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Curso de Pós-graduação em

Gestão de Recursos Humanos

QUALIDADE DE VIDA
NO TRABALHO
Prof.ª Marta Cristina Wachowicz
marta@facinter.br
EMENTA

Qualidade de vida no trabalho nos


diferentes modelos de gestão
administrativa. Estresse. Ergonomia
Higiene e segurança do trabalho. Saúde
mental no trabalho.
Organização do trabalho. Comportamento
de risco.
Programas de qualidade organizacionais.
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www.mtb.gov.br ou www.trabalho.gov.br
www.anamt.com.br
www.previdenciasocial.gov.br ou www.mpas.gov.br
www.anvisa.gov.br
www.fundacentro.gov.br
www.ergonomia.com.br
www.amb.gov.br
www.saude.gov.br
www.fiocruz.br
www.saudeetrabalho.com.br
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
QVT

Compreende a reestruturação do desenho


dos cargos, das novas formas de
organizar o trabalho, da formação das
equipes de trabalho semi-autônomas ou
auto-gerenciadas e das melhorias do
ambiente organizacional. (FERNANDES, 1998)
É o conjunto de ações de uma empresa no
sentido de implementar melhorias e
inovações gerenciais, tecnológicas e
estruturais no ambiente de trabalho.
(LIMONGI-FRANÇA, 1996)

A QVT tem sido apontada como um dos


fatores motivadores do desempenho
humano no trabalho. (FERNANDES, 1996)
A origem do conceito, segundo França;
Rodrigues (1999), está ligada às
condições humana e ética do trabalho,
que compreendem desde a exposição a
riscos ocupacionais observáveis no
ambiente físico, padrões de relação
entre o trabalho contratado e a
retribuição a esse esforço, com suas
implicações éticas e ideológicas, até a
dinâmica do uso do poder formal e
informal, ou seja, o significado do
trabalho.
A falta de QVT abre um imenso
precedente para o adoecimento físico,
mental e emocional dos trabalhadores.
Há necessidade de se introduzir políticas
que visem à QVT, sensibilizando os
empregadores e instituições, para o
impacto econômico dos problemas
decorrentes da sua falta ou pouca
valorização expressos na performance
reduzida, nos altos índices de
absenteísmo, na rotatividade do trabalho
(turnover), nos acidentes de trabalho, e
em um contexto geral, no adoecimento do
trabalhador.
A situação saudável de trabalho seria a
que permitisse o desenvolvimento do
indivíduo, alternando exigências e
períodos de repouso, numa interação
dinâmica homem-trabalho-ambiente.

As características de personalidade
mediam os fatores estressantes do
ambiente e os sintomas.
Na qualidade de vida no trabalho está
inserida na ergonomia, na higiene, na
segurança, no layout,na organização do
trabalho pois todos têm seu campo de
atuação de forma holística. A empresa
que está atenta a estes aspectos sabe
que todos os investimentos feitos nestas
áreas surtem efeitos imediatos, não
somente no retorno financeiro mas junto
ao trabalhador que se sente valorizado e
respeitado.
TRABALHO

Trabalho vem do vocábulo latino tripalium


que significa aparelho de tortura
formado por três paus aguçados munidos
de uma ponta de ferro, no qual os
agricultores batiam o trigo e o milho
para rasgar e esfiapar.

A palavra trabalho foi considerada por


muito tempo como padecimento,
sofrimento, pena, labuta ou castigo.
Todo trabalho supõe tendência para um fim
e esforço. Para alguns trabalhos, este
esforço será preponderantemente físico,
para outros, intelectual.

O trabalho do homem aparece como


esforço firmado e desejado para a
realização de objetivos, obras,
resultados...
PRÉ-HISTÓRIA & TRABALHO

Visto de forma isolada e extrativista, um


esforço apenas complementar ao trabalho
da natureza: colher o fruto produzido
pela mata; extrair do rio o peixe; caçar
para comer o animal (subsistência).

Uma vez sedentário, o homem desenvolve a


agricultura, a através do plantio
descobre uma nova fonte de alimentos
para si e seus filhos.
ANTIGÜIDADE & TRABALHO

Predominava um forte preconceito em


relação ao trabalho, é considerado como
“atividade desprezível”, realizada pelos
escravos, que executavam as tarefas
mais humildes e pesadas:lavoura,
afazeres da casa, favores sexuais.
O artesanato e o comércio estão
reservados ao homem livre, não-cidadão.
O trabalho nobre é o intelectual dos
filósofos.
IDADE MÉDIA & TRABALHO

Predomina o regime de servidão, meio-termo entre


trabalho escravo e trabalho livre (vassalos).
Não há maiores preocupações com a produtividade,
as pessoas raramente trabalhavam mais do que
a metade dos dias do ano.
Havia uma sincronia entre o ritmo das
rudimentares máquinas e o movimento do corpo
que as fazia funcionar.
Não há divisão do trabalho nem tão pouco
hierarquia (indústria doméstica).
O regime de produção é fundamentado no
artesanato rudimentar nas pequenas oficinas e
na mão-de-obra intensiva e pouco-qualificada
na agricultura.

