã o abrangidos pelo § 5o deste artigo.
III – adequaçã o dos resultados da colaboraçã o aos
resultados mı́nimos exigidos nos incisos I, II, III, IV, e
V do caput deste artigo;

IV – voluntariedade da manifestação de vontade,
especialmente nos casos onde o colaborador está ou
esteve sob efeito de medidas cautelares;
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§ 7o-A. O juiz ou tribunal deve proceder à aná lise


fundamentada do mé rito da denú ncia, do perdã o

judicial e das primeiras etapas de aplicaçã o da pena,
nos termos do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Có digo Penal) e do Decreto-Lei

no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Có digo de
Processo Penal), antes de conceder os benefı́cios
pactuados, exceto quando o acordo prever o nã o
oferecimento da denú ncia na forma dos §§ 4o e 4o-A
deste artigo ou já tiver sido proferida sentença.
§ 7o-B Sã o nulas de pleno direito as previsõ es de
renúncia ao direito de impugnar a decisão
homologatória.
§ 8o O juiz poderá recusar homologaçã o à proposta § 8o O juiz poderá recusar a homologaçã o à proposta
que nã o atender aos requisitos legais, ou adequá -la que nã o atender aos requisitos legais, devolvendo-a
ao caso concreto. às partes para adequações necessárias.

§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se
garantir ao ré u delatado a oportunidade de se
manifestar apó s o decurso do prazo concedido ao ré u
que o delatou.
§ 13. Sempre que possı́vel, o registro dos atos de
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de
colaboraçã o será feito pelos meios ou recursos de
colaboraçã o deverá ser feito pelos meios ou recursos
gravaçã o magné tica, estenotipia, digital ou té cnica
de gravaçã o magné tica, estenotipia, digital ou té cnica
similar, inclusive audiovisual, destinados a obter similar, inclusive audiovisual, destinados a obter
maior fidelidade das informaçõ es maior fidelidade das informaçõ es, garantindo-se a
§ 16. Nenhuma sentença condenató ria será proferida disponibilizaçã o de có pia do material ao
com fundamento apenas nas declaraçõ es de agente colaborador.
colaborador. § 16. Nenhuma das seguintes medidas será
decretada ou proferida com fundamento apenas
nas declarações do colaborador:

I - medidas cautelares reais ou pessoais;
II - recebimento de denú ncia ou queixa-crime; III -
sentença condenató ria.
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em
caso de omissã o dolosa sobre os fatos objeto da
colaboraçã o.
§ 18. O acordo de colaboraçã o premiada pressupõ e
que o colaborador cesse o envolvimento em conduta
ilı́cita relacionada ao objeto da colaboraçã o, sob pena
de rescisã o.

Art. 7o § 3o O acordo de colaboraçã o premiada deixa Art. 7o § 3o O acordo de colaboraçã o premiada e os
de ser sigiloso assim que recebida a denú ncia, depoimentos do colaborador serã o mantidos em
observado o disposto no art. 5o. sigilo até o recebimento da denúncia ou da
queixa-crime, sendo vedado ao magistrado
decidir por sua publicidade em qualquer
hipótese.





Material elaborado por Ana Clara Fernandes
Instagram: @viciodeumaestudante

AGENTES INFILTRADOS VIRTUAIS


Redação anterior Redação dada pelo Pacote Anticrime
Art. 10-A. Será admitida a açã o de agentes de polı́cia
infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos do
caput do art. 10, na internet, com o fim de investigar
os crimes previstos nesta lei e a eles conexos,
praticados por organizações criminosas, desde
que demonstrada sua necessidade e indicados o
alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou
apelidos das pessoas investigadas e, quando
possı́vel, os dados de conexã o ou cadastrais que
permitam a identificaçã o dessas pessoas.
§ 1o Para efeitos do disposto nesta lei, consideram-
se:
I – dados de conexã o: informaçõ es referentes a hora,
data, inı́cio, té rmino, duraçã o, endereço de Protocolo
de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da
conexã o;
II – dados cadastrais: informaçõ es referentes a nome
e endereço de assinante ou de usuá rio registrado ou
autenticado para a conexã o a quem endereço de IP,
identificaçã o de usuá rio ou có digo de acesso tenha
sido atribuı́do no momento da conexã o.
§ 2o Na hipó tese de representaçã o do delegado de
polı́cia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
Ministé rio Pú blico.
§ 3o Será admitida a infiltraçã o se houver indı́cios de
infraçã o penal de que trata o art. 1o desta Lei e se as
provas nã o puderem ser produzidas por outros
meios disponı́veis.
§ 4o A infiltraçã o será autorizada pelo prazo de até
6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais
renovações, mediante ordem judicial fundamentada
e desde que o total não exceda a 720 (setecentos e
vinte) dias e seja comprovada sua necessidade.
OBS: cláusula de reserva de jurisdição.
§ 5o Findo o prazo previsto no § 4o deste artigo, o
relató rio circunstanciado, juntamente com todos os
atos eletrô nicos praticados durante a operaçã o
deverã o ser registrados, gravados, armazenados e
apresentados ao juiz competente, que
imediatamente cientificará o Ministé rio Pú blico.
§ 6o No curso do inqué rito policial, o delegado de
polı́cia poderá determinar aos seus agentes, e o
Ministé rio Pú blico e o juiz competente poderã o
requisitar, a qualquer tempo, relató rio da atividade
de infiltraçã o.
§ 7o Eq nula a prova obtida sem a observâ ncia do
disposto neste artigo.
Material elaborado por Ana Clara Fernandes
Instagram: @viciodeumaestudante

Art. 10-B. As informaçõ es da operaçã o de infiltraçã o


serã o encaminhadas diretamente ao juiz responsá vel
pela autorizaçã o da medida, que zelará por seu sigilo.
Pará grafo ú nico. Antes da conclusã o da operaçã o, o
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministé rio
Pú blico e ao delegado de polı́cia responsá vel pela
operaçã o, com o objetivo de garantir o sigilo das
investigaçõ es.
Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta
a sua identidade para, por meio da internet,
colher indícios de autoria e materialidade dos
crimes previstos no art. 1o desta Lei.
Pará grafo ú nico. O agente policial infiltrado que
deixar de observar a estrita finalidade da
investigaçã o responderá pelos excessos praticados.
Art. 10-D. Concluı́da a investigaçã o, todos os atos
eletrô nicos praticados durante a operaçã o deverã o
ser registrados, gravados, armazenados e
encaminhados ao juiz e ao Ministé rio Pú blico,
juntamente com relató rio circunstanciado.
Pará grafo ú nico. Os atos eletrô nicos registrados
citados no caput deste artigo serã o reunidos em
autos apartados e apensados ao processo criminal
juntamente com o inqué rito policial, assegurando-se
a preservaçã o da identidade do agente policial
infiltrado e a intimidade dos envolvidos.

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