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Esse intervalo de gerações depende da taxa de reposição das granjas de melhoramento

animal, e quanto menor o intervalo de gerações, maior é o ganho genético anual. Na tabela 3
há o resultado de um experimento conduzido para avaliar os efeitos da consanguinidade, em
que 146 linhagens de suínos foram desenvolvidas, atingindo níveis de até 40-50% de
consanguinidade. Por exemplo, um animal com GPD de 1100g/dia e que está num grupo que o
GPD médio é de 900g/dia, tem um valor genético maior do que outro animal com GPD de
1.100g/dia que está em um grupo com média de GPD de 1.000g/dia. O peso de cada
característica na composição final do índice é normalmente dado pela importância econômica
de cada característica ou de acordo com o objetivo final de seleção da linhagem. Essa
metodologia também pode ser combinada com outras metodologias de seleção como “Níveis
Independentes de Descarte”, com a qual, para ser selecionado para reprodução, o animal tem
que alcançar valores mínimos em certas características nas diferentes fases de produção e
depois pode ser selecionado pelo índice de seleção. Por exemplo, um número mínimo de tetos
viáveis pode ser considerado critério mínimo de seleção (Níveis Independentes de Descarte) e
dentro dos aprovados nesse quesito, selecionam-se os melhores animais com base no índice
de seleção, assegurando ganhos genéticos em todas as características. De posse dos atuais
conhecimentos de genética e estatística, e com o desenvolvimento de novas metodologias
incluindo as avaliações com o uso de informações genômicas, espera-se que esses ganhos
continuem acontecendo para as principais características, respeitando os limites fisiológicos
dos suínos e gerando ganhos adicionais em produtividade e rentabilidade para a cadeia de
produção suinícola. Entretanto, o aumento da produção vem aliado à grande exigência do
mercado, tanto interno quanto externo e, em função disso, a produção de suínos no Brasil
precisa continuar evoluindo, para acompanhar a tendência mundial de produtividade e
competitividade, respeitando as normas oficiais de bem-estar animal e de proteção ao meio
ambiente. A evolução na qualidade dos insumos e das tecnologias na produção de carne suína
tem possibilitado uma substancial evolução nos índices de produtividade e qualidade da carne
suína, como a redução, por exemplo, ao longo dos anos, de 31% no conteúdo de gordura da
carne, 10% no nível de colesterol e 14% no teor de calorias, tornando a carne suína brasileira
mais magra e mais nutritiva. Nesse contexto, o melhoramento genético como ferramenta de
produção e tecnologia tem tido grande importância na produção de suínos, uma vez que a
finalidade de um progr ama de melhoramento é utilizar a variabilidade genética da população
para aumentar a produtividade dos animais, sempre procurando trabalhar com características
de importância econômica. Ao focarmos a teoria em si, e a maneira como o melhoramento
genético age no processo de aumento da produtividade, de vemos considerar que a
produtividade de um sistema se traduz pelo desempenho do animal, ou seja, seu fenótipo, e
que este, por definição, é uma função de seu genótipo e do meio, o que nos leva a crer que
qualquer melhora conseguida no genótipo e no ambiente, melhorará, consequentemente, o
desempenho do animal. Tem-se observado, por exemplo, em determinadas linhas genéticas
de empresas do gênero, um progresso genético anual de 0,85kg aos 160 dias de idade, -0,018
na conversão alimentar, 0,19% na porcentagem de carne na carcaça, 0,29% na redução da
mortalidade na recria e terminação e 0,12 no número de leitões nascidos vivos por leitegada.
Ganhos genéticos dessa magnitude são obtidos devido à utilização de metodologias
estatísticas avançadas e métodos modernos de avaliação genética, os quais consideram o
desempenho dos suínos avaliados e de seus parentes próximos, em ambientes de granjas
núcleo e de granjas comerciais, onde os suínos serão efetivamente criados. Nota-se, com esses
aspectos, que o melhor amento genético de suínos tem resposta na produtividade de um
sistema de produção, por intermédio do aumento da frequência dos genes responsáveis pela
expressão das características que trazem retorno econômico nas condições de produção
comercial de suínos.

