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François Châtelet

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François Châtelet (Boulogne-Billancourt[1], 27 de abril de


1925 - Paris [2], 26 de dezembro de 1985) foi um historiador
François Châtelet
da Filosofia, filósofo político e professor francês. Considerado
como um filósofo aberto ao seu tempo, Châtelet se insere na
grande tradição de Sócrates, de quem traça um retrato
fascinante em seu livro Platon.

Índice
Trajetória
Obras
Referências
Ligações externas
Retrato de François Châtelet, tinta y
acuarela.
Trajetória Nascimento 27 de abril de 1925
Paris
Durante o curso de graduação em Filosofia na Sorbonne, Morte 26 de dezembro de 1985
interessa-se pela política, aproximando-se dos grupos (60 anos)
trotskistas e, a partir de 1945, participando dos ideais Paris
revolucionários e radicais daqueles anos. Cidadania França

Após a graduação, é aprovado em concurso público (1948), Cônjuge Noëlle Châtelet


tornando-se professor em Oran e Tunis. De volta a Paris, é Alma mater Lycée Faidherbe
nomeado professor nos liceus Saint-Louis e Louis-le-Grand. Faculdade de Artes de
Paris
Entre 1954 a 1959 foi membro do Partido Comunista Francês, Ocupação filósofo, professor
embora se mantivesse criticamente distante da indigência universitário, historiador
teórica e do moralismo primário que caracterizavam o da filosofia
ždanovismo, então dominante. Foi militante da CGT Prêmios Bordin Prize (1974)
(Confédération générale du travail) e participou do
movimento anticolonialista durante a Guerra da Argélia (1954 Empregador Universidade de São
Paulo, Universidade de
— 1962). Paris-VIII, Universidade
de Paris
A grande corrente do pensamento da época - o
[edite no Wikidata]
existencialismo - lhe parecia uma herdeira medíocre do
movimento nascido do século XIX com Maine de Biran, que
institui o privilégio da pessoa. Châtelet terá sempre aversão ao romantismo da subjetividade. Em 1956,
estará ao lado dos «comunistas críticos », que se insurgem contra as posições do PCF sobre o Relatório
Khrushchov e sobre a entrada de tanques soviéticos em Budapeste. Integrou os movimentos dos
intelectuais de esquerda - o maio de 1968, as lutas contra a guerra do Vietnam e pela liberalização do
aborto
aborto.

A partir de 1969, participou com Michel Foucault e Gilles Deleuze da organização do departamento de
Filosofia da Universidade de Paris VIII (Vincennes) — criada após o "maio de 1968" - que dirigiu por mais
de dez anos. Em 1971 foi professor no departamento de filosofia da Universidade de São Paulo, juntamente
com Jean-Pierre Vernant[3]. Em razão da ditadura militar no Brasil, vários professores foram exilados, o que
acabou gerando um risco de extinção do departamento de filosofia. Châtelet se prontificou a ser professor
do departamento, a fim de ajudar os colegas brasileiros e atrair maior atenção internacional à situação de
exceção no país.

Em 1983, foi um dos fundadores do Collège international de philosophie, voltado à organização de


seminários e à pesquisa interdisciplinar.

Influenciado por Gaston Bachelard e Alexandre Kojève, colocou a história no centro de suas reflexões, em
particular a da Grécia Antiga (Périclès, 1960 ; La Naissance de l’histoire : la formation de la pensée
historique en Grèce, 1961), revelando a influência de Marx no seu pensamento.[4]

A História da Filosofia foi objeto dos seus cursos universitários e de vários dos seus livros (Platon, 1964 ;
Hegel, 1969), bem como de obras coletivas publicadas sob a sua direção (Histoire de la philosophie, 1972 ;
Histoire des idéologies, 1978 ; Histoire des idées politiques, 1982 ; Dictionnaire des idées politiques, 1986).
Seu Platon é considerado como uma bela iniciação ao pensamento do célebre filósofo grego. Em Une
histoire de la raison, mostra o papel da filosofia na constituição da racionalidade ocidental moderna.

