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Recurso Inominado - Corrigido
Recurso Inominado - Corrigido
Processo nº XXX
RECURSO INOMINADO
Nestes termos,
Pede deferimento.
BRASÍLA/DF, 28/04/2020
OAB/DF Nº XXX
EGRÉGIA TURMA RECURSAL,
Data máxima vênia, merece reforma a r. sentença proferida pelo M.M Juízo ‘a
quo’ que julgou improcedente o pleito autoral, conflitando diretamente ao
ordenamento jurídico pátrio a respeito da matéria e decisões tomadas pelo Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios acerca de cláusulas abusivas.
Cumpre informar que decisão desta natura macula a honra da pessoa e contraria
o princípio constitucional da dignidade humana, princípio da razoabilidade e
proporcionalidade, abrindo precedentes para a ilegalidade, dentre a omissão,
negligência, visto a Recorrida poderá abusar do direito, no intuído de não mais cumprir
a legislação no que tange à vedação de cláusulas abusivas.
III – DO MÉRITO
A) DO DESVIO DE FINALIDADE
É notório que o caso em questão se trata de uma relação de consumo, em que de
um lado tem-se a consumidora – a apelante (artigo 2º, do Código de Defesa do
Consumidor) – e do outro a fornecedora de serviços – empresa aérea VOEALTO (artigo
3º, do Código de Defesa do Consumidor). Assim, nota-se uma inegável relação de
consumo.
Apesar das passagens terem sido compradas pelo órgão para qual trabalha a
apelante, foi ela própria, não o órgão, que sofreu com a condição de consumidora e teve
que desviar das suas competências para resolver um percalço causado pela apelada.
Invés de ter viajado para trabalhar, a apelante se despiu de representante do órgão para
se representar e buscar por direitos que lhe eram cabíveis, o que caracteriza um desvio
de finalidade.
Para que esteja caracterizado tal desvio, é fundamental ler o comentário abaixo
do criador da teoria:
“o desvio produtivo caracteriza-se quando o consumidor, diante de uma
situação de mau atendimento, precisa desperdiçar o seu tempo e desviar as
suas competências — de uma atividade necessária ou por ele preferida —
para tentar resolver um problema criado pelo fornecedor, a um custo de
oportunidade indesejado, de natureza irrecuperável”. (DESSAUNE,
Marcos. Desvio Produtivo do Consumidor: o prejuízo do tempo
desperdiçado. Vol 1. Ed. Revista dos Tribunais, 2011).
B) DA LEGITIMIDADE
Não há defeito de representação da parte autora, em contraponto ao que foi
estabelecido pelo magistrado em decisão de primeira instância. Caso o fosse, a apelante
não poderia pleitear pelos pedidos de danos morais, mas, na situação em questão, ela
não estava como representante dos agentes epidemiológicos do MS, mas sim como uma
consumidora, isso a luz da teoria do desvio de finalidade. Nesse sentido,
“Parte legítima é aquela que se encontra em posição processual (autor e réu)
coincidente com a situação legitimadora, ‘decorrente de certa previsão legal,
relativamente àquela pessoa e perante o respectivo processo litigosos’.”
(DIDIER JR. Fredie. Curso Processual Civil. Vol. 1. 19ª ed. Editora
JusPodvim, 2017. p. 387).
IV – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que:
a) seja recebido o presente recurso, nos termos do artigo 43 da Lei nº 9.099/95 e,
no final, que seja julgado pela total procedência para reformar, por completo a r.
sentença de primeiro grau;
b) seja intimado o apelado para se manifestar querendo, nos termos do artigo 1.010
do CPC;
c) Juntada das novas provas documentais, por essas terem sido confeccionadas
após a instrução processual dos presentes autos, conforme o artigo 397 do CPC;
d) Seja condenado o apelado ao pagamento integral das custas processuais e
honorários advocatícios em 20% do valor da condenação e nas demais
cominações legais;
Termos em que,
pede deferimento.
BRASÍLIA/DF, 28/04/2020
LISA MARIA BARBOSA BRITO FERREIRA DE ARAÚJO
OAB/DF Nº XXX