Para isso, essa área de pesquisa utiliza-se, principalmente, de diversas ferramentas estatísticas
e computacionais. A escolha dos animais envolvia a substituição de reprodutores de “raças de
pelagem colorida” por reprodutores de “raças brancas” ou, ainda, recorria à utilização de
matrizes híbridas ao invés de usar matrizes de raça pura. Juntamente com o incremento no
uso de tecnologias aplicadas aos programas comerciais de melhoramento genético de suínos e
a melhor qualidade genética dos reprodutores produzidos, o uso de material genético
especializado em granjas comerciais aumentou acentuadamente. Atualmente, quando
avaliamos a evolução do nível de performance expressa pelos animais, o uso de metodologias
estatísticas complexas permite a separação entre a contribuição do programa de seleção
genética e a contribuição das melhorias de manejo e de ambiente nos quais os animais são
criados. O método de máxima verossimilhança restrita (REML) tem sido preferido pelos
pesquisadores da área, para estimação de componentes de variância em modelos lineares
mistos, por permitir a inclusão das informações da matriz de parentesco e proporcionar, em
geral, estimativas menos viciadas que os métodos anteriores, quando os dados são
provenientes de rebanhos sob seleção, baseados na característica estudada ou em alguma
característica correlacionada. Nota-se que o desenvolvimento dos métodos de melhoramento
genético animal, ao longo dos anos, procurou gerar maneiras de mensurar e comparar os
animais, de forma que apresentassem resultado de maior confiabilidade. Desde os pesos
ajustados, às ferramentas mais modernas de avaliação da performance na progênie,
utilizando-se da estatística e da genética quantitativa e de populações como bases para a
adequada comparação dos dados obtidos, e ainda passando pela evolução da informática,
chega-se a um nível em que o produtor encontra informações de grande acurácia, obtidas com
o uso de metodologias estatísticas específicas. Para dar suporte à expressão do potencial
genético há necessidade da adoção de medidas em relação aos procedimentos de manejo, nas
condições de alojamento, na qualidade da nutrição e proteção dos suínos contra a ação de
agentes infecciosos. Como exemplo, pode-se citar a alternativa citada por McLarem (2010), na
qual há a realização de testes utilizando suínos considerados outliers, mas, nesse caso, não são
os animais ruins e sim os com extremo alto mérito genético – os animais chamados de “elite”
–, que são utilizados como meio de comparação à média dos animais com alto valor genético e
também como uma forma de aumentar a influência de genética superior e acelerar a taxa de
disseminação para um nível comercial. Mesmo que o contínuo desenvolvimento das técnicas
quantitativas tenha levado a expressivos ganhos nas características de crescimento e eficiência
alimentar em suínos, a melhora em características ligadas à eficiência reprodutiva ainda tem
sido lenta e difícil de ser obtida, uma vez que esse tipo de característica é difícil de ser
mensurada, medida, por muitas vezes, em apenas um dos sexos. Atualmente, as características
de eficiência reprodutiva, além das características de sobrevivência dos suínos do nascimento
à idade de abate, têm sido um dos principais focos do melhoramento genético de suínos e,
para isso, a seleção assistida por marcadores tem constituído uma das principais ferramentas
utilizadas. Essa característica é considerada o critério principal para o melhoramento da
eficiência reprodutiva dos suínos, porque ela mede a habilidade materna da fêmea suína, que
é, do ponto de vista da produção de suínos, o que realmente interessa, além de ser altamente
correlacionada com a eficiência de crescimento até o peso de abate. Essa característica, dentro
do programa genético estável, devido aos métodos de avaliação e ao controle dos efeitos de
ambiente, v em apresentando uma herdabilidade de 0,23, que tem proporcionado uma taxa
de progresso genético de aproximadamente 0,44kg por leitegada à desmama, considerada
uma boa taxa de progresso genético para uma característica a essencial na produtividade de
suínos.

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