Era casado com a filósofa Noëlle Châtelet, irmã de Lionel Jospin.

Obras
Péricles et son siècle, 1960 ; rééd. Complexes, 1982
La Naissance de l'histoire : la formation de la pensée historienne en Grèce, Minuit, 1961 ;
rééd. UGE 10/18, 1974 (traduzido em italiano e espanhol)
Logos et praxis : recherches sur la signification théorique du marxisme, Paris, SEDES,
1962 ; 2e éd. 1972
Platon, Gallimard, coll. « Folio », 1965 (réimpr. 1990), 254 p. (ISBN 2-07-032506-7)
Hegel, Le Seuil, 1968 (traduzido em italiano, espanhol, português e árabe)
La philosophie des professeurs, Grasset, 1970 ; rééd. 10/18, 1972
Histoire de la philosophie. Idées. Doctrines, ouvrage collectif en 8 vol., 1972-1973 (traduit
en allemand, japonais, portugais, italien et espagnol) ; rééd. partielle sous le titre La
philosophie, Verviers, Marabout, 1979, 4 vol.
La Révolution sans modèle, com Gilles Lapouge e Olivier Revault-d'Allones, Mouton, 1974
Les marxistes et la politique, présentation avec Évelyne Pisier-Kouchner et Jean-Marie
Vincent, Thémis, 1975 (traduzido em espanhol)
Profil d'une œuvre : « Le Capital » (livre 2), Hatier, 1976 (traduzido em italiano)
Les Années de démolition, Hallier, 1976
Chronique des idées perdues, Stock, 1977
Histoire des idéologies, obra coletiva, com Gérard Mairet, 3 vol., Hachette, 1978 (traduzido
em italiano e espanhol) ; reedição parcial sob o título Les idéologies, Marabout, 1981, 3 vol.
Questions, objections, Denoël-Gonthier, 1979
Présentation et commentaire du « Manifeste du Parti communiste » de K. Marx et F. Engels,
Paris, EMP, 1981
Les conceptions politiques du XXème siècle, com Évelyne Pisier-Kouchner, Presses
universitaires de France - PUF, 1982
Histoire des conceptions politiques, com Olivier Duhamel e Évelyne Pisier-Kouchner, PUF,
1982
Dictionnaire des œuvres politiques, com O. Duhamel e E. Pisier-Kouchner, PUF, 1986
Une histoire de la raison, Le Seuil, 1992
La Philosophie au XXème siècle, em 4 tomos

Referências
1. Encyclopedie universalis (http://www.universalis.fr/encyclopedie/UN86011/CHATELET_F.ht
m)
2. Permissão da prefeitura de Paris para aposição de placa na fachada da casa onde vivia o
filósofo, em 1985: (http://www.paris.pref.gouv.fr/arretesPrefectoraux/Table%20des%20matier
s/La%20table%202005.pdf) Arrêté n°2005-174-1. Autorisation est donnée à M. Antoine
CHATELET de faire apposer une plaque commémorative sur la façade de l’immeuble sis 6
rue Clauzel à Paris 9ème arrondissement, dont le libellé sera: LE PHILOSOPHE
FRANÇOIS CHATELET (1925-1985) A VECU DANS CETTE MAISON DE 1971 A 1985.
Page 553 du R.A.A. n°12 du 30 juin 2005
3. http://www.fflch.usp.br/df/site/index.php?pg=hom_jpv.html Página oficial do Departamento
de Filosofia da USP (em português)
4. MSN Encarta (https://fr.encarta.msn.com/encyclopedia_761592600/Fran%C3%A7ois_Chate
let.html)[ligação inativa]

Ligações externas
"La question du bonheur". Conversação filosófica sobre a felicidade entre François Châtelet
e seu filho de 17 anos. Novembro, 1985. Disponível em PDF e Audio MP3 (https://web.archi
ve.org/web/20081122135240/http://www.colline.fr/revue/07/la-valeur-du-bonheur)

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