A maior preocupação está no processo de


aprendizagem (mestre-aprendizes).

Se tem o total domínio do processo


produtivo/autonomia (visão holística).

Nas relações interpessoais prevalece a sinergia.


A comunicação é direta (sem hierarquias).
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL &
TRABALHO

Ocorre na Inglaterra, país que apresentava


abundância de mão-de-obra, de capitais,
de meios de transporte e de novas
tecnologias: vapor.
As novas indústrias se ressentem de
melhor administração: utilizam máquinas,
emprega-se grande número de pessoas,
produção em larga escala.
Torna-se necessária a especialização e a
divisão do trabalho.
› Divisão do trabalho (hierarquia rígida), cargos
de comando e cargos de execução.
› Padronização de gestos, comportamentos,
competências, ritmos, biorritmos levando a um
processo de robotização (pouca autonomia).
› Padronização de ferramentas e equipamentos.
› Rotina de programação, cartões de instrução,
seleção dos trabalhadores mais adequados.
› Ênfase nas tarefas no nível do operacional.
› Relações interpessoais quase que inexistentes.
› Comunicação hierárquica e de difícil acesso.
A Administração Científica foi planejada para obter o máximo
esforço do trabalhador.
Chaplin – Tempos Modernos
MODERNIDADE & TRABALHO

Fase marcada pela nítida separação entre


os países desenvolvidos (ou
industrializados), os subdesenvolvidos (ou
não-indusrializados) e os países em
desenvolvimento.
Surgem novas matérias-primas (plástico,
alumínio, fibras têxteis sintéticas,
concreto) e novas fontes de energia
(nuclear, solar), mas ocorre o predomínio
do petróleo e da eletricidade.
As teorias tradicionais não conseguem
resolver os problemas da atualidade.

A maneira tradicional de administrar e de


buscar os objetivos não proporciona os
resultados adequados.

Mudam os conceitos administrativos.

Surge a 3ª Revolução Industrial: Revolução


da Informática, substituindo a força
física e mental de trabalho.
Chiavenato (1999) apresenta a ARH em
duas vertentes:

1. Pessoas como Recursos


Habilidades, capacidades, conhecimento,
experiências...

2. Pessoas como Pessoas


Motivação, personalidade, aspirações,
valores, objetivos pessoais...
ESCOLA das RELAÇÕES HUMANAS

Seus precursores são Elton MAYO (1880-


1949) e Kurt LEWIN (1890-1947). Os
estudos de Mayo enfatizam a QVT do
trabalhador:
iluminação x monotonia
Fatores psicológicos e sociais na produção:
o indivíduo não age isoladamente, segue
um grupo
Importância da comunicação, motivação e
da liderança: como elementos que
contribuem para o crescimento da
produtividade.
PRODUÇÃO ENXUTA (1940)

Tem por princípio a redução de custos


através da absoluta eliminação do
desperdício (Shingo e Ohno).

A força de trabalho é altamente


qualificada e multifuncional.

As organizações extremamente
descentralizadas.
A empresa enxuta combina vantagens das
produções artesanal e em massa,
evitando altos custos (artesanal) e a
rigidez (massa).

Emprega a produção enxuta equipes de


trabalho multiqualificados em todos os
níveis da organização, além de máquinas
altamente flexíveis e cada vez mais
automatizadas, para produzir imensos
volumes de produtos de ampla variedade.
Gestão Enxuta está alicerçada em:

- Administração participativa com visão


sistêmica
- Responsabilidade coletiva
- Busca da qualidade total ou defeito zero
- Flexibilidade
- Tecnologia e padronização
+ recursos humanos
- Limpeza, arrumação, manutenção
- Cultura e clima organizacionais
sinergéticos
5S

O "Programa 5S" foi concebido por Kaoru


Ishikawa em 1950, no Japão do pós-
guerra, provavelmente inspirado na
necessidade, que havia então, de colocar
ordem na grande confusão a que ficou
reduzido o país após sua derrota para as
forças aliadas.
O Programa demonstrou ser tão
eficaz enquanto reorganizador das
empresas e da própria economia
japonesa que, até hoje, é
considerado o principal instrumento
de gestão da qualidade e
produtividade utilizado naquele país.
Foi desenvolvido com o objetivo de
transformar o ambiente das organizações
e a atitude das pessoas, melhorando a
qualidade de vida dos funcionários,
diminuindo desperdícios, reduzindo custos
e aumentando a produtividade das
instituições.

O "Programa 5S" ganhou esse nome devido


às iniciais das cinco palavras japonesas
que sintetizam as cinco etapas do
programa.
SERI = Organização e Descarte: separar o que
não é mais necessário.
SEITON = Ordenação, Arrumação e
Organização: sistematizar as atividades
facilitando o acesso. Colocar em ordem.
SEISSO = Limpeza e Zelo do seu ambiente
físico de trabalho: ferramentas,
equipamentos...
SEIKETSU = Asseio, Higiene e Padronização:
padronizar hábitos de higiene e limpeza. Saúde.
SHITSUKE = Disciplina, Auto-controle e
Educação: cumprir a meta em respeito ao outro